Entrevista ao Programa O Espiritismo responde
O Espiritismo Responde – Raul, quem é Jesus para o Espiritismo?
Raul Teixeira
– É o Espírito mais evoluído que Deus mandou à Terra para servir de
guia e modelo. Particularmente, vejo muita beleza nessa resposta
exatamente porque, uma vez que os Espíritos dizem que Jesus é o mais
elevado Espírito que Deus mandou à Terra, todos os demais Espíritos
estão ligados a Ele. Então, se o indivíduo é budista, o Buda é um servo
de Jesus, se o indivíduo é taoísta, é da linha do Bahá’í, é do judaísmo,
todos estão ligados a Jesus Cristo, que é o governador planetário.
ER – Pode-se dizer que Jesus e Seus ensinos ainda não foram compreendidos?
RT
– Exatamente! O Espírito Emmanuel escreveu um livro, que leva seu nome,
por meio de Chico Xavier, no qual diz que Espíritos de sua faixa de
evolução ainda não entendiam devidamente Jesus. Então imaginemos nós,
que sobrenadamos essa lama aqui na Terra... Por isso as pessoas fazem
ainda piadas com o nome de Jesus, guerras santas, cometem crimes
horrendos e nefandos, e enriquecem explorando a bolsa do necessitado, em
nome de Jesus.
Eles
não têm noção da dimensão do Cristo sobre a Terra e sobre nossas vidas.
E se não fosse a misericórdia de Jesus para conosco e para com esses
nossos irmãos, a vida na Terra seria insuportável. É muitíssimo
importante admitirmos que ainda não entendemos Jesus. Esse eu, longínquo
do Cristo, torna-se muito próximo apenas quando nos confiamos a Ele.
ER – É suficiente cremos em Jesus para sermos salvos, como professam algumas religiões?
RT
– Esses mesmos irmãos que pregam que basta cremos em Jesus para sermos
salvos não se dão conta de que estão desdizendo a Sua própria fala. Se
Jesus Cristo disse: Meu pai trabalha sempre e eu trabalho também,
bastaria ao rebanho dEle apenas acreditar? Essa é uma panaceia criada
na Idade Média pela Igreja para agradar os nobres, que a partir disso
não trabalharam mais; o trabalho era para mulheres e escravos.
Foi Jesus que nos disse que a cada um será dado conforme suas obras.Veja
lá: Thiago diz que a fé sem obras está morta em si mesma e Jesus nos
disse que a cada um será dado conforme suas obras e não conforme suas
crenças.
É
muito fácil a criatura ler no texto, memorizá-lo e repeti-lo, sem
digerir intelectualmente o que leu. Fica repetindo frases prontas,
palavras de ordem que não são verdades segundo o Evangelho de Cristo.
A
salvação é um trabalho que realizamos dentro de nós próprios quando
entendemos as leis divinas e temos a disposição de vivenciá-las. Aí
estabelecemos uma sintonia com o bem, de tal ordem que nos salvamos da
ignorância, nos libertamos de todo mal. Conhecereis a verdade e essa verdade vos libertará. Essa libertação é a redenção, é a salvação.
ER – Se a fé sem obras é morta, como é a fé viva?
RT
– A fé viva é essa que não está apenas no discurso; tem ação, realiza o
bem. Graças a isso encontramos pessoas desvinculadas de quaisquer
movimentos organizados de crença e que realizam trabalhos notáveis
porque sabem ou sentem que o bem é a lei da vida.
Segundo
a visão teológica, realizar o bem é fazer tudo aquilo que ajuda a vida a
crescer, isto é: cuidar do jardim, dos animais, educar as crianças,
cozinhar com amor, estudar iluminando o cérebro, dar conforto a alguém,
dar lugar a alguém na condução...
É
fazer o bem onde você puder, porque a montanha é construída de grãos de
areia, e o oceano é feito de gotas d’água. Temos sempre essa tormenta
de querer fazer o bem quando os outros vão ver, vão aplaudir, vai sair
no jornal, render elogios, e perdemos as pequenas oportunidades. Não
podemos deixar os minutos passarem sem fazermos uma coisa boa, mesmo que
seja enviar um pensamento bom, de desejo de felicidade, a uma pessoa de
quem nos lembrarmos.
ER – Jesus deixou-Se sacrificar para exemplificar Seus ensinamentos. Isso gerou algum compromisso nosso, coletivo, para com Jesus?
RT
– Não é que isso tenha gerado um compromisso nosso para com Jesus,
porque não foi a humanidade como um todo que cometeu o desatino. Quando
falamos que o mundo deve isso a Jesus, me diz o Espírito Camilo: é
porque aqueles 12 homens que Ele escolheu representavam a humanidade
daquela época.
Aprendemos,
com a teologia judaica, que eles representavam as doze tribos de
Israel, mas isso tem um outro sentido. Jesus não queria escolher doze
santos, mas indivíduos que representassem toda a humanidade – o
carinhoso, o grotesco, o rude, o intelectual e o politiqueiro, como era
Judas.
Começamos a perceber e a nos dar conta de como era importante Jesus Cristo viver com aquelas pessoas. Não foi fácil para Ele.
Quantas vezes Ele interrogava os amigos: O que é que vocês vinham discutindo pelos caminhos? E o que discutiam era de quem Jesus gostava mais. Eram as mesmas picuinhas que encontramos hoje nos movimentos religiosos.
E Jesus pediu ao Pai na chamada Oração Sacerdotal: Senhor, eu não vos peço que os tireis do mundo, eu vos peço que os livreis do mal.
O
problema não é vivermos no mundo com as nossas experiências de
crescimento, é nos voltarmos para o mal. As criaturas, representadas
naqueles doze apóstolos, estão na nossa casa, no nosso trabalho
profissional, na rua! Jesus nos ensinou como lidar, que discursos e
sentimentos acionar, com quem tem menos, com quem tem mais, com
ignorantes, sábios, com a prostituta, com o ladrão. Ele é para nós a
verdadeira referência: Caminho, Verdade e Vida, ou Caminho da Verdade e da Vida, ou Caminho para a Verdadeira Vida.
Extraído do Jornal Espírita Libertador, junho/julho de 2010.
Em 19.07.2010.
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Os apóstolos que Jesus escolheu representavam toda a humanidade.
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