Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
Mostrando postagens com marcador Drogas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Drogas. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O ADOLESCENTE E O PROBLEMA DAS DROGAS


Entre os impedimentos para a auto-identificação, no período da
adolescência, destaca-se a rejeição.
Caracterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar,
esse estigma o acompanha na escola, no grupo social, em toda parte,
tornando-o tão amargurado quão infeliz.
Sentindo-se impossibilitado de auto-realizar-se, o adolescente, que vem
de uma infância de desprezo, foge para dentro de si, rebelando-se contra a
vida, que é a projeção inconsciente da família desestruturada, contra todos, o
que éuma verdadeira desdita. Daí ao desequilíbrio, na desarmonia psicológica
em que se encontra, é um passo.
Os exemplos domésticos, decorrentes de pais que se habituaram a usar
medicamentos sob qualquer pretexto, especialmente Valium e Librium, como
buscas de equilíbrio, de repouso, oferecem aos filhos estímulos negativos de
resistência para enfrentar desafios e dificuldades de toda natureza.
Demonstrando incapacidade para suportar esses problemas sem a ajuda de
mecanismos químicos ingeridos, abrem espaço na mente da prole, para que,
ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece
em voga..
Por outro lado, a exuberante propaganda, a respeito dos indivíduos que
vivem buscando remédios para quaisquer pequenos achaques, sem o menor
esforço para vencê-los através dos recursos mentais e atividades
diferenciadas, produz estímulos nas mentes jovens para que façam o mesmo,
e se utilizem de outro tipo de drogas, aquelas que se transformaram em epidemia
que avassala a sociedade e a ameaça de violência e loucura.
O alcoolismo desenfreado, sob disfarce de bebidas sociais, levando os
indivíduos a estados degenerativos, a perturbações de vária ordem, torna-se
fator predisponente para as famílias seguirem o mesmo exemplo,
particularmente os filhos, sem estrutura de comportamento saudável.
O tabagismo destruidor, inveterado, responde pelas enfermidades graves
do aparelho respiratório, criando dependência irrefreável, transformando-se em
estímulo nas mentes juvenis para a usança de tais bengalas psicológicas, que
são porta de acesso a outras substâncias químicas mais perturbadoras.
A utilização da maconha, sob a justificativa de não ser aditiva,
apresentada como de conseqüências suaves e sem perigo de maiores
prejuízos, com muita propriedade também denominada erva do diabo, cria, no
organismo, estados de dependência, que facultarão a utilização de outras
substâncias mais pesadas, que dão acesso à loucura, ao crime, em
desesperadas deserções da realidade, na busca de alívio para a pressão
angustiante e devoradora da paz.
Todas essas drogas tornam-se convites-soluções para os jovens
desequipados de discernimento, que se lhes entregam inermes, tombando,
quase irremissivelmente, nos seus vapores venenosos e destruidores, que só a
muito custo conseguem superar, após exaustivos tratamentos e esforço
hercúleo.
Os conflitos, de qualquer natureza, constituem os motivos de
apresentação falsa para que o indivíduo se atire ao uso e abuso de substâncias
perturbadoras, hoje ampliadas com os barbitúricos, a heroína, a cocaína, o
crack e outros opiáceos.
E não faltam conflitos na criatura humana, principalmente no jovem que,
além dos fatores de perturbação referidos, sofre a pressão dos companheiros e
dos traficantes — que se encontram nos seus grupos sociais com o fim de os
aliciar; a rebelião contra os pais, como forma de vingança e de liberdade; a
fuga das pressões da vida, que lhe parece insuportável; o distúrbio emocional,
entre os quais se destacam os de natureza sexual...
A educação no lar e na escola Constitui o valioso recurso
psicoterapêutico preventivo em relação a todos os tipos de drogas e
substâncias aditivas, desvios comportamentais e sociais, bengalas psicológicas
e outros derivativos.
A estruturação psicológica do ser é-lhe o recurso de segurança para o
enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena,
realizando-se em plenitude, na busca dos objetivos essenciais da vida e
aqueloutros que são conseqüências dos primeiros
Quando se está desperto para as finalidades existenciais que conduzem
à auto-realização, à auto-identificação, todos os problemas são enfrentados
com naturalidade e paz, porqüanto ninguém amadurece psicologicamente sem
as lutas que fortalecem os valores aceitos e propõem novas metas a
conquistar.
Os mecanismos de fuga pelas drogas, normalmente produzem
esquecimento, fugas temporárias ou sentimento de maior apreciação da
simples beleza do mundo, o que é de duração efêmera, deixando pesadas
marcas na emoção e na conduta, no psiquismo e no soma, fazendo
desmoronar todas as construções da fantasia e do desequilíbrio.
É indispensável oferecer ao jovem valores que resistam aos desafios do
cotidiano, preparando-o para os saudáveis relacionamentos sociais, evitando
que permaneça em isolamento que o empurrará para as fugas, quase sem
volta, do uso das drogas de todo tipo, pois que essas fugas são viagens para
lugar nenhum.
Sempre se desperta desse pesadelo com mais cansaço, mais tédio, mais
amargura e saudade do que se haja experimentado, buscando-se retornar a
qualquer preço, destruindo a vida sob os aspectos mais variados.
Por fim, deve-se considerar que a facilidade com que o jovem adquire a
droga que lhe aprouver, tal a abundância que se lhe encontra ao alcance,
constitui-lhe provocação e estímulo, com o objetivo de fazer a própria avaliação
de resultados pela experiência pessoal. Como se, para conhecer-se a
gravidade, o perigo de qualquer enfermidade, fosse necessário sofrê-la,
buscando-lhe a contaminação e deixando-se infectar.
A curiosidade que elege determinados comportamentos
desequilibradores já é sintoma de surgimento da distonia psicológica, que deve
ser corrigida no começo, a fim de que se seja poupado de maiores conflitos ou
de viagens assinaladas por perturbações de vária ordem.
Em todo esse conflito e fuga pelas drogas, o amor desempenha papel
fundamental, seja no lar, na escola, no grupo social, no trabalho, em toda parte,
para evitar ou corrigir o seu uso e o comprometimento negativo.
O amor possui o miraculoso condão de dar segurança e resistência a
todos os indivíduos, particularmente os jovens, que mais necessitam de
atenção, de orientação e de assistência emocional com naturalidade e ternura.
Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado das
demais especializadas, constitui recurso de urgência, que não deve ser
postergado a pretexto algum, sob pena de agravar-se o problema, tornando-se
irreversível e de efeitos destruidores.


