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domingo, 31 de janeiro de 2021

APRENDENDO COM O LIVRO DOS ESPÍRITOS: Q. 814 - CAP. IX LEI DE IGUALDADE -AS PROVAS DE RIQUEZA E MISÉRIA

 

814. Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria?

 

“Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com freqüência.”


COMENTÁRIO DO ESPÍRITO DE MIRAMEZ:


 
Deus testa Seus filhos de várias maneiras: a uns dá a riqueza e, conseqüentemente, poderes; a outros, miséria, e junto a ela a escravidão de todas as ordens. Quem não compreende as leis, como a da reencarnação, acha que Deus é injusto, ou então, para não ofendê-Lo, fala sem conhecimento de causa que o Senhor sabe o que faz. Todas as duas versões do fato são incorretas e sem sabedoria.

Estudando a reencarnação e o progresso dos Espíritos, notar-se-á que o rico de hoje pode ser o pobre de amanhã e vice-versa. Riqueza e miséria são extremos da vida, extremos esses mutáveis. Um pode ocupar o lugar do outro, em se buscando experiências, enriquecendo os celeiros do conhecimento para futura paz de consciência. Em muitos casos, essas provas de riqueza e miséria foram escolhidas pelos próprios Espíritos, por sentirem necessidade do aprendizado.
Ninguém deve ser culpado por nada que acontece; tudo foi feito para a elevação das almas, para o despertamento dos dons enraizados nos corações. A evolução das almas é diferente, mas elas são iguais em sua origem. Vejamos os corpos: comparemos o do rico com o do pobre, do ignorante com o do estadista. Eles têm a mesma forma, a mesma composição, os mesmos órgãos; respiram o mesmo ar, bebem da mesma água e vivem todos se aquecendo com o mesmo sol e andando sobre a mesma Terra. Ainda mais, todos têm como pai o mesmo Deus. As diferenças são ilusórias e breves, que o tempo desmancha quando achar conveniente. Aos ricos, nós podemos dizer que usem bem as suas riquezas e não deixem que o orgulho nem o egoísmo comandem suas faculdades de pensar e sentir. Eles devem pensar na miséria dos outros, pedindo sempre a Deus que os inspire para não acumularem riquezas que não sirvam para o bem-estar coletivo. Ao pobre, dizemos que viva mais resignado com o que tem e que confie mais em Deus, que nunca abandona Seus filhos. Ele deve lembrar sempre das bem-aventuranças. Jesus está sempre no meio dos que sofrem e não abandona os escorraçados pela justiça dos homens.Os ricos que sucumbem com freqüência não perdem as experiências; algo fica guardado nos escaninhos da alma, para se completar no amanhã. Assim também acontece com os pobres. As reencarnações têm essa função de escola para todas as criaturas na face da Terra. Tudo na vida muda de vez em quando de roupagem, pela forma do progresso, pela força do amor de Deus, cujas leis são justas.

Anotemos o que registrou Lucas, no capítulo quatorze, versículo nove:
Vindo aquele que te convidou e também a ele te diga: Dá o lugar a este. Então, irás envergonhado, ocupar o último lugar.
Quem não faz o seu dever direito, volta a fazê-lo, com um aprendizado diferente. A quem reencarna como rico, em berço de ouro, e não sabe desempenhar bem o seu papel, a reencarnação pode levar para o último lugar na escala das provas, até aprender a humildade e o amor, mesmo como rico. A Doutrina dos Espíritos, pelos processos mediúnicos, deixa bem visível, tanto para o rico como para o pobre, as suas tarefas, diferentes, porém, com os mesmos objetivos.

A função da reencarnação é despertar os valores espirituais e morais das criaturas, levando-os aqui e ali, por ação das leis naturais criadas por Deus. Pensemos nisto, estudemos e trabalhemos honestamente, que as inspirações dos Céus jamais nos faltarão.

MIRAMEZ 
FONTE: FILOSOFIA ESPÍRITA-VOLUME XVI

sábado, 30 de janeiro de 2021

DOIS COMPANHEIROS - "Os que administram são mordomos, os que obedecem são operários, mas, no coração augusto de Nosso Pai, estamos inscritos indistintamente na categoria de cooperadores de suas obras."

 


 

 Leonel e Benjamim, dois velhos amigos do Plano espiritual, mutuamente associados no erro e na reparação, depois de minucioso exame do passado, decidiram-se a pedir concessão de novas experiências no mundo. Esposando opiniões diversas entre si, buscaram o orientador, ansiosos da necessária permissão para pronto regresso à luta humana.

