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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Perguntas respondidas por Divaldo e Raul acerca do Evangelho.

Matéria retirada do Livro: Os Evangelhos e o Espiritismo da editora Leal .

Pergunta No 3.
" A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz , porque as obras deles eram más".(Jó.3:13-21). Hoje, no mundo, existem diversas seitas religiosas disputando a primazia da luz. Onde, afinal, encontrar a verdadeira luz?

Raul:Não é difícil encontrar a verdadeira luz nos dias atuais do mundo, mesmo que nos achemos em meio às disputas pela primazia. A luz verdadeira ilumina sem alarde, penetra os escaninhos das almas, a vida dos seres humanos e interfere positivamente no seu modo de ser. A mensagem que consegue alavancar o coração humano das limitações das sombras para as vultuosas claridades do intelecto e do sentimento , essa corresponde à grande e vera luz.

Divaldo: A verdadeira luz desceu à Terra nas jamais ultrapassadas canções apresentadas por Jesus no Sermão da Montanha.
Em razão da predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual do homem,permanece vigorosa a aceitação tácita das questões defluentes do ego e dos seus sicários, que são as paixões dissolventes. Ainda prevalece o interesse mesquinho e perturbador pela mentira, pela manipulação,pela prepotência , em que muitos indivíduos preferem estagiar.
Inúmeras seitas religiosas surgem com periodicidade, adaptando os ensinamentos austeros da busca do Reino dos Céus, mediante os valores enganosos da Terra, atraindo multidões ansiosas e sedentas de poder e gozo, porém distantes da verdade.
A proposta de Jesus , por ser a verdadeira - renúncia, amor, abnegação, caridade, autoiluminação - é preterida por alguns segmentos sociais e indivíduos egotistas, permanecendo, não obstante, como única alternativa para a felicidade.
Lenta, no entanto, seguramente, a luz da verdade imorredoura espalha-se pela Terra, proporcionando a renovação social e espiritual dos seus habitantes.

7- Quem é o " Espírito Santo" na concepção espiritual?

Raul: Essa expressão nos sugere que a governança do mundo existam plêiades de entidades luminosas que, sob o comando Celeste Benfeitor - Jesus, o Messias - cuidam de investir os recursos do seu poder espiritual em favor do progresso geral e da renovação das humanas criaturas. O que as teologias convencionaram chamar de Espírito Santo pode ser compreendido como esses conjuntos de Espíritos sublimados que cuidam da evolução planetária.

Divaldo: O Espírito Santo pode ser entendido como o Espírito de Verdade, o Consolador constituído pelas coortes espirituais formadas pelos nobres Guias da Humanidade.
Podemos identificá-lo também como as estrelas que cairão sobre a Terra, as forças espirituais , o Cristo de Deus...


49- O que devemos entender por "Humildes de Espírito" ou " Pobres de Espírito" ,  os quais Jesus elege para o Reino dos Céus? (Mt. 5: 3)

Raul: Essa bem aventurança de Jesus exprime, de fato, a ventura experimentada pelos que conseguem desenvolver a humildade, a simplicidade em si próprios. Humildade que não significa tolice nem pieguice, simplicidade que não é papalvice.
É assim que achamos em o Livro dos Médiuns, de Allan kardec, que no Cap. XXXI, item XVI , o Espírito Santo Agostinho a afirmar que Deus ama os simples de espírito , o que não quer dizer tolos, mas que renunciam a si mesmos e que , sem orgulho, para Ele se encaminham.
Divaldo: Os pobres de espírito podem ser considerados todos aqueles que se despojaram dos andrajos morais da ira, do ódio, do orgulho, da insensatez, da sensualidade, verdadeiras fortunas que muitos preservam e disputam. Nestes mundo rico de espíritos pobres de valores éticos, Jesus glorifica aqueles que são os liberados das mazelas da alma, dos vícios e dependências infelizes das paixões primárias. Esses alcançarão o Reino dos Céus que , de alguma forma, já se lhes encontra ínsito no coração puro de inferioridade.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vida e Valores (O anticoncepcional)



A Dra. Susan Blackmore, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, juntamente com o Dr. Colin Blackwell, estabeleceram suas visões a respeito do anticoncepcional. Sim, a respeito da pílula.

E, nas falas de ambos, conseguimos ler que eles interpretam a pílula anticoncepcional como tendo sido um grandíssimo movimento revolucionário na década de 1960, que teve o poder, teve o condão de dar liberdade às práticas sexuais.

Asseveram que o anticoncepcional deu à mulher essa possibilidade de dirigir seu corpo e não permitir a fecundidade, quando não tivesse nela qualquer interesse.

Foram mostrando como é que o anticoncepcional mexeu na maneira como a mulher era vista no contexto social. A visão machista da mulher foi forçada a sofrer alterações de monta.

Também lembraram que, graças ao incremento dos anticonceptivos, a mulher pôde ocupar o lugar que lhe cabia e que lhe era negado, no contexto social.

O anticoncepcional igualmente promoveu uma grandíssima revolução na questão que era bastante discutida sobre a divisão do trabalho. O que cabia à mulher, o que cabia aos homens.

Ao longo de muitas décadas, desde a de 1960, essa questão do anticoncepcional ganhou bastante destaque. No entanto, desde a década de 1940, bioquímicos, químicos trabalharam buscando uma solução para o que chamavam de grave problema das relações sexuais: a procriação.

E, a partir disso, na América do Norte, nos Estados Unidos, os pesquisadores trataram de investigar um produto à base da testosterona, o hormônio masculino, para que houvesse uma pílula para os homens. E isso porque eram os homens tradicionalmente, historicamente, que tinham uma vida mais liberada, que tinham uma vida mais solta, mais libertina. Então, seria válido, pensavam eles, criar-se uma pílula para os homens.

O que acontece é que, depois da pílula criada e em fase de testes, os pesquisadores foram a muitos presídios norte-americanos e ofereceram aos presidiários, com a devida autorização da Justiça, a oportunidade de eles servirem de cobaia ao uso da pílula, sob a condição de que receberiam indultos e, até mesmo, liberações totais de suas penas.

Ao longo das consequências, os pesquisadores notaram algo que não esperavam. Em função dos órgãos sexuais masculinos serem externos, aquele produto gerou sobre os homens, primeiro, uma impotência precoce; depois, uma retração do órgão genital.

Pode-se bem perceber que os pesquisadores interromperam ali o trabalho. Não era conveniente, à época, criar-se uma pílula para o homem, capaz de produzir tamanho desastre na autoestima masculina.

Então, se voltaram para a mulher, cujos órgãos sexuais são internos e à base de estrogênio, de progesterona, ainda em quantidades nada científicas, apresentaram as primeiras pílulas. As primeiras mulheres que se decidiram por usá-las, se saíram muito mal.

Os problemas de mama, os cânceres abundaram até que, ao longo do tempo, a própria farmacologia, a bioquímica foram ajustando os níveis de estrogênio, de progesterona para que os médicos, ao conhecer o funcionamento orgânico de suas pacientes, pudessem indicar essa ou aquela pílula.

Deste modo, o problema grave foi atenuado, mas cada mulher responde por si, em virtude do uso que faça indiscriminado ou não, de anticonceptivos.

Não há dúvida de que a mulher tem o direito de se proteger, de se cuidar, mas não apenas em termos corporais.

*   *   *

O cuidado com o corpo é fundamental. Nenhuma mulher tem a obrigação de reproduzir aleatoriamente, reproduzir por reproduzir. Ela tem direito a se cuidar, tem o dever de se cuidar.

 Nada obstante, a mulher obedece a um programa no plano da Divindade. Lemos em O livro dos Espíritos, uma pergunta que é dirigida aos Imortais a respeito da missão do homem e da mulher: Qual é a mais importante para o Criador?

E a resposta incisiva das Entidades Espirituais, que orientam o planeta, é que a missão que Deus concedeu à mulher é superior àquela concedida ao homem, porque é a mulher que o educa.

Dessa maneira, começamos a perceber que seria lamentável se a mentalidade feminina descesse para esses patamares e fizesse com que a mulher se convertesse meramente numa máquina de fazer sexo. Cabe a ela a procriação, sem dúvida, mas cabe a ela o amor.

A mulher é essencialmente mãe, mesmo quando não tenha filhos do seu próprio corpo. A mulher é essencialmente mestra, professora. É essencialmente orientadora.

A natureza, nas mãos de Deus, fez com que a mulher tivesse uma sensibilidade maior. Então, qualquer produto químico que no organismo do homem realize um determinado efeito, em razão da sensibilidade feminina, no seu organismo, esse efeito será mais drástico.

É por essa razão que, quando percebemos esse uso indiscriminado de pílulas, desde as meninas novas até suas mães, até mulheres maduras, apenas para evitar-se a gravidez, lamentamos profundamente.

Porque naturalmente pensamos que a pílula, o anticoncepcional, não deveria existir apenas com esse propósito. Originalmente mesmo, o anticoncepcional surgiu para equilibrar o ciclo menstrual das mulheres. Não era chamado de anticoncepcional.