Livro: Adolescencia e Vida
Divaldo/ Joana de Angelis

sábado, 25 de agosto de 2012

Entrevista Com Divaldo Franco -Atendimento Fraterno parte 2


Continuação
Observe-se que o indivíduo, portador de uma vida extraordinariamente correta, ao cometer um erro, isso é o que passa a ressaltar nele a partir daí. Um grande cantor, como Pavarotti ou
outros, amados no mundo inteiro, se um dia, num concerto, criaturas humanas que são, tiverem qualquer distúrbio de voz, um erro de compasso, a nota não alcançada, perdem todo o valor, como se eles fossem robôs sem direito de se permitirem fragilidades. Assim, também, todos somos medidos, não pelas nossas virtudes, mas pelos nossos erros.
A imprensa, a mídia, vive disso, porque raramente se apóia nas ocorrências felizes, sustentando-se com a divulgação das questões que corrompem o coração.
Temos que dizer à pessoa: — Você está no limiar, o que é bom, porque
ainda não caiu. Você se encontra no mínimo das suas reservas, o que é muito
bom sinal, ainda tem reservas; considere aquele que já tombou...
Joanna de Ângelis sempre me diz: — Quando vires alguém com os pés sujos de lama, não acuses o descuidado, pois que ele acaba de sair do pântano. Preocupa-te com aqueles que têm os pés limpos, correndo o perigo de se adentrarem nele e enfrentarem dificuldades para sair.
Então, digamos a essa pessoa: — Você está quase entrando no pântano.
A prova que você tem força é o desejo de continuar caminhando.
Particularmente, procuro fazer o que me é possível para me desincumbir das tarefas. Chega o momento em que eu digo: — Agora, meu Senhor, é com o Senhor, porque a minha parte já fiz; e tiro da cabeça o problema. Se Ele não o resolver, é porque não deveria ser resolvido. Não vejo motivo para me amargurar.
Lembro-me do Abade
Pierre — o que fundou as Comunidades de Emaús — que elegeu o seguinte
“slogan”: “Eu sempre pensava, nas horas de perigo e de problemas, que
chamando por Deus e Ele ouvindo, ia chegar cinco minutos depois da tragédia.
Mas sempre que passava o desafio, me dava conta que Deus chegava, pontualmente, cinco minutos antes
Digamos a essa pessoa: — Chame por Deus! Vá para casa, pensando que tudo vai dar certo, e, se não der de imediato, continue pensando que irá acontecer, porque sempre há uma nova oportunidade.
Certa feita, atendi a uma paciente que me disse:
“Senhor Divaldo, a pior coisa que me poderia acontecer era morrer, e eu acho
que eu vou morrer!”
Respondi-lhe: — Aleluia! Felicidade para você. Imagine se você fosse
eterna nesse corpo... Claro que você vai morrer, vai se libertar desse corpo, qual ocorrerá comigo e com todos. É a melhor coisa que lhe vai acontecer.
Agora, a pior coisa que nos pode acontecer é matar alguém, porque é crime.
Mas, você morrer, é perfeitamente normal.
A pessoa redarguiu: — “Sabe que eu não tinha pensado nisso?”
E conclui: — Está na hora de começar a pensar.
José Ferraz: — Deve-se atender pessoas alcoolizadas, drogadas ou em
desequilíbrio mental? Como proceder nesses casos?

