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sábado, 4 de maio de 2013

EADE-feb-Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita -Livro 1 Cristianismo e Espiritismo-Módulo2 Roteiro 11 Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo.

CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
Estêvão foi o nome adotado por Jeziel quando se converteu ao Cristianismo.
Judeu helenista de Corinto, era filho de Jochedeb e irmão de Abigail, futura
noiva de Saulo de Tarso. Emmanuel:
Paulo e Estêvão. Primeira parte. Cap. 2.
No ano de 34, os judeus que viviam em Corinto – cidade incorporada ao Império
Romano – sofreram atormentada perseguição conduzida pelo Precônsul
Licínio Minúcio, preposto de César, na província de Acaia, que culminou
com o assassinato de Jochebed, prisão e encaminhamento de Jeziel a trabalho
forçado nas galeras (galés) romanas. Abigail fugiu para Jerusalém, mantida
sob a proteção do casal Zacarias e Ruth, que a adotou como filha. Emmanuel:
Paulo e Estêvão
. Primeira parte. Cap. 2.
Libertado do serviço forçado pelo generoso romano Sérgio Paulo, Jeziel chega
extremamente enfermo a Jerusalém onde é acolhido por Simão Pedro na «Casa
do Caminho», instituição de auxílio aos necessitados, fundada pelo apóstolo.
Emmanuel:
Paulo e Estêvão. Primeira parte. Cap. 3.
Estêvão foi um dos mais destacados cristãos nos primeiros tempos da edificação
da igreja cristã. Um «Espírito cheio de graça e de poder que operava prodígios
e grandes sinais entre o povo». Atos dos apóstolos, 6:8.
ESTÊVÃO, O PRIMEIRO MÁRTIR
DO CRISTIANISMO
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. Dados biográficos de Estêvão
Estêvão era um judeu helenista, nascido na cidade de Corinto, província
de Acaia, dominada pelos romanos.
A cidade, reedificada por Júlio César, era a mais bela jóia da velha Acaia, servindo
de capital à formosa província. Não se podia encontrar, na sua intimidade, o espírito
helênico em sua pureza antiga, mesmo porque, depois de um século de lamentável
abandono [...], restaurando-a, o grande imperador transformara Corinto em colônia
importante de romanos, para onde ocorrera grande número de libertos ansiosos de
trabalho remunerador, ou proprietários de promissoras fortunas. A estes, associara-se
vasta corrente de israelitas e considerável percentagem de filhos de outras raças que
ali se aglomeravam, transformando a cidade em núcleo de convergência de todos os
aventureiros do Oriente e do Ocidente.
2
Descendente da tribo de Issacar,
10 Estêvão se revelou, desde jovem,
destacado estudioso das escrituras, apreciando, em especial, os ensinamentos
de Isaías que anunciavam a promessa da vinda do Messias.
10 A sua vida foi
marcada por grandes sacrifícios e renúncias, sobretudo quando se converteu
ao Cristianismo. A partir deste momento, Jeziel rompe definitivamente com
as tradições do Judaísmo, adotando o pseudônimo de Estêvão, o primeiro
mártir do movimento cristão.
Possuidor de personalidade envolvente, Estêvão «cheio de graça e de força,
operava grandes prodígios e sinais entre o povo.» (Atos dos Apóstolos, 6:8)
No ano de 34 d. C., os habitantes de Corinto sofreram dolorosa perseguição
SUBSÍDIOS
MÓDULO II
Roteiro 11
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 11 - Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo
do Procônsul romano, Licínio Minúcio, que, «[...] cercado de grande número
de agentes políticos e militares e estabelecendo o terror entre todas as classes,
com seus processos infamantes. [...] Numerosas famílias de origem judaíca
foram escolhidas como vítimas preferenciais da nefanda extorsão.»
3
A família de Estêvão se resumia ao pai Jochedeb e a irmã Abigail – que futuramente
seria noiva de Paulo de Tarso –, uma vez que a sua mãe era falecida. Essa
família foi diretamente atingida pela perseguição do preposto de César, sendo
que o idoso Jochedeb foi covardemente assassinado, Estêvão foi feito prisioneiro
e atirado ao trabalho forçado nas galeras (galés) romanas.
