III - 
      EVOLUÇÃO  DO  CORPO  ESPIRITUAL
      
      André Luiz
      
PRIMÓRDIOS DA VIDA - Procurando fixar idéias seguras acerca do 
      corpo espiritual, será preciso remontarmos, de algum modo, aos primórdios 
      da vida na Terra, quando mal cessavam as convulsões telúricas, pelas quais 
      os Ministros Angélicos da Sabedoria Divina, com a supervisão do Cristo de 
      Deus, lançaram os fundamentos da vida no corpo ciclópico do Planeta.
      
A matéria elementar, de que o elétron é um dos corpúsculos-base (4), na 
      faixa de experiência evolutiva sob nossa análise, acumulada sobre si 
      mesma, ao sopro criador da Eterna Inteligência, dera nascimento à 
      província terrestre, no Estado Solar a que pertencemos, cujos fenômenos de 
      formação original não conseguimos por agora abordar em sua mais íntima 
      estrutura.
      
A imensa fornalha atômica estava habilitada a receber as sementes da vida 
      e, sob o impulso dos Gênios Construtores, que operavam no orbe nascituro, 
      vemos o seio da Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca 
      massa viscosa a espraiar-se no colo da paisagem primitiva.
      
Dessa geléia cósmica, verte o princípio inteligente, em suas primeiras 
      manifestações...
      
Trabalhadas, no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que 
      lhes magnetizam os valores, permutando-os entre si, sob a ação do calor 
      interno e do frio exterior, as mônadas celestes exprimem-se no mundo 
      através da rede filamentosa do protoplasma de que se derivaria a 
      exist6encia organizada no Globo constituído.
      
Séculos de atividade silenciosa perpassam, sucessivos...
      
NASCIMENTO DO REINO VEGETAL - Aparecem os vírus e, com eles, surge 
      o campo primacial da existência, formado por nucleoproteínas e globulinas, 
      oferecendo clima adequado aos princípios inteligentes ou mônadas 
      fundamentais, que se destacam da substância viva, por centros 
      microscópicos de força positiva, estimulando a divisão cariocinética.
      
Evidenciam-se, desde então, as bactérias rudimentares, cujas espécies se 
      perderam nos alicerces profundos da evolução, lavrando os minerais na 
      construção do solo, dividindo-se por raças e grupos numerosos, plasmando 
      pela reprodução assexuada, as células primevas, que se responsabilizariam 
      pelas eclosões do reino vegetal em seu início.
      
Milênios e milênios chegam e passam...
      
FORMAÇÃO DAS ALGAS - Sustentado pelos recursos da vida que na 
      bactéria e na célula se constituem do líquido protoplásmico, o princípio 
      inteligente nutre-se agora na clorofila, que revela um átomo de magnésio 
      em cada molécula, precedendo as constituição do sangue de que se 
      alimentará no reino animal.
      
O tempo age sem pressa, em vagarosa movimentação no berço da Humanidade, 
      e aparecem as algas nadadoras, quase invisíveis, com as suas caudas 
      flexuosas, circulando no corpo das águas, vestidas em membranas 
      celulósicas, e mantendo-se à custa de resíduos minerais, dotados de 
      extrema motilidade e sensibilidade, como formas monocelulares em que a 
      mônada já evoluída se ergue a estágio superior.
      
Todavia, são plantas ainda e que até hoje persistem na Terra, como 
      filtros de evolução primária dos princípios inteligentes em constante 
      expansão, mas plantas superevolvidas nos domínios da sensação e do 
      instinto embrionário, guardando o magnésio da clorofila como atestado da 
      espécie.
      
Sucedendo-as, por ordem, emergem as algas verdes de feição pluricelular, 
      com novo núcleo a salientar-se, inaugurando a reprodução sexuada e 
      estabelecendo vigorosos embates nos quais a morte comparece, na esfera da 
      luta, provocando metamorfoses contínuas, que perdurarão, no decurso das 
      eras, em dinamismo profundo, mantendo a edificação das formas do porvir.
      
DOS ANTRÓPODOS AOS DROMATÉRIOS E ANFITÉRIOS - Mais tarde, 
      assinalamos o ingresso da mônada, a que nos referimos, nos domínios dos 
      artrópodos, de axosqueleto quitinoso, cujo sangue diferenciado acusa um 
      átomo de cobre em sua estrutura molecular, para, em seguida, 
      surpreendê-la, guindada à condição de crisálida da consciência, no reino 
      dos animais superiores, em cujo sangue - condensação das forças que 
      alimentam o veículo da inteligência no império da alma - detêm a 
      hemoglobina por pigmento básico, demonstrando o parentesco inalienável das 
      individuações do espírito, nas mutações da forma que atende ao progresso 
      incessante da Criação Divina.
      