Divaldo: — Não se deve atender tais casos nessas circunstâncias. A pessoa não tem
como absorver respostas. Dialogar com a família, oferecer ao familiar acompanhante as técnicas de como conduzir o paciente, e, quando o mesmo estiver em condições de ouvir, que venha ao diálogo. Porque, no estado de consciência alterado por drogas, álcool ou por alucinações outras, ele não tem a menor possibilidade de assimilar palavras ou energia, ou alguma proposta terapêutica; mas, o acompanhante, sim.
Normalmente, nesses casos, digo: Gostaria de falar com uma pessoa da
família, para que a mesma oriente o enfermo. Porque o contato conosco será breve, mas, no lar, se fará demorado.
Então é necessário instruir o familiar, a fim de que possa ministrar a orientação, assim prolongando-a.
João Neves: — O Atendimento Fraterno é uma relação de ajuda que está
presente em todas as atividades da vida. Na família, na rua, no trabalho. Fale nos
alguma coisa que seja do interesse geral para todos nós, e aproveite para concluir este trabalho, porque esta é a última questão.
Divaldo: — Somos modelos, queiramos ou não. Todos somos exemplos uns para os outros. Nossos pensamentos, palavras e atos são mensagens que dirigimos e que são captados por aqueles que se encontram na mesma faixa mental, atraindo-os. “O nosso pensamento — disse-nos Joanna de Ângelis, ontem à noite, em uma mensagem psicográfica — é um dínamo gerador de forças”. De acordo com o teor ou a qualidade da sua mensagem, produz asas que nos alçam ao infinito ou pesos que nos chumbam às paixões.
O Atendimento Fraterno é uma área de semeadura perante a vida.
Estamos sempre oferecendo mensagens de alegria ou de tristeza. Essas mensagens podem tornar-se verbais, depois de mentalizadas, e podem ser de movimentos, de postura e de interesses outros.
É necessário compreender que estamos no mundo para nos desincumbir de uma tarefa essencial, que é a construção de uma nova sociedade, que será resultado da edificação de nós próprios no nosso mundo íntimo. É muito comum, àqueles que amam, terem o cuidado de não transmitir suas aflições às pessoas queridas.
No Atendimento Fraterno, nesse intercâmbio amigo, as vibrações irão encharcar ou aliviar aquele que tem facilidade de captá-las. Estamos na Terra para este mister — ajudar — e é por isso que o Centro Espírita, utilizando-se desse inter-relacionamento pessoal, elege pessoas credenciadas, para que, tecnicamente, apliquem o Atendimento Fraterno de maneira edificante.
Somos mensagens vivas, transparentes; estamos sempre emitindo ondas e captando-as, porque somos antenas transceptoras. De acordo com o tipo de mensagem que emitirmos, receberemos resposta idêntica, sendo por essa razão que o Evangelho nos adverte: Vigiar e orar para não cair em tentação; vigiar, é pôr-se numa atitude positiva, dinâmica, de construção do bem dentro de si mesmo. Não se trata de uma conduta mística, alienada, que não seja compatível com o progresso da cultura nem da civilização hodiernas. Orar não é estar a repetir palavras, porém, agir.
Alguém reage contra mim, problema dele; quando eu reajo contra alguém, problema meu. Então teremos a capacidade de agir, porque somos seres que raciocinamos, e toda vez que reagimos, voltamos à faixa do instinto agressivo. Só reagimos porque nos sentimos feridos, magoados, egoisticamente alcançados. Quando agimos, nos realizamos, porque, mesmo diante do malfeitor, daquele que nos agride, assumimos uma postura de paz, sabendo que a nossa mensagem vai fecundar...
— Mulher, ninguém te condenou? Perguntou Jesus àquela que foi
surpreendida em adultério e levada à praça pública.
Ela, olhando em derredor, deu-se conta que já não havia ali nenhum dos acusadores, que se afastaram na ordem decrescente de idade, dos mais velhos para os mais jovens, já que o Mestre propusera que aquele que estivesse isento de culpa ou de pecado que atirasse a primeira pedra. Como os mais velhos, por certo, deviam ter mais pecados que os mais novos, eles, os mais idosos, se foram, e ante a sua surpresa, que não mais estava sendo
acusada por eles, nem condenada por Jesus, interrogou-O: — “E agora,
Senhor?”
— Vai e não tornes a equivocar-te; não voltes a emaranhar-te no cipoal das paixões, porque até há pouco ignoravas a verdade, tinhas pouca responsabilidade, mas, a partir deste momento, sabes, és consciente, e as tuas responsabilidades são muito maiores.
Na proposta de Jesus, diante da mulher surpreendida em adultério, Ele não anuiu com o erro, não reprochou, porque a sua tarefa não era a de perdoar ou de condenar, mas a de orientar, educar. E foi exatamente o que Ele fez, pedindo que ela não voltasse a pecar.

