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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Do Livro A Genese " Sinais dos Tempos" parte 2 (final)

16. Com o pensamento de que a atividade e a cooperação individuais na obra geral da civilização são limitadas à vida presente, que antes a criatura nada foi, e que depois nada será, que importa ao homem o progresso ulterior da humanidade? Que lhe importa que no futuro os povos sejam melhor governados, mais felizes, mais esclarecidos, melhores uns para com os outros? Pois se ele não vai daí tirar nenhum fruto, esse progresso não é perdido para ele? De que lhe serve trabalhar para os que virão depois se jamais os conhecerá, se são seres novos que dali a pouco reentrarão no nada, também eles? Sob o império da negação do futuro individual, tudo se amesquinha forçosamente às acanhadas proporções do momento e da personalidade.
Mas, ao contrário, que amplitude dá ao pensamento do homem a certeza da perpetuidade de seu ser espiritual! Quê de mais racional, de mais grandioso, de mais digno do Criador, que esta lei segundo a qual a vida espiritual e a vida corporal não são senão dois modos de existência que se alternam para a concretização do progresso! Quê de mais justo e de mais consolador senão a idéia dos mesmos seres progredindo sem cessar, a princípio através das gerações do mesmo mundo, e em seguida, de um mundo para outro, até atingir a perfeição sem solução de continuidade! Todas as ações têm então uma finalidade, pois, trabalhando para todos, estamos trabalhando para nós mesmos e reciprocamente; de sorte que nem o progresso individual nem o progresso geral jamais são estéreis; aproveita às gerações e às individualidades futuras, que não são senão as gerações e as individualidades passadas, chegadas a um grau mais alto do adiantamento.
17. A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; porém não há fraternidade real, sólida e efetiva, se não for apoiada numa base inquebrantável; esta base, é a fé; não a fé em tais ou quais dogmas particulares que mudam com os tempos ou os povos e se apedrejam, pois quando se anatematizam alimentam o antagonismo; mas a fé nos princípios fundamentais que todo o mundo pode aceitar; Deus, a alma, o futuro, o progresso individual, indefinido, a perpetuidade das relações entre os seres. Quando todos os homens se convencerem de que Deus é o mesmo para todos; de injusto; que o mal vem dos homens e não dele, hão de que este Deus, soberanamente justo e bom, nada pode querer se encarar como filhos de um mesmo Pai, e estender-se-ão as mãos.
É esta fé que o Espiritismo proporciona e que de agora em diante será o eixo sobre o qual se moverá o gênero humano, quaisquer que sejam o modo de adoração e as crenças particulares.
18. O progresso intelectual realizado até hoje nas mais vastas proporções é um grande passo, e marca a primeira fase da humanidade; porém, sozinho, é impotente para regenerá-la; enquanto o homem for dominado pelo orgulho e pelo egoísmo, utilizará sua inteligência e seus conhecimentos para vantagem de suas paixões e seus interesses pessoais; é por isso que ele os aplica ao aperfeiçoamento dos meios de prejudicar os seus semelhantes, e os destruir.
19. Unicamente o progresso moral pode assegurar a felicidade dos homens sobre a Terra pondo um freio às más paixões; unicamente ele pode fazer reinar entre os homens a concórdia, a paz e a fraternidade.
É ele que derrubará as barreiras dos povos, que fará cair os preconceitos de casta e calar os antagonismos de seitas, ensinando aos homens a se considerarem como irmãos chamados a se auxiliar reciprocamente, e não a viver às expensas uns dos outros.
É anda o progresso moral, secundado aqui pelo progresso da inteligência, que confundirá os homens numa mesma crença estabelecida sobre verdades eternas, não sujeitas a discussão e por isso mesmo aceitas por todos.
A unidade de crença será o liame mais possante, o mais sólido fundamento da fraternidade universal, quebrada desde todo o tempo pelos antagonismos religiosos que dividem os povos e as famílias, que fazem ver nos dissidentes, inimigos que se devem exortar, combater, exterminar, em vez de irmãos a quem se deve amar.
20. Um tal estado de coisas supõe uma mudança no sentimento das massas, um progresso geral que não se podia realizar senão saindo do círculo das idéias estreitas e terra-a-terra, que fomentam o egoísmo. Em diversas épocas, homens de elite têm procurado impelir a humanidade nesta via; mas a humanidade, ainda demasiado jovem, permaneceu surda, e seus ensinamentos foram como a boa semente lançada sobre as pedras.
Hoje, a humanidade está madura para lançar suas vistas mais alto que nunca, para assimilar idéias mais amplas e compreender o que antes não pudera.