4, 5, 7 Abigail fugiu para
Jerusalém sob a proteção de uma família judia, Zacarias e Ruth, também vítima
de perseguição, que teve os filhos mortos. Esse casal adotou a jovem irmã de
Jeziel como uma filha querida.
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Estêvão, ou Jeziel, enfrentou com coragem e grande fortaleza moral as
provações que a vida lhe reservara. Nas galés romanas o valoroso seguidor
do Cristo foi submetido às mais ásperas privações, mas, estoicamente, tudo
suportou, jamais perdendo a fé em Deus.
Voltando de Cefalônia, a galera recebeu um passageiro ilustre. Era o jovem romano
Sérgio Paulo, que se dirigia para a cidade de Citium, em comissão de natureza política.
[...] Dada a importância do seu nome e o caráter oficial da missão a ele cometida, o co
mandante
Sérvio Carbo lhe reservou as melhores acomodações. Sérgio Paulo, entretanto,
[...] adoeceu com febre alta, abrindo-se-lhe o corpo em chagas purulentas. [...] O médico
a bordo não conseguiu explicar a enfermidade e os amigos do enfermo começaram a
retrair-se com indisfarçável escrúpulo. Ao fim de três dias, o jovem romano achava-se
quase abondonado. O comandante, preocupado por sua vez, com a própria situação e
receoso por si mesmo, chamou Lisipo [feitor da galera], pedindo-lhe que indicasse um
escravo dos mais educados e maneirosos, capaz de incumbir-se de toda assistência ao
passeiro ilustre. O feitor designou Jeziel, incontinenti, e, na mesma tarde, o moço hebreu
penetrou o camarote do enfermo, com o mesmo espírito de serenidade que costumava
testemunhar nas situações díspares e arriscadas.
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Estêvão cuidou do romano com extremada dedicação, conquistando-lhe
a simpatia. Entre ambos estabeleceu-se laços de amizade sincera, de sorte que
usando do prestígio político que possuia, Sérgio Paulo obteve a libertação do
seu dedicado enfermeiro, fazendo-o aportar em Jerusalém.
9
Estêvão chegou em Jerusalém extremamente enfermo, pois contraira a
estranha doença que atingira o seu libertador. Um desconhecido, denominado
Inineu de Cretona, encaminhou a Efraim, um cristão, conhecido como segui
dor
do «Caminho» (designação primitiva do Cristianismo) que, por sua vez,
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 11 - Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo
o conduziu à «Casa do Caminho», moradia do apóstolo Pedro, transformada
em local de atendimento a todos os necessitados.
10
Na Casa do Caminho, Estêvão recebeu o amparo que necessitava, encon
trando
no apóstolo Pedro um verdadeiro amigo, que lhe prestou esclarecimentos
a respeito de Jesus e da sua iluminada mensagem de amor.
12
O valoroso Simão Pedro, após tomar conhecimento do drama vivido
por Jeziel, desde a perseguição ocorrida em Corinto até a liberdade alcançada
por intercessão de Sérgio Paulo, recomenda-lhe manter-se em anonimato,
afirmando:
[...] Jerusalém regurgita de romanos e não seria justo comprometer o generoso amigo
que te restituiu à liberdade. [...] – Serás meu filho, doravante – exclamou Simão num
transporte de júbilo. [...] – Para que não te esqueças da Acaia, onde o Senhor se dignou
de buscar-te para o seu ministério divino, eu te batizarei no credo novo com o nome
grego de Estêvão.
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A partir desse momento, Estêvão absorveu-se no estudo dos ensinos do
Cristo, participando da difusão da mensagem da Boa Nova na modesta mo
radia
da Casa do Caminho, cujos serviços de alimentação, enfermagem e de
semeadura da palavra divina cresciam celeremente.
Com a ampliação dos serviços prestados à comunidade, surgiu, então, a
necessidade de dividir as tarefas, evitando que um servidor ficasse mais sobrecarregado
que outro.
Na primeira reunião da igreja humilde, Simão Pedro pediu, então, nomeassem sete
auxiliares para o serviço de enfermarias e refeitórios, resolução que foi aprovada com
geral aprazimento. Entre os sete irmãos escolhidos, Estêvão foi designado com a sim
patia
de todos.
