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sábado, 6 de fevereiro de 2021

AS MULHERES TEM ALMA?

  Sabe-se que a coisa nem sempre foi tida como certa, pois, ao que se diz, foi posta em deliberação num concílio. A negação ainda é um princípio de fé em certos povos. Sabe-se a que grau de aviltamento essa crença as reduziu na maior parte das regiões do Oriente. Mesmo que hoje, nos povos civilizados, a questão seja resolvida em seu favor, o preconceito de sua inferioridade moral perpetuou-se a tal ponto que um escritor do século passado, cujo nome me foge, assim definia a mulher: “Instrumento de prazeres do homem”, definição mais muçulmana que cristã. Desse preconceito nasceu sua inferioridade legal, ainda não apagada de nossos códigos. Por muito tempo elas aceitaram essa escravização como uma coisa natural, tão poderosa é a força do hábito. É assim que acontece com aqueles que são submetidos à servidão de pai para filho, que acabam por se julgarem de natureza diversa da dos seus senhores.


Contudo, o progresso das luzes elevou o conceito da mulher. Muitas vezes ela se afirmou pela inteligência e pelo gênio, e a lei, conquanto ainda a considere inferior, pouco a pouco afrouxou os laços da tutela. Pode-se considerá-la como emancipada moralmente, se não o é legalmente. É a este último resultado que ela chegará um dia, pela força das coisas.


Há pouco tempo lia-se nos jornais que uma jovem de vinte anos acabara de defender o bacharelado com pleno sucesso perante a faculdade de Montpellier. Dizia-se que era o quarto diploma de bacharel concedido a uma mulher. Não faz muito tempo foi aventada a questão de saber se o grau de bacharel podia ser conferido a uma mulher. Ainda que para alguns isto parecesse uma anomalia monstruosa, reconheceu-se que os regulamentos sobre a matéria não mencionavam as mulheres, portanto, elas não se achavam legalmente excluídas. Depois de terem reconhecido que elas têm alma, reconheceram-lhes o direito à conquista de graus da Ciência, o que já é alguma coisa. Mas a sua libertação parcial é apenas resultado do desenvolvimento da urbanidade, do abrandamento dos costumes ou, se quiserem, de um senso mais apurado da justiça. É uma espécie de concessão que lhes fazem, e é preciso dizer que regateiam o máximo possível.


Pôr em dúvida hoje a alma da mulher seria ridículo, mas outra questão muito séria, sob outro aspecto, aqui se apresenta, e cuja solução só será estabelecida se a igualdade de posição social entre o homem e a mulher for definida como um direito natural ou como uma concessão feita pelo homem. Notemos, de passagem, que se esta igualdade não for senão uma concessão do homem por condescendência, aquilo que ele dá hoje pode retirar amanhã, e que tendo ele a força física, salvo algumas exceções individuais, no conjunto ele sempre levará vantagem, ao passo que se essa igualdade estiver na Natureza, seu reconhecimento será resultado do progresso e, uma vez reconhecida, será imprescritível.


Criou Deus as almas masculinas e femininas, e fez estas inferiores àquelas? Eis toda a questão. Se assim é, a inferioridade da mulher está nos desígnios divinos, e nenhuma lei humana poderia nisso interferir. Se, ao contrário, ele as criou iguais e semelhantes, as desigualdades baseadas na ignorância e na força bruta desaparecerão com o progresso e o reinado da justiça.


Entregue a si mesmo, o homem não podia estabelecer a respeito senão hipóteses mais ou menos racionais, mas sempre controvertidas. Nada no mundo visível poderia dar-lhe a prova material do erro ou do acerto de suas opiniões. Para se esclarecer, seria preciso remontar à fonte, escavar os arcanos do mundo extracorporal que ele não conhecia. Estava reservado ao Espiritismo resolver a questão, não mais pelo raciocínio, mas pelos fatos, quer pelas revelações de além-túmulo, quer pelo estudo que diariamente deve fazer sobre o estado das almas após a morte. E, coisa fundamental, esses estudos não são a criação de um só homem, nem as revelações de um só Espírito, mas o produto de inúmeras observações idênticas, feitas diariamente por milhares de pessoas, em todos os países, e que assim receberam a sanção poderosa do controle universal, sobre o qual se apoiam todas as teorias da Ciência Espírita.


Ora, eis o que resulta destas observações:


As almas ou Espíritos não têm sexo. As afeições que os unem nada têm de carnal e, por isto mesmo, são mais duráveis, porque são fundadas numa simpatia real e não são subordinadas às vicissitudes da matéria.