Após anotar-lhes as observações, sorriu o mentor amigo e obtemperou:

— É oportuna a solicitação: Vocês necessitam intensificar o aprendizado, iluminar o entendimento, adquirir sabedoria. Escolheram ambos o mesmo gênero de provas?

Levantou-se Leonel, explicando:

— Estamos acordes no pedido, mas, não temos a mesma preferência no capítulo das tarefas. Por minha parte, desejaria a oportunidade de movimentar patrimônios terrestres, nos círculos da fortuna e da autoridade…

Antes que ele terminasse, Benjamim embargou-lhe a palavra e esclareceu:

— Cá por mim, escolhi a condição de pobreza e sofrimento. Pediria, se possível, a supressão de toda possibilidade de contentamento na Terra. Encareço problemas de penúria e dificuldades, a fim de valorizar o que hei recebido da Providência.

Estampando no semblante o sorriso sereno da sabedoria, o generoso orientador considerou:

— Não posso interferir na liberdade de ambos. Conhecem vocês a extensão dos débitos contraídos. De algum tempo, sou testemunha da luta enorme em que se empenharam para o resgate. Fizeram jus, por isto, a novo ensejo de trabalho e elevação. Devo ponderar, todavia, que, embora divergentes na escolha, ainda não poderão afastar-se um do outro, na próxima experiência de redenção. Partilha, no erro, determina partilha de responsabilidades e consequências. Ser-lhes-ão abertas as portas do serviço santificador. Não se desunam, pois; nos caminhos da purificação, jamais desprezem a possibilidade de aprender. Fortuna e pobreza são bancas de provas na escola das experiências terrestres. São continentes da probabilidade. Ambos oferecem horizontes largos e divinas realizações. Que saibam receber as bênçãos de Deus, são os meus votos.

Leonel e Benjamim ouviram os conceitos judiciosos, renovaram promessas e partiram mais tarde. Atendendo a própria escolha, nasceu o primeiro na casa farta de rico proprietário rural, que lhe fora muito amado noutras existências. Daí a dias, velha serva da casa rica era igualmente mãe, fornecendo ao segundo o ensejo de realizar os planos traçados.

Enquanto houve paisagens risonhas de infância, ambos os companheiros, tão unidos pelo coração e tão distantes pelo nascimento, viveram no róseo céu da harmonia; mas, quando Leonel começou a sorver o conteúdo dos livros propriamente do mundo, verificaram-se os primeiros sinais de incompreensão. Cada vez que o jovem bem-nascido regressava ao círculo doméstico em gozo de férias escolares, assinalava-se maior distância entre ele e o camarada da meninice. Quando o anel de grau lhe brilhou nos dedos, estava consumada a separação. Passando a administrar interesses da família nos estabelecimentos do campo e da cidade, era ele o chefe, enquanto Benjamim se classificava no extenso quadro dos servidores.

Nessa zona de testemunho ativo, entenderam que deviam proceder como estranhos, absolutamente separados entre si. No fundo, admiravam-se e amavam-se reciprocamente; contudo, as ilusões terrestres os encegueciam.

Se Leonel se mostrava mais enérgico, atento às responsabilidades de administrador, desfazia-se Benjamim em críticas acerbas e gratuitas, levado pelo despeito. Se Benjamim aumentava, involuntariamente, a lista de necessidades pessoais, multiplicava Leonel o rigor, levado pelo autoritarismo.

A certa altura da experiência, não mais se saudaram um ao outro. Atritaram-se, trocaram acusações mútuas. O servo abandonou o trabalho diversas vezes, desejoso de experimentar a sorte em regiões diferentes; todavia, incapaz de iludir o espírito da Lei, voltava sempre, implorando readmissão. Leonel, por sua vez, renovava a concessão de serviço, embora com agravo crescente de exaspero e tirania recíprocos. Se o empregado solicitava melhoria de salário, o patrão restringia a remuneração e os benefícios.

Embriagado na visão de lucros fabulosos, Leonel pusera a mente no egoísmo total. Desvairado de inconformação, Benjamim concentrava-se na rebeldia, daí resultando aumento intensivo de vaidade, orgulho, presunção, ciúme, despeito e indisciplina no coração de ambos.

