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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Reflexões de Dom Pedro II e o advento da República ( 49 anos) —(...) Não tenho o direito de criticar a República, mesmo porque todos os fenômenos políticos e sociais do nosso país tiveram os seus pródromos no mundo espiritual(...). Apenas quero dizer que não só os republicanos, mas também nós, os da monarquia, estávamos redondamente enganados. O erro da nossa visão, quando na Terra, foi supor no Brasil o mesmo espírito anglo-saxônio que a Inglaterra legara aos norte-americano(...)em nossa terra, prevaleciam outros fatores mesológicos e, até agora, não temos sabido conciliar os interesses da nação com esses imperativos. A ausência de tradição nos elementos de nossa origem, como povo, estabeleceu uma descentralização de interesses, prejudicial ao bem coletivo do pais. Para a formação nacional, não vieram da metrópole os espíritos mais cultos. Pesando, de um lado, os africanos, revoltados com o cativeiro, e, de outro, os índios, revoltados com a invasão do estrangeiro na terra que era propriedade deles, a balança da evolução(...)Considere que, examinando a minha consciência, não me lembro de haver fortalecido nenhum sentimento de rebeldia nos meus tempos de governo; entretanto, muito sofri, verificando que eu poderia ter suavizado a luta entre os nossos estadistas e os políticos da América espanhola. Outra forma de ação poderíamos ter empregado no caso de Rosas e de Oribe e mesmo em face do próprio Solano López, cuja inconsciência nos negócios do povo ficou evidentemente patenteada. E note-se que o problema se constituía de graves questões internacionais. O nosso mal foi sempre o desconhecimento da realidade brasileira. Os nossos períodos históricos têm sofrido largamente os reflexos da vida e da cultura europeias



Do livro Novas Mensagens no capítulo 2, D.Pedro II nos traz suas reflexões sobre os seus enganos, quanto a peculiaridade do povo brasileiro,  da proclamação da República,  sobre a economia e o  momento político daquele período em que foi publicado a obra. Segue abaixo trechos da conversa entre Humberto de Campos e Dom Pedro II