Assim, a Doutrina Espírita nos propõe o despertar da consciência, para que, com a consciência lúcida, não repitamos as nossas insensatezes, os nossos erros, porque a vida real, legítima, é a espiritual.
Informam-nos os Espíritos nobres, sem nenhum masoquismo da parte deles ou da nossa, que vale a pena sofrer um breve período para desfrutar de plenitude por uma larga etapa. As dores da Terra, por mais longas, são sempre muito curtas, no relógio da eternidade. Um corpo vencido por enfermidades desgastantes, dilacerado por processos degenerativos, é uma bênção de Deus, e, mesmo quando ultrajado e vencido, é o instrumento da nossa elevação. Uma vida social de desafios, de dificuldades econômicas, de exílio na comunidade, e
até mesmo na solidão, é o caminho reparador, a nossa oportunidade de ascese
através de cujo roteiro atingiremos o planalto da sublimação.
Não estamos na Terra por acaso. A nossa vida é programada. O psiquismo Divino está dentro de nós. Ele se desenvolve, ele se agiganta. O Deotropismo nos atrai; a Misericórdia Divina espera por nós, e, à medida que nos vamos conscientizando, cumpre-nos o dever de realizar a transformação íntima, a fim de lograrmos a realização para a qual estamos encarnados.
Bendigamos pois, as dificuldades que nos visitam; aceitemos os desafios do sofrimento que nos chega e procuremos
uma maneira dinâmica para mudar a estrutura dos acontecimentos, a fim de que paire, em um momento que não está muito distante e que certamente não será de imediato, a presença do amor que nos alará aos Cimos de onde desfrutaremos paz, onde reconstruiremos a família feliz, e seremos, a nosso turno, igualmente felizes.
*******************************************************************************************
****
Prece
Divino Benfeitor!
Chegamos ao momento de dizer-Te graças, já que Te louvamos no
contexto desta emoção, destas palavras.
E como não sabemos louvar e agradecer sem pedir, suplicamos-Te que
nos leves de volta à intimidade doméstica, que nos conduzas de retorno ao lar
em clima de harmonia, de esperança, reconfortados, reencorajados para a luta.
Amigo de nossas vidas!
Recebe-nos, como somos, com o que temos interiormente, e abençoa-nos
para que o nosso logo depois seja enriquecido de bênçãos libertadoras,
diferindo do momento que temos sido até aqui.
Segue conosco no rumo do nosso lar e conduz-nos nos dias do futuro
conforme nos guiaste do passado até este presente.
Que a paz de Jesus, generosa e reconfortante, permaneça conosco, meus
irmãos, agora e sempre!
Assim seja!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Entrevista com Raul Teixeira sobre família .


PDF Imprimir E-mail
Escrito por Raul Teixeira   
VIOLÊNCIA NO LAR
Por que tanta violência entre pais e filhos?

Raul – No capítulo da violência entre pais e filhos, deparamo-nos com adversários que reencarnam-se no mesmo conjunto doméstico, para atenderem ao serviço da recuperação de si mesmos, desfazendo rastros odientos e frustrações afetivas com o esforço devido; no entanto, ao lado desta realidade, conhecemos a indiferença e o abandono a que muitos filhos são relegados por seus pais, despertando velhos antagonismos, de conseqüências imprevisíveis.