Os médicos descobriram que, ao regularizar o ciclo feminino, também agia sobre a hipófise, provocando sobre essa glândula um estado orgânico na mulher como se ela estivesse grávida. E, a partir daí, ela simulando essa gravidez, impede o amadurecimento de novos óvulos.

Essa era a função do anticoncepcional, como elemento utilizável pelas mulheres: fazer com que o organismo simulasse o tempo todo que a mulher está num estado de gestação, pela não ação da hipófise. Verificamos que a mulher simula, durante um longuíssimo tempo, algo que não é real e, obviamente, haverá consequências sobre o seu organismo.

Muitas alegam: Mas foi recomendação do meu médico!

Mas a orientação médica desses dias, com as exceções louváveis, é uma orientação materialista.

Grande número de facultativos não admite a existência da alma, do ser espiritual, não admite que nós sejamos Espíritos e que não estamos na Terra apenas para fazer sexo pelo sexo.

O sexo, ao lado da função procriadora, deve alimentar as almas que se unem pelos vínculos do respeito e do amor.

Deve servir para os grandes feitos da inteligência, para iluminar as criaturas e esses hormônios trocados, esses elementos trocados, do psiquismo de um para o psiquismo de outro, tem um endereço mais alto, que é a felicidade íntima da criatura.

É por essa razão que, quando o homem visita o bordel, o lupanar, para apenas auferir o prazer sensorial, aquilo não o satisfaz e ele tem que voltar de novo, como alguém que, na sede, decidir-se por beber água do mar. Pela sua salinidade, ela não sacia a sede.

É a partir disso então que, diante do anticoncepcional tão desbragadamente utilizado, vale a pena pensar que a mulher tem uma função diante das Leis Divinas. Usando ou não o contraceptivo, pensar que ela é a grande geradora da vida, a grande colaboradora de Deus, pelo mundo afora.



Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 198, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.

Programa gravado em agosto de 2009.

Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 15.08.2010.                                                                                           Em 16.11.2010.
      

Vida e Valores (Magnetismo pessoal)



Cada criatura humana é um magneto que caminha pela Terra.

A Terra em si mesma é um grande corpo magnético. Mas, cada criatura humana é um corpo magnético sobre outro corpo magnético.

Cada qual de nós carrega a sua capacidade magnética, e essa capacidade magnética é assim chamada pelo poder de atrair que cada um de nós detém.

Essa experiência o ser humano alcançou, graças a essas experiências remotas que vimos trazendo ao longo da evolução dos seres, dos mundos, dos planetas, desde quando o átomo é dotado de uma capacidade de atrair as partículas ao seu redor, desde que o núcleo atômico se tornou responsável por atrair a sua volta a nuvem de elétrons, até a criatura que atrai a sua volta um conjunto de pessoas.

Ao longo da História da Humanidade,  em toda e qualquer sociedade, desde que os grupos humanos deixaram de ser grupos anômicos, sem coordenação, sem regulação, para se tornar grupos sociais, nunca mais encontramos um  desses grupos que não tivesse uma liderança.

As criaturas humanas, de uma maneira ou de outra, exigem alguém que as conduza, um líder, e nunca houve falta desses líderes em toda e qualquer sociedade da Terra.

Houve um período em que as comunidades planetárias, as comunidades humanas entendiam que a virtude do conhecimento, a virtude da moralidade, a virtude da sabedoria estaria com os idosos, os anciães. E surgiu na Terra a chamada aristocracia dos patriarcas, dos anciães.

Acreditava a criatura humana que, quanto mais velha fosse a pessoa, maior a soma de suas experiências, maior a gama de suas experiências, melhor o poder de dirigir outras criaturas.

De certo modo é verdade. Quanto mais vivida seja a pessoa, mais experiências ela carrega e, com essas experiências, terá mais chance de abordar os outros, de orientar os outros, uma vez que se orienta a si mesma.

No entanto, na medida em que o tempo foi passando, essas aristocracias e, particularmente, essa aristocracia dos patriarcas ou do patriarcado, foi cedendo lugar a outras porque se os anciães tinham experiência, maturidade, não tinham força física. E as comunidades precisavam de alguém que tivesse força física para as defender.

Surgiu a aristocracia da força bruta. E, nessa aristocracia da força bruta, os líderes que, a princípio, defendiam as comunidades que os houveram convidado, atraído e solicitado sua ajuda e seu socorro, passaram a dominar essas comunidades, a se atribuir poderes que não lhes haviam sido dados e depois a transferi-los para seus herdeiros, filhos, irmãos, sobrinhos, etc.

Naturalmente, a aristocracia da força bruta, que foi mais uma liderança pela Terra, foi cedendo lugar à aristocracia do nascimento, o nome que a pessoa detinha; a aristocracia do poder econômico, o dinheiro que a pessoa detinha; à aristocracia do intelecto: quanto mais o indivíduo soubesse, maiores poderes teria, até chegarmos à necessidade de uma aristocracia que, de fato, conduzisse bem os homens pela Terra.

Já que precisamos instintivamente, pela nossa natureza social, de uma liderança, por que não uma liderança que pudesse nos orientar intelectualmente? Uma liderança que, ao mesmo tempo, nos pudesse conduzir em níveis morais?

Sentimos, por isso, a importância de que, ao longo dos tempos da Terra, possamos encontrar, possamos desenvolver, possamos ter uma aristocracia de poder intelectual e de poder moral. Uma aristocracia intelecto-moral.

Essa certamente nos dará possibilidades de desenvolver os campos mais diversos de nossa vida.

Essa liderança, essa aristocracia nos permitirá desenvolver nosso potencial intelectual, nosso saber, nosso conhecimento, mas também nos ensinará a dar boa vazão a esse saber, a esse conhecimento; nos ensinará a trabalhar tais conhecimentos que tenhamos para o bem. E a nossa aristocracia intelecto-moral, a nossa liderança intelecto-moral nos endereçará para a felicidade.

*   *   *

Essa felicidade naturalmente terá muito a ver com o esforço que tenhamos feito por conquistá-la.

Como falamos, cada qual de nós é um magneto que se desenvolve, que se move na Terra, sobre o planeta, que também é um gigantesco corpo magnético.

É por isso que os analistas e psicanalistas de várias idades do mundo, desde o século XIX, vêm nos trazendo com Freud, com Adler, com Gustav Jung, essas noções de que cada qual de nós carrega em si o chamado “it”, ou se quisermos, um magnetismo pessoal.

Não é à toa que vemos pessoas capazes de atrair para o seu derredor um contingente imenso de outros indivíduos, que se sente bem junto delas, que acata as suas determinações.

Encontramos diversos indivíduos espalhados mundo afora, que afugentam as pessoas do seu derredor, que ninguém suporta estar ao seu lado, mesmo a sua família, mesmo as pessoas que lhes deveriam ser mais próximas E a que se deve isso?

A princípio, podemos cogitar desse nosso magnetismo pessoal. Liberamos determinadas energias, se quisermos dizer assim, liberamos de nós determinados fluidos, que fazem com que as criaturas sintonizadas com os mesmos ideais nossos tenham vontade de se aproximar. Elas não sabem porque, mas sabem que alguma coisa em nós as atrai.

Por outro lado, liberamos de nós determinadas substâncias psíquicas que impõem aos outros um afastamento de nós. Criaturas que até gostariam de estar ao nosso lado, não sabem explicar bem porquê mas, alguma coisa lhes impõe fugir de nós: nosso magnetismo pessoal.

Quanto mais sejamos criaturas egoístas, personalistas, individualistas, a tendência é que se aproximem de nós as pessoas de mesmo matiz psicológico, de mesmo teor idealístico, e passamos a compor os grupos, os bandos, passamos a compor as falanges.

De acordo com a inclinação dos nossos sentimentos, atraímos indivíduos com inclinações similares.

O mundo fala, por exemplo, que Hitler matou a seis milhões de judeus, que Hitler fomentou isso, fomentou aquilo. Não discutimos a tragédia que o caráter de Adolf Hitler impôs ao mundo ocidental.

No entanto, ele não fez isso sozinho. Ele fez isso com dezenas e centenas de oficiais, de homens comuns, mulheres comuns da sociedade que, com ele, com suas ideias compactuavam.

Vejamos o magnetismo de Hitler, capaz de reunir, depois daquele célebre encontro na cervejaria de Munique, aquele contingente enorme de criaturas que o aplaudiu, até deparar-se com a tragédia que ele fomentou no solo europeu e no mundo.

Mas, ao mesmo tempo, notamos indivíduos como Gandhi, com sua fala mansa e firme, com seu caráter de não querer fazer uma guerra contra a violência, porque ele afirmava que qualquer movimento contra a violência teria que ser violento também.

Ele promoveu um movimento pela não violência de qualquer teor. Reuniu ao seu redor toda a Índia. Os seus jejuns se tornaram famosos, porque com esses jejuns ele promovia a religação dos seus irmãos, da Índia, do Paquistão, que surgiu depois.