Acerquei-me da sua individualidade, com um misto de curiosidade e de profundo respeito, procurando improficuamente identificar os dois companheiros que o rodeavam.
— Majestade! — tentei chamar-lhe a atenção com a minha palavra humilde e obscura.
— Aproximem-se, meus amigos! — respondeu-me com benevolência e carinho. — Aqui não existe nenhuma expressão de majestade. Cá estão, fraternalmente comigo, o Afonso  e o Luís,  como três irmãos, sentindo eu muito prazer na companhia de ambos. Se o mundo nos irmana sobre a Terra, a morte nos confraterniza no Espaço infinito, sob as vistas magnânimas do Senhor.
 E, fazendo uma pausa, como quem reconhece que há tempo de falar e tempo de ouvir, conforme nos aconselha a sabedoria da Bíblia, exclama o Imperador com bondade:
— A que devo o obséquio da sua interpelação?
— Majestade! — respondi, confundido com a sua delicadeza — desejara colher a vossa opinião com respeito ao Brasil e aos brasileiros. Estamos no limiar do cinquentenário de República e seria interessante ouvir o vosso conselho paternal para os vivos de boa vontade. Que pensais destes quarenta e tantos anos de novo regime?(...) Do Plano Invisível, para o mundo, prosseguimos no mesmo labor de construção da nacionalidade.  As convenções políticas dos homens não atingem os Espíritos desencarnados. O exílio termina sempre na sepultura, porque a única realidade é o amor, e o amor, eliminando todas as fronteiras, nos ligou para sempre ao torrão brasileiro. Não tenho o direito de criticar a República, mesmo porque todos os fenômenos políticos e sociais do nosso país tiveram os seus pródromos no mundo espiritual, considerando-se a missão do Brasil dentro do Evangelho. Apenas quero dizer que não só os republicanos, mas também nós, os da monarquia, estávamos redondamente enganados. O erro da nossa visão, quando na Terra, foi supor no Brasil o mesmo espírito anglo-saxônio que a Inglaterra legara aos norte-americanos. Eu também fui apaixonado pelo liberalismo, mas a verdade é que, em nossa terra, prevaleciam outros fatores mesológicos e, até agora, não temos sabido conciliar os interesses da nação com esses imperativos. A ausência de tradição nos elementos de nossa origem, como povo, estabeleceu uma descentralização de interesses, prejudicial ao bem coletivo do pais. Para a formação nacional, não vieram da metrópole os espíritos mais cultos. Pesando, de um lado, os africanos, revoltados com o cativeiro, e, de outro, os índios, revoltados com a invasão do estrangeiro na terra que era propriedade deles, a balança da evolução geral ficou seriamente comprometida. Sentimentos excessivos de liberdade não nos permitiram um refinamento de educação política. Todos querem mandar e ninguém se sente na obrigação de obedecer.  Quando no Império, possuíamos a autoridade centralizadora da Coroa, prevalecendo sobre as ambições dos grupos partidários que povoavam os nossos oito milhões e meio de quilômetros quadrados; mas, quando os republicanos sentiram de perto o peso das responsabilidades que tomaram à sua conta, os espíritos mais educados reconheceram o desacerto das nossas concepções administrativas.  Enquanto as nações da Europa e os Estados Unidos podiam empregar livremente em nosso país os seus capitais, a título de empréstimos vultosos que desbaratavam compulsoriamente a nossa economia, o Brasil podia descansar na monocultura, fazer a política dos partidos e adiar a solução dos seus problemas para o dia seguinte, dentro de um regime para o qual não se achava preparado em 1889.  Mas, quando se manifestou a crise mundial de 1929, todas as instituições políticas sofreram as mais amplas renovações, dentro dos movimentos revolucionários de 1930. Os capitais estrangeiros não puderam mais canalizar suas disponibilidades para a nossa terra, controlados pelos governos autárquicos dos tempos que correm, e o Brasil acordou para a sua própria realidade. Aliás, nós, os desencarnados há muito tempo procuramos auxiliar os vivos na sua tarefa. — Quer dizer que também tendes inspirado os labores dos estadistas brasileiros?
— Sim, de modo indireto, pois não podemos interferir na liberdade deles. Há alguns anos, procurei auxiliar Alberto Torres nas suas elucubrações de ordem social e política. Em geral, nós, os desencarnados, buscamos influenciar, de preferência, os organismos mais sensíveis à nossa ação e Torres era o instrumento de nossas verdades para a administração. A realidade, porém, é que ele falou como Jeremias [Oh! Jerusalém!…]. Somente a gravidade da situação conseguiu despertar o espírito nacional para novas realizações.
— Majestade, as vossas palavras me dão a entender que aprovais o novo estado de coisas do Brasil. Aplaudistes, então, a queda da denominada república velha, sob as vibrações revolucionárias de 1930?
— Com as minhas palavras — disse ele bondosamente — não desejo exaltar a vaidade de quem quer que seja, nem deprimir o esforço de ninguém. Não posso aplaudir nenhum movimento de destruição, pois entendo que, sobre a revolução, deve pairar o sentimento nobre da evolução geral de todos, dentro da maior concórdia espiritual.  Considere que, examinando a minha consciência, não me lembro de haver fortalecido nenhum sentimento de rebeldia nos meus tempos de governo; entretanto, muito sofri, verificando que eu poderia ter suavizado a luta entre os nossos estadistas e os políticos da América espanhola.  Outra forma de ação  poderíamos ter empregado no caso de Rosas e de Oribe e mesmo em face do próprio Solano López, cuja inconsciência nos negócios do povo ficou evidentemente patenteada. E note-se que o problema se constituía de graves questões internacionais. O nosso mal foi sempre o desconhecimento da realidade brasileira. Os nossos períodos históricos têm sofrido largamente os reflexos da vida e da cultura europeias.  Nos tempos do Império, procurei saturar-me dos princípios democráticos da política francesa, tentando aplicá-los, amplamente, ao nosso meio, longe das nossas realidades práticas. Os republicanos, como Benjamim Constant, Deodoro, etc., deram-se a estudar a “República Americana”, de Bryce, distantes dos nossos problemas essenciais. Quando regressei das lutas terrestres, procurei imediatamente colaborar na consolidação do novo regime, a fim de que a divisão e os desvarios de muitos dos seus adeptos não terminassem no puro e simples desmembramento do País. Graças a Deus, conseguimos conduzir Prudente de Morais ao poder constitucional, para acabarmos reconhecendo agora as nossas realidades; mais fortes.  Devo, todavia, fazer-lhe sentir que não me reconheço com o direito de opinar sobre os trabalhos dos homens públicos do País. Cabe-me, sim, rogar a Deus que os inspire, no cumprimento de seus austeros deveres, diante da pátria e do mundo. O grande caminho da atualidade é a organização da nossa Economia, em matéria de política, e o desenvolvimento da Educação, no que concerne ao avanço sociológico dos tempos que passam. Os demais elementos de nossas expressões evolutivas dependem de outros fatores de ordem espiritual, longe de todas as expressões transitórias da política dos homens.
 A essa altura, notei que a minha curiosidade jornalística começava a magoar a venerável entidade e mudei repentinamente de assunto.
— Majestade, que dizeis da grande figura hoje lembrada?
— O vulto de José Bonifácio foi sempre objeto de meu respeito e de minha amizade. E olhe que foi ele o mais sensato organizador da nacionalidade brasileira, cujo progresso acompanha, carinhosamente, com a sua lealdade sincera. Hoje, que se comemora o centenário de sua desencarnação, devemos relembrar o seu regresso de novo ao Brasil, em meados do século passado, tendo sido uma das mais elevadas expressões de cultura, na Constituinte de 1891.(...) mas o Imperador, acompanhado de amigos, retirava-se quase que abruptamente da nossa companhia, correspondendo fraternalmente a outros apelos sentimentais.(...) Daí a momentos, o meu companheiro quebrava o silêncio de minha meditação:
— Humberto, os monarquistas tinham razão!… Este velho é um poço de verdade e de experiência da vida! Você deve registar esta entrevista, oferecendo aos vivos estas palavras quentes de conhecimento e de sabedoria!