As almas se encarnam, isto é, revestem temporariamente um envoltório carnal, para elas semelhante a uma pesada vestimenta, de que a morte as desembaraça. Pondo-as esse envoltório material em contato com o mundo material, nesse estado elas concorrem ao progresso material do mundo que habitam; a atividade que são obrigadas a desenvolver, quer para a conservação da vida, quer à procura do bem-estar, auxilia-lhes o avanço intelectual e moral. A cada encarnação a alma chega mais desenvolvida; traz novas ideias e os conhecimentos adquiridos nas existências anteriores. Assim se efetua o progresso dos povos. Os homens civilizados de hoje são os mesmos que viveram na Idade Média e nos tempos de barbárie, e que progrediram; os que viverão os séculos futuros são os que vivem hoje, porém ainda mais adiantados intelectual e moralmente.


Os órgãos sexuais só existem no organismo. Eles são necessários à reprodução dos seres materiais. Mas os Espíritos, sendo criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão pela qual os órgãos sexuais seriam inúteis no mundo espiritual.


Os Espíritos progridem pelos trabalhos que realizam e pelas provas que têm a suportar, como o operário se aperfeiçoa em sua arte pelo trabalho que faz. Essas provas e esses trabalhos variam conforme a sua posição social. Devendo os Espíritos progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos, cada um é chamado a concorrer aos diversos trabalhos e a passar por diferentes gêneros de provas. É por isso que eles renascem alternativamente ricos ou pobres, senhores ou servos, profissionais do pensamento ou da matéria.


Assim se acha fundado, sobre as próprias leis da Natureza, o princípio da igualdade, pois o grande da véspera pode ser o pequeno do dia seguinte, e vice-vera. Desse princípio decorre o da fraternidade porquanto nas relações sociais encontramos antigos conhecidos, e no infeliz que nos estende a mão pode encontrar-se um parente ou um amigo.


É com o mesmo objetivo que os Espíritos se encarnam nos diferentes sexos. Aquele que foi homem poderá renascer mulher, e aquele que foi mulher poderá renascer homem, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições, e de submeter-se às provas respectivas.


A Natureza fez o sexo feminino mais fraco que o outro, porque os deveres que lhe incumbem não exigem uma igual força muscular e seriam até incompatíveis com a rudeza masculina. Nele a delicadeza das formas e das sensações são admiravelmente apropriadas aos cuidados da maternidade. Aos homens e às mulheres são, assim, atribuídos deveres especiais igualmente importantes na ordem das coisas; são dois elementos que se completam um pelo outro.


Sofrendo o Espírito encarnado a influência do organismo, seu caráter se modifica conforme as circunstâncias e se dobra às necessidades e às exigências impostas por esse mesmo organismo. Essa influência não se apaga imediatamente após a destruição do envoltório material, da mesma forma que ele não perde instantaneamente os gostos e hábitos terrenos. Depois, pode acontecer que o Espírito percorra uma série de existências no mesmo sexo, o que faz com que durante muito tempo ele possa conservar, na condição de Espírito, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa. Somente quando chegado a um certo grau de adiantamento e de desmaterialização é que a influência da matéria se apaga completamente e, com ela, o caráter dos sexos. Os que se nos apresentam como homens ou como mulheres assim o fazem para nos lembrarmos da existência em que os conhecemos.


Se essa influência da vida corporal repercute na vida espiritual, o mesmo se dá quando o Espírito passa da vida espiritual para a corporal. Numa nova encarnação, ele trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito; se ele for avançado, será um homem avançado; se for atrasado, será um homem atrasado. Mudando de sexo ele poderá, portanto, sob essa impressão e em sua nova encarnação, conservar os gostos, as inclinações e o caráter inerentes ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes, notadas no caráter de certos homens e de certas mulheres.


Portanto, só existe diferença entre o homem e a mulher em relação ao organismo material, que se aniquila com a morte do corpo. Mas, quanto ao Espírito, à alma, ao ser essencial, imperecível, ela não existe, porque não há duas espécies de almas. Assim quis Deus, em sua justiça para com todas as suas criaturas. Dando a todas um mesmo princípio, estabeleceu a verdadeira igualdade. A desigualdade só existe temporariamente, no grau de adiantamento; mas todos têm direito ao mesmo destino, ao qual cada um chega por seu trabalho, porque Deus não favoreceu ninguém às custas dos outros.