A Providência Divina, que jamais deixou criaturas em abandono, enviou-lhes socorro através da assistência religiosa. Mas o patrão, afeiçoado ao Catolicismo Romano, inclinava toda leitura edificante a favor da própria causa, valia-se dos conselhos do sacerdote amigo que o assistia, para justificar os erros e o seu feitio egoístico. Obcecavam-no o apego ao dinheiro e a ideia de lucros fáceis. Quanto ao empregado, tornara-se espiritista convicto, porém, cegavam-no a inconformação e a revolta. Qualquer advertência dos instrutores espirituais era interpretada ao inverso.  Se o amigo do outro lado da vida aludia à paciência, não enxergava ele a informação própria e sim o defeito alheio, ou a insuficiência dos outros. Se ouvia dissertações sobre a caridade, lembrava os afortunados do mundo, com ironia. Benjamim era, afinal, desses enfermos que consideram o remédio excelente para outrem, mas, nunca para si mesmos. Enquanto Leonel se valia das consolações da Igreja Católica para consolidar tradições autocráticas, Benjamim esquecia as lições do Espiritismo, para armazenar indisciplinas e difundir desesperações.

Absolutamente envenenados de teorias mentirosas, terminaram ambos a experiência humana, na posição de inimigos irreconciliáveis.

Despertando na vida real, sentiam-se estranhamente algemados um ao outro. Cercavam-nos sombras espessas e tristes; e como se houvessem enlouquecido, perdendo a luz da memória, somente a custo de muitos anos conseguiram fixar recordações das existências obscuras.

Quando a lembrança lhes felicitou o espírito abatido, compreenderam a situação, desolados, e puseram-se à procura daquele mentor generoso que lhes havia banhado o coração de sábios conselhos.

Depois de longo tempo, que lhes marcou angústias dilacerantes, foram readmitidos à presença do carinhoso orientador, que, ante as lágrimas de ambos, exclamou serenamente:

— Não estranho a dor que lhes fere o espírito enfermo, à face do tempo perdido e do ensejo malbaratado. Não lhes faltou inspiração divina para o êxito necessário. Entretanto, esqueceram, mais uma vez, a lei do uso, internando-se no abuso criminoso, olvidando que pobreza e fortuna constituem oportunidades do serviço divino na Terra. Os que administram são mordomos, os que obedecem são operários, mas, no coração augusto de Nosso Pai, estamos inscritos indistintamente na categoria de cooperadores de suas obras. Se era justo obter moderação, paciência, confiança, fé e resistência sublime com os valores da pobreza, e ganhar humildade, ponderação, entendimento, autodomínio, bondade e paz com os valores da riqueza, adquiriram vocês desesperação, rebeldia, vaidade e ruína. Não posso asseverar que voltaram piores que no passado escabroso, porque ninguém regride na evolução perpétua da vida; mas posso afiançar que voltaram mais sujos. A crise de ambos é de estacionamento complicado. Enquanto outros irmãos nossos costumam deter a marcha em jardins ou florestas, preferiram vocês a parada em lamaçal inconcebível. Valeram-se das sagradas posições de administrar e obedecer, tão só no propósito de oprimir e menosprezar. Esqueceram que todo trabalho honesto, no mundo, é título da Confiança Divina.  Não observo qualquer traço de superioridade moral entre um e outro. Ambos faliram desastradamente. É a dolorosa experiência dos que prometem sem saberem cumprir, é o fracasso do aprendiz pelo descuido próprio. Não vos declarei que pobreza e riqueza são continentes da probabilidade? Cultivaram, porém, a terra das concessões benditas, enchendo-a de ervas venenosas e povoando-a de monstros e fantasmas. Mascararam-se a si mesmos e caíram no pântano. Que posso fazer, agora, senão lamentar a imprevidência?

Ambos os companheiros de infortúnio ouviam-no em pranto.

Reunindo todo o cabedal de energias próprias, Leonel adquiriu coragem e interrogou:

— Não poderíamos, entretanto, recomeçar juntos a prova da fortuna e da pobreza? Estou convencido de que venceremos agora.

— Sim — respondeu o instrutor sabiamente —, a medida é possível. No entanto, segundo observei, vocês regressaram enlameados. A oportunidade desejável, por enquanto, é a de se lavares convenientemente, a fim de prosseguir caminho.

Calou-se o mentor amigo. Leonel e Benjamim entenderam sem dificuldade. E depois de algum tempo renasciam na Terra, procurando o tanque fundo e vasto do sofrimento.