Há que buscar-se o equilíbrio que o Evangelho de Jesus ensina. Aquele que mais compreender, sirva, oriente, perdoe, a fim de diminuir-se a onda de violência entre pais e filhos. Não esqueçamos, entretanto, que o abandono dos filhos, o ato de relegar-se sua orientação a escolas e a terceiros, a imposição sem explicação educativa, o fato de permitir aos filhos usos perigosos; apenas para não incomodar-se, não deixam de ser, à luz do Espiritismo, tenebrosos atos de violência, com os que atraiçoamos a confiança da Divindade, e que deveremos ajustar em tempos do futuro, e muitas vezes, de um futuro a iniciar-se hoje mesmo.

FILHOS ADOTIVOS
Os filhos adotivos: quando e como os pais devem falar a verdade?

Raul – Desde que são adotados, deverão sabê-lo. Não há porque aguardar que cresçam. Os filhos adotivos convivem muito bem com a revelação que lhes é feita, se feita com atenção e com ingredientes de carinho, sem a intenção de magoar, de ferir. Alegar-se-á a desencarnação dos verdadeiros pais ou a impossibilidade deles para criá-los, por insuperáveis dificuldades. Deixem-nos sentir que são amados, respeitados como filhos realmente, e nenhum problema advirá além das marcas com que a provação já os assinalou.

SEPARAÇÕES NO MATRIMÔNIO
A que se deve o número cada vez maior de separações no matrimônio?

Raul – Deve-se ao fato de não ter sido levado em conta a lei divina, conforme anota Allan Kardec, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XXII, item 5.

Os problemas de intolerância, a liberalidade da formação do caráter, o despreparo para as responsabilidades do casamento, o orgulho soez e seus afins, representam elementos danosos a atentarem contra os lares de fracos alicerces.

DIVÓRCIO E FILHOS
Quando o divórcio é iminente como fica a situação dos filhos?

Raul – A situação do divórcio do casal, com raríssimas exceções, perturba muito os filhos. Seja pela divisão emocional que se processa, seja pelo caráter odiento em que se estriba, os filhos ficam como que sufocados num clima desestruturador, desde a iminência, desde as conversas, as querelas, as friezas ou os desrespeitos.

Melhor seria que os casais se pudessem compreender melhor, evitando que essas aves implumes e dependentes, que são os filhos, caiam do ninho desfeito ou mal mantido, perturbando-se ao invés de avançar para Deus, em clima de segurança.

FILHOS ENVOLVIDOS COM DROGAS
Qual deve ser o comportamento dos pais, quando os filhos estão envolvidos com drogas?

Raul – O do esclarecimento lúcido, sem emoções desequilibradas, mostrando que eles, os filhos, são os primeiros e grandes lesados. A persistir o envolvimento, nenhum pai responsável e que ame seus filhos, deverá negar-se a conduzi-los a tratamento médico, ou médico e psicológico, com profissionais de comprovada confiança e, se necessário, pelo nível de descontrole a que cheguem ou pelos perigos para os implicados ou para a própria família, a internação em competente clínica. É bom que lembremos que, em tais casos, o paciente não tem que decidir se vai ou não internar-se, uma vez que já demonstrou não estar sabendo utilizar seu livre-arbítrio para o bem de si e dos que o rodeiam.

Ao lado do atendimento de profissionais, a oração e o tratamento da fluidoterapia espírita, em muito contribuirá para desfazer-se o quadro tormentoso, considerando-se a insuflação obsessiva que costuma estar presente em situações desse gênero.

INFLUÊNCIA DA TV
Como você vê a influência da televisão no lar?

Raul – Na atualidade são poucas as emissoras e programações de televisão que apresentam material de boa qualidade educativa ou divertimentos saudáveis para quem os vê. Quando não é o noticiário tendencioso e escandaloso, é a violência que, como um vírus, penetra e adoece o organismo doméstico, acompanhado por algumas novelas que apresentam tanta “realidade”, que conseguem desequilibrar, transtornar os de mentalidade mais frágil. Urge adotemos uma postura analítica perante as programações.

O costume de dialogarem os esposos, pais e filhos, os irmãos entre si, discutindo esse ou aquele aspecto do que viram e ouviram, auxiliará, sobremaneira, a que se forme um critério seletivo, seja individual, seja da equipe familiar, quando se chegue a um consenso positivo.

Por outro lado, percebemos que os indivíduos que põem no ar a ganga intelectual em forma de programas e atrações, são os elementos das famílias perturbados em si mesmos, vaidosos ou de moralidade cediça, o que nos permite destacar a importância, ainda mais, da educação que a família pode oferecer.

FAMÍLIA ATUAL
Sob que aspecto a família atual está mais descuidada?