Gandhi foi esse líder excepcional, com sua energia, e até hoje, depois da sua morte em 1946, Gandhi é para nós esse ícone da liberdade, atraindo em torno do seu nome legiões de criaturas de boa vontade, de homens e mulheres que prezam a liberdade.

Mas, de todos os seres que passaram pela Terra, o magnetismo pessoal mais atraente foi o de Jesus de Nazaré. Nada obstante, nós não conseguimos entendê-Lo.

Ele era tão especial que não conseguimos compreendê-Lo. Mas Ele, pacientíssimo, nos disse:

Quando Eu for erguido no madeiro atrairei todos os homens a Mim.

E foi somente depois da Sua crucificação que passamos a nos interessar por Ele.

No entanto, quando na Terra, onde estava? Estava cercado pelas multidões de famintos, famintos de comida, famintos de amor, famintos de paz, famintos de esperança, famintos de Deus.

Esse Deus que Jesus Cristo exprimiu tão bem com a Sua vivência, e espalhou tão bem entre nós, com o Seu luminoso e formidável magnetismo pessoal.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 93, apresentado por Raul Teixeira,
sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em agosto de 2007.
Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 8 de março de 2009.
Em 13.07.2009.

Vida e Valores (Felicidade)


Costumeiramente, a felicidade é considerada a partir de valores de ordem material. É bem compreensível que assim seja no mundo em que nós vivemos. Afinal, vivemos num mundo cujas referências são todas elas, ou quase todas elas, a partir de coisas do mundo físico.

Nada obstante, em todos os tempos se haja falado que nós somos seres espirituais, ainda que as religiões hajam dito, desde sempre, que nós somos filhos de Deus e somos seres espirituais, essas informações, essas referências, quase sempre, deixaram a desejar. Elas não eram bem exatas, não eram bem completas.

A Humanidade passou a ter, a respeito das coisas espirituais, uma reflexão um tanto inadequada, porque passamos a associar o Espírito a fantasmas, às almas doutro mundo, a esses seres que são forjados na mente coletiva, na mente humana e, por causa disso, são fantasias que as mentes costumam criar.

Sempre que se fala em alma, em Espírito, se imaginam seres vestidos de lençois brancos, ou arrastando correntes ou uivando pelas noites, ou coisas desse gênero.

Poucas vezes se pensou na realidade nossa como Espíritos, em termos intelectuais, em termos mentais, em termos morais. Desse modo, as referências da felicidade estão atreladas a essas questões do mundo físico.

Costuma se pensar que felicidade está vinculada às posses que se tem. Muita gente imagina que só será feliz quando tiver o carro, quando tiver a casa, quando tiver dinheiro no banco, quando puder viajar, quando comprar roupas de grife, quando, quando, quando... Vamos sempre jogando a felicidade para patamares mais distantes.

Jamais fruímos a felicidade agora, já, no momento em que estamos vivendo. Há sempre um ritual intelectual que nos faz arremessar essa felicidade ou encontro com essa felicidade, para os dias do futuro.

Os discursos nossos, os discursos de todos ou de quase todos, estão sempre vinculados a: Quando eu tiver, quando eu comprar, quando eu for....

Então, a riqueza é uma das referências para a felicidade. No dia em que o indivíduo ganhar na loteria, no dia que conseguir uma herança, no dia em que ficar rico, ele será feliz.

Até conseguir ganhar na loteria, que dificilmente acontecerá; até o dia em que lhe surgir uma herança, que é uma coisa quase inabordável; até o dia em que ficar rico através do seu trabalho comum, o que também é, francamente, muito difícil, ele não consegue ser feliz.

O indivíduo não consegue ser feliz no momento em que está, com as pessoas com quem está, na realidade em que vive. Está sempre procrastinando, empurrando para trás, retardando a felicidade.

É muito interessante, porque Vicente de Carvalho, um poeta nosso, brasileiro, santista escreveu, um dia, que a felicidade é como um pomo, que nunca o pomos onde nós estamos, e nunca estamos onde nós o pomos.

Ele fez um jogo de palavras francamente verdadeiro, porque nunca pomos a felicidade onde estamos.

A felicidade está sempre além, num lugar, numa situação, numa condição social, numa condição de vida que não é aquela que estamos usufruindo agora. E onde pomos a felicidade, nós nunca estamos lá, porque a projetamos para somente quando determinadas coisas aconteçam.

É muito comum que o menino diga que ele será feliz quando fizer dezoito anos, e com dezoito anos, ele terá a chave da casa, ele poderá guiar carros, ele poderá fazer muitas coisas. Até chegar aos dezoito anos ele se impede de ser feliz aos treze, aos quatorze, aos quinze, etc.

Mas, depois que ele faz dezoito anos, a felicidade será quando ele conseguir uma namorada ou quando se casar. E ele vai empurrando isso. Quando se casa e não consegue a felicidade com o casamento, ele projeta quando tiver filhos. Desse modo, vamos empurrando para trás a felicidade que é como um pomo, como um fruto, nós nunca o pomos onde estamos, e jamais estamos onde nós o pomos.

É por causa disto que deveremos começar a refletir e a pensar que somos seres espirituais e que a felicidade não pode ser uma coisa projetada para longe, ela deve estar bem junto a nós.

* * *

É natural pensar que todo esse conforto material perseguido pelas pessoas, perseguido por nós, de fato nos dá uma gama de satisfação.

Quem é que não gostaria de ter dinheiro, quem é que não gostaria de ter uma boa posição social, econômica? Quem é que não gostaria de ser famoso e ser conhecido, de desfrutar dessas considerações do mundo, ainda que passageiras?

Poucas seriam as pessoas que responderiam que não.

No entanto, a felicidade decorre da maneira como nós encaramos a vida. Sim, a felicidade tem dimensões psicológicas.

Por isso, visitamos, muitas vezes, hospitais onde as pessoas sofrem, lugares de padecimentos, de dores, às vezes atrozes. Vamos visitar essas pessoas, cheios de angústias, com os nossos problemas cá de fora, do mundo e ao lhes perguntar como estão, elas nos surpreendem com uma bofetada de luvas: Eu estou bem, estou muito bem. E nós não conseguimos entender como é que uma pessoa operada, muitas vezes esperando morrer, com uma doença incurável ou com um mal grave, possa nos dizer que está bem.

Tudo com ela está bem, exatamente porque ela não está considerando o seu estado de felicidade a partir do corpo físico, embora o corpo físico também faça parte da nossa felicidade, ou deva fazer. Mas ela está além dessa consideração material. Porque é o modo como a gente vive por dentro que estabelece como é que vamos considerar a vida de fora.

Como o Cristo disse que o reino dos céus não tem aparências exteriores, está dentro de cada um de nós, é verdade que muitas vezes nós, ainda que passemos apertos materiais, carregamos uma certa satisfação interna, não por passar dificuldades, isso seria masoquismo, mas pela maturidade com que passamos essas dificuldades.

Daí encontrarmos pessoas pobres contentes e acharmos pessoas ricas desgraçadas.

É por isso que, ao pensarmos na felicidade como uma dimensão psicológica, uma dimensão psíquica, uma dimensão espiritual, verificamos que muitas pessoas que vivem dificuldades materiais conseguem extrair dessa dificuldade, alegrias íntimas, alegrias para sua vida, capazes de causar inveja a muita gente rica.

É por isso que muita gente rica, nada obstante tenha muito dinheiro, tenha posição social, tenha todas as facilidades, vive infeliz.

No meio dos ricos, quantas vezes achamos suicídios incompreensíveis a princípio, porque as pessoas dizem: Mas tinha tudo, tinha poder, tinha riqueza, tinha beleza! Mas não tinha harmonia íntima. Muitas vezes não tinha objetivo de vida. Então, a saída para esses indivíduos foi a tentativa de se autodestruir.

Encontramos, por vezes, nos meios ricos, homicídios. Mas como?

Pessoas às quais não faltava nada, pelo menos na suposição do vulgo. Faltava-lhes quase sempre o essencial, a harmonia interior. A felicidade nasce dessa harmonia.

Quantas vezes achamos no meio de gente rica a prostituição, de todos os sentidos. A prostituição dos costumes, a prostituição sexual. Encontramos a drogadição, no meio de gente que pode pagar caro pelas doses de cocaína, de heroína e de tudo mais que infelicita a vida.

Podemos garantir sim, como estabelece o brocardo popular que o dinheiro, a fortuna material não traz a felicidade. Indubitavelmente, ajuda no conforto, ajuda na harmonia material, mas não resolve os nossos enigmas da alma.

Desse modo, a felicidade vai sempre depender da nossa visão de mundo, da maturidade com que nós experimentamos o mundo.

Se estou no mundo como quem se acha numa penitenciária, a minha vida será um tormento, uma infelicidade. Se eu estiver no mundo como quem se acha numa escola, eu farei das dificuldades elementos de progresso, de crescimento, de harmonia.