 Fonte : Novas Mensagens - Humberto de Campos por Chico Xavier

A proclamação da República e as considerações de Ismael -“Irmãos, a Pátria do Evangelho atinge agora a sua maioridade coletiva. Profundas transições assinalarão a sua existência social e política(...). Necessário é separemos agora o organismo político do Brasil dos alvitres permanentes e constantes do mundo espiritual, para que todos os seus empreendimentos sejam devidamente valorizados. À maneira dos indivíduos, as pátrias têm, igualmente, direito à mais ampla liberdade de ação, uma vez atingido o plano dos seus raciocínios próprios(...)“No capítulo das instituições humanas, os esforços que despendemos até agora estão mais ou menos encerrados; compete-nos, todavia, em todos os dias do porvir, conservar e desenvolver a “melhor parte”, espiritualizando essas mesmas instituições”



Do Livro Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho dedica o capítulo 27 a proclamação da República em que o Espírito Ismael revela a nova etapa em que nossa nação terá que vivenciar ao conquistar sua maioridade coletiva na ordem política e social sendo apartir daquele momento responsáveis diretos “por todos os atos comuns” e como cita Ismael seria :”o último acontecimento político, que se verificaria com o seu amparo direto e que constituiria a proclamação da República” e mais adiante exalta a figura de  Dom Pedro II que não permitiu que derramassem sangue, não oferecendo reação, retirando se do país confortado pelas luzes do Alto , segue na íntegra trechos do capítulo:


“Se a monarquia, embora todas as liberdades públicas que desenvolvera, espíritos avançados do Brasil a consideravam como a derradeira recordação da influência portuguesa(...)Essa ideia, genuinamente nativista, alcançara todas as inteligências, e a garantia do seu êxito se patenteara aos olhos de todos, após a Lei de 13 de Maio,que ferira os interesses particulares de todas as classes conservadoras.

 Por essa razão os anos de 1888 e 1889 assinalaram os derradeiros tempos do único império das plagas americanas. Por toda parte e em todos os ambientes civis e militares acendiam-se os fachos do idealismo republicano, sob o pálio da generosidade da Coroa.

 No mundo invisível, reúne o Senhor as falanges benditas de Ismael e dos seus dedicados colaboradores(...)falou a sua voz, como no crepúsculo admirável do Sermão da Montanha: (Lc)

