QUESTÃO 155 - O LIVRO DOS
ESPÍRITOS
Nota da Editora de O Livro
dos Espíritos:
O texto colocado entre
aspas, em seguida às perguntas, é a resposta que os Espíritos deram. Para
destacar as notas e explicações aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de
serem confundidas com o texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor.
Quando formam capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o mesmo tipo
usado para as perguntas e respostas foi o empregado.
Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo
dos Espíritos
CAPÍTULO III
DA VOLTA DO ESPÍRITO,
EXTINTA A VIDA CORPÓREA, À VIDA ESPIRITUAL
Separação da alma e do
corpo
155. Como se opera a
separação da alma e do corpo?
“Rotos os laços que a
retinham, ela se desprende.”
a) - A separação se dá
instantaneamente por brusca transição? Haverá alguma linha de demarcação
nitidamente traçada entre a vida e a morte?
“Não; a alma se desprende gradualmente, não se escapa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram.”
“Não; a alma se desprende gradualmente, não se escapa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram.”
A.K.: Durante a vida, o
Espírito se acha preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial ou
perispírito. A morte é a destruição do corpo somente, não a desse outro
invólucro, que do corpo se separa quando cessa neste a vida orgânica. A
observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito
não se completa subitamente; que, ao contrário, se opera gradualmente e com uma
lentidão muito variável conforme os indivíduos. Em uns é bastante rápido,
podendo dizer-se que o momento da morte é mais ou menos o da libertação. Em
outros, naqueles sobretudo cuja vida toda material e sensual, o desprendimento
é muito menos rápido, durando algumas vezes dias, semanas e até meses, o que
não implica existir, no corpo, a menor vitalidade, nem a possibilidade de
volver à vida, mas uma simples afinidade com o Espírito, afinidade que guarda
sempre proporção com a preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à
matéria. É, com efeito, racional conceber-se que, quanto mais o Espírito se
haja identificado com a matéria, tanto mais penoso lhe seja separar-se dela; ao
passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos operam um
começo de desprendimento, mesmo durante a vida do corpo, de modo que, em
chegando a morte, ele é quase instantâneo. Tal o resultado dos estudos feitos
em todos os indivíduos que se têm podido observar por ocasião da morte. Essas
observações ainda provam que a afinidade, persiste entre a alma e o corpo, em
certos indivíduos, é, às vezes, muito penosa, porquanto o Espírito pode
experimentar o horror da decomposição. Este caso, porém, é excepcional e
peculiar a certos gêneros de vida e a certos gêneros de morte. Verifica-se com
alguns suicidas.
FILOSOFIA ESPÍRITA -
VOLUME IV
Questão
155 comentada
CAPÍTULO 02
0155/LE
DESATANDO LAÇOS
Não existe violência em nenhum
campo da vida. Quando o Espírito abandona o corpo que lhe serviu de instrumento
na área física, o mais acertado é dizer que esse desligamento é gradativo,
visto na vida, resplandecer a harmonia pura, ordem essa que vibra em todo
universo de Deus. No entanto, há casos que modificam essa ordem, por não ser
ela rígida ao ponto de fazer desaparecer a misericórdia.
O Espírito apegado às coisas
materiais, o usuário, o sensual, enfim, o ignorante, fica junto ao corpo o
tempo que a natureza animal achar conveniente. O seu afastamento é feito
gradativamente,enquanto permanecer alimentando idéias de posse, de medo, de
orgulho e de egoísmo. “O Livro dos Espíritos” nos ensina que a alma pode ficar
apegada ao corpo, às vezes, por dias e meses, mas, na verdade, há casos em que
se verifica que a alma fica ligada aos seus restos mortais por anos a fio, até
mesmo envolvida nos próprios ossos, até que desperte em seu coração alguma luz
que faça reconhecer que já não pertence mais ao mundo dos homens, tocada pelos
sentimentos superiores oriundos do coração. Algumas, por vezes, sofrem com a
desintegração do próprio corpo.
Os laços não se quebram: eles
se desatam, tal como foram atados na concepção. Há entre a formação do corpo e
o perispírito, uma certa sintonia de modo a se fazer a junção de um ao outro.
Os laços são ligados no centro de forças de maneira sutil harmoniosa, capaz de,
por seu intermédio, dominar todo o complexo fisiológico.
Podemos dizer que o século
vinte é o século do Espírito, fase essa que começou no século dezenove, para
que a humanidade pudesse entender melhor a vida divina dentro da vida humana.
Deves, se ainda não o fazes, passar a meditar na vida espiritual e aprender a
orar todos os dias, assim como te alimentas várias vezes, porque o alimento da
alma vem pelas vias da oração e da renovação dos sentimentos.
Há nuances em todos os
aspectos da vida. Não existe determinismo na ação das leis de Deus, como no
caso do Espírito superior que esteja animando um corpo. Ao despertar-se deste,
ele sai livremente, sem nenhum sofrimento. È mesmo se como estivesse preso e as
grades se abrissem. A morte para ele significa liberdade, e sente-se feliz
porque cumpriu seus deveres ante a vida. Mas, sempre ocorre isto desatando
laços. E é nesse caso que deves preparar o teu próprio desenlace todos os dias,
pela leitura espiritual, pelas orações, e, acima de tudo, pela reforma dos
costumes em todos os momentos da tua existência. Quem prepara o próprio coração
para essa hora inesperada, recebe o prêmio do bem-estar e a tranqüilidade
fornecida pela esperança.
A oração tem uma força
poderosa no momento da desencarnação; ela é capaz de atrair almas iluminadas e,
nesse ambiente, poder-se-á ajudar o desencarnante a se livrar do velho fardo e,
por vezes, ser levado para lugares de recuperação espiritual. Não esperes, meu
irmão, a morte chegar, para compreenderes o sentido da vida espiritual; começa
hoje mesmo a te educares, a educar o teus impulsos inferiores, para que eles
não sirvam de espinhos nos teus caminhos além do tumulo.
fonte: Livro Filosofia Espírita ( Miramez, João Nunes Maia)
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