 HUMBERTO DE CAMPOS

Reportagens do Além Túmulo

 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

DESPERTAR OS QUE DORMEM - LAMMENAIS ''Os grandes acontecimentos são sempre precedidos de anúncios ou sinais para fixar a atenção dos homens na importância do fato que vai realizar-se, a fim de despertar os que dormem.[...]Recordai-vos do Espírito de Verdade prometido por Jesus Cristo - e esperai-o despertos e preparados.[...]algumas nuvens vos impedem de ver todo o esplendor da luz; mas essas nuvens serão varridas por uma vontade soberana, e a verdade brilhará em toda a sua pureza[...]

 


Os grandes acontecimentos são sempre precedidos de anúncios ou sinais para fixar a atenção dos homens na importância do fato que vai realizar-se, a fim de despertar os que dormem.

O fim da igreja pequena é um acontecimento solene, o mais solene e importante de quantos a Humanidade tem presenciado; porque o fim da Igreja de Roma é o começo da igreja universal e o estabelecimento da doutrina de Jesus no entendimento e no coração dos pobres desterrados da Terra.

Os séculos vindouros saudarão com júbilo essa jornada, com o júbilo com que saudais a encarnação e a memória do Cristo. Por isso, o fim da igreja pequena, que é o começo da igreja universal, vem precedido de sinais maravilhosos, que vereis multiplicar-se à medida que os tempos avancem.

E os tempos se precipitam, porque tudo conspira para isso, mesmo aquilo que parece aos homens empecilhos ou obstáculos.

O sinal que precede ao fim da igreja pequena e ao começo da igreja universal é o ensino manifesto dos Espíritos, derramado com maravilhosa e misericordiosa profusão, de um a outro extremo da Terra.

E o ensino dos Espíritos vem, porque é absolutamente necessário; pois é tal o vácuo que há nas crenças, que a Humanidade não poderia despertar sem esse auxílio superior. Antes, porém, do fim da igreja pequena de Roma e do começo da igreja universal de Jesus Cristo, vereis ainda outro sinal:

Ouvir-se-á uma voz que soará por toda parte.

Recordai-vos do Espírito de Verdade prometido por Jesus Cristo - e esperai-o despertos e preparados.

Os pobres filhos dos homens, os infelizes viajores da Terra, ouvirão essa voz suave e atraente, como o murmúrio da brisa e como o perfume da flor, e verão o céu aberto, porque os seus corações se abrirão à esperança e à fé.

Esses tempos vêm pertos; podeis pressenti-los, podeis vê-los, porque estão no vosso horizonte.

O Sol aparece obscurecido aos vossos olhos; algumas nuvens vos impedem de ver todo o esplendor da luz; mas essas nuvens serão varridas por uma vontade soberana, e a verdade brilhará em toda a sua pureza.

Mais um momento, e vereis cumpridas estas palavras.

Irmãos congregados, adorai a Deus.

Despeço-me de vós, deixando-vos o espírito de caridade, de humildade e de adoração do nosso Mestre Jesus Cristo.

A paz seja convosco e com todos os homens.

Lamennais

De Roma ao Evagelhos : Ensino dos Espíritos

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

A VERDADE : A REFLEXÃO, A INSPIRAÇÃO E A REVELAÇÃO.

 


"[...]O Espírito humano se move e se agita sob a influência de três causas, que são: a reflexão, a inspiração e a revelação.[...]reflexão é a riqueza de vossas lembranças, que agitais voluntariamente.[...] A inspiração é a influência dos Espíritos extraterrenos, que se mistura mais ou menos às vossas próprias reflexões[...] A revelação é a mais elevada das forças que agitam o espírito humano, porque ela vem de Deus e só se manifesta por sua vontade expressa; ela é rara, por vezes mesmo inapreciável"

 

A verdade, meu amigo, é uma dessas abstrações para as quais tende o espírito humano incessantemente, sem jamais poder atingi-la. É preciso que ele tenda para ela, pois é uma das condições do progresso, mas sua natureza imperfeita, e é só por isso que ela é imperfeita, não poderia alcançá-la. Seguindo a direção que segue a verdade em sua marcha ascendente, o espírito humano está na rota providencial, mas não lhe é dado ver o seu termo.


Compreender-me-ás melhor quando souberes que a verdade é, como o tempo, dividida em duas partes, pelo momento inapreciável que se chama o presente, a saber: o passado e o futuro. Assim, também há duas verdades, a verdade relativa e a verdade absoluta. A verdade relativa é o que é; a verdade absoluta é o que deveria ser. Ora, como o que deveria ser sobe por graus até a perfeição absoluta, que é Deus, segue-se que, para os seres criados e seguindo a rota ascensional do progresso, só há verdades relativas. Mas por que uma verdade relativa não é imutável, não é menos sagrada para o ser criado.