—(Ismael) “Irmãos, a Pátria do Evangelho atinge agora a sua maioridade coletiva. Profundas transições assinalarão a sua existência social e política. Uma nação que alcança a sua maioridade é a responsável legítima e direta por todos os atos comuns que pratica, no concerto dos povos do planeta. Necessário é separemos agora o organismo político do Brasil dos alvitres permanentes e constantes do mundo espiritual, para que todos os seus empreendimentos sejam devidamente valorizados. À maneira dos indivíduos, as pátrias têm, igualmente, direito à mais ampla liberdade de ação, uma vez atingido o plano dos seus raciocínios próprios. Acompanharemos, indiretamente, o Brasil, onde as sementes do Evangelho foram jorradas a mancheias, a fim de que o seu povo, generoso e fraternal, possa inscrever mais tarde a sua gloriosa missão espiritual nas mais belas páginas da civilização, em o livro de ouro dos progressos do mundo. Seus votos evolutivos, no que se refere às instituições sociais e políticas, serão carinhosamente observados por nós, de maneira a não serem obstadas as deliberações das suas autoridades administrativas no plano tangível da matéria terrestre; mas, como o reino do amor integral e da verdade pura ainda não é do orbe terreno, urge reformemos também as nossas atividades, concentrando-as na obra espiritual da evangelização de todos os espíritos localizados na região do Cruzeiro.

“Consolidareis o templo de Ismael, para que do seu núcleo possam expandir-se, por toda a extensão territorial da pátria brasileira, as claridades consoladoras da minha doutrina de redenção, de piedade e de misericórdia. Ensinareis aos meus novos discípulos encarnados a paciência e a serenidade, a humildade e o amor, a paz e a resignação, para que a luta seja vencida pela luz e pela verdade. Abrireis para a caravana do Evangelho, que marcha ao longo dos caminhos da sombra, a estrada da revolução interior, cujo objetivo único é a reforma de cada um, sob o fardo das provas, sem o recurso à indisciplina perante as leis estatuídas no mundo e sem o auxílio das armas homicidas.

 “A Nova Revelação não é dada para que se opere a conversão compulsória de César às coisas de Deus, mas para que César esclareça o seu próprio coração, edificando-se no exemplo dos seus subordinados e tornando divina a sua imperfeita obra terrestre. Conduzireis, portanto, aos meus discípulos encarnados o estandarte da fé e da caridade, com o programa da renúncia e do desprendimento dos bens humanos, dentro dos sagrados imperativos da sua grandiosa missão.

 “A proclamação da República Brasileira, como índice da maioridade coletiva da nação do Evangelho, há-de fazer-se sem derramamento de sangue, como se operaram todos os grandes acontecimentos que afirmaram, perante o mundo, a Pátria do Cruzeiro, os quais se desenvolveram sob a nossa imediata atenção. Doravante, o Brasil político será entregue à sua responsabilidade própria. As transições se realizarão acima de todos os cultos religiosos, para que todas as conquistas se verifiquem fora de qualquer eiva de sectarismo.

  Os discípulos do Evangelho sofrerão, certamente, os efeitos dolorosos da borrasca em perspectiva; estaremos, porém, a postos, sustentando o Brasil espiritual, que, de ora em diante, passará a ser o nosso precioso patrimônio. Articularemos todas as possibilidades e energias em favor do Evangelho, no país inteira, e a obra de Ismael derramará as bênçãos fulgurantes do Céu sobre todos os corações, na estrada de todos os felizes e de todos os tristes da Terra.

“Acordemos a alma brasileira para a luminosa alvorada desse novo dia!

 “No capítulo das instituições humanas, os esforços que despendemos até agora estão mais ou menos encerrados; compete-nos, todavia, em todos os dias do porvir, conservar e desenvolver a “melhor parte”, espiritualizando essas mesmas instituições, dentro das grandes finalidades de todos os labores das esferas elevadas do plano espiritual.
“Bem-aventurados todos os trabalhadores da seara divina da verdade e do amor, pois deles é o reino imortal da suprema ventura!”

As falanges do Infinito, sob as bondosas determinações do Divino Mestre preparam, então, o último acontecimento político, que se verificaria com o seu amparo direto e que constituiria a proclamação da República. (...)O grande imperador recebe a notícia com amarga surpresa. Deodoro, que era íntimo do seu coração e da sua casa, voltava-se agora contra as suas mãos generosas e paternais. Todos os ambientes monárquicos pesam esse ato de ingratidão clamorosa; mas, a verdade é que todos os republicanos eram amigos íntimos de D. Pedro; quem não lhe devia, no Brasil, o patrimônio de cultura e liberdade?
Os instantes de surpresa, contudo, foram rápidos.

O nobre monarca repeliu todas as sugestões que lhe eram oferecidas pelos espíritos apaixonados da Coroa, no sentido da reação.

