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quinta-feira, 28 de março de 2013

Não andeis cuidadosos de vossa vida...

Não andeis cuidadosos de vossa vida...

Artigo extraído do livro "O Sermão da Montanha" - FEB - 7ª Edição - 6/1989.

“ Não andeis cuidadosos de vossa vida, pelo que haveis de comer, nem do vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é mais a alma que a comida, e o corpo mais que o vestido?
Olhai para as aves do céu, que não semeiam nem segam, nem fazem provimento nos celeiros, e, contudo vosso Pai Celestial as sustenta. Porventura não sois muito mais do que elas?
E por que andais solícitos pelo vestido? Considerai como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem fiam; entretanto, nem Salomão em toda a sua glória se cobriu jamais como um deles.
Pois se ao feno do campo, que hoje existe e amanhã é lançado no forno, Deus veste assim, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
Não vos aflijais, pois, dizendo: que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos cobriremos? Por que os gentios é que se cansam por essas coisas. Vosso Pai sabe que tendes necessidade de todas elas”. (Mateus, 6:25-32).
O texto que encima estas linhas, longe do que possa parecer à primeira vista, não é uma exaltação à ociosidade. Interpretá-lo “ao pé da letra”, supondo nos seja lícito cruzar os braços, à espera de que a Providência nos forneça tudo o de que precisamos, sem qualquer esforço de nossa parte, fora grande estultícia.
O trabalho é o instrumento de nossa auto-realização: o suprimi-lo equivaleria a sustar o progresso individual e, conseqüentemente, a evolução da Humanidade.
Além disso, é ordenação divina que “o homem deve prover ao seu sustento com o suor do seu rosto”, chegando o apóstolo Paulo a declarar que “quem não trabalha não deve comer”.
Essas palavras de Jesus são, pois, isto sim, um incitamento a que tenhamos fé em Deus, nosso Pai Celestial, confiemos em Sua bondade infinita e não invertamos a hierarquia dos valores, preocupando-nos mais (ou só) com a conquista dos bens materiais, sem dar a devida atenção à nossa edificação espiritual.
De fato, Aquele que nos deu a vida sabe que precisamos de alimentos para a subsistência de nosso corpo, assim como de vestimenta para cobri-lo e resguardá-lo das intempéries.
E porque nos tem amor maior do que o amor que temos a nós próprios, não se limita a prover-nos meramente de quanto nos seja indispensável à existência, mas esparge a mancheias, por toda parte, traços de beleza e cânticos de alegria, a fim de que nossa jornada neste mundo se torne mais suave e mais prazerosa.
As flores gráceis e perfumadas, as árvores frondosas e amigas, as aves com suas plumagens policrômicas e álacres gorjeios, são bênçãos maravilhosas com que Deus envolve a todos os Seus filhos, para ensinar-nos que assim também devemos proceder uns com os outros, fazendo cada qual quanto lhe seja possível para a alegria e a felicidade de todos.
Aprofundando a explicação, Jesus nos esclarece: “Olhai as aves do céu, que não semeiam nem ceifam, não amontoam nos celeiros e, no entanto, o Pai Celestial as alimenta. Não valeis muito mais do que elas?”.
É como se nos dissesse:
Por que tanto vos inquietais com “o vosso futuro?” Por que a obsessão de acumular mais do que podeis consumir? Não percebeis que aquilo que retendes, em demasia, vai causar a fome e a miséria de vossos irmãos? Não notastes ainda que o egoísmo é a fonte de quase todos os males que perturbam e afligem a Humanidade?
Vivei como os pássaros: joviais e despreocupados, na certeza de que, seguindo o preceito evangélico do “buscai e achareis”, sempre obtereis o de que precisais.
Não vos convencestes ainda da munificência divina? Contemplai, então, os lírios do campo: “Eles não trabalham nem fiam; não obstante, nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu com tanta graça e formosura”.
Crede: Deus é nosso Pai, e, se demonstra cuidado com as aves e as flores, que, na escala evolutiva, estão muito abaixo de vós, quanto mais desvelo, quanto mais carinho, não há de ter para convosco?
Não vos martirizeis, portanto, pelo que haveis de comer ou beber, nem pelo que haveis de vestir, porque não fostes colocados na Terra apenas para isso, mas para que aprendais a viver segundo as leis da bondade e da justiça...
Tal – assim nos parece – o verdadeiro sentido desta preciosa lição do Mestre dos mestres.

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