Vossas leis, vossos costumes, vossas instituições são essencialmente perfectíveis, e por isto mesmo imperfeitas, mas suas imperfeições não vos libertam do respeito que lhes deveis. Não é permitido adiantar-se ao seu tempo e fazer leis fora das leis sociais. A Humanidade é um ser coletivo, que deve marchar, senão em seu conjunto, ao menos por grupos, para o progresso do futuro. Aquele que se destaca da sociedade humana para avançar como criança perdida, para verdades novas, sofre sempre em vossa Terra a pena devida à sua impaciência. Deixai aos iniciadores, inspirados pelo Espírito de Verdade, o cuidado de proclamar as leis do futuro, submetendo-vos às do presente. Deixai a Deus, que mede vosso progresso pelos esforços que houverdes feito para vos tornardes melhores, o cuidado de escolher o momento que ele julga útil para uma nova transição, mas não vos subtraiais nunca a uma lei senão quando ela for derrogada.

Porque o Espiritismo foi revelado entre vós, não creiais num cataclismo das instituições sociais; até este dia ele realizou uma obra subterrânea e inconsciente para aqueles que eram seus instrumentos. Hoje, que ele aflora ao solo e chega à luz, a marcha do progresso não deve deixar de ter uma lenta regularidade. Desconfiai dos Espíritos impacientes, que vos impelem para as vias perigosas do desconhecido. A eternidade que vos é prometida deve levar-vos a ter piedade das ambições tão efêmeras da vida. Sede reservados a ponto de frequentemente suspeitardes da voz dos Espíritos que se manifestam.

Lembrai-vos disto: O Espírito humano se move e se agita sob a influência de três causas, que são: a reflexão, a inspiração e a revelação. reflexão é a riqueza de vossas lembranças, que agitais voluntariamente. Nela o homem encontra o que lhe é rigorosamente útil para satisfazer às necessidades de uma posição estacionária. A inspiração é a influência dos Espíritos extraterrenos, que se mistura mais ou menos às vossas próprias reflexões, para vos impelir ao progresso, é a ingerência do melhor na insuficiência da passagem; é uma força nova, que se junta a uma força adquirida, para vos levar mais longe que o presente; é a prova irrefutável de uma causa oculta que vos impele para a frente, e sem a qual ficaríeis estacionários, porque é regra física e moral que o efeito não poderia ser maior que a sua causa, e quando isto acontece, como no progresso social, é que uma causa ignorada, não percebida, juntou-se à causa primeira de vosso impulso. A revelação é a mais elevada das forças que agitam o espírito humano, porque ela vem de Deus e só se manifesta por sua vontade expressa; ela é rara, por vezes mesmo inapreciável, algumas vezes evidente para aquele que a experimenta a ponto de sentir-se involuntariamente tomado de santo respeito. Repito, ela é rara e ordinariamente dada como uma recompensa à fé sincera, ao coração devotado, mas não tomeis como revelação tudo quanto vos pode ser dado como tal. O homem exibe a amizade dos grandes; os Espíritos exibem uma permissão especial de Deus, a qual muitas vezes lhes falta. Algumas vezes eles fazem promessas que Deus não ratifica, porque só ele sabe o que é e o que não é preciso.

Eis, meu amigo, tudo quanto te posso dizer sobre a verdade. Humilha-te ante o grande Ser, pelo qual tudo vive e se move na infinidade de mundos que seu poder rege. Pensa que se nele se acha toda a sabedoria, toda a justiça e todo o poder, nele também se acha toda a verdade.

PASCAL

 

 

FONTE: REVISTA ESPÍRITA 1865- MAIO -DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS - A VERDADE

 


domingo, 22 de novembro de 2020

HONRAI VOSSO PAI E A VOSSA MÃE .

"Existis, porque os vossos pais existiram, antes de vós. Sem eles, onde estaria a vossa alma e o motivo da vossa soberba? Que o nome dos vossos pais esteja sobre a vossa cabeça, e pelo nome dos vossos pais sacrificai o vosso. Quando ouvirdes dizer que o vosso pai é pecador, defendei o nome dele, e se o pecado subsistir chorai no vosso coração, rogai a Deus por esse pecado e buscai apagá-lo da vossa mente - e Deus honrará o vosso nome nos vossos filhos, apagará o vosso pecado da mente deles e dar-vos-á o galardão da vida eterna. "