A doutrina materialista coloca a mulher numa inferioridade natural, da qual só é elevada pela boa vontade do homem. Com efeito, segundo essa doutrina, a alma não existe ou, se existe, extingue-se com a vida ou se perde no todo universal, o que dá no mesmo. Assim, só resta à mulher a sua fraqueza corporal, que a coloca sob a dependência do mais forte. A superioridade de algumas é simples exceção, uma bizarria da Natureza, um jogo dos órgãos e não faria lei. A doutrina espiritualista vulgar reconhece a existência da alma individual e imortal, mas é impotente para provar que não há diferença entre a do homem e a da mulher, e, portanto, uma superioridade natural de uma sobre a outra.


Com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; não é mais uma concessão da força à fraqueza, mas é um direito alicerçado nas próprias leis da Natureza. Dando a conhecer estas leis, o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher, assim como abre a da igualdade e da fraternidade.

Revista Espírita - Janeiro de 1866 


ESPECIALMENTE A MULHER ---- "Se te encontras na experiência feminina, ante os impositivos da evolução, é natural te compreendas, no mesmo nível do homem relativamente à cultura e à inteligência, com a mesma segurança de competência. Mas para a demonstração disso, não busques os pontos de vivência em que a maioria dos homens falhou tantas vezes."





 Conversávamos antes da reunião sobre os direitos da mulher perante o homem. Os comentários eram os mais diversos, quanto ao que ocorre no mundo neste sentido. Quando os deveres em pauta nos chamaram à tarefa, O Livro dos Espíritos, aberto ao acaso, deu-nos a questão 201 para estudo. Após as explanações habituais, o nosso caro Emmanuel trouxe-nos a página “Especialmente à Mulher”.


Homem e mulher guardam idênticos direitos perante as Leis da Vida.

E ambos, análogas características de imortalidade; nos dois, os mesmos atributos do Espírito eterno.

Entretanto, a Sabedoria da Criação entregou à mulher as chaves da vida. Com ela, a repetição do berço, nos prodígios do renascimento.

O homem dominará a natureza, erguerá impérios, influenciará povos ou marcará época; no entanto a humanização de tudo isso pertence à mulher que o embala nos vínculos de sua própria renovação.

Por muito poderosos hajam sido os conquistadores da Terra, no passado e no presente, e por mais cultos os filósofos que traçam as diretrizes da cultura humana, de nenhum deles a vida suprimiu a necessidade das entranhas femininas para que se lhes gerasse a existência; e ainda agora, quando a ciência do mundo se dispõe a intervir nos processos da reencarnação, procurando nova nidação dos recursos genéticos, a favor da gestação em proveta criadora, nenhum sistema de sublimação espiritual pode substituir a assistência materna, no trabalho do renascimento físico, porque unicamente o amor é a luz da civilização, conduzindo-a para a integração com Deus.

Se te encontras na experiência feminina, ante os impositivos da evolução, é natural te compreendas, no mesmo nível do homem relativamente à cultura e à inteligência, com a mesma segurança de competência. Mas para a demonstração disso, não busques os pontos de vivência em que a maioria dos homens falhou tantas vezes.

Para te mostrares tão eficiente quanto os melhores companheiros da Terra, não é necessário desças aos precipícios a que tantos se arrojaram na própria imprevidência.

Recrda que podes ombrear com todos eles em matéria de trabalho e habilitação, entendimento e responsabilidade, mas é preciso pensar que Deus não confiou aos homens os dons que te concedeu na perpetuação da vida e no sustento do amor.


Emmanuel

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS : Q.818 - LEI DE IGUALDADE - - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER.---"A Doutrina Espírita vem remover essas idéias de inferioridade da mulher ante o homem e insuflar, no coração do mesmo, o perdão."

 



818. Donde provém a inferioridade moral da mulher em certos países?
“Do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.”