 Confortado pelas luzes do Alto, que o não abandonaram em toda a vida, D. Pedro II não permitiu que se derramasse uma gota de sangue brasileiro, no imprevisto acontecimento.
Preparou, rapidamente, sua retirada com a família imperial para a Europa, obedecendo às imposições dos revolucionários e, com lágrimas nos olhos, rejeita as elevadas somas de dinheiro que o Tesouro Nacional lhe oferece, para aceitar somente um travesseiro de terra do Brasil, a fim de que o amor da Pátria do Cruzeiro lhe santificasse a morte, no seu exílio de saudade e pranto.

 Jesus, porém, consoante à sua promessa, lhe santificaria os cabelos brancos. Uma tranquila paciência caracterizou o seu inenarrável martírio moral.
O grande imperador retirou-se do Brasil deixando, não um império perecível e transitório do mundo, mas uma família ilimitada, que hoje [1938] atinge a soma de quase cinquenta milhões de almas.


 Livro : Brasil,coração do mundo, pátria do Evangelho
Humberto de Campos psicografado por Chico Xavier

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Discurso de Estevão



[...]Moisés foi a porta, o Cristo é a chave.[...]Então, compreenderemos que o Evangelho é a resposta de Deus aos nossos apelos, em face da Lei de Moisés[...]O Cristo é a substância da nossa liberdade.Dia virá em que o seu reino abrangerá os filhos do Oriente e do Ocidente, num amplexo de fraternidade e de luz.Então, compreenderemos que o Evangelho é a resposta de Deus aos nossos apelos, em face da Lei de Moisés. A Lei é humana; o Evangelho é divino.Moisés é o condutor; O Cristo,Salvador.Os profetas foram mordomos fiéis;  Jesus, porém, é o Senhor da Vinha.



Emmanuel  em “Paulo e Estevão”, psicografia de Chico Xavier:


[...] “Meus caros, eis que chegados são os tempos em que o Pastor vem reunir as ovelhas em torno do seu zelo sem limites. Éramos escravos das imposições pelos raciocínios, mas hoje somos livres pelo Evangelho do Cristo Jesus.

Nossa raça guardou, de épocas imemoriais, a luz do Tabernáculo e Deus nos enviou seu Filho sem mácula. Onde estão, em Israel, os que ainda não ouviram as mensagens da Boa Nova? Onde os que ainda não se felicitaram com as alegrias da nova fé ? Deus enviou sua resposta divina aos nossos anseios milenários, a revelação dos Céus aclara os nossos caminhos. Consoante as promessas da profecia de todos quantos choraram e sofreram por amor ao Eterno, o Emissário Divino veio até ao antro de nossas dores amargas e justas, para iluminar a noite de nossas almas impenitentes, para que se nos desdobrassem os horizontes da redenção.
O Messias atendeu aos problemas angustiosos da criatura humana, com a solução do amor que redime todos os seres e purifica todos os pecados.

Mestre do trabalho e da perfeita alegria da vida, suas bênçãos representam nossa herança.

Moisés foi a porta, o Cristo é a chave.

Com a coroa do martírio adquiriu, para nós outros, a láurea imortal da salvação. Éramos cativos do erro, mas seu sangue nos libertou. Na vida e na morte, nas alegrias de Canaã, como nas angústias do calvário, pelo que fez e por tudo que deixou de fazer em sua gloriosa passagem pela Terra, Ele é o filho de Deus iluminando o caminho.

Acima de todas as cogitações humanas, fora de todos os atritos das ambições terrestres, seu reino de paz e luz esplende na consciência das almas redimidas. Ó Israel! tu que esperaste por tantos séculos, tuas angústias e dolorosas experiências não foram vãs!...

Enquanto outros povos se debatiam nos interesses inferiores, cercando os falsos ídolos de falsa adoração e promovendo, simultaneamente, as guerras de extermínio com requintes de perversidade, tu, Israel, esperaste o Deus justo. Carregaste os grilhões da impiedade humana, na desolação e no deserto; converteste em cânticos de esperança as ignomínias do cativeiro; sofreste o opróbrio dos poderosos da Terra; viste os teus varões e as tuas mulheres, os teus jovens  e as tuas crianças exterminados sob o guante das perseguições, mas nunca descreste da justiça dos Céus! Como o Salmista, afirmaste com teu heroísmo que o amor e a misericórdia vibram em todos os teus dias! Choraste no caminho longo dos séculos, com as tuas amarguras e feridas.

Como  Job, viveste da tua fé, subjugada pelas algemas do mundo, mas já recebeste o sagrado depósito de  Jeová - O Deus único!...