 Comunicações ou ensinos dos Espíritos

XVIII


Honrai a vosso pai e a vossa mãe, aos quais Deus delegou uma parte do seu poder. Eles são uma manifestação visível da Providência divina, cuidando das crianças desde o seu nascimento. Se virdes que o vosso pai infringe o preceito e não segue o caminho da virtude — cerrai os olhos e buscai esquecer o pecado do vosso pai, e rogai ao Senhor que apague esse pecado da sua presença. Se o vosso pai for cego — que os vossos olhos sejam os seus alhos; se for tolhido, que os vossos pés sejam os seus pés e que a vossas mãos sejam as suas mãos; porque deles, por delegação do Pai, recebestes os vossos olhos, as vossas mãos e os vossos pés. Nunca digais diante do vosso pai: 

 
 
Existis, porque os vossos pais existiram, antes de vós. Sem eles, onde estaria a vossa alma e o motivo da vossa soberba? Que o nome dos vossos pais esteja sobre a vossa cabeça, e pelo nome dos vossos pais sacrificai o vosso. Quando ouvirdes dizer que o vosso pai é pecador, defendei o nome dele, e se o pecado subsistir chorai no vosso coração, rogai a Deus por esse pecado e buscai apagá-lo da vossa mente - e Deus honrará o vosso nome nos vossos filhos, apagará o vosso pecado da mente deles e dar-vos-á o galardão da vida eterna. Honrai as cãs dos velhos. Os cabelos brancos do ancião são o testemunho da madureza do seu juízo, e as rugas do seu semblante são as letras de um livro escrito pelo dedo do Senhor. Não desprezeis o conselho do velho, nascido na oficina da sua experiência; o seu saber é muitas vezes amargo, mas a sua virtude atua sobre a alma e corrige os sentidos. Honrai os ministros da palavra, que são os distribuidores da luz para aqueles que a não conhecem; porque, aquele que os honra, honra à luz e honra Àquele que a enviou. Honrai o Filho na luz, e o Pai no Filho. O que pratica a humildade e fala a sabedoria, o que vive na pobreza de coração e só prega a paz, o que viou, despreza o Filho na luz, e despreza o Pai no Filho. Os ministros da palavra são árvores de vida para os homens, e devem ser conhecidos pelos seus frutos. O que pratica a humildade e fala a sabedoria, o que vive na pobreza de coração e só prega a paz, o que abre a sua mão e o seu seio aos que vivem na humilhação, e diz sem temor a verdade aos poderosos, o que vela enquanto os outros dormem, o que ergue a voz para denunciar o perigo, o que tem puro o pensamento e vive nessa pureza de pensamento, o que diz em sua alma: eu não sou digno, esses são os ministros da palavra, e a bênção de Deus os segue, porque a palavra deles é bênção e aplaina os caminhos do Senhor. Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Senhor! São ministros da palavra, mas sim aqueles que cumprem a vontade do Senhor. Surgirão falsos ministros da palavra, mas os seus caminhos serão obstruídos e o seu julgamento estará nas suas mãos e nos seus pés; porque a árvore da mentira não pode dar frutos da verdade. Dirão: abominai os bens do mundo e a alma deles vive nas riquezas e nas comodidades; aconselharão a humildade, e o orgulho lhes reside no coração e nos olhos; dirão: sede misericordiosos e caritativos,  e na boca se lhes aninham a injúria e a maldição, e acumulam o ouro e a prata, afrontando a miséria dos outros. Pregarão a mansidão e guardam o ódio contra os seus inimigos, considerando-os como obra de zelo pelo Senhor; dirão, sede honestos, mas a lascívia domina nos seus desejos, e o adultério, nos seus leitos. 

 
 
Esses não são os ministros da palavra, mas sim hipócritas, e por isso os seus ensinos são abomináveis. Se da sua boca saem palavras de verdade — essa boca é indigna da palavra e profana o dom de Deus. Ouvi as suas palavras da verdade, mas conservai-vos alerta e não vos deixeis surpreender pelas suas intenções. São os sepulcros caiados, de que fala Jesus. 


Fonte: Roma e Evangelho - Comunicações ou ensinos dos Espíritos -XVIII


 

CIVILIZAÇÃO

 



Não podemos responsabilizar a civilização pelos desvarios do mundo, mas sim o homem que a desfigura.

 

Acaso seriam reprováveis as doações de Deus porque a maioria dos homens, por vezes, se faça infiel a si própria?

 

É por isso, talvez, que o apostolado de Jesus, acima de tudo, se dirige à consciência individual.

 

“Levanta-te e anda.” 
“A tua fé te curou.” 
“Vai e não peques mais.” 