Raul – Ao que podemos contemplar, a família acha-se, de um modo geral, descuidada nos mais diversificados aspectos da vida, considerando-se o seu papel de “escola das almas”, e a primeira escola por sinal dos que chegam no mundo terreno. Entretanto, as raízes atormentadoras de tanto desajuste familiar, vemos na vivência materialista, sem as noções básicas quanto ao Espírito imortal, a descrença em Deus, embora a maioria professe rituais e cultos variados e vazios de conteúdo mais profundo acerca da vida.

É aí que o conhecimento da reencarnação, da lei de causa e efeito, conforme ensina o Espiritismo, pode despertar os pais, os filhos, esposos, para que reflitam acerca das responsabilidades graves que têm, em face das relações familiares, com vistas ao futuro de alegrias e de paz.

MÃES QUE TRABALHAM
Mãe que trabalha fora do lar prejudica a educação dos filhos?

Raul – Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec recebe dos Espíritos a informação de que a paternidade é uma verdadeira missão e, mais do que isto, que é um grandíssimo dever e que envolve, mais do que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro, conforme notamos na questão 582. Acredito que a questão grave não seja a situação em que a mãe precisa trabalhar fora do lar, mas sim, como fará ela a necessária compensação, quando ao lar retorna.

É certo que admitimos que a ausência da mãe sempre provocará, sobre os filhos pequenos, processos de carências que ninguém suprirá devidamente. De acordo com o tipo de Espírito, essas carências poderão atingir índices altos de transtornos na formação da personalidade infantil, a desaguar nos desajustes da adolescência, quando não corrigidos a tempo.

Faze-se, assim, importante que a mãe que trabalhe fora de casa, empreenda maiores esforços para envolver a criança, atendê-la, entendê-la, ajudá-la em seus trabalhos escolares, dialogando sempre. Enfim, torna-se imprescindível que os pais, e particularmente a mãe, conversem com as crianças sobre as razões ponderáveis.

Não deverão os pais, em chegando ao lar, fixarem-se nas intermináveis novelas, em leituras de jornais delongadas, irritando-se com a aproximação ou solicitação dos pequenos, aos quais, antes deveriam buscar para aconchegá-los.

Nesses casos, depois que os pais cheguem em casa, eles próprios superarão o cansaço para cuidarem, com atenção e carinho, dos filhos que ficaram sem eles durante todo o dia, ou grande parte do dia. Os finais de semana, igualmente, deverão ser passados junto dos filhos, aproveitados na companhia deles, salvo em casos de necessidade imperiosa que determina o contrário.

Necessário se faz renunciar a alguns prazeres e divertimentos, enquanto os filhos disto careçam, a fim de formá-los no equilíbrio para o futuro, agindo dentro da orientação espírita, de acordo com o que nos lembra a Codificação Espírita.

EDUCAÇÃO SEXUAL
No mundo atual vemos aumentar o desequilíbrio no campo sexual. Até que ponto os pais têm influência na educação do sexo?

Raul – O sexo, representando uma das potências das quais se vale o Espírito, para progredir e cooperar com Deus na Obra universal, não encontrará equilíbrio, enquanto outras áreas do ser não forem bem trabalhadas pela educação superior. Jamais encontraremos sexualidade equilibrada em indivíduos egoístas, vaidosos, irascíveis, orgulhosos, violentos, mentirosos e usurpadores. Assim, no dizer do Espírito Joanna de Ângelis, a família deve educar seus filhos para Deus, para que, então, o todo se encaminhe para a faixa da harmonia.

A morigeração dos hábitos, o respeito à vida em todas as suas dimensões, o cuidado de si mesmo, a sinceridade de uma religião profunda, farão com que a família cresça conduzindo seus filhos para Deus, com suas energias de criação, de características sexuais, ajustadas ao respeito, à dignidade, ao bem geral.

FILHOS E CENTRO ESPÍRITA
Qual a atitude dos pais, quando os filhos não aceitam o encaminhamento ao Centro Espírita?

Raul – Se são filhos emancipados, com vida própria, caberá aos pais o respeito à sua condição e escolha. Entretanto, o mesmo não poderá ocorrer com os filhos menores, totalmente dependentes dos pais. É uma questão de coerência. Aos pais, neste caso, caberá persuadir, sem violência, mas com seriedade e severidade, para que participem da doutrina que auxilia o lar a manter-se em franco clima de progresso e de trabalho.

Os que perante Deus são incumbidos de dar o alimento, o calçado e a veste, a escola e o cobertor, por que não ensejariam aos filhos a opção do conhecimento espírita?

