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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O HOMEM NOVO (...)Enquanto o homem não melhora, o mundo não se transforma. Inútil, pois, apelar para modificações superficiais. Temos de insistir na mudança essencial de nós mesmos.




Para construir um mundo novo precisamos de um homem novo. O mundo está cheio de erros e  injustiças porque é a soma dos erros e injustiças dos homens. Todos sabemos que temos de morrer, mas  só nos preocupamos com o viver passageiro da Terra. Por isso, a humanidade desencarnada que nos  rodeia é ainda mais sofredora e miserável que a encarnada a que pertencemos. "As filas de doentes que eu atendia na vida terrena — diz a mensagem de um espírito — continuam neste lado."
Muita gente estranha que nas sessões espíritas se manifestem tantos espíritos sofredores. Seria de estranhar se apenas se manifestassem espíritos felizes. Basta olharmos ao nosso redor — e também para dentro de nós mesmos — para vermos de que barro é feita a criatura humana em nosso planeta. Fala-se muito em fraude e mistificação no Espiritismo, como se ambas não estivessem em toda parte, onde quer que exista uma criatura humana. Espíritos e médiuns que fraudam são nossos companheiros de plano evolutivo, nossos colegas de fraudes cotidianas.
O Espiritismo está na Terra, em cumprimento à promessa evangélica de Consolador, para consolar os aflitos e oferecer a verdade aos que anseiam por ela. Sua missão é transformar o homem para que o mundo se transforme. Há muita gente querendo fazer o contrário: mudar o mundo para mudar o homem.
O Espiritismo ensina que a transformação é conjunta e recíproca, mas tem de começar pelo homem.
Enquanto o homem não melhora, o mundo não se transforma. Inútil, pois, apelar para modificações superficiais. Temos de insistir na mudança essencial de nós mesmos. (grifo nosso)
O homem novo que nos dará um mundo novo é tão velho quanto os ensinos espirituais do mais remoto passado, renovados pelo Evangelho e revividos pelo Espiritismo. Sem amor não há justiça e sem verdade não escaparemos à fraude, à mistificação, à mentira, à traição. O trabalho espírita é a continuação natural e histórica do trabalho cristão que modificou o mundo antigo. Nossa luta é o bom combate do apóstolo Paulo: despertar as consciências e libertar o homem do egoísmo, da vaidade e da ganância. (grifo nosso)
"Os anos não nos dão experiência nem sabedoria — dizia o vagabundo de Knut Hamsun — mas nos deixam os cabelos horrorosamente grisalhos." É o que vemos no final desse poema bucólico da Noruega que é "Um Vagabundo Toca em Surdina". Knut Hamsun era um individualista e sobretudo um lírico do individualismo. Mas o homem que se abre para o altruísmo sabe que as verdades do indivíduo são geralmente moedas falsas, de circulação restrita.
A verdade maior — ou verdadeira — é a que nasce do contexto social, da usina das relações, onde o indivíduo se forma pelo contato com os outros.
Os anos não trazem apenas os cabelos brancos — trazem também a experiência, mestra da vida, e com ela a sabedoria. E no dia a dia da existência que o homem vai modelando aos poucos a sua própria argila, o barro plástico de que Deus formou o seu corpo na Terra. Cada idade, afirmou Léon Denis, tem o seu próprio encanto, a sua própria beleza. É belo ser jovem e temerário, mas talvez seja mais belo ser velho e prudente, iluminado por uma visão da vida que não se fecha no círculo estreito das paixões ilusórias. O homem amadurece com o passar dos anos.
A vida tem as suas estações, já diziam os romanos. À semelhança do ano, ela se divide nas quatro estações da existência que são: a primavera da infância e da adolescência, o verão da mocidade e outono da madureza e o inverno da velhice. Mas também à semelhança dos anos, as vidas se encadeiam no processo da existência, de maneira que as estações se renovam em cada encarnação. Viver, para o individualista, é atravessar os anos de uma existência. Mas viver, para o altruísta, é atravessar as existências palingenésicas, as vidas sucessivas, em direção à sabedoria. O branquear dos cabelos não é mais do que o início das nevadas do inverno. Mas após cada inverno voltará de novo a primavera.
A importância dos anos é, portanto, a mesma das léguas numa caminhada em direção ao futuro.
Cada novo ano que surge é para nós, os caminheiros da evolução, uma nova oportunidade de progresso que se abre no horizonte. Entremos no ano novo com a decisão de aproveitá-lo em todos os seus recursos.
Não desprezemos a riqueza dos seus minutos, das suas horas, dos seus dias, dos seus meses. Cada um desses fragmentos do ano constitui uma parte da herança de Deus que nos caberá no futuro.

Fonte: O Homem Novo de J. Herculano Pires * 13 /58

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Da importância da Evangelização Espírita infanto-juvenil na formação da Sociedade do Terceiro Milênio."Legiões de obreiros espirituais insinuam e sugerem, orientam e estimulam, convocam e determinam, dirigem e comandam, participam e servem, diretamente, no seio das comunidades espíritas, junto aos serviços de evangelização, notadamente de crianças e jovens."



Bezerra de Menezes
Reconhecendo- se no Espiritismo evangélico a presença do Consolador, disseminando por toda a Terra as luzes cristalinas da Verdade e despertando a consciência humana para a era porvindoura de uma autêntica compreensão espiritual da Vida, não é difícil entender- lhe a abençoada missão evangelizadora do mundo c om vistas ao futuro onde as mais sublimes esperanças de felicidade na T erra se concretizarão.

Considerando- se, naturalmente a criança como o porvir acenando- nos agora, e o jovem como o adulto de amanhã, não podemos, sem graves comprometimentos espirituais, sonegar- lhes a educação, as luzes do evangelho de Nosso Senhor Jesus- Cristo, fazendo brilhar em seus corações as excelências das lições do excelso Mestre c om vistas à transformação das sociedades terrestres para uma nova Humanidade.

O momento que atravessamos no mundo é difícil e sombrio... