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domingo, 16 de março de 2014

Imitação do Evangelho (...)"Com esta obra o edifício começa a destacar-se e já se pode entrever a cúpula desenhando-se no horizonte"...


"Imitação do Evangelho"
Ségur, 9 de agosto de 1863 — Médium, o Sr. d'A...
NOTA. — A ninguém comunicara eu o objeto da obra em que estava trabalhando; guardei tanto segredo acerca do título, que lhe dei, que o próprio editor, o Sr. Didier, só veio a saber dele quando a foi imprimir. O título era, na primeira edição, Imitação do Evangelho. Mais tarde, porém, devido à observação do Sr. Didier e de outros, foi substituído por este: O Evangelho segundo o Espiritismo. Assim pois as reflexões contidas nas comunicações seguintes não podiam ser o resultado de idéias preconcebidas do médium.
P. Que pensais da nova obra em que, atualmente, trabalho?
R. Este livro de doutrina terá influência considerável. Tu atacas as questões capitais e não somente o mundo religioso encontrará nele as máximas, que lhe são necessárias, mas a vida prática das nações obterá excelentes instruções.
Fizeste bem em tratar de questões de alta moral prática sob o ponto de vista do interesse geral, dos interesses sociais e dos religiosos. A dúvida precisa ser destruída; a Terra e a sua população civilizada estão preparadas; há longo tempo os teus amigos do espaço a tem roteado: lança pois a semente que te confiamos, porque é tempo de fazer a Terra gravitar na ordem radiante das esferas para sair da penumbra e do nevoeiro, que obscurece as inteligências.
Acaba a tua obra: conta com a proteção do teu guia — guia de todos nós — e com o concurso devotado dos mais fiéis Espíritos, em cujo número podes contar-me.
P. Que dirá dela o clero?
R. Clamará heresia porque atacas as penas eternas e outros pontos sobre os quais apóiam o seu crédito e influência. Clamará tanto mais quanto mais se sentir ferido do que pela publicação de O Livro dos Espíritos, cujos principais dados ele pode, em rigor, aceitar. Agora porém vais entrar em nova senda, pela qual o clero não poderá acompanhar-te.
O anátema secreto tornar-se-á oficial e os espíritas serão, como os judeus e os pagãos, excomungados pela Igreja romana. Em compensação verão crescer o seu número na medida dessas perseguições, principalmente vendo-se o clero acusar de demoníaca uma doutrina, cuja moralidade brilhará, como um raio de luz do sol, com a publicação do teu novo livro e dos que se seguirem.
Aproxima-se a hora em que deverás abertamente declarar o que é o Espiritismo e mostrar a todos onde está a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo; aproxima-se a hora em que, à face do céu e da terra, deverás proclamar o Espiritismo como única tradição verdadeiramente cristã, única instituição realmente divina e humana. Escolhendo-te, conheciam os Espíritos a solidez das tuas convicções e que a tua fé, como um muro de aço, resistiria a todos os ataques. Entretanto, amigo, se a tua coragem não fraquejou ao peso da árdua tarefa, saibas que até hoje só comestes o pão alvo e que, agora, vão começar as dificuldades.
Sim, caro mestre, aparelha-se a grande batalha; o fanatismo e a intolerância, irritados pelos êxitos da tua propaganda, vão atirar sobre ti e os teus com armas envenenadas. Prepara-te para a luta. Tenho confiança em ti, como tens em nós, porque a tua fé é das que transportam as montanhas e fazem caminhar por cima das águas. Coragem pois e que a tua obra se complete.
Conta conosco e, principalmente, com o grande Espírito do Mestre de todos, que te protege de maneira muito particular.(113)
(113) Esta mensagem mostra sem rebuços, numa hora histórica do Espiritismo, que a natureza da doutrina é essencialmente religiosa. Por outro lado, reafirma a ligação do Espiritismo com o Cristianismo, já revelada por Kardec desde O Livro dos Espíritos. Veja-se com atenção o pequeno trecho que grifamos acima. (N. do Rev.)

Continuação:

"Imitação do Evangelho"
Paris, 14 de setembro de 1863.
NOTA. — Havia solicitado uma comunicação, pedindo que fosse enviada para o meu retiro de Sainte-Adresse:
"Quero falar-te de Paris, conquanto não haja nisto utilidade alguma, porque posso fazê-lo aí, visto que o teu cérebro recebe as nossas inspirações com uma facilidade que não imaginas.
"A nossa ação, especialmente a do Espírito de Verdade(114) é constante sobre ti, e tal, que não podes fugir-lhe. É por isso que não entrarei em inúteis minudências sobre o plano da tua obra, que tens de todo modificado, de acordo com os meus ocultos conselhos. Compreendes agora a razão por que nos era preciso ter-te afastado de qualquer preocupação, que não fosse a da doutrina.
"Uma obra como a que, juntos, elaboramos, requer isolamento e o mais completo recolhimento. Acompanho, com vivo interesse, os progressos do teu trabalho, que é um grande passo para a frente e abre ao Espiritismo a larga via para as aplicações úteis à sociedade.
"Com esta obra o edifício começa a destacar-se e já se pode entrever a cúpula desenhando-se no horizonte. Continua pois sem impaciência e sem fadiga; o monumento será concluído a seu tempo.
"Já te entretivemos com questões incidentes, quais as religiosas. O Espírito de Verdade falou-te da leva de broquéis, que se faz neste momento. Estas hostilidades previstas são necessárias para despertar a atenção dos homens, que, tão facilmente, desdenham as coisas sérias. Aos soldados, que se batem pela santa causa, virão incessantemente juntar-se novos combatentes, cujas palavras e escritos farão sensação e levarão às falanges adversas a perturbação e a confusão.
"Adeus, caro companheiro de outrora, fiel discípulo da verdade; vai continuando nessa vida a obra que, outrora, juramos, nas mãos do Grande Espírito, que te ama e eu venero, consagrar as nossas forças e existências até concluí-la.
"Eu te saúdo."
Observação. — O plano da obra tinha de fato sido completamente modificado, o que não podia saber o médium, achando-nos, ele em Paris e eu em Sainte-Adresse. Tampouco podia ele saber que o Espírito de Verdade me havia falado em leva de broquéis do bispo d'Alger e de outros. Todas estas circunstâncias eram, propositadamente, trazidas à cena, para que eu me confirmasse na ciência de que os Espíritos tomavam parte nos meus trabalhos.
(114) O texto francês diz: l'Esprit de Verité. É a primeira vez nas notas de Kardec que o nome desse Espírito se define de perfeito acordo com a tradição evangélica. Chegara a hora. (N. do Rev.)

Obras Póstumas
http://www.centroespirita.com.br/literatura/obraspostumas/pagina033_01.asp

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