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sexta-feira, 4 de abril de 2014

O Terceiro Céu

O reino de Deus não vem com aparência exterior.
Nem dirão: Ei-lo aqui, ou ei-lo ali, porque eis que o reino de Deus está entre vós".

(Lucas, 17:20-21).

Já se foram os tempos em que os homens supunham ser o nosso mundo o centro de todo o Universo, quando então teorias aberrantes foram impostas como verdades irretorquíveis.

Os gregos, por exemplo, admitiam a Terra como imenso disco, supondo que o centro de tal disco estava exatamente no famoso santuário de Apoio, em Delfos, a poucos quilômetros do golfo de Corinto. Nesse santuário, famoso pelo seu oráculo, havia mesmo um cone de mármore branco, considerado por todos como o "umbigo" do mundo...

No tocante aos céus, também existiam várias teorias, pois, segundo a opinião generalizada, havia sete céus. Os muçulmanos admitem nove céus, em cada um dos quais se aumenta a felicidade dos crentes. n sábio Ptolomeu, que viveu em Alexandria, no segundo século da era cristã, contava onze céus e denominava ao último Empireu (do grego, pur ou pyr, fogo) por causa da luz intensa que afirmava nele existir. Os poetas afirmavam ser esse o lugar da eterna glória. A teologia cristã, por sua vez, reconhece três céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens, o segundo o espaço em que giram os astros, e o terceiro, a morada do Altíssimo, onde estariam aqueles que segundo os seus ensinos, gozam da bem-aventurança e estão no estado de contemplação beatífica.

Sobre a vida no além-túmulo, ensina também que o homem vive uma só vez, depois do que será submetido a dois julgamentos distintos: um logo depois da morte, chamado juízo particular, e outro no fim do mundo, denominado juízo universal, ou final. Depois do primeiro, as almas vão diretamente ou para o céu, onde "se goza da vista de Deus e de todos os bens, sem mistura de mal", ou para o inferno, onde, ao contrário, "se sofre a privação da vista de Deus, o fogo eterno e todos os males, sem mistura de bem". Sustenta ainda que as almas que tenham apenas pecados venais, permanecem por algum tempo em uma estância intermediária o purgatório, antes de serem recebidas no céu.

Por outro lado, essa teologia situou Deus nos confins do Universo, em vez de colocá-lo no centro, donde o seu pensamento poderia irradiar e abranger tudo.

A evolução se processou de forma espantosa, a ciência desvendou novas verdades, a Terra deixou de ser o centro do universo, o céu foi deslocado e a região estelar, sendo ilimitada, deitou por terra a teoria na existência desses céus superpostos, e isso fez emudecer todas as religiões.

Paulo, em sua 11 Epístola ao Coríntios, afirmou: "Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é licito falar". (I1 Cor. 12:2-4).

É inegável que o homem mencionado por Paulo foi arrebatado, em espírito, a um plano espiritual de grande elevação e, ali, ouviu instruções de grande alcance, inacessíveis á compreensão dos homens encarnados. Qualquer um desses planos espirituais do Mundo Maior, narrados nos ensinamentos espíritas, pode ser comparado ao chamado terceiro céu, pois, obviamente os que ouviam Paulo não estavam em condições de compreender o céu senão como um lugar situado acima das regiões das nuvens e do:; astros, uma vez que se concebia (crença que perdurou até Galilei) que a Terra era o centro do Universo.

Quão diferentes são estes ensinamentos daqueles que o Espiritismo vem apregoar na atualidade.

Jesus afirmou que não deveríamos buscar o Reino de Deus aqui ou acolá, pois ele está entre nós, e os espíritas têm como ponto pacífico que a fórmula para á conquista desse Reino é a vivência pura e simples dos preceitos cristãos que levam á reforma íntima. O reino dos céus não se toma de assalto, mas conquista se com as boas obras. (Lucas, 16:16).

Após a oficialização da igreja cristã, no século IV, cessou praticamente o intercâmbio mediúnico entre os primitivos cristãos e o mundo espiritual. 

A justificativa apresentada pelos doutores da igreja foi uma proibição lançada vinte séculos antes por Moisés, cujo objetivo era combater a mercantilização com as coisas divinas e a ação nefasta dos falsos médiuns.

A revelação dos espíritos passou a ser um empecilho aos intuitos dos homens que tinham interesse numa igreja temporal. Para por um paradeiro no processo de intercâmbio entre o mundo corpóreo e o plano espiritual, inúmeras fogueiras foram acesas, e, como decorrência, a revelação deixou de ser a pedra angular das chamadas religiões cristãs.

Surgiram então os dogmas e durante outros vinte séculos a humanidade passou a ter uma visão distorcida das coisas divinas, pois, através deles tomaram forma as esdrúxulas teorias das penas eternas, do pecado original, dos céus superpostos, da existência do purgatório, da unicidade das existências do homem na Terra, da unicidade dos mundos habitados e outras mais, tudo isso em flagrante contraste com os ensinamentos contidos nos Evangelhos.

Ao Espiritismo cabe a tarefa de restabelecer todos os ensinamentos de Jesus Cristo em seus devidos lugares, consoante a promessa do Mestre de que suscitaria entre nós, em época propícia, o Espírito de Verdade.
                                                        
Paulo Alves de Godoy

O Semeador

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