Mesmo que mais tarde, emancipados, se afastem do caminho espiritista, estarão lançadas as sementes da verdade, que um dia, germinarão, ainda que seja sob chuvas de testemunhos difíceis ou entre os ciclones de dores acerbas, ou, ainda, ante as exigências da alma, na sua sede de comunhão com Deus.


Entrevista concedida por Raul Teixeira em Catanduvas-SP, reproduzida pelo Jornal Mundo Espírita de agosto de 1986, retirada do endereço: http://www.raulteixeira.com/noticias.php

Raul Teixeira responde sobre as drogas.

Raul, como fazer para acabar com a "praga" das drogas?
Raul - Nós vivemos num planeta em fase de transformação e os Espíritos que aqui vivemos somos portadores de infinito conjunto de carências, de medos, de tormentos e, naturalmente, somos animais curiosos, por excelência.
Esse conjunto de situações vem fazendo com que as pessoas enveredem pelos caminhos das drogas sem que se apercebam disso.
Umas, pelo simples desejo de experimentar uma coisa nova. Acabam gostando, acabam ficando dependentes organicamente, psicologicamente falando, se tornam drogaditos.
Outras, para fugir de si mesmas, de conflitos, de lutas íntimas que não conseguem solucionar.
Outras, ainda, para fugir de problemas sociais, familiares.
Outros porque têm medo da bomba, da bomba de nêutron, da aids e de tantas outras coisas.
Há indivíduos com medo de ter medo e, então, cada um tem uma razão para ir fugindo, buscando esconderijos.
Naturalmente, é preciso pensarmos que nós temos uma preocupação muito grande com a drogadição, com as chamadas drogas pesadas, socialmente abominadas, mas costumamos dar muita guarida e elogiar mesmo as drogas socialmente aceitas. É muito raro encontrarmos um lar cristão que não tenha o seu barzinho, o seu uísque, a sua Vodka.
No Brasil tem uns que resolveram esse problema fazendo uma cachaça espírita, a cachaça São Francisco, para poder tomar seus golinhos.
A gente não sabe dar uma festinha em casa, mesmo que seja o aniversário das crianças, sem o alcoólico. E a gente justifica de todas as maneiras dizendo que é para comemorar, é para festejar, é pela alegria, é por tudo.
Mas também a gente não dispensa - ¬hoje graças a Deus muita gente já o dispensa - o tabaquinho, o cigarrinho, que é charmoso. Mulher elegante fuma.
E ela fica cancerosamente elegante...
Homem elegante fuma. E nós vamos percebendo que a participação da família no processo de educação das novas gerações tem deixado muito a desejar.
Ora, que autoridade terá um pai para dizer ao seu filho que não fume a marijuana, a maconha, se ele fuma o tabaco comum, que os técnicos dizem que é tão ou mais prejudicial do que a marijuana ou a maconha? As opiniões dos técnicos divergem num ou noutro ponto, mas todos dizem que as duas coisas são terríveis para a saúde humana.
Como é que um pai que chega alcoolizado em casa, ou que bebe em casa para não beber na rua, dando esse exemplo ao filho, poderá criticá-lo quando este chegar embriagado, cambaleante, lambendo os lábios ressecados?
Então, nós precisamos saber que só poderemos o mínimo quando ao mínimo nos dedicarmos.
Comecemos o trabalho de eliminar a drogadição da Terra eliminando os nossos vícios domésticos. Falamos dos vícios materiais como o tabaco, o álcool, o excesso de todo tipo para que, gradativamente tenhamos autoridade moral para propor aos filhos uma conduta diferente.
E então nós vamos verificando que todos os vícios, toda drogadição será gradativamente eliminada à medida que a educação não seja apenas artigo de livros, mas uma proposta de vida. A partir daí estaremos trabalhando para que as pessoas se fortifiquem, se fortaleçam, saiam dos medos, das fobias, das paúras, ou o que quer que chamemos, tenham confiança, não queiram fugir dos seus próprios problemas, aprendendo a faceá-los, a arrostá-los com a dignidade que a vida nos permite ter.
Se nós erramos, se cometemos algum desatino, não será fugindo através das drogas que resolveremos o problema, será enfrentando-o.
Se a gente tiver que pedir desculpas ao mundo, que a gente peça desculpas ao mundo, mas que não nos desnorteemos buscando uma porta falsa para tentar fugir daquilo de que não fugiremos.
Só existe uma pessoa da qual não conseguiremos fugir: a gente mesmo.
Quando eu me olho de manhã no espelho, eu me assusto é comigo; a única pessoa com quem não posso deixar de dormir é comigo mesmo. Então não tem jeito de fugir de mim. Se eu usar uma droga, seja o álcool ou o LSD, seja a cocaína, seja a heroína, quando eu volto a mim, dos seus efeitos, eu sou a mesma criatura atormentada, com a agravante de ter me viciado, de ter me drogado, de ter violentado a minha estrutura organopsíquica.
Então, a proposta para se eliminar isso da Terra, não é uma coisa para amanhã, mas é para o amanhã. Não é objetivo, didaticamente falando, já que os objetivos são as coisas que a gente quer conseguir hoje, mas é o fim, uma finalidade: alcançar a libertação dos indivíduos, gradativamente, pouco a pouco. Com a mesma paciência com que Deus nos trata, sabendo que nós caímos e levantamos, erramos e acertamos, mas estamos na marcha, para frente e para o Alto.
Resposta dada em Workshop promovido durante o 2º Congresso Espírita Mundial, em Lisboa, conforme a gravação feita em vídeo, sob o tema A educação