Oh! esperanças eternas de Jerusalém, cantai de júbilo, regozijai-vos, embora não tivéssemos sido fiéis inteiramente à compreensão, por conduzir o Cordeiro Amado aos braços da cruz. Suas chagas, todavia, nos compraram para o céu, com o alto preço do sacrifício supremo!...

Isaías o contemplou, vergado ao peso de nossas iniquidades, florescendo na aridez dos nossos corações, qual flor do céu num solo adusto, mas, revelou também, que, desde a hora da sua extrema renúncia, na morte infamante, a sagrada causa divina prosperaria para sempre em suas mãos.

Amados, onde andarão aquelas ovelhas que não souberam ou não puderam esperar?

Procuremo-las para o Cristo, como dracmas perdidas do seu desvelado amor!

Anunciemos a todos os desesperados as glórias e os júbilos do seu reino de paz e de amor imortal!...

A lei nos retinha no espírito de nação, sem conseguir apagar de nossa alma o desejo humano de supremacia na Terra. Muitos de nossa raça hão esperado um príncipe dominador, que penetrasse em triunfo a cidade santa, com os troféus sangrentos de uma batalha de ruína e morte; que nos fizesse empunhar um cetro odioso de forças e tirania. Mas o Cristo nos libertou para sempre. Filho de Deus e emissário da sua glória, seu maior mandamento confirma Moisés, quando recomenda o amor a Deus acima de todas as coisas, de todo o coração e  entendimento, acrescentando, no mais formoso decreto divino, que nos amemos uns aos outros, como Ele próprio nos amou.

Seu reino é o da consciência reta e do coração purificado ao serviço de Deus. Suas portas constituem o maravilhoso caminho da redenção espiritual, abertas de par em par aos filhos de todas as nações.

Seus discípulos amados virão de todos os quadrantes.

Fora de suas luzes haverá sempre tempestade para o viajor vacilante da Terra que, sem o Cristo, cairá vencido nas batalhas infrutuosas e destruidoras das melhores energias do coração. Somente o seu Evangelho confere paz e liberdade. É o tesouro do mundo.

Em sua glória sublime os justos encontrarão a coroa de triunfo, os infortunados o consolo, os tristes a fortaleza do bom ânimo, os pecadores a senda redentora dos resgates misericordiosos.

É verdade que o não havíamos compreendido. No grande testemunho, os homens não entenderam sua divina humildade e os mais afeiçoados o abandonaram.

 Suas chagas clamaram pela nossa indiferença criminosa.

Ninguém poderá eximir-se dessa culpa, visto sermos todos herdeiros das suas dádivas celestiais. Onde todos gozam do benefício, ninguém pode fugir à responsabilidade.

Essa a razão por que respondemos pelo crime do Calvário. Mas, suas feridas foram a nossa luz, seus martírios o mais ardente apelo de amor, seu exemplo o roteiro aberto para o bem sublime e imortal.

Vinde, pois, comungar conosco à mesa do banquete divino!

Não mais as festas do pão putrescível, mas o eterno alimento da alegria e da vida...

 Não mais o vinho que fermenta, mas o néctar confortante da alma, diluído nos perfumes do amor imortal.

  O Cristo é a substância da nossa liberdade.

 Dia virá em que o seu reino abrangerá os filhos do Oriente e do Ocidente, num amplexo de fraternidade e de luz.

 Então, compreenderemos que o Evangelho é a resposta de Deus aos nossos apelos, em face da Lei de Moisés.

  A Lei é humana; o Evangelho é divino.

 Moisés é o condutor; O Cristo, o Salvador.
Os profetas foram mordomos fiéis;  Jesus, porém, é o Senhor da Vinha.

Com a Lei, éramos servos; com o Evangelho, somos filhos livres de um Pai amoroso e justo!...”