Se eu me sentir na Terra como quem está num lar, entenderei que todas as dificuldades me são necessárias para que eu as supere, porque eu estou rodeado de irmãos, de criaturas com as quais eu posso interagir positivamente.

A felicidade não é, de fato, uma regalia deste mundo, ela está dentro de nós.

É por isto que Allan Kardec perguntou se no mundo se poderia experimentar a felicidade no grau maior, e os Seres Imortais responderam-lhe que não, porque a Terra é um mundo de provas e expiações. No entanto, poderemos ser tão felizes quanto a Terra permite que sejamos. Vamos buscar essa felicidade maior, que o mundo nos enseja.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 142, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em abril de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 1º de março de 2009.
Em 25.06.2009.

Influência paralisante

Influência paralisante

A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo.



(O Livro dos Médiuns, 2.a parte, cap. XXIII, item 240, § 1.o)



Sem desconsiderarmos os casos de patologias que agem sobre os centros da motricidade de certos indivíduos, fazendo-os ancilosados, mencionamos um gênero de perturbação obsessiva, que vem, sem dúvida, dominando companheiros desavisados ou desassisados que, gradualmente, se aprofundam em miasmas infelizes, sem que disso se apercebam.

Referimo-nos ao que poderíamos chamar de obsessão anestesiante.

É válida a consideração pelos anestésicos, quando eles representam conquistas abençoadas do progresso do mundo, objetivando o impedimento das dores torturantes. Entretanto, identificamos outros tipos de substâncias, trabalhadas por psiquismos cruéis e infelicitadores que, quando assimiladas pela alma, têm o poder de detê-las na caminhada para a frente.

Variados têm sido os que se deixam conduzir pelas influências narcóticas de muitas mentes atreladas ao mal ou ao marasmo, do Mundo Invisível, naturalmente desleixados com relação à vigilância íntima, realizando seus afazeres, quando os realizam, como quem se desincumbe de um fardo pesado e difícil, mas não como quem participa do alevantamento espiritual da Humanidade.

Encontram-se elementos que se acostumaram a deixar tudo para que seja feito amanhã, quando o dia de hoje pede disposição e não adiamento.

Ninguém pode, em sanidade de consciência, afirmar que estará no corpo somático no dia seguinte. Temos aí, então, maior razão para que não retardemos os labores que têm regime de urgência em nossa pauta de tarefas.

Diversos irmãos da Terra, portadores de enorme quota de má vontade ou deixando as próprias mentes mergulhadas na displicência, são envolvidos nos vapores letárgicos, paralisantes, que impedem a continuidade dinâmica da obra sob seus cuidados.

Há sempre uma providência que se pode procrastinar.

Surgem problemas a solucionar na esfera de renovação do Espírito, sempre postergados, sem que os companheiros se deem conta de que poderão estar sendo minados por fluidos anestesiantes da vontade.

Uma vez que não puderam impedir que muitas criaturas aceitassem e desejassem servir na Seara do Cristo, Entidades do Além, inimigas do progresso e da luz, que não se dão por vencidas com a primeira perda, fazem com que esses mesmos indivíduos não se movimentem no bem, que tem caráter de premência e que depende tão somente da boa vontade dos lidadores. Estão no movimento do bem, mas não atuam com o bem, o que é sempre lastimável.

Não fazemos apologia das neuroses da pressa. Não estamos aconselhando desequilíbrios e irreflexão, seriamente comprometedores. Estamos, isto sim, conclamando aos que costumam meditar nas questões da alma, para que não se permitam o amolentamento, a preguiça, a pachorra, em pleno labor de Jesus, quando da Terra inteira se erguem gritos de imensa necessidade de equilíbrio e de paz.

*   *   *

É importante cuidar do corpo, repousar, quando os trabalhos imponham desgastes. É da Lei Divina.

Se o problema é de enfermidade física ou estafa orgânica ou mental, é justo se providencie o devido tratamento.

O que não nos cabe fomentar ou aplaudir é a postura dos que estão sempre esgotados, por pouco ou nada que façam, exigindo largos períodos de estacionamento, e, quando se decidem por algo fazer, demoram sem rendimento positivo, complicam a atividade geral, francamente embriagados por energias anestesiantes que, ameaçadoramente, têm tomado em seu bojo a muitos seareiros irrefletidos, preparando-lhes grandes tormentos de remorsos e angústias para logo mais, quando a hora propícia e ideal para o trabalho do bem já houver passado.

Quando sintas que, não obstante o repouso, não tens ânimo para as leituras e que fazeres edificantes, ou quando a sonolência tornar-se presença comum em suas horas de estudo ou de necessária atenção aos chamados do Infinito, ergue a tua oração e roga dos Benfeitores Celestes o socorro, a assistência de que careças, a fim de te desviares desses dardos morbíficos que se destinam a retardar a ação do bem na Terra, produzindo narcose nos combatentes invigilantes, exatamente porque esse bem, em última análise, é a atuação de Jesus Cristo reafirmando o Seu amor a todos nós, ovelhas desgarradas do Seu rebanho, da esperança e da ação.

Camilo.

Psicografia de J. Raul Teixeira.

Em 05.07.2010.
      

Espalhamento Obsessivo partes 1 e 2 -Raul Teixeira


Cura e Pensamento- Raul Teixeira


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Raul Teixeira responde sobre as drogas.

Raul, como fazer para acabar com a "praga" das drogas?
Raul - Nós vivemos num planeta em fase de transformação e os Espíritos que aqui vivemos somos portadores de infinito conjunto de carências, de medos, de tormentos e, naturalmente, somos animais curiosos, por excelência.
Esse conjunto de situações vem fazendo com que as pessoas enveredem pelos caminhos das drogas sem que se apercebam disso.
Umas, pelo simples desejo de experimentar uma coisa nova. Acabam gostando, acabam ficando dependentes organicamente, psicologicamente falando, se tornam drogaditos.
Outras, para fugir de si mesmas, de conflitos, de lutas íntimas que não conseguem solucionar.
Outras, ainda, para fugir de problemas sociais, familiares.
Outros porque têm medo da bomba, da bomba de nêutron, da aids e de tantas outras coisas.
Há indivíduos com medo de ter medo e, então, cada um tem uma razão para ir fugindo, buscando esconderijos.
Naturalmente, é preciso pensarmos que nós temos uma preocupação muito grande com a drogadição, com as chamadas drogas pesadas, socialmente abominadas, mas costumamos dar muita guarida e elogiar mesmo as drogas socialmente aceitas. É muito raro encontrarmos um lar cristão que não tenha o seu barzinho, o seu uísque, a sua Vodka.
No Brasil tem uns que resolveram esse problema fazendo uma cachaça espírita, a cachaça São Francisco, para poder tomar seus golinhos.
A gente não sabe dar uma festinha em casa, mesmo que seja o aniversário das crianças, sem o alcoólico. E a gente justifica de todas as maneiras dizendo que é para comemorar, é para festejar, é pela alegria, é por tudo.
Mas também a gente não dispensa - ¬hoje graças a Deus muita gente já o dispensa - o tabaquinho, o cigarrinho, que é charmoso. Mulher elegante fuma.
E ela fica cancerosamente elegante...
Homem elegante fuma. E nós vamos percebendo que a participação da família no processo de educação das novas gerações tem deixado muito a desejar.
Ora, que autoridade terá um pai para dizer ao seu filho que não fume a marijuana, a maconha, se ele fuma o tabaco comum, que os técnicos dizem que é tão ou mais prejudicial do que a marijuana ou a maconha? As opiniões dos técnicos divergem num ou noutro ponto, mas todos dizem que as duas coisas são terríveis para a saúde humana.
Como é que um pai que chega alcoolizado em casa, ou que bebe em casa para não beber na rua, dando esse exemplo ao filho, poderá criticá-lo quando este chegar embriagado, cambaleante, lambendo os lábios ressecados?
Então, nós precisamos saber que só poderemos o mínimo quando ao mínimo nos dedicarmos.
Comecemos o trabalho de eliminar a drogadição da Terra eliminando os nossos vícios domésticos. Falamos dos vícios materiais como o tabaco, o álcool, o excesso de todo tipo para que, gradativamente tenhamos autoridade moral para propor aos filhos uma conduta diferente.
E então nós vamos verificando que todos os vícios, toda drogadição será gradativamente eliminada à medida que a educação não seja apenas artigo de livros, mas uma proposta de vida. A partir daí estaremos trabalhando para que as pessoas se fortifiquem, se fortaleçam, saiam dos medos, das fobias, das paúras, ou o que quer que chamemos, tenham confiança, não queiram fugir dos seus próprios problemas, aprendendo a faceá-los, a arrostá-los com a dignidade que a vida nos permite ter.
Se nós erramos, se cometemos algum desatino, não será fugindo através das drogas que resolveremos o problema, será enfrentando-o.
Se a gente tiver que pedir desculpas ao mundo, que a gente peça desculpas ao mundo, mas que não nos desnorteemos buscando uma porta falsa para tentar fugir daquilo de que não fugiremos.
Só existe uma pessoa da qual não conseguiremos fugir: a gente mesmo.
Quando eu me olho de manhã no espelho, eu me assusto é comigo; a única pessoa com quem não posso deixar de dormir é comigo mesmo. Então não tem jeito de fugir de mim. Se eu usar uma droga, seja o álcool ou o LSD, seja a cocaína, seja a heroína, quando eu volto a mim, dos seus efeitos, eu sou a mesma criatura atormentada, com a agravante de ter me viciado, de ter me drogado, de ter violentado a minha estrutura organopsíquica.
Então, a proposta para se eliminar isso da Terra, não é uma coisa para amanhã, mas é para o amanhã. Não é objetivo, didaticamente falando, já que os objetivos são as coisas que a gente quer conseguir hoje, mas é o fim, uma finalidade: alcançar a libertação dos indivíduos, gradativamente, pouco a pouco. Com a mesma paciência com que Deus nos trata, sabendo que nós caímos e levantamos, erramos e acertamos, mas estamos na marcha, para frente e para o Alto.
Resposta dada em Workshop promovido durante o 2º Congresso Espírita Mundial, em Lisboa, conforme a gravação feita em vídeo, sob o tema A educação

