Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos
CAPÍTULO IV
DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
Encarnação nos diferentes mundos
184. Tem o Espírito a faculdade de escolher o mundo onde
passe a habitar?
“Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido ir para este
ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade dos mundos,
para os Espíritos, depende do grau da elevação destes.”
a) - Se o Espírito nada pedir, que é o que determina o mundo
em que ele reencarnará?
“O grau da sua elevação.”
FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IV
Questão 184 comentada pelo Espírito de Miramez
CAPÍTULO 31
0184/LE
ESCOLHA
O Espírito pode escolher o mundo em que deseja habitar, mas,
nem sempre a escolha é concedida pelos benfeitores espirituais encarregados de
estabelecer a harmonia nos mundos e dos seus tutelados.
A alma que não se libertou da escravidão da ignorância é como
a criança que nem sempre pode fazer o que quer. Ela pede aos pais, e esses
medem o que podem liberar para os seus filhos. Os Espíritos que já se encontram
conscientes dos seus deveres, esses deixam nas mãos dos encarregados da verdade
escolher o que o que eles poderão suportar, de acordo com o seu desenvolvimento
espiritual.
Nunca os extremos são bom partido; o melhor lugar para os
que se encontram na posição espiritual dos habitantes da Terra é o meio termo.
Neste caso, nem um mundo atrasado demais, nem muito iluminado, mas sempre
compatível com o grau de progresso da alma.
Em muitos casos, Espíritos de alta linhagem espiritual podem
descer à Terra, pela força do amor, como registram muitos casos, mas nunca pode
o Espírito atrasado ascender a mundos adiantados. Ele não suportaria o padrão
vibratório daqueles mundos. A própria razão não nos deixa pensar de outra
forma.
Nem sempre o Espírito pode escolher o mundo que deverá
habitar, mas, quando sua condição o permitir, ele terá a sua liberdade;
entretanto, as leis universais que nos amparam nos ajudam, atendem ou não aos
nossos pedidos, negando quando achar conveniente e cedendo quando for o melhor
para nós.
Todo o universo é cheio de divisões incontáveis, e todas
elas obedecem a uma lei, capaz de colocar cada um em seu lugar merecido. Essa
harmonia nos prova a bondade do Criador, que espalhou mundos, sóis e estrelas
no espaço infinito, porém, cada um se encontra no seu lugar certo.
A nossa capacidade de escolha deve estar vibrando com nossa
evolução espiritual, porque escolher o que não suportamos é desespero sem
necessidade. Há mundos e mais mundos esperando habitantes, mas, que sejam
Espíritos que suportem sua influência e que lhes facultem, igualmente, algo que
a matéria absorva e melhore, atendendo ao progresso que afinize com as suas
necessidades.
A vida tem a segurança de Deus, pela Sua onisciência,
pulsando em toda parte do universo. Se quisermos estagiar em planos superiores
ao em que nos encontramos, é necessário fazer jus a esse ideal; trabalhemos e
avancemos no nosso mundo íntimo, aprimorando as nossas qualidades, porque
somente elas abrir-nos-ão a porta do mundo bem-aventurado para o nosso coração.
Não há engano da Divindade em colocar-nos no lugar em que nos encontramos.
Somente recebemos o que merecemos, em qualquer lugar onde estivermos.
Podemos confiar em Deus, que Ele é sempre Deus de bondade e
de amor, e nós todos somos Seus filhos. Se não damos pedra aos filhos que nos
pedem pão, Deus não iria fazer de outra forma, e isso desperta em nós cada vez
mais esperança n’Ele, confiança no que Ele pode nos dar, sempre nos ajudando a
escolher o melhor.
Trabalhemos esperando, pois, se semeamos vida, colheremos
vida. A nossa existência é uma eterna semeadura; basta sabermos escolher as
sementes, pelo pensar, pelo falar e pela vida que levamos, pois a felicidade se
encontra dentro de nós, esperando que a descubramos.
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