Trecho do Livro Paulo e Estevão , pág. 87 à 90

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Aberrações físicas e alterações cromossômicas

Artigos

por Ricardo Di Bernardi

 
 Aberrações físicas e alterações cromossômicas

  1-    As aberrações físicas são decorrentes de problemas genéticos ou problemas espirituais?
 A falta de conhecimento correto das leis que regem a reencarnação, bem como a deficiente instrução a respeito, leva, muitas vezes, a visões parciais e distorcidas dos fatos. É extremamente comum ouvirmos colocações incorretas, no que diz respeito à hereditariedade explicada à luz da reencarnação. Percebemos explicações parciais sob cada um dos aspectos e desvinculadas de um raciocínio integrado, holístico.
 O mecanismo hereditário está intimamente ligado à reencarnação e vice-versa, não podem ser estudados como conhecimentos paralelos. Toda a genética que está a nível bioquímico está sujeita às leis da dimensão energética, ou seja, astral.
 Toda característica e problema físico são determinados por genes, que são moléculas de DNA, altamente especializadas, energeticamente diferenciadas, que estabelecem a ponte natural de intercâmbio com as energias do Espírito. As aberrações físicas, portanto, são produzidas por genes que exteriorizam anomalias da estrutura do corpo espiritual ou perispírito.
 2-    Qual o mecanismo de exteriorização de um problema espiritual para o corpo biológico, gerando aberração física?
De uma forma resumida, diríamos: a Entidade espiritual portadora de graves deformidades no seu corpo espiritual, ao ser preparada para reencarnar, é conectada pelos mentores espirituais ao campo energético (psicosfera) da futura mãe. A presença deste campo energético ocasiona, automaticamente, a liberação de um óvulo cujos genes têm a vibração correspondente ao problema do corpo espiritual. Posteriormente, no momento da fecundação, o Espírito, inconscientemente ligado ao óvulo, atrai magneticamente um espermatozoide cujo padrão genético seja compatível com sua situação.
 3-    O que pensar da aberração física como uma punição ou castigo divino?
 Seria demonstrar falta de conhecimento da Lei de Ação e Reação. Essa concepção de um Deus punitivo não cabe no dicionário do estudioso espírita. Deus é o Amor Universal. Nós, agindo livremente, colhemos hoje o que plantamos ontem, assim, não se trata de punição, mas de consequência natural.
  4-    Qual a finalidade ou proveito que tem um Espírito ao reencarnar em um corpo com graves deformações?
 Drenagem de energias, oportunidade de cura, libertação das lesões ou dos campos energéticos desestruturados do corpo espiritual.
 5-    Os fenômenos teratológicos (monstruosidades) existem no mundo espiritual?
 Sim, existem.
 6-    Como surgem as monstruosidades anatômicas em Espíritos que são vistas e descritas por inúmeros médiuns e paranormais?
 Pela persistência daqueles Espíritos em cultivar pensamentos de baixo teor vibratório.
 7-    Poderia nos explicar melhor de que maneira a persistência de pensamentos de baixo teor vibratório determinam alterações anatômicas no perispírito?
 O pensamento gera energias que permanecem com quem as produz. O corpo espiritual é composto de moléculas que poderíamos, por analogia, comparar com os gases, portanto, são facilmente moldáveis. Assim, a mobilização constante de energias mentais de baixo teor vibratório movimenta as moléculas do corpo astral que passam a se estruturar de maneira desorganizada, deformando a sua aparência.
 8-    As explicações sobre a causa ou mecanismo de um mesmo fenômeno teratológico são semelhantes para dois Espíritos?
 Não. Ninguém é igual a outro.
 9-    Gêmeos siameses ou xifópagos, como compreender o motivo espiritual desta situação?
 Trata-se da reencarnação de duas entidades que na dimensão astral estavam magneticamente ligadas por energias desequilibradas. Ao renascerem, a união doentia continuou se expressando, gerando os gêmeos siameses. Vejamos, inicialmente, como surgem os gêmeos normais. No processo reencarnatório, quando duas entidades espirituais em condições espiritualmente sadias se ligam à esfera perispiritual materna e, posteriormente, ao fluido vital do óvulo; o embrião se biparte por estar sob a influência de duas energias espirituais diferentes, ou seja, dois Espíritos, originando gêmeos univitelinos normais.
 No caso dos xifópagos, os dois embriões permanecerão unidos pelo segmento correspondente à região perispiritual pela qual mantinham a troca de energias desarmônicas, assim, o embrião se desenvolve durante a gestação originando a ligação física entre as duas criaturas.
 10-    Conforme se observa, nos xifópagos, uma ligação pelo tórax ou pelo crânio, há diferença no seu histórico espiritual?