 

Semelhantes apelos repetem-se, frequentes, no serviço do Evangelho, porque o Mestre não ignorava que a solução dos problemas da paz e da felicidade entre as criaturas não reside na governança política, por mais respeitável que seja, de vez que os programas da legalidade terrestre atuam de fora para dentro, quando as nossas feridas morais se manifestam de centro para fora.

 

Não vale acumular decretos e estatutos primorosos, quando não haja correção de caráter nos tutelados das leis humanas.

 

O homem leal à consciência tranquila terá sido próspero e feliz, tanto na Grécia educada e livre, como no mais tirânico dos regimes feudais, com a escravidão e a crueldade a lhe baterem à porta.

 

Despertemos para a obrigação de servir com amor, em todos os dias, compreendendo que somos todos irmãos, com deveres de assistência recíproca nas tarefas do mundo que é o nosso próprio lar.

 

Não esperemos que outros façam o bem para que nos disponhamos a praticá-lo.

 

Evitemos a expectativa da alheia cooperação, quando é inadiável o testemunho pessoal e intransferível no culto sincero à fraternidade.

 

Vivamos com Jesus em nós mesmos, aceitando-lhe as diretrizes de renunciação ao próprio egoísmo e de consagração permanente à boa vontade, de uns para com os outros, em movimento espontâneo de solidariedade e, longe de enxergarmos na civilização qualquer processo de decadência espiritual, nela encontraremos o abençoado campo de mais trabalho, no aperfeiçoamento de nós mesmos, a caminho de mais altas formas da Vida Superior.


EMMANUEL 


FONTE: NASCER E RENASCER 



 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Vontade e Doenças


“Sim, e por vezes fazendo esforços bem pequenos. O que lhe falta é a *vontade*. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”

Emmanuel ,em sua  obra pensamento e vida,  compara a mente humana  a um grande escritório, subdivido em diversas seções de serviço e vários departamentos , citando alguns: o departamento do desejo, que opera nossos propósitos e as aspirações; o departamento da  inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura dentre outros. A vontade como nos esclarece Emmanuel, é a gerência que governa todos os setores da ação mental, e continua, é o botão que decide o movimento ou a inércia da máquina , ainda, que só a vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.
Neste trecho , nos traz uma introdução da importância da Vontade, já que estabelece uma relação de causa que opera em  nossos destinos.

Na obra, Libertação, de Chico Xavier em parceria com André Luiz, nos diz mais sobre o tema Vontade, quando Gúbio , instrutor espiritual, tece um comentário relacionado a doenças e a direção da Vontade:
[...]*Abstendo-nos de mobilizar a vontade, seremos invariáveis joguetes das circunstâncias predominantes, no ambiente que nos rodeia*; contudo, tão logo deliberemos manobrá-la, é indispensável resolvamos o problema de direção, porquanto nossos estados pessoais nos refletirão a escolha íntima. Existem princípios, forças e leis no universo minúsculo, tanto quanto no universo macrocósmico.

*Dirija um homem a sua vontade para a idéia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental das milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada*.
Claro que nesse capítulo temos a questão das provas necessárias, nos casos em que determinada personalidade renasce, atendendo os impositivos das lições expiatórias, mas, mesmo aí, *o problema de ligação mental é infinitamente importante, porquanto o doente que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência acaba na posição de excelente incubador de bactérias e sintomas mórbidos*, enquanto que o espírito em reajustamento, quando reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que benéfico e merecido, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida vitoriosa.[...]
*Quando a criatura busca manejar a própria vontade , escolhe a companhia que prefere e lança-se ao caminho que deseja.”*

Finalizamos, para reflexão, com uma questão do Livro dos Espíritos:

909:Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?
“Sim, e por vezes fazendo esforços bem pequenos. O que lhe falta é a *vontade*. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”
 
Fonte :
Livro :Pensamento e Vida : Cap.2 Vontade – FCX e Emmanuel.
Livro : Libertação ; Cap. 2 : A Palestra do Instrutor – FCX e André Luiz

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Intercessão Providencial

"A hora exige atenção e cuidado , ante o número expressivo de lobos disfarçados de ovelhas , com vozes mansas e venenos nas palavras , que aparentam humildade forçada e são possuidores de ira incontrolável.[...] " A tribuna espírita não é pódio para disputas de exaltação do personalismo nem instrumento de projeção da mesquinha necessidade de aplauso...