COMENTÁRIO DE MIRAMEZ
INFERIORIDADE
A suposta inferioridade moral da mulher, em certos países, é produto da ignorância dos homens, e do predomínio da força bruta, que supõe tudo resolver pela violência. Esse massacre dos valores da mulher é que causa os distúrbios da sensibilidade nos desvios dos seus valores imortais.
Nessa violência contra a fragilidade dos corpos femininos, sofre, outrossim, a alma, com a interpretação satânica de certos teólogos, de que a mulher não tinha Espírito, por ter sido feita da costela de Adão. Essa ilusão de que a humanidade nasceu de Adão e Eva criou muitos erros e deu nascimento a muitos distúrbios que fizeram paralisar ou retardar as manifestações do amor de Deus para com a humanidade. Até mesmo almas eminentes sofreram a influência dessa teologia das trevas; eis porque falamos sempre do condicionamento de certas idéias sem fundamento na verdade.
Procuremos inquirir, no silêncio da própria vida, porque a mulher é inferior moralmente ao homem. Esse preconceito escapa ao raciocínio, ao bom senso, à bondade de Deus e à razão. Esta desvalorização dos valores femininos não tem sentido. "O Livro dos Espíritos" nos mostra, na sua beleza espiritual, todas as leis e a igualdade da criação do homem e da mulher, nas suas operações diversas, mas com os mesmos direitos e deveres perante Deus.
O Espírito não tem sexo; os corpos que ele usa nas vidas sucessivas têm diferenças uns dos outros, para que se tornem complementares às suas necessidades. A crueldade do homem, no seu primitivismo, é que fez marginalizar a mulher, para que pudesse crescer o seu poder como "rei" da criação. Mas, como as leis naturais são imutáveis, a lei da justiça é a mesma e o será sempre, em todas as épocas da humanidade. Os próprios homens é que deverão, por maturidade, reconhecer as coisas de Deus.
A mulher terá a sua glória; se perdeu alguma liberdade no mundo, ganhou sua paz na consciência, gerou em si forças de sustentação e o domínio de ser útil às gerações, como mãe. Ela, aparentemente, perdeu, mas, na realidade, nada perdeu na área da eternidade. Muitas estão ocupando corpos masculinos para mostrar aos homens como se deve amar, pedindo e trabalhando para a igualdade dos direitos em todas as atividades que possam alcançar.
A Doutrina Espírita vem remover essas idéias de inferioridade da mulher ante o homem e insuflar, no coração do mesmo, o perdão. Se os ignorantes desejam ficar na Terra, que fiquem até surgir a maturidade, mas com a consciência pesada temem perder o que eles mesmo destruíram, com a prepotência.
Vejamos o que nos diz João, no capítulo sete, versículo trinta e quatro, mostrando 'o que pode acontecer e que já ocorreu com muitos no plano espiritual:
Haveis de procurar-me, e não me achareis; também onde eu estou, vós não podeis ir.
Mas, vem a misericórdia de Deus, que é sempre Pai, dando oportunidade para o desenvolvimento dos poderes espirituais, de modo que esses Espíritos entrem em êxtase e por um pouco possam encontrar aqueles que foram desprezados, agredidos e maltratados, até que se suavize o fardo e fique leve o jugo. O sofrimento de uns desenvolveu-lhes a capacidade de entender mais a vida, e os que agrediram embruteceram suas possibilidades de se libertarem no campo do Espírito. Entretanto, pela bênção da possibilidade de intercâmbio entre os dois mundos, possibilitou-se às criaturas o conhecimento das leis, tornando-as livres dos velhos preconceitos humanos e alegrando-as na alegria divina, com o Cristo no centro da consciência.
Fonte: Filosofia Espírita volume XVII

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS Q.817 - LEI DE IGUALDADE --IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER

 Igualdade dos direitos do homem e da mulher


817. São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?


“Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?”


COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ


HOMEM E MULHER


São duas formas diferentes, mas com o mesmo objetivo de vida, exercitando-se ambas, na busca da libertação espiritual. Ninguém foi criado para ser preso, mas subordinado à lei que dirige a todos, em seqüências variadas do despertamento das suas faculdades espirituais, e somente juntos em forma de família, os Espíritos têm mais possibilidades, acionando mais depressa o acordar dos seus talentos.


O homem se expressa no corpo físico com características diferentes da mulher. Ele busca mais as coisas da Terra e sabe responder às exigências do mundo na pauta dos seus valores e, neste trabalho, recolhe experiências valiosas, porque, no fundo, em todas elas vibra a lei divina do amor, que veste muitas roupagens por existirem diversas modalidades de se educar.

O homem, no curso das suas existências, passa a indagar a si mesmo, usando da razão, qual é o melhor caminho a seguir e, empenhado nessa especulação, acaba encontrando as advertências como ajuda e descobrindo a verdade que o liberta. O tempo é seu amigo inseparável, que age até quando for preciso; quando atinge sua iluminação interior, desaparece o próprio tempo, não se fala mais de espaço e nem mesmo de leis. A educação existe por causa da ignorância; se esta cessar, aquela não será mais necessária.

A mulher tem uma razão de ser na vida do homem, sem a qual a vida do seu companheiro se tornaria vazia e sem impulsos para a busca da verdade. Deus nunca erra nos Seus objetivos. Pela sua sensibilidade, sua ação é mais direcionada ao enlevo, em rumo complementar do homem, como que uma ponte intuitiva que busca o mais além, distribuindo o que de lá recebe com os que com ela vivem em família. O aprimoramento do papel de esposa e mãe é a oferta da água viva, como a que a samaritana recebeu do Cristo à beira do poço de Jacó.

Observemos os apontamentos de João sobre a fala do Mestre, que assim se expressa no capítulo quatro, versículo onze:

Respondeu-lhe ela:

Senhor, tu não tens com que a tirar e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?