Começou para o jovem de Corinto uma vida nova. Aquelas mesmas virtudes espirituais
que iluminavam a sua personalidade e que tanto haviam contribuído para a cura do
patrício, que o restituíra à liberdade, difundiam entre os doentes e indigentes de Jeru
salém
os mais santos consolos. [...] Simão Pedro não cabia em si de contente, em face
das vitórias do filho espiritual. Os necessitados tinham a impressão de haver recebido
um novo arauto de Deus para o alívio de suas dores.
Em pouco tempo, Estêvão tornou-se famoso em Jerusalém, pelos seus feitos quase mira
culosos.
Considerado o escolhido do Cristo, sua ação resoluta e sincera arregimentara,
em poucos meses, as mais vastas conquistas para o Evangelho do amor e do perdão.
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 11 - Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo
2. Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo
Após a crucificação de Jesus numerosos judeus se converteram ao Cris
tianismo.
Os sacerdotes e membros do Sinédrio, entretanto, temiam que a
propagação dos preceitos cristãos provocasse desestabilização no Judaísmo.
Sendo assim, iniciou-se um movimento de perseguição aos cristãos, a
princípio realizado portas a dentro das sinagogas, posteriormente em público,
nas ruas e no interior das residências, durante as festividades corriqueiramente,
ou nas atividades diárias.
Vieram então alguns da sinagoga chamada dos Libertos, dos Cirineus e Alexandrinos,
dos da Cilícia e da Ásia, e puseram-se a discutir com Estêvão. Mas não podiam resis
tir
à sabedoria e ao Espírito que o levavam a falar. Pelo que subornaram homens que
atestassem: “ouvimo-lo pronunciar palavras blasfematórias contra Moisés e contra
Deus.” Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, chegando de improviso,
arrebataram-no e levaram-no à presença do Sinédrio. Lá apresentaram falsas testemunhas
que depuseram: “Esse homem não cessa de falar contra o Lugar Santo e contra a Lei.
Ouvimo-lo dizer que Jesus Nazareno destruiria este Lugar e modificaria as tradições que
Moisés nos legou”. Ora, todos os membros do Sinédrio estavam com os olhos fixos nele,
e viram-lhe o rosto semelhante ao de um anjo.
1
Essa farsa montada contra Estêvão, foi apoiada por Saulo de Tarso. O
apóstolo dos gentios aparece no cenário da história cristã como o principal
elemento do julgamento, condenação e morte, por apedrejamento, de Estêvão,
considerado o primeiro mártir do Cristianismo.
Esses fatos aconteceram no ano 35 de nossa era.
O jovem Saulo apresentava toda a vivacidade de um homem solteiro, bordejando os
seus trinta anos. Na fisionomia cheia de virilidade e máscula beleza, os traços israelitas
fixavam-se particularmente nos olhos profundos e percucientes, próprios dos tempera
mentos
apaixonados e indomáveis, ricos de agudeza e resolução. Trajando a túnica do
patriciato, falava de preferência o grego, a que se afeiçoara na cidade natal, ao convívio
dos mestres bem-amados, trabalhados pelas escolas de Atenas e Alexandria.
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Chegando a Jerusalém, vindo de Damasco, Saulo se encontra com o amigo
Sadoc que lhe fornece informações a respeito de Estêvão e o efeito que este
provocava nas pessoas. Cheio de zelo religioso, interpreta equivocadamente as
preleções de Estêvão, considerando-o blasfemador. Influenciando o Espírito
de Saulo, acrescenta:
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 11 - Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo
– Não me conformo em ver os nossos princípios aviltados e proponho-me a cooperar
contigo [...], para estabelecermos a imprescindível repressão a tais atividades. Com as
tuas prerrogativas de futuro rabino, em destaque no Templo, poderás encabeçar uma
ação decisiva contra esses mistificadores e falsos taumaturgos.
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Tempos depois, num sábado, Saulo e Sadoc se dirigem até a humilde
igreja de Jerusalém para ouvirem a pregação de Estêvão. Os apóstolos Tiago
Maior, Pedro e João surpreenderam-se com a presença «[...] do jovem doutor
da Lei, que se popularizara na cidade pela sua oratória veemente e pelo acurado
conhecimento das Escrituras».