" Fôramos informados que nobre mensageira de Estância Superior viria comunicar-se conosco,obedecendo a uma programação adrede organizada , para socorrer algumas instituições Espíritas terrenas, seriamente sitiadas por tenebrosa organização do Mal.
Labores antes realizados com abnegação , agora sofriam sórdida perseguição de inimigos do progresso já desencarnados ,que se comprazem em semear intranquilidade entre as criaturas[...]Especialmente convidados , Dr. José Carneiro de Campos.
[...] Às 20h, a sala encontrava-se repleta, tendo o nosso respeitável administrador, Ovídio[...]De imediato, apresentou a venerável senhora desencarnada cuja aura refulgia em tonalidades diamantinas, demonstrando seu estágio evolutivo.( Segue abaixo suas palavras)

" O amor a Jesus em todas as épocas da Humanidade sempre tem provocado a ira dos adversários da Verdade que O temem, investindo com ferocidade contra os seus vexilários ( porta bandeira) , na ilusão de que ao destruírem os seus corpos, aniquilam os seus ideais libertadores.

[...]" Utilizando-se da debilidade moral de muitos conversos que não amadureceram psicologicamente nos estudos sérios do Espiritismo , deles se utilizam como insatisfeitos e agressivos, perturbadores das hostes doutrinárias, de modo a criarem situações embaraçosas , de difícil solução pelos arrastamentos de outros invigilantes que a ação maléfica lhe proporciona.

" A intriga e a infâmia - armas mortíferas e de grande alcance - são utilizadas para denegrir os companheiros , lançá-los uns contra os outros , com desgastes de energia e de tempo malbaratados inutilmente.

"Embora pregando-se a tolerância , não a praticam , antes mantêm injustificáveis ressentimentos, filhos do orgulho em predomínio e da presunção doentia.

[...]" Atormentados pelas paixões servis, transformam os núcleos espíritas, que devem ser dedicados ao estudo, à oração, ao recolhimento dos sofredores, a santuário de comunhão com o Mundo Espiritual superior, em clubes de futilidades, de divertimentos, de comentários desairosos , de convívio para o lazer e de lancharias comum...

[...] A soberba e o falso intelectualismo, a necessidade de variações de comportamento, vêm conduzindo expressivo número de adeptos da Revelação dos guias da Humanidade; as propostas agressivas conforme a sua maneira de entender e alguns se atrevem a dar nova interpretação às obras da Codificação, num alucinado projeto de atualizar a Verdade , as reflexões do codificador inspirado pelo Senhor e vaso escolhido para a construção do mundo melhor.

"Dominados pela vaidade , deixam se outros dominar por Entidades intelectualizadas e de baixo nível moral, que os mistificam, assacando acusações indébitas contra tudo e contra todos que lhes não compartem as ideias esdrúxulas e extravagantes.

[...] "Piorando o quadro , no entanto, as disputas por cargos administrativos , a fim de imporem suas maneiras especiais de governança das consciências , em lamentáveis ressonâncias  do passado, quando , em outros credos, foram impiedosos e dominadores, vem-se tornando trivial, sempre em olvido das diretrizes do Mestre ao afirmar: - Quem desejar ser o maior , seja o servidor de todos...

[...] "A hora exige atenção e cuidado , ante o número expressivo de lobos disfarçados de ovelhas , com vozes mansas e venenos nas palavras , que aparentam humildade forçada e são possuidores de ira incontrolável.

[...] " A tribuna espírita não é pódio para disputas de exaltação do personalismo nem instrumento de projeção da mesquinha necessidade de aplauso.[...] Isto porque, conhecendo as debilidades morais dos que ali se apresentam , os adversários espirituais seguem-nos , empurram-nos a compromissos afetivos ilusórios e desgastes sexuais resultantes do fascínio que exercem em pessoas viciadas e de mente pervertida.Dominados pela vã cultura e pelo entusiasmo dos insensatos, abrem espaços emocionais muito amplos para a instalação de conflitos que os atormentarão, que os levarão ao abandono das tarefas , quando contrariados ou simplesmente entediados , a caminho de desditosas depressões e obsessões soezes...

" A Instituição Espírita de hoje deve evocar a Casa do Caminho, onde Pedro, Tiago e João viveram os ensinamentos de Jesus e mantiveram a continuação do contato com o Mestre, a fim de que tivessem forças para o testemunho , o sublime holocausto da própria vida."


Franco, Divaldo.Perturbações espirituais.1.ed./Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda[psicografado  por]Divaldo Pereira Franco. salvador: LEAL,2015. 248P. 
Trechos retirados das páginas 11 à 19.