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vida e Valores (O repouso necessário)

Vida e Valores (O repouso necessário)

Na Terra nós estamos submetidos a várias leis: às leis que regem o mundo físico, à lei do magnetismo, à lei da atração gravitacional, às leis da eletricidade, todas as leis que movimentam o nosso mundo. São as leis físicas, digamos assim.
Mas, também estamos movidos às Leis Morais. Aquelas leis que regem o mundo da alma, o mundo da consciência, o nosso mundo da ética interna. E é exatamente nesse grande mundo das Leis Morais que vamos encontrar uma lei importantíssima para nossa vida na Terra. É a Lei do Trabalho.
Essa Lei do Trabalho nos leva a entender que toda a ocupação útil é trabalho. Naturalmente, toda ocupação útil tem que ser útil para o bem geral. Não se imagina uma coisa útil negativamente. É uma coisa útil que tem utilidade para todos, para nós e para todos.
Então, não é problema pensar que nós temos que trabalhar. Estamos na Terra e precisamos nos desenvolver.
O trabalho é uma forma importante com que a Divindade nos permite trocar os nossos conhecimentos, as nossas bagagens, as experiências que trazemos de outras existências corporais, aquilo que a alma armazenou em si.
Um é artista plástico, outro é cantor, outro é musicista, outro é engenheiro, outro é padeiro, outro é plantador, é lavrador, cada qual com sua habilidade.
Oferecemos isso à sociedade e a sociedade, em troca, nos recompensa com aquilo que chamamos salário, nosso soldo, nossa remuneração. Até aí tudo está bem.
O que não podemos esquecer é que, quando se perguntou aos Bons Espíritos, aos Guias da Humanidade, qual era o limite do trabalho, eles ripostaram dizendo que o limite do trabalho é o limite das forças.
O que nos leva a entender que nós vamos trabalhar até onde nosso corpo suporte, até onde nossa mente resista, até onde consigamos servir sem nos atormentar, sem nos aturdir.
Por isso então, se trabalhamos além daquilo que o corpo suporta, que a mente resiste, entramos numa onda de desgaste, de estiramento, que passamos a chamar de estresse.
Os estresses são sempre negativos porque nos levam a processos de fobias, de depressões, de emoções exacerbadas, de irritabilidade, de agressividade.
Os estresses são capazes de fazer verdadeiro pandemônio em nossas vidas.
Então a Divindade que é perfeita, a Inteligência Suprema do Universo, estabeleceu, ao lado da Lei do Trabalho, a Lei do Repouso.
É importante que tenhamos essa consciência de que não estamos no mundo apenas para trabalhar como workaolics, como criaturas viciadas em trabalho, neuroticamente envolvidas no trabalho e, se não trabalharmos, não seremos felizes.
Porque Deus estabeleceu que caberia a cada qual de nós respeitar os limites do seu corpo, respeitar os degraus de sua mente e partir para o repouso sempre que isso se fizesse necessário.
Então vale a pena sentir, vale a pena aquilatar o quanto nós estamos trabalhando para ganhar a vida, para ganhar dinheiro, para melhorar as nossas condições sócio-econômicas.
Mas não podemos descurar da nossa saúde física, da nossa saúde mental, do nosso equilíbrio espiritual. Nada de trabalharmos excessivamente, até entrarmos numa linha atormentadora de estresse. Não há nenhuma necessidade.
Precisamos trabalhar no limite das forças. E é por essa razão mesma que nós aprendemos que precisamos trabalhar e repousar.
A sociedade estabeleceu os dias úteis, aqueles dias em que nós trabalhamos afanosamente, e os dias de repouso, os feriados, o sábado e domingo.
A lenda bíblica diz que Deus criou o mundo em seis dias e que no sétimo dia teria descansado. Naturalmente não se pode pensar nessa questão de descanso por parte do Criador.
O que nós aprendemos é que esses seis dias da criação se referem aos períodos geológicos pelos quais o nosso planeta passou.
Mas uma coisa é verdade, tenha descansado ou não, o Criador nos conduz a trabalhar e repousar.
Porque nós temos uma limitação orgânica, temos uma capacidade própria. Se ultrapassarmos essa capacidade vamos sofrer, em termos mentais, um curto circuito.
Vamos sofrer em termos corporais um processo de debacle, de amolentamento, de enfermidades, de patologias decorrentes dessa excessiva exigência que possamos fazer ao nosso corpo físico.
Por isso, vale a pena pensar que se é da Lei Divina que tenhamos que trabalhar, se gostamos de trabalhar para ter a liberdade em nossa vida, ganhar nosso dinheiro, nosso próprio salário, não deveremos perder de vista, e não temos porque perder de vista a importância de descansar, de repousar. Mas ter o cuidado para que o nosso repouso não se equipare à preguiça.
Repouso e preguiça têm paredes contígüas.
* * *
Cada vez que nós pensamos nessa parede contígüa entre descanso e preguiça ou nessa cortina muito tênue entre uma coisa e outra, ficamos a imaginar como é que os Espíritos Superiores, os Espíritos Angélicos repousam. Ou será que não repousam?
Aprendemos com esses seres Superiores que a forma que as almas mais gabaritadas, mais iluminadas, aquelas que vão vencendo as diversas condições do mundo, as atrapalhações da Terra e as necessidades materiais, descansam de uma forma muito inusitada: mudando de atividades.
É comum que, aqui na Terra, entre nós, muita gente nos diga isso. Quando desejam descansar, trocam de atividades, e ao trocar de atividades relaxam a mente daquela pressão, daquela tensão que estavam vivendo antes.
Digamos que tenhamos um trabalho braçal, que nos cansa os músculos, que nos desgasta o corpo físico. Depois nós vamos ouvir uma música, vamos assistir a um filme, vamos disputar algum torneio mental de uma brincadeira ligeira, palavras cruzadas, uma leitura simples.
Aqueles que vivem com trabalho intelectual muito exigente e têm que ficar o tempo todo concentrados em textos, em livros, em correções de trabalhos, em maquetes, em projetos, ocupados com a mente ali detida, poderão fazer o contrário para descansar: jogar tênis, basquete, futebol, vôlei, ir à praia, correr, caminhar.
Então é importante que nós tenhamos uma saída bastante plausível para que a alma respire.
Há muita gente que trabalha nos seus escritórios durante a semana e, nos finais de semana, gosta de cuidar de jardins. São hobbys. Outros gostam de consertar sapatos, costurar, são outros hobbys.
E, a partir disso, vamos vendo quanto é que as criaturas conseguem gradativamente, depois do seu trabalho estafante, a bênção do descanso, do repouso.
Muita gente que, durante a semana inteira, come em restaurantes, se alimenta fora de casa, quando chega em casa, nos finais de semana ou num feriado, gosta de ir para a cozinha, liberar a secretária doméstica, liberar a esposa e o grande prazer relaxante é cozinhar.
Vamos encontrando as mais variadas, as mais diversificadas possibilidades da criatura descansar.
O que Jesus Cristo nos recomenda através das lições dos Imortais é que, para cada período trabalhado, nós possamos ter um período de repouso, de refazimento das forças físicas e mentais.
Há um livro notável de Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, e nas suas páginas vamos achar a necessidade de cuidar do corpo e do Espírito.
Do mesmo modo que o corpo precisa ser bem acompanhado, bem cuidado, para que se preste àquela missão que nos trouxe à Terra, àqueles comprometimentos que nos trouxeram ao mundo, às lutas expiatórias, às nossas provações, ao nosso aprendizado e crescimento, também é importante que não descuidemos do Espírito.
Volta e meia assistir a um concerto, assistir a um teatro, a um balé, assistir a uma coisa que nos dê estesia à alma. Participar de uma exposição, visitar uma feira, uma bienal de livro, uma bienal de arte, seja o que for, mas que nós nos sintamos criaturas privilegiadas, arejadas por aquela dimensão que se apresentou para nós.
Por isso trabalhar é fundamental. O trabalho é a expressão de Deus entre nós.
Jesus Cristo ensinou que o Pai trabalha sempre, que Ele trabalha igualmente. Nada obstante, os Espíritos que respondem em Seu nome nos disseram que, ao lado da Lei do Trabalho, o contraponto é a Lei do Repouso.
Já que o trabalho é toda ocupação útil e que deveremos desenvolver essas ocupações úteis até o limite das forças, quando essas forças chegarem ao seu limite, é preciso buscar o repouso, dormir o número de horas que sejam suficientes para refazer o nosso corpo físico, sem que nisso esteja incursa a preguiça, a má vontade.
Se tivermos que levantar cedo para atender à nossa profissão, não há outro jeito, levantaremos cedo.
Mas, sempre que pudermos nos acomodaremos mais cedo, iremos dormir mais cedo, dando conta do tempo que o organismo precisa para se refazer.
E é desse modo, então, que a vida da Terra, a nossa experiência corporal no mundo, atrelando trabalho e repouso, nos levará a essa felicidade íntima de quem soube produzir, de quem soube crescer, sem se tornar suicida, na exploração indevida do próprio corpo.
Daí, vale a pena pensar que se Deus trabalha incessantemente, se Jesus Cristo, como Seu Filho Maior entre nós, trabalha também, cabe-nos nos servir do trabalho sem perder de vista as bênçãos do repouso físico.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 115, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 20.07.2008.
Em 25.08.2008.