Das cristalizações atômicas e dos minerais, dos vírus e do protoplasma. 
      Das bactérias e das amebas, das algas e dos vegetais do período 
      pré-câmbrico aos fetos e às licopodiáceas, aos trilobites e cistídeos, aos 
      cefalópodes, foraminíferos e radiolários dos terrenos silurianos, o 
      princípio espiritual atingiu os espongiários e celenterados da era 
      paleozóica, esboçando a estrutura esquelética.
      
Avançando pelos equinodermos e crustáceos, entre os quais ensaiou, 
      durante milênios, os sistema vascular e o sistema nervoso, caminhou na 
      direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros e labirintodontes para 
      culminar nos grandes lacertinos e nas aves estranhas, descendentes dos 
      pterossáurios, no jurássico superior, chegando à época supracretácea para 
      entrar na classe dos primeiros mamíferos, procedentes dos répteis 
      teromorfos.
      
Viajando sempre, adquire entre os dromatérios e anfitérios os rudimentos 
      das reações psicológicas superiores, incorporando as conquistas do 
      instinto e da inteligência.
      
FAIXAS INAUGURAIS DA RAZÃO - Estagiando nos marsupiais e cetáceos 
      do eoceno médio, nos rinocerotídeos, cervídeos, antilopídeos, eqüídeos, 
      canídeos, proboscídeos e antropóides inferiores do mioceno e 
      exteriorizando-se nos mamíferos mais nobres do plioceno, incorpora 
      aquisições de importância entre os megatérios e mamutes, precursores da 
      fauna atual da Terra, e, alcançando os pitecantropóides da era 
      quaternária, que antecederam as embrionárias civilizações paleolíticas, a 
      mônada vertida do Plano espiritual sobre o Plano Físico (5) atravessou os 
      mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos 
      da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, 
      da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da 
      inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas 
      inaugurais da razão.
      
ELOS DESCONHECIDOS DA EVOLUÇÃO - Compreende-se, porém, que o 
      princípio divino aportou na Terra, emanando da Esfera Espiritual, trazendo 
      em seu mecanismo o arquétipo a que se destina, qual a bolota de carvalho 
      encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, não podemos 
      circunscrever-lhe a experiência ao plano físico simplesmente considerado, 
      porquanto através do nascimento e morte da forma, sofre constantes 
      modificações nos dois planos em que se manifesta, razão pela qual variados 
      elos da evolução fogem à pesquisa dos naturalistas, por representarem 
      estágios da consciência fragmentária fora do campo carnal propriamente 
      dito, nas regiões extrafísicas, em que essa mesma inconsciência incompleta 
      prossegue elaborando o seu veículo sutil, então classificado como 
      protoforma humana, correspondente ao grau evolutivo em que se encontra.
      
EVOLUÇÃO NO TEMPO - É assim que dos organismos monocelulares aos 
      organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, 
      colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que 
      lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a 
      túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo, 
      dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias 
      aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo 
      o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de 
      sensações e impressões, em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o 
      Auxílio das Potências Sublimes, que lhe orientam a marcha, configura os 
      demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da 
      própria alma.
      
Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de 
      raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na 
      romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da 
      época quaternária, em que a civilização elementar do silex denuncia algum 
      primor de técnica, nada menos que um bilhão e meio de anos. Isso é 
      perfeitamente verificável na desintegração natural de certos elementos 
      radioativos na massa geológica do Globo. E entendendo-se que a Civilização 
      aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem, 
      com a bênção do Cristo, para a responsabilidade, somos induzidos a 
      reconhecer o caráter recente dos conhecimentos psicológicos, destinados a 
      automatizar na constituição fisiopsicossomática do espírito humano as 
      aquisições morais que lhe habilitarão a consciência terrestre a mais amplo 
      degrau de ascensão à Consciência Cósmica.(6)  
      
4- Na Esfera Espiritual, em que estagiamos, 
      o elétron é também partícula atômica dissociável.  - Nota de André Luiz
      
5- As expressões "Plano Físico" e "Plano 
      Extrafísico", largamente usadas nestas páginas, foram utilizadas por nós, 
      à falta de termos mais preciosos que designem as esferas de evolução para 
      os Espíritos encarnados e desencarnados, pertencentes ao "habitat" 
      planetário. - Nota de André Luiz. 
      
6- as presentes estimativas e apontamentos 
      do Plano Espiritual, apesar das compreensíveis divergências humanas, 
      coincidem exatamente com observações e ilações de vários estudiosos 
      encarnados. – (nota de André Luiz)
      
      Livro “Evolução em Dois mundos”
      
      Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
      
      Autor Espiritual: André Luiz.
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