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A despeito de ter ficado impressionado com a pregação de Estêvão, Saulo
interpela o expositor, por meio de ríspida conversa, na tentativa de desacreditá
lo
perante a assembléia. Estêvão, porém, manteve-se sereno, respondendo com
gentileza e firmeza os apartes do doutor da Lei.
Desse momento em diante destacam-se, nas sinagogas, os debates re
ligiosos
entre Saulo, o orgulhoso fariseu, e Estêvão, o humilde e iluminado
cristão.
Gamaliel, o generoso e brilhante rabino, orientador de Saulo, sempre
presente aos debates, contribuía com palavras ponderadas, buscando acalmar
os ânimos.
Incorformado com as serenas proposições de Estêvão, Saulo perturbouse,
e, deixando levar-se pelo orgulho, denunciou Estêvão ao Sinédrio, onde
montou um ardiloso esquema de condenação com apoio de amigos.
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Durante o julgamento, a defesa de Estêvão no Sinédrio foi brilhante, revelando
a grandeza do seu Espírito. Teve oportunidade também de demonstrar
o domínio que possuía das Escrituras, discursando com serenidade e segurança.
(Atos dos Apóstolos, 7:11-54)
Foi, entretanto, implacavelmente julgado e condenado à morte por apedrejamento,
homicído aprovado por Saulo. (Atos dos Apóstolos, 7:55-60) Mesmo
sendo acusado de blasfemador, caluniador e feiticeiro
19 Estêvão manteve-se
firme até o final, quando entregou sua alma a Deus.
Nessa hora suprema, recordava os mínimos laços de fé que o prendiam a uma vida mais
alta. Lembrou de todas as orações prediletas da infância. Fazia o possível por fixar na
retina o quadro da morte do pai supliciado e incompreendido. Intimamente, repetia o
Salmo 23 de David, qual fazia junto da irmã, nas situações que pareciam insuperáveis.
“O Senhor é meu pastor. Nada me faltará...” As expressões dos Escritos Sagrados, como
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 11 - Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo
as promessas do Cristo no Evangelho, estavam-lhe no âmago do coração. O corpo
quebrantava-se no tormento, mas o Espírito estava tranqüilo e esperançoso.
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Antes de emitir o último suspiro, Estêvão perdoa Saulo e os demais per
seguidores,
adentrando vitorioso no mundo espiritual. Para o futuro apóstolo
dos Gentios, entretanto, iniciava-se a sua “via crucis”, marcada por uma dor
extrema: acabara de perseguir, condenar e aprovar a matança do irmão de Abigail,
o seu amor adorado.
21 Compreendeu, assim, que os seus sonhos conjugais
e familiares estavam definitivamente comprometidos.
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. A BÍBLIA DE JERUSALÉM. Atos dos Apóstolos, 6:8-15.
2. XAVIER, Francisco Cândido.
Paulo e Estêvão. Pelo Espírito Emmanuel. 43.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Primeira parte. Cap. 1 (Corações flagelados),
p. 11.
3. ______. p. 13.
4. ______. p. 13-38.
5. ______. Cap. 2 (Lágrimas e sacrifícios), p. 39-52.
6. ______. p. 55-57.
7. ______. Cap. 3 (Em Jerusalém), p. 58-59.
8. ______. p. 61-62.
9. ______. p. 63-66.
10. ______. p. 68-72.
11. ______. p. 75.
12. ______. p. 74-79.
13. ______. p. 80-81.
14. ______. p. 82-83.
15. XAVIER, Francisco Cândido.
Paulo e Estêvão. Pelo Espírito Emmanuel.
43. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Primeira parte. Cap. 4 (Nas estradas de
Jope), p. 84.
16. ______. p. 90.
17. ______. Cap. 5 (A preparação de Estêvão), p. 102.
18. ______. 120-121.
19. ______. Cap. 6 (Ante o Sinédrio), p. 129-131.
20. ______. Cap. 8 (A morte de Estêvão), p. 190.
21. ______. p. 191-196.
REFERÊNCIAS
EADE - Roteiro 11 - Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Debater em grupo, e em plenária, caracterís
ticas
da personalidade de Estêvão, reveladoras da
grandeza do seu Espírito.
ORIENTAÇÕES AO MONITOR
EADE - Roteiro 11 - Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo

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