Vida e Valores (Valorize seu dia: violência cotidiana)

Vida e Valores (Valorize seu dia: violência cotidiana)

É curioso notar como nos estarrecem as notícias que as mídias projetam em torno da violência.Em toda parte as notícias dos crimes, das guerras nos causam verdadeiro estupor.

É muito comum que as pessoas registrem tudo isto com uma certa dose de angústia, como se o mundo estivesse de mal a pior.

E, quando pensamos nessas questões da violência, que a televisão mostra, que as emissoras de rádio, que os jornais escritos apresentam; quando pensamos nessa violência que está nos filmes, nas telenovelas, que está em toda parte na sociedade, sentimos um aperto muito grande no coração.

Afinal de contas, que mundo é este? Em que mundo nós estamos vivendo?

Esta é uma pergunta crucial, porque quando nos perguntamos, que mundo é este, em que mundo estamos vivendo, não podemos esquecer que nós fazemos parte deste mundo. Não é um mundo lá fora, como se fôssemos dele independentes.

Este mundo no qual  estamos identificando tantas catástrofes de violência, tantas tragédias comportamentais, é o mundo que  estamos fazendo.

Por causa disso vale a pena nos perguntarmos: O que é que está acontecendo neste capítulo da violência no nosso cotidiano?

Não existe um único dia sequer que não tenhamos notícias de assassinatos, de homicídios, de estupros, de sequestros, de atentados em toda parte. Na sociedade mais próxima, onde estamos e na sociedade do mundo em geral. Parece que o ser humano adentrou caminhos nunca dantes trilhados.

Mas, isso não é bem verdade porque bastará que olhemos a História para percebermos que essa realidade da violência, nesses tempos que vivemos no mundo, é mais conhecida, mas não é uma coisa nova É mais divulgada, mas não é uma coisa recente.

Cabe-nos verificar de onde é que vem essa onda de violência tão terrível na nossa vida cotidiana.

É por causa disso que nos cabe ver como podemos fazer, agir, viver para dar conta desse quadro tão angustiante que aí está em nosso mundo.

Violência, violações, violar - todos esses verbos e substantivos expressam uma patologia da criatura humana. Expressam um tormento pelo qual passa o indivíduo.

Compete-nos identificar onde começa a violência e teremos surpresas muito curiosas ao percebermos, ao registrarmos que todo e qualquer processo de violência que explode na macrosociedade, que avança no mundo em geral, tem começo no indivíduo.

Sim, é no indivíduo que todo esse processo começa. Somos essencialmente portadores desse vírus da violência.

Quando pensamos nessa verdade, sentimos uma certa frieza na espinha, um calafrio que nos passa na espinha porque jamais imaginaríamos que toda essa onda de tormentos sociais, de sequestros, violências, mortes, estupros tivesse começo na nossa atitude pessoal.

Parece que estamos fazendo as coisas às escondidas, temos a sensação de que ninguém nos vê ou, muitas vezes, fazemos abertamente para que sejamos vistos. É a questão da adrenalina. Fazer alguma coisa errada no meio de tanta gente, produz uma adrenalina mas, ao mesmo tempo, indica um desequilíbrio.

É desse modo que a violência vai ganhando expressividade, que a violência vai se disseminando na sociedade em que vivemos. Ao pensarmos nessa disseminação da violência nos cabe cumprir aquilo que viemos à Terra fazer: dar boa conta da nossa administração existencial, dar boa conta de nossa vida, viver de tal modo que não sejamos nós os fatores pré-disponentes da violência. Que não carreguemos em nós essa força que promove a violência mas que consigamos, gradativamente, trabalhar num sentido oposto e verificar que a violência tem nascedouro em nós e, por isso, terá que encontrar seu término também em nós.

*   *   *

Se nos damos conta de que é no indivíduo que tem nascedouro a violência, fica muito mais explícita a sua origem e, naturalmente, a sua solução.

Em verdade,  todos precisamos nos dar conta dos quadros de violência dos quais fazemos parte.

A violência das palavras ásperas, das palavras grosseiras, a violência da pornografia. Falamos o que queremos como se todas as pessoas tivessem a obrigação de nos ouvir o verbo como a gente o queira expressar. E a vida não é bem assim. Se impomos a alguém ouvir-nos nas coisas ruins que queremos dizer,  estamos impondo às pessoas violentamente, as nossas ideias.

Se fazemos na nossa casa uma festa e porque estamos na nossa casa  ignoramos que os outros vizinhos também estão nas suas casas, fazemos barulho até a hora que  bem entendamos porque os outros terão que nos aceitar assim,  é violência. Porque se temos direito a fazer barulho em nossa casa, os nossos vizinhos têm direito a ter silêncio em suas casas.

Começamos a nos aperceber das atitudes violentas junto à família: o esposo machista, violento, grosseiro com a esposa; a esposa patologicamente feminista e que acha que a sua palavra tem que ser a última,  não ouve a mais ninguém; as agressões contra os filhos; a pancadaria; as brigas entre irmãos dentro de casa são aspectos os mais variados da violência no cotidiano.

Curioso é que não percebemos que isso é violência.

Parece-nos uma coisa muito normal, muito corriqueira nos agredirmos e depois, tudo parece voltar ao normal. Mas as coisas não voltam ao normal que estavam, nunca mais chegamos ao nível zero. Estamos sempre ajuntando lixo nas nossas relações.

E por causa disso mesmo a violência tem começo dentro de nós, estoura nas nossas relações, dentro de casa, no nosso trabalho, com as pessoas com as quais convivemos. Graças a isso é que, a cada dia, a violência urbana aumenta mais.

Parece que o problema da violência urbana é do Governo. Mas o governo da minha casa sou eu, o governo da minha rua sou eu, o governo do meu bairro somos nós.

Então, como fazer para mudar esse quadro que nos incomoda tanto?

Temos que apelar para esse processo de autoeducação. Precisamos aprender a voltar às origens da boa relação.

Saber o que falar perto de quem, respeitar senhoras, crianças, respeitar outras pessoas porque todas as vezes que nós dizemos o que queremos, diz o ditado popular,  ouvimos as coisas que não queremos e não gostamos.

Quando dizemos uma palavra de má qualidade, uma palavra de baixo calão, uma palavra indevida, instigamos a reação das pessoas, das que aceitam o que  dissemos e daquelas que se rebelam contra o que  dissemos.

É da microviolência, digamos assim, a violência do indivíduo, a violência de cada um que nasce a macroviolência.

É da nossa violência individual que advém a grande violência social, não tenhamos nenhuma dúvida.

Quando vemos, numa guerra, soldados se engalfinhando, a guerra não começou com os soldados, começou com cada um dos indivíduos que somaram energias envenenadas.

E essa energia envenenada, essas forças negativas vão impondo à sociedade o desbordar, o desaguar das nossas negatividades reunidas.

Muito mais do que podemos imaginar somos os agentes da violência no nosso cotidiano.

Muito mais do que podemos supor damos ensejo à violência urbana, comentando-a, divulgando-a, devorando essas notícias nos jornais, nas revistas que vendem a rodo o sangue pisado das vítimas sociais.

Quando começamos a fazer essas reflexões, quando partimos para esses entendimentos, agora parece que conseguimos encontrar a saída, a renovação pessoal, o esforço por nos apaziguar, o esforço por nos tranquilizar e fazer com que a cada dia, ao nosso redor, haja harmonia, haja paz.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 152,
apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da
Federação Espírita do Paraná. Programa gravado
 em julho de 2008. Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 31 de maio de 2009.
Em 10.08.2009.