 Quando a ligação física nos xifópagos é torácica, a interdependência fluídico-energética entre ambos se fazia nos chacras correspondentes, o que significa dizer uma interdependência enfermiça no aspecto emocional (peito). A ligação pelos crânios entre gêmeos xifópagos decorre de interdependência doentia, antes de renascerem, nos chacras relacionados às questões mentais.
 11-   Nos casos em que se logrou êxito na cirurgia de separação de corpos em xifópagos, poderíamos concluir que o compromisso entre eles cessou?
 Não, de forma alguma. Permanece o compromisso de conviverem fraternalmente.
 12-   Por que, espiritualmente falando, não se consegue separar por via cirúrgica alguns xifópagos?
 Quando a união se efetua por órgãos vitais, inviabilizando a cirurgia, conclui-se que o aprendizado da convivência respeitosa e o bem-estar do outro é fundamental para os dois. Assim, cada um busca o melhor para ambos, portanto, um aprendizado necessário ao reequilíbrio de suas energias.
 13-    Qual o motivo de um Espírito renascer em um corpo anencéfalo?
 Oportunidade de reequilibrar seu corpo espiritual, eliminando as deformidades astrais para o corpo biológico, em síntese, de um modo geral, um processo expiatório.
 14-   Há referências confiáveis de que corpos anencefálicos tenham Espíritos?
 Sim. Há comunicações mediúnicas, por exemplo, via Divaldo Franco, ditadas por Joanna de Ângelis, que nos confirmam.
 15-   Existem síndromes genéticas decorrentes de alterações em segmentos dos cromossomos ou alteração no número de cromossomas. Pergunto: seria possível relacionar cada alteração com um problema espiritual?
 Não de um modo absoluto, porém, todas as alterações têm uma origem perispiritual.
 16-   O ser humano possui 46 cromossomas em todas as células do corpo, 23 pares. Quando há falta ou excesso de cromossomos nas células, como na síndrome de Down, de Turner ou Klinefelter, há alguma explicação espiritual para este fato? (1)
 O raciocínio é sempre o mesmo. A energética espiritual direciona a genética física. Desajustes nas matrizes perispirituais geram campos vibratórios anômalos que magneticamente determinariam interferência nos genes e cromossomos. Como há inúmeros fatores individuais, com variáveis quase infinitas, é preferível não se fazer afirmações espirituais taxativas e definitivas, explicando cada síndrome.
 17-   Devemos considerar que todas as pessoas portadoras de uma aberração cromossômica estão, sempre, expiando um problema do seu corpo espiritual? 
 Não em todos os casos. É importante lembrar a existência de Espíritos que, por amor, se oferecem para renascer em lares cujos pais necessitam passar pela experiência difícil de ter um filho com determinados problemas. Outros, visando preparar-se para missões nessa área, renascem com dificuldades do gênero para vivência e aprendizado, no entanto, são casos excepcionais e esporádicos.
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 (1)  Notas do autor:
 Na espécie humana, cada célula contém normalmente 46 cromossomos (23 pares, sendo um sexual: XX mulher e XY homem), as mutações podem originar distúrbios fisiológicos quando relacionados ao par sexual ou aos demais. As mais comuns são: a síndrome de Down, a síndrome de Turner e a síndrome de Klinefelter. Contudo, existem muitas outras como a Síndrome de Patau (trissomia do 13) e Síndrome de Edwards (trissomia do 18).
Síndrome de Turner – mutação monossômica, isto é, ausência de um cromossomo sexual que afeta o sexo feminino, possuindo apenas um cromossomo X. Os sinais mais frequentes, em pacientes não tratados, são: tórax largo, ovários não funcionais, pescoço curto e largo e baixa estatura.
Síndrome de Klinefelter – também uma mutação no cromossomo sexual, afeta indivíduos masculinos, portadores de dois cromossomos X e mais um Y, apresentando os seguintes sinais: alta estatura, ginecomastia (desenvolvimento das glândulas mamárias), testículos não funcionais e coeficiente intelectual baixo ou médio.
 A síndrome de Down:
 Alteração no número de cromossomos, isto é, aneuploidia, que se manifesta pela variação maior de cromossomos no interior das células, no caso, uma trissomia do cromossomo 21, ou seja, os indivíduos portadores dessa síndrome possuem um cromossomo a mais no par 21. A normalidade seria um cariótipo com 46 cromossomos, no entanto, esses apresentam 47, alteração que costuma determinar déficit mental e alguns sinais fisionômicos: pescoço e dedos curtos, linha reta da palma da mão, baixa estatura, extremidade externa dos olhos voltada para cima. As alterações no número dos cromossomos acontecem durante a formação dos gametas.
Dr. Ricardo Di Bernardi é homeopata