Vejamos que simbolismo divino: o Mestre oferta à mulher a água da vida, aquela com a qual ela nunca mais teria sede. Era a água do amor, e a maternidade pode ser um poço dessa água, para aqueles que, por seu intermédio, ela poderia saciar.

O sexo, na Terra, é força viva que os faz unir, na esperança de que, pelo amor, passem do plano espiritual para a Terra outros companheiros do passado, na esperança de tranqüilizarem a consciência e compreenderem o porquê da vida. O companheiro é um instrumento para ajudar na operação, na constância de edificar esse amor, cada vez mais espiritualizado: um, trabalhando nos horizontes da Terra, e o outro abençoando com as forças do céu.

Os direitos do homem e da mulher são iguais, mesmo na diversificação dos seus ideais. Não há diferença de valores dos Espíritos; há, sim, de posições pelas vestimentas carnais que a natureza lhes empresta para o despertamento dos tesouros da vida.

As mulheres sofreram muito em épocas recuadas, pela ignorância humana, mas como nada se perde, elas recolheram valores maiores, que devem se expressar no futuro ao comandarem e direcionarem, pelos seus próprios valores, os altos postos que lhes foram tomados, invalidados pela força. O trabalho maior da mulher é a missão de educar aqueles que, por bênção de Deus, vêm para seus braços nas linhas do perdão.

Eis porque a reencarnação constitui bênção maior para todos os filhos de Deus; ela os inspira para o amor universal e as vidas sucessivas matam o orgulho e fazem desaparecer o egoísmo, em um trabalho que opera no desfile dos evos.

 Fonte : Filosofia Espírita Volume XVII

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS :Q.816 - CAP. IX LEI DE IGUALDADE - AS PROVAS DA RIQUEZA E MISÉRIA

 


816. Estando o rico sujeito a maiores tentações, também não dispõe, por outro lado, de mais meios de fazer o bem?


“Mas é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si.”

A alta posição do homem neste mundo e a autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias como a miséria, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder.

A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: “Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus.” (266)



Comentários pelo Espírito , Miramez:




O RICO E A CARIDADE


O rico certamente tem melhores chances de prestar serviços ao próximo, de fazer a mais bela caridade que se possa praticar, que é aquela de oportunizar ao pobre a ganhar o seu sustento, para viver feliz com a sua família. No entanto, é o que não faz a maior parte dos ricos; uns são obrigados a fazê-lo porque dependem do trabalho daqueles, e não multiplicam seus bens sem os braços dos chamados miseráveis.

Com a riqueza, as suas necessidades materiais crescem e eles gastam o que não deveriam em viagens pouco úteis a lugares que os atraem, inspirados na vaidade e mesmo no orgulho. Assim, vão embrutecendo cada vez mais seu sentimento de caridade, que deveria ser exercitado com aqueles que os ajudam a ganhar a fortuna. Enquanto gastam milhões em jornadas para conhecer outros povos, seus assalariados passam fome, frio e, por vezes, não têm teto, nem os seus filhos têm escolas. É certo que muitos vieram com a provação da pobreza, mas o que é desperdiçado poderia amenizar seus sofrimentos.

Quando o rico se lembra da caridade, ele exige, muitas vezes, tanta coisa das pessoas e das casas de caridade, que esfriam esse sentimento no coração. Não sabe o rico que a riqueza e a alta posição que ela traz é porta para o despenhadeiro das imundícies morais, o incentivo para a negação de tributos e o endurecimento do coração para com a sociedade submissa, que o ajuda a viver na fartura.

O mau rico nunca quer saber das coisas espirituais. Acha que o dinheiro faz tudo e oferta, por vezes, alguma coisa para as instituições religiosas, como porta para a salvação, sem saber que não é por esse meio que se salva e, sim, pela caridade que não desfigura o amor. Somente pode se salvar, se aplicar a auto-disciplina, reformando os velhos sentimentos das paixões inferiores, quando apagar o orgulho e o egoísmo, quando a renúncia atingir seu coração, de modo a levá-lo a administrar seus bens sem ser apegado a eles.

Jesus, o dono de tudo, o dirigente do planeta, disse: "O filho do homem não tem uma pedra para reclinar a cabeça". O rico do mundo tem em suas mãos inúmeros meios de fazer o bem, mas faz, quase sempre, o mal com o ouro que possui.