Vida e Valores (O anticoncepcional)

Vida e Valores (O anticoncepcional)

A Dra. Susan Blackmore, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, juntamente com o Dr. Colin Blackwell, estabeleceram suas visões a respeito do anticoncepcional. Sim, a respeito da pílula.
E, nas falas de ambos, conseguimos ler que eles interpretam a pílula anticoncepcional como tendo sido um grandíssimo movimento revolucionário na década de 1960, que teve o poder, teve o condão de dar liberdade às práticas sexuais.
Asseveram que o anticoncepcional deu à mulher essa possibilidade de dirigir seu corpo e não permitir a fecundidade, quando não tivesse nela qualquer interesse.
Foram mostrando como é que o anticoncepcional mexeu na maneira como a mulher era vista no contexto social. A visão machista da mulher foi forçada a sofrer alterações de monta.
Também lembraram que, graças ao incremento dos anticonceptivos, a mulher pôde ocupar o lugar que lhe cabia e que lhe era negado, no contexto social.
O anticoncepcional igualmente promoveu uma grandíssima revolução na questão que era bastante discutida sobre a divisão do trabalho. O que cabia à mulher, o que cabia aos homens.
Ao longo de muitas décadas, desde a de 1960, essa questão do anticoncepcional ganhou bastante destaque. No entanto, desde a década de 1940, bioquímicos, químicos trabalharam buscando uma solução para o que chamavam de grave problema das relações sexuais: a procriação.
E, a partir disso, na América do Norte, nos Estados Unidos, os pesquisadores trataram de investigar um produto à base da testosterona, o hormônio masculino, para que houvesse uma pílula para os homens. E isso porque eram os homens tradicionalmente, historicamente, que tinham uma vida mais liberada, que tinham uma vida mais solta, mais libertina. Então, seria válido, pensavam eles, criar-se uma pílula para os homens.
O que acontece é que, depois da pílula criada e em fase de testes, os pesquisadores foram a muitos presídios norte-americanos e ofereceram aos presidiários, com a devida autorização da Justiça, a oportunidade de eles servirem de cobaia ao uso da pílula, sob a condição de que receberiam indultos e, até mesmo, liberações totais de suas penas.
Ao longo das consequências, os pesquisadores notaram algo que não esperavam. Em função dos órgãos sexuais masculinos serem externos, aquele produto gerou sobre os homens, primeiro, uma impotência precoce; depois, uma retração do órgão genital.
Pode-se bem perceber que os pesquisadores interromperam ali o trabalho. Não era conveniente, à época, criar-se uma pílula para o homem, capaz de produzir tamanho desastre na autoestima masculina.
Então, se voltaram para a mulher, cujos órgãos sexuais são internos e à base de estrogênio, de progesterona, ainda em quantidades nada científicas, apresentaram as primeiras pílulas. As primeiras mulheres que se decidiram por usá-las, se saíram muito mal.
Os problemas de mama, os cânceres abundaram até que, ao longo do tempo, a própria farmacologia, a bioquímica foram ajustando os níveis de estrogênio, de progesterona para que os médicos, ao conhecer o funcionamento orgânico de suas pacientes, pudessem indicar essa ou aquela pílula.
Deste modo, o problema grave foi atenuado, mas cada mulher responde por si, em virtude do uso que faça indiscriminado ou não, de anticonceptivos.
Não há dúvida de que a mulher tem o direito de se proteger, de se cuidar, mas não apenas em termos corporais.
*   *   *
O cuidado com o corpo é fundamental. Nenhuma mulher tem a obrigação de reproduzir aleatoriamente, reproduzir por reproduzir. Ela tem direito a se cuidar, tem o dever de se cuidar.
 Nada obstante, a mulher obedece a um programa no plano da Divindade. Lemos em O livro dos Espíritos, uma pergunta que é dirigida aos Imortais a respeito da missão do homem e da mulher: Qual é a mais importante para o Criador?
E a resposta incisiva das Entidades Espirituais, que orientam o planeta, é que a missão que Deus concedeu à mulher é superior àquela concedida ao homem, porque é a mulher que o educa.
Dessa maneira, começamos a perceber que seria lamentável se a mentalidade feminina descesse para esses patamares e fizesse com que a mulher se convertesse meramente numa máquina de fazer sexo. Cabe a ela a procriação, sem dúvida, mas cabe a ela o amor.
A mulher é essencialmente mãe, mesmo quando não tenha filhos do seu próprio corpo. A mulher é essencialmente mestra, professora. É essencialmente orientadora.
A natureza, nas mãos de Deus, fez com que a mulher tivesse uma sensibilidade maior. Então, qualquer produto químico que no organismo do homem realize um determinado efeito, em razão da sensibilidade feminina, no seu organismo, esse efeito será mais drástico.
É por essa razão que, quando percebemos esse uso indiscriminado de pílulas, desde as meninas novas até suas mães, até mulheres maduras, apenas para evitar-se a gravidez, lamentamos profundamente.
Porque naturalmente pensamos que a pílula, o anticoncepcional, não deveria existir apenas com esse propósito. Originalmente mesmo, o anticoncepcional surgiu para equilibrar o ciclo menstrual das mulheres. Não era chamado de anticoncepcional.
Os médicos descobriram que, ao regularizar o ciclo feminino, também agia sobre a hipófise, provocando sobre essa glândula um estado orgânico na mulher como se ela estivesse grávida. E, a partir daí, ela simulando essa gravidez, impede o amadurecimento de novos óvulos.
Essa era a função do anticoncepcional, como elemento utilizável pelas mulheres: fazer com que o organismo simulasse o tempo todo que a mulher está num estado de gestação, pela não ação da hipófise. Verificamos que a mulher simula, durante um longuíssimo tempo, algo que não é real e, obviamente, haverá consequências sobre o seu organismo.
Muitas alegam: Mas foi recomendação do meu médico!
Mas a orientação médica desses dias, com as exceções louváveis, é uma orientação materialista.
Grande número de facultativos não admite a existência da alma, do ser espiritual, não admite que nós sejamos Espíritos e que não estamos na Terra apenas para fazer sexo pelo sexo.
O sexo, ao lado da função procriadora, deve alimentar as almas que se unem pelos vínculos do respeito e do amor.
Deve servir para os grandes feitos da inteligência, para iluminar as criaturas e esses hormônios trocados, esses elementos trocados, do psiquismo de um para o psiquismo de outro, tem um endereço mais alto, que é a felicidade íntima da criatura.
É por essa razão que, quando o homem visita o bordel, o lupanar, para apenas auferir o prazer sensorial, aquilo não o satisfaz e ele tem que voltar de novo, como alguém que, na sede, decidir-se por beber água do mar. Pela sua salinidade, ela não sacia a sede.
É a partir disso então que, diante do anticoncepcional tão desbragadamente utilizado, vale a pena pensar que a mulher tem uma função diante das Leis Divinas. Usando ou não o contraceptivo, pensar que ela é a grande geradora da vida, a grande colaboradora de Deus, pelo mundo afora.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 198, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em agosto de 2009.
Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 15.08.2010.                                                                                           Em 16.11.2010.

Cristo reina!

Cristo reina!

Na Terra, vivem-se momentos de importantes transformações que influem sobre os indivíduos que, por seu turno, igualmente, se inscrevem no contexto das transmutações de si mesmos.
O hálito de Jesus Cristo envolve o mundo, sem dúvida, e Ele convoca Seus discípulos para o trabalho de redenção humana, pela via do amor.
Pelo orbe, pervagando os caminhos de todos, a loucura infanticida aterroriza; porém, Jesus reúne grupos de almas que se dedicam a salvar muitos dos recém chegados à atmosfera terrena, com boa-vontade e ternura.
Vêem-se quadros de abandono infantil em toda parte, entretanto, Jesus organiza falanges de devotados espíritos que se empenham em adotar e orientar, alimentar e manter crianças atingidas pela friagem de tantos corações.
Acompanham-se os que se agregam às indústrias da morte, mas um número imenso de lidadores ajusta-se às empresas da vida, em nome do Senhor.
Descobre-se o egoísmo a explorar comunidades inteiras dos menos afortunados de cultura intelectual, espalhando a miséria; entanto, o Cristo, sobrepujando o mal passageiro, prepara homens e mulheres que conduzem, ensinam, servem e amam, desinteressadamente, os irmãos do caminho.
Muitos entoam as cantilenas da guerra e da desagregação, enquanto o Mestre tem Seus servidores da paz e da construção do bem, difundindo luz sobre o Planeta.
Tantos seguem frios, indiferentes, desajustando-se na praça do gozo intérmino das sensações grosseiras; porém, Cristo arrebanha os Seus seguidores, dispostos e fiéis, aquecidos pela fraternidade que lhes propicia emoções sutis, que os aproxima do Reino, estendendo harmonias no mundo.
Deficientes físicos e doentes mentais acham apoio e proteção, sob o patrocínio Dele.
Macróbios desditosos encontram novo lar de afeto, sob a égide Dele.
Indigentes das sarjetas recebem assistência fraterna nas noites de abandono, sob inspiração Dele.
Governantes de sociedades e de povos se reúnem para o diálogo, nas decisões graves do momento humano, sob os auspícios Dele.
Almas delicadas que saem a servir, renunciando às próprias vidas para dá-las aos outros, fazem-no por amor a Ele.
Cristo reina sempre!
Em todas e quaisquer cogitações planetárias, somente Nele tem-se roteiro seguro para seguir-se em frente, firmemente.
Por mais se discuta sobre Sua figura excelsa, contra ou a favor, a realidade é que Jesus prossegue a Estrela fulgurante na noite caliginosa da Humanidade, anunciando a Boa Nova do Seu Natal, capaz de penetrar e sensibilizar, ativar e clarificar o âmago de todos aqueles que, mergulhados nas difíceis lutas da Terra, fazem-se homens de boa-vontade, espalhando bênçãos em Seu Nome.
Camilo
Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, em 15.10.1986, na Sociedade Espírita Fraternidade – Niterói – RJ.
Publicada no Jornal Mundo Espírita de dezembro de 1986.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Vida e Valores (A revolução planetária)