A geração que desaparece levará com ela seus preconceitos e seus erros; a geração que se eleva, embebida numa fonte mais purificada, imbuída de idéias mais sadias, imprimirá ao mundo o movimento ascensional no sentido do progresso moral, que deve assinalar a nova fase da humanidade.
21. Esta fase já se revela por sinais inequívocos, por tentativas de reformas úteis, por idéias grandes e generosas que vêem o dia e que começam a encontrar ecos. É assim que se vêem fundar uma porção de instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras, sob o impulso e pela iniciativa de homens evidentemente predestinados à obra da regeneração; que as leis penais se impregnam a cada dia de um sentimento mais humano. Os preconceitos de raça se enfraquecem, os povos começam a se encarar como membros de uma grande família; pela uniformidade e facilidade dos meios de transação, suprimem-se as barreiras que os dividiam; de todas as partes do mundo, reúnem-se conclaves universais para os torneios pacíficos da inteligência.
Porém, falta a essas reformas uma base para se desenvolver, se completar, se consolidar, uma predisposição moral mais geral para frutificar e se fazer aceita pelas massas. Isto não deixa de ser um sinal característico do tempo, o prelúdio do que se realizará em mais larga escala, à medida que o terreno se torne mais propício.
22. Um sinal não menos característico do período em que entramos, é a reação evidente que se opera no sentido das idéias espiritualistas; uma repulsão instintiva se manifesta contra as idéias materialistas. O espírito de incredulidade que se havia apoderado das massas, ignorantes ou esclarecidas, e as fizera rejeitadas, com a forma, o próprio fundo de todas as crenças, parece ter sido um sono do qual, ao sair, se experimenta a necessidade de respirar um ar mais vivificante. Involuntariamente, onde o vácuo se faz, procura-se alguma coisa, um ponto de apoio, uma esperança.
23. Suponho que a maioria dos homens são imbuídos de tais sentimentos, facilmente se podem figurar as modificações que os mesmos trarão para as relações sociais: caridade, fraternidade, benevolência para com todos, tolerância para todas as crenças, tal será a sua divisa. É o objetivo para o qual se orientará a humanidade, o objetivo de suas aspirações, de seus desejos, sem que ela saiba bem com que meios os realizará; ela ensaia, ela tateia, mas é detida por resistências ativas ou pela força da inércia dos preconceitos, das crenças estacionárias e refratárias ao progresso. São resistências que será preciso vencer, e isto será a obra da nova geração; se seguirmos o curso atual das coisas, reconhecemos que tudo parece predestinado a lhe abrir caminho; ela terá para si a dupla potência do número e das idéias, e mais a experiência do passado.
24. A nova geração marchará pois, para a realização de todas as idéias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. Marchando o Espiritismo para o mesmo objetivo, e realizando suas finalidades, ambos se encontrarão sobre o mesmo terreno. Os homens de progresso encontrarão nas idéias espíritas uma possante alavanca, e o Espiritismo encontrará nos homens novos, espíritos predispostos a acolhê-lo. Neste estado de coisas, o que poderão fazer aqueles que pretendessem se colocar em oposição?
Não é o Espiritismo que cria a renovação social, é a madureza da humanidade que faz de tal renovação uma necessidade. Pela sua potência moralizadora, por suas tendências progressivas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abraça, o Espiritismo, mais que qualquer outra doutrina, está apto a secundar o movimento regenerador; por isso mesmo são contemporâneos. Ele veio no momento em que podia ser mais útil, pois também para ele os tempos são chegados; mais cedo, teria encontrado obstáculos insuperáveis; teria sucumbido inevitavelmente, pois que os homens, satisfeitos com o que já tinham, não experimentavam ainda a necessidade do que ele traz. Hoje, nascido com o movimento das idéias que fermentam, encontra o terreno preparado a recebê-lo; os espíritos, cansados da dúvida e da incerteza, horrorizados com o abismo que se lhe abre à frente, o acolhem como uma âncora de salvação e um supremo consolo.
26. O número dos retardatários ainda é sem dúvida grande; mas o que podem eles contra a onda que sobe, senão atirar-lhe algumas pedras? Essa onda é a geração que se levanta, ao passo que eles somem com a geração que se retira cada dia a passos largos. Até então, porém, defenderão o terreno passo a passo; há, portanto, luta inevitável, mas desigual, pois é a do passado decrépito que cai em farrapos, contra o futuro jovem; da estagnação contra o progresso; da criatura contra a vontade de Deus, pois são chegados os tempos marcados.

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