A riqueza e o poder podem dar origem a todo o tipo de paixões inferiores, desvirtuando os mais elevados sentimentos. Ricos, deveríeis falar qual Francisco de Assis, ante a lembrança do Cristo:

- "Senhor, que quereis que eu faça?" Em seguida, abrir os ouvidos para escutar a resposta do Mestre e passar a viver o que Ele diz no Evangelho da vida; fazer a caridade e praticar o amor, aquele que emana de Deus, nosso Pai.

Se é difícil um rico entrar no reino do céu, o pobre não tem facilidade também, porque a todos os dois falta maturidade espiritual. Somente conhecendo a verdade pode-se ser livre, de modo que a consciência fique imperturbável para sempre. E para conhecermos o Espírito livre, Lucas registrou a fala do Mestre, no capítulo doze, versículo vinte e nove:

Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber, e não vos entregueis a inquietações.

Fonte: Livro Filosofia Espírita Volume XVI

SUPERIORES E INFERIORES : SUBSÍDIOS PARA QUESTÃO 816 LE. -- " Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo; que responderá pela boa ou má diretriz ""

 


9-A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme o supõe a maioria dos potentados da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, aliás, lhes prova constantemente que não é nem uma nem outra coisa, pois que deles a retira quando lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente às suas personalidades, seria inalienável. A ninguém cabe dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus confere a autoridade a título de missão, ou de prova, quando lhe convém, e a retira quando julga conveniente.

Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo; que responderá pela boa ou má diretriz que dê aos seus subordinados e que sobre ele recairão as faltas que estes cometam, os vícios a que sejam arrastados em conseqüência dessa diretriz ou dos maus exemplos, do mesmo modo que colherá os frutos da solicitude que empregar para os conduzir ao bem. Todo homem tem na Terra uma missão, grande ou pequena; qualquer que ela seja, sempre lhe é dada para o bem; falseá-la em seu princípio é, pois, falir ao seu desempenho.

Assim como pergunta ao rico: “Que fizeste da riqueza que nas tuas mãos devera ser um manancial a espalhar a fecundidade ao teu derredor”, também Deus inquirirá daquele que disponha de alguma autoridade: “Que uso fizeste dessa autoridade? Que males evitaste? Que progresso facultaste? Se te dei subordinados, não foi para que os fizesses escravos da tua vontade, nem instrumentos dóceis aos teus caprichos ou à tua cupidez; fiz-te forte e confiei-te os que eram fracos, para que os amparasses e ajudasses a subir ao meu seio.”

O superior, que se ache compenetrado das palavras do Cristo, a nenhum despreza dos que lhe estejam submetidos, porque sabe que as distinções sociais não prevalecem às vistas de Deus. Ensina-lhe o Espiritismo que, se eles hoje lhe obedecem, talvez já lhe tenham dado ordens, ou poderão dar-lhas mais tarde, e que ele então será tratado conforme os haja tratado, quando sobre eles exercia autoridade.

Mas, se o superior tem deveres a cumprir, o inferior, de seu lado, também os tem e não menos sagrados. Se for espírita, sua consciência ainda mais imperiosamente lhe dirá que não pode considerar-se dispensado de cumpri-los, nem mesmo quando o seu chefe deixe de dar cumprimento aos que lhe correm, porquanto sabe muito bem não ser lícito retribuir o mal com o mal e que as faltas de uns não justificam as de outrem. Se a sua posição lhe acarreta sofrimentos, reconhecerá que sem dúvida os mereceu, porque, provavelmente, abusou outrora da autoridade que tinha, cabendo-lhe, portanto, experimentar a seu turno o que fizera sofressem os outros. Se se vê forçado a suportar essa posição, por não encontrar outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se, como constituindo isso uma prova para a sua humildade, necessária ao seu adiantamento. Sua crença lhe orienta a conduta e o induz a proceder como quereria que seus subordinados procedessem para com ele, caso fosse o chefe. Por isso mesmo, mais escrupuloso se mostra no cumprimento de suas obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe está determinado redunda em prejuízo para aquele que o remunera e a quem deve ele o seu tempo e os seus esforços. Numa palavra: ele é solicitado pelo sentimento do dever que lhe dá a sua fé, e a certeza de que todo desviu do direito caminho é uma dívida que terá que pagar cedo ou tarde. – François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot. (Paris, 1863.) 

Fonte: O Evangelho Segundo O Espiritismo - Cap. XVII item 9 -Superiores e Inferiores

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

NO FUTURO -

 


“E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: - Conhece o Senhor! porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.” - Paulo. (Hebreus, 8:11)

Quando o homem gravar na própria alma

Os parágrafos luminosos da Divina Lei,

O companheiro não repreenderá o companheiro,

 O irmão não denunciará outro irmão.

 O cárcere cerrará suas portas,

 Os tribunais quedarão em silêncio.