O nosso planeta é um corpo vivo solto no espaço. E, certamente este nosso planeta há passado por incontáveis transformações. Por ser um corpo vivo, está em processo de evolução permanente, de amadurecimento.
E por ser um corpo vivo e por estar nesse processo de amadurecimento, nós presenciamos a cada dia, tudo quanto vem ocorrendo com o nosso querido planeta terrestre. As suas transformações são incontáveis. A Terra é um mundo em transformações.
Basta pensarmos que aqui nós temos vivido transformações de variadas ordens. Há transformações geográficas. Naturalmente, quando pensamos nessas transformações geográficas, pensamos em transformações geopolíticas porque, afinal de contas, ainda nos lembramos bem da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Depois do extermínio do comunismo por Gorbatchev, a União Soviética desapareceu.
Tomba o regime, cai o muro de Berlim, acabam-se todas as pressões e o Portal de Brandenburg se abre para que as duas Alemanhas pudessem se confraternizar.
Mudanças geopolíticas porque, agora, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas se distribue, se racha, se parte nas suas Repúblicas componentes. Antes, pelo regime da força, ali estavam todos juntos. Depois abriu-se o sistema e a Rússia tomou a hegemonia da região, mas a União Soviética desapareceu.
Mas, se nós pensarmos nessa linha geopolítica, olhamos para os Bálcãs e verificamos que, com a morte do General Tito, desaparecem todos aqueles sistemas hegemônicos, e a Iugoslávia abre espaço para que surjam Montenegro, Sarajevo, várias outras Repúblicas. E o mundo se modifica outra vez, geopoliticamente.
Guerras, transformações, conflitos... Mas, se pensarmos em termos geológicos, o nosso planeta é um corpo ainda muito virgem. A Terra tem poucos milhões de anos. Para um corpo sideral é muito pouco tempo.
Basta pensarmos que ainda temos no coração do planeta, no cerne planetário, substâncias liquefeitas, substâncias em processos viscosos.Temos o nife, essa composição de níquel e de ferro, quase líquida. E, totalmente líquidas outras mais internas, pela temperatura exagerada da intimidade planetária.
É graças a isso, que nós ainda encontramos na Terra os vulcões. O que são os vulcões senão válvulas de escape, para que o planeta não estoure, sob as pressões internas dessas substâncias liquefeitas e quentes?
Os vulcões permitem que o esvurmar dessas substâncias possa dar à Terra um alívio, em sua pressão interior.
Encontramos na Terra, em função dessas camadas liquefeitas da sua intimidade, as camadas que se solidificaram sobre a parte liquefeita. E por isso encontramos as chamadas placas tectônicas: a parte sólida sobre essa parte líquida ou viscosa, essa massa em alta temperatura da intimidade do planeta.
Quando pensamos assim, começamos a compreender que, se existe uma quantidade líquida no miolo do planeta, e sobre ela está a parte sólida, qualquer movimento da parte líquida impõe movimentos à parte sólida.
Essas placas tectônicas se movem, e se move tudo que está sobre elas. É por isso que tremem edifícios, ruem pontes, desabam construções.
Quando essa camada líquida se move e as placas tectônicas se agitam nos fundos dos mares, as ondas agigantadas da intimidade dos mares se pronunciam, e quando chegam na superfície, nós encontramos os fenômenos notáveis que deram origem a um nome novo para o ocidente, as tsunamis. Graças ao movimento geológico, graças ao movimento planetário, graças a essa expressão de vida que a Terra demonstra em cada momento As nossas transformações planetárias são incalculavelmente importantes.
É por causa disso que nós deveremos estar sempre atentos à condição de vida do planeta, às manifestações de vida do mundo em que vivemos, para que possamos compreender a razão pela qual tantas outras coisas se vão dando, ao longo do tempo de existência do nosso mundo.
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Esses maremotos, essas tsunamis fazem parte desse processo natural do planeta. E temos, ao lado dos terremotos, das tsunamis e dos vulcões, os furacões, os grandes ventos, os tornados, todo um movimento planetário que permite a existência desses fenômenos geoclimáticos.
A partir daí, vale a pena pensar que, se nós estamos sobre este planeta que se movimenta, que se transforma, que se agita em suas entranhas, considerando que Deus, o Criador, jamais erra, existem razões ponderáveis para que nós estejamos aqui renascidos sobre este planeta, para que nós vivamos aqui sobre o solo planetário.
E é por causa disso que verificamos o tipo de Espíritos que somos nós aqui na Terra. Como é que nós agimos e reagimos na nossa convivência com o mundo?
Somos ainda criaturas de índole um tanto ríspida. Guerreamos, somos belicosos, carregamos ainda essas marcas da beligerância em nossas atitudes. Ainda vivemos a falta de fraternidade, a traição contra amigos, familiares, entes queridos, a soberba, a vaidade.
Ainda carregamos na Terra essas marcas tremendas do orgulho individual, do orgulho familiar, do orgulho social e, óbvio que essas manifestações do nosso caráter dizem porque é que nós estamos aqui, num mundo em processo de amadurecimento, num planeta em processo de maturação.
Por que? Porque esses fenômenos que ocorrem no mundo, eles teriam que ocorrer. A Terra está amadurecendo, põe para fora seus produtos, treme nas suas bases.
Mas, nós, os humanos que estamos matriculados neste planeta, estamos aqui por razões muito especiais. A Divindade pretende que nós nos aproveitemos dessa realidade planetária para desenvolver muitas coisas que precisamos desenvolver: nosso conhecimento científico, nosso conhecimento tecnológico. Para que nós possamos nos desenvolver em termos morais, a partir dessas circunstâncias.
Graças aos fenômenos metereológicos do nosso mundo, a metereologia vem se desenvolvendo, capaz de dizer quando vai chover, a quantidade de chuva, quanto tempo vai durar; quando vai nevar, nas regiões onde neva, qual é a quantidade, qual é o tipo de neve, quanto tempo vai durar, para que as comunidades se previnam, principalmente as comunidades que têm plantações.
A nossa tecnologia vem se desenvolvendo a tal ponto, que já existem os sismógrafos, aparelhos capazes de detectar esses tremores de terra e avaliar quando é que esse tremor chegará onde o pesquisador se encontra.
Daí, nós vamos verificando que as transformações por que passa o planeta também têm o sentido de permitir à criatura humana o seu amadurecimento científico, tecnológico, emocional, moral.
Se nós pudermos pensar nessas transformações tecnológicas pelas quais tem passado nosso planeta, verificaremos coisas maravilhosas, principalmente no campo da informática.
E nos damos conta de que, na década dos quarenta do século XX, década de 1950, o mundo começou a ouvir falar de cérebros eletrônicos. A construção de Norberto Winer foi de ordem magnífica, porque ele pensou em construir uma máquina que pudesse realizar operações como o cérebro humano realiza.
Ele quis imitar o nosso sistema nervoso central. Por isso, a máquina se chamou cérebro eletrônico. Cabia em dois andares de um prédio. Hoje, nós encontramos os computadores de tal forma aprimorados, de tal modo aperfeiçoados, que cabem na palma da nossa mão.
Carregamos um aparelho que é, ao mesmo tempo, telefone celular, fax, televisão, máquina fotográfica, e até consegue falar, tão aprimorados estão os computadores.
Os satélites que a criatura humana mandou para rodear a Terra, como o Hubble, que manda fotografias do Cosmo alcançável, a cada décimo, milésimo, centésimo de segundo, para que a NASA possa saber o que se passa, para que as estações espaciais possam acompanhar o movimento do nosso planeta.
Deus pretende que com esses recursos nós evoluamos, nós cresçamos.
A Terra é um mundo vivo, é um corpo vivo que se agita, e nós, Espíritos nascidos nele, vivendo sobre ele, precisamos aprender a evoluir, crescer e amadurecer para Deus.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 133, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em janeiro de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 12.10.2008.
Em 02.02.2009.