sexta-feira, 27 de julho de 2012

ABUSO DE DROGAS

ABUSO  DE  DROGAS

Na véspera de nossa reunião, comentávamos, num grande grupo de amigos, o problema do abuso de drogas, que vai assumindo grandes proporções em nosso tempo. O assunto ficara em suspenso. Mas, na sessão pública da noite imediata, O Livro dos Espíritos nos deu a estudo a questão 950, levando-nos a analisar os caminhos difícies do suicídio. No encerramento de nossas tarefas, Emmanuel escreveu a página “Apoio no Lar”, ponderando quanto à importância do auxílio espiritual no lar, para que nos afastemos das induções ao suicídio ou à fuga de nossos compromissos.
 
APOIO  NO  LAR
Emmanuel
 
Com relação ao suicídio indireto, conhecemos de perto os companheiros que enveredam no excesso de drogas psicoativas.
Não se acham eles circunscritos aos resultados do abuso de substâncias químicas psicoalteradoras que os marginalizam em sofrimentos desnecessários.
Se atravessam as barreiras da desencarnação em semelhante desequilíbrio, conservam no corpo espiritual os estigmas da prática indébita que os levou à degeneração dos seus próprios centros de força.
E podemos afirmar que não atingem o Mais Além na condição de trabalhadores que alcançaram o fim do dia, agradecendo a pausa de descanso e sim na posição de trânsfugas de sanatórios em que lhes cabia assistência mais longa.
Alucinados e dependentes das drogas que não souberam respeitar, demoram-se em regimes de reajuste e, quando recobram a própria harmonia, reconhecem-se dilapidados por si mesmos nos mecanismos e estruturas do veículo espiritual, preparando-se para reencarnações difícies em que o berço terrestre lhes servirá de cela hospitalar.
Este é o quadro que se nos oferece hoje na Terra quase como sendo catástrofe mundial nos dois lados da vida humana.
Todos sabemos disso e todos estamos procurando os melhores meios de erradicar a calamidade: - preceitos de justiça que controlem com segurança o fornecimento de psicotrópicos; apelos à medicina para que se lhes dificulte a indicação; combate às plantações de vegetais determinados, quando estas plantações lhes facultam a origem; ou restrições legais ao fabrico de semelhantes agentes para que se lhes reduzam as facilidades de acesso.
Entretanto, lembramos ainda um ingrediente que pode e deve ser chamado à defesa geral contra a expansão do hábito pernicioso que se vai transformando atualmente em pandemia: - o apoio no lar aos corações fatigados ante as provas e desafios do cotidiano.
A vivência da compreensão fraterna, que assegura o socorro incansável da tolerância construtiva é o antídoto da solidão e da fuga através das quais milhares de criaturas estão encontrando o processo obsessivo e o desequilíbrio, a enfermidade e a morte.
Através da abnegação e da renúncia, usa o entendimento e a bondade, garantindo, quanto possível, a tranqüilidade e a segurança dos seres que te forem confiados e estarás vacinando o teu próprio ambiente contra as manifestações de quaisquer forças negativas.
Não precisamos conceituar aqui os estragos e arrasamentos de natureza psicológica, decorrentes da inconformação e da violência nos grupos sociais ou domésticos a que nos vinculamos.
Serve e perdoa, socorre e ajuda sempre entre as paredes do lar, sustentando o equilíbrio dos corações que se te associam à existência e se te interessas realmente no combate ao suicídio e à deserção, reconhecerás os prodígios que se obtêm dos pequenos sacrifícios em casa por bases da terapêutica do amor.    

Livro: Caminhos de Volta - Psicografia: Francisco C. Xavier - Espíritos diversos