 Canhões serão convertidos em arados,

 Homens de armas volverão à sementeira do solo.

 O ódio será expulso do mundo,

 As baionetas repousarão,

 As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte,

 Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.

 A justiça será ultrapassada pelo amor.

 Os filhos da fé não somente serão justos,

 Mas bons, profundamente bons.

 A prece constituir-se-á de alegria e louvor

 E as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade suprema.

 A pregação da Lei

 Viverá nos atos e pensamentos de todos,

 Porque o Cordeiro de Deus

 Terá transformado o coração de cada homem

 Em tabernáculo de luz eterna,

 Em que o seu Reino Divino

Resplandecerá para sempre.


EMMANUEL



DO LIVRO , O CONSOLADOR, EMMANUEL ESCLARECE:


Com a difusão da luz espiritual, alargará o homem a noção de pátria, de modo a abranger no mesmo nível todas as nações do mundo?


— A luz espiritual dará aos homens um conceito novo de pátria, de maneira a proscrever-se o movimento destruidor pelos canhões e balas homicidas.

Quando isso se verifique, o homem aprenderá a valorizar o berço em que renasceu, pelo trabalho e pelo amor, destruindo-se concomitantemente as fronteiras materiais e dando lugar à era nova da *grande família humana, em que as raças serão substituídas pelas almas e em que a pátria será honrada, não com a morte, mas com a vida bem aplicada e bem vivida*.





"Filho do homem, você vive no meio de uma nação rebelde. Eles têm olhos para ver, mas não veem, e ouvidos para ouvir, mas não ouvem, pois são uma nação rebelde.

Ezequiel 12:2


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A DIFERENÇA - "Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas"

 

 

A reunião alcançava a parte final, e, na organização mediúnica, Bezerra de Menezes retinha a palavra.

O Benfeitor distribuía consolações, quando um companheiro o alvejou com azedume:

– Bezerra, não concordo com tanta máscara no ambiente espírita. Estou cansado de ser hipócrita. Falo contra mim mesmo. Posso, acaso, dizer que sou espírita-cristão?

Vejo-me fustigado por egoísmo e intolerância, avareza e ciúme; cometo desatenções e disparates; reconheço-me frequentemente caído em maledicência e cobiça; ainda não venci a desconfiança, nem a propensão para ressentir-me; quando menos espero, chafurdo-me nos erros da vaidade e do orgulho; involuntariamente, articulo ofensas contra o próximo; a ambição mora comigo e, por isso, agrido os meus semelhantes com toda a força de minha brutalidade; a crítica, o despeito, a maldade e a imperfeição me seguem constantemente.

Posso declarar-me espírita-cristão com tantos defeitos?

O venerável Bezerra de Menezes respondeu sereno:

– Eu também, meu amigo, ainda estou em meio de todas essas mazelas e sou espírita-cristão...

– Como assim? – revidou o consulente agitado.

– Perfeitamente – concluiu Bezerra de Menezes, sem alterar-se. – Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas...

E Bezerra de Menezes, sorrindo:

– Como vê meu amigo, há muita diferença.  



Irmão X

Do livro Momentos de Ouro, capítulo nº 12, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, de autoria de Espíritos diversos.


MUNDOS SUPERIORES E INFERIORES : JÚPITER MORADA DOS BONS ESPÍRITOS -- ""De todos os planetas, o mais adiantado em todos os sentidos é Júpiter. É o reino exclusivo do bem e da justiça, porque só tem bons Espíritos[...]corpo é mais ou menos a mesma dos habitantes da Terra, mas ele é menos material, menos denso e de um peso específico muito pequeno.

 


DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE

"1 – Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim. – Há muitas moradas na casa de meu pai. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. E depois que eu me for, e vos aparelhar o lugar, virei outra vez e tomar-vos-ei para mim, para que lá onde estiver, estejais vós também. (João, XIV:1-3).



No Evangelho Segundo O Espiritismo, cap.3  , Mundos Superiores e  Inferiores, nos proporciona conhecimento acerca das  condições de vida moral e material , dos bons espíritos ,que habitam outros orbes: 


9 – Nos mundos que atingiram um grau superior de evolução, as condições da vida moral e material são muito diferentes das que encontramos na Terra. A forma dos corpos é sempre, como por toda parte, a humana, mas embelezada, aperfeiçoada, e sobretudo purificada. O corpo nada tem da materialidade terrena, e não está, por isso mesmo sujeito às necessidades, às doenças e às deteriorações decorrentes do predomínio da matéria. Os sentidos, mais sutis, têm percepções que a grosseria dos nossos órgãos sufoca. A leveza específica dos corpos torna a locomoção rápida e fácil. Em vez de se arrastarem penosamente sobre o solo, eles deslizam, por assim dizer, pela superfície ou pelo ar, pelo esforço apenas da vontade, à maneira das representações de anjos ou dos manes dos antigos nos Campos Elíseos. Os homens conservam à vontade os traços de suas existências passadas, e aparecem aos amigos em suas formas conhecidas, mas iluminadas por uma luz divina transfiguradas pelas impressões interiores, que são sempre elevadas. Em vez de rostos pálidos, arruinados pelos sofrimentos e as paixões, a inteligência e a vida esplendem, com esse brilho que os pintores traduziram pela auréola dos santos.


                A pouca resistência que a matéria oferece aos Espíritos já bastante adiantados, facilita o desenvolvimento dos corpos e abrevia ou quase anula o período de infância. A vida, isenta de cuidados e angústias, é proporcionalmente muito mais longa que a da Terra. Em princípio, a longevidade é proporcional ao grau de adiantamento dos mundos. A morte não tem nenhum dos horrores da decomposição, e longe de ser motivo de pavor, é considerada como uma transformação feliz, pois não existem dúvidas quanto ao futuro. Durante a vida, não estando à alma encerrada numa matéria compacta, irradia e goza de uma lucidez que a deixa num estado quase permanente de emancipação, permitindo a livre transmissão do pensamento.

FONTE : O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAP. 3 - ITEM 9



Kardec relata  , na Revista Espírita,sobre o modo de vida em Júpiter :  


"De todos os planetas, o mais adiantado em todos os sentidos é Júpiter. É o reino exclusivo do bem e da justiça, porque só tem bons Espíritos. Pode-se fazer uma ideia do estado feliz de seus habitantes, pelo quadro que demos de um mundo habitado apenas por Espíritos da segunda ordem.


A superioridade de Júpiter não está somente no estado moral dos seus habitantes; está também na sua constituição física. Eis a descrição que nos foi dada desse mundo privilegiado, onde se encontra a maior parte dos homens de bem que honraram nossa Terra com sua virtude e com seu talento:

A conformação do corpo é mais ou menos a mesma dos habitantes da Terra, mas ele é menos material, menos denso e de um peso específico muito pequeno. Enquanto nós rastejamos penosamente na Terra, o habitante de Júpiter se transporta de um a outro lugar, deslizando pela superfície do solo, quase sem fadiga, como o pássaro no ar ou o peixe na água. Sendo mais depurada a matéria de que é formado o corpo, dissipa-se após a morte, sem ser submetida à decomposição pútrida. Ali não se conhece a maioria das moléstias que nos afligem, sobretudo aquelas originadas nos excessos de todo gênero e na devastação das paixões. A alimentação está em analogia com essa organização eterizada; não seria suficientemente substancial para os nossos estômagos grosseiros, e a nossa seria demasiado pesada para eles. É composta de frutos e plantas, aliás, eles a haurem de alguma maneira, em sua maior parte, no meio ambiente, cujas emanações nutritivas aspiram. A duração da vida é proporcionalmente muito maior do que na Terra. A média equivale a cerca de cinco dos nossos séculos. O desenvolvimento é também muito rápido e a infância dura apenas alguns de nossos meses.

Sob esse envoltório leve, os Espíritos se desprendem facilmente e entram em comunicação recíproca apenas pelo seu pensamento, sem contudo se excluir a linguagem articulada; também a segunda vista lhes é faculdade permanente. Seu estado normal pode ser comparado ao de nossos sonâmbulos lúcidos.  É por isso que eles se nos manifestam mais facilmente que os encarnados em mundos mais grosseiros e mais materiais. A intuição que têm do seu futuro; a segurança dada por uma consciência isenta de remorsos fazem com que a morte não lhes cause nenhuma apreensão. Veem-na chegar sem medo e como uma simples transformação.

Os animais não estão excluídos desse estado progressivo, posto não se aproximem daquele do homem, mesmo em relação ao físico. Seu corpo, mais material, está preso ao solo, como os nossos à Terra. Sua inteligência é mais desenvolvida que a dos nossos. A estrutura de seus membros adapta-se a todas as exigências do trabalho. Eles são encarregados da execução de obras manuais. São os servos e os capatazes. As ocupações do homem são puramente intelectuais. Para eles o homem é uma divindade, mas uma divindade tutelar, que jamais abusa de seu poder para oprimi-los."

Trecho retirado da Revista Espírita - Março de 1858: Júpiter e alnguns outros mundos

EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE CONVULSÃO SOCIAL- RAUL TEIXEIRA


 
Fonte : https://youtu.be/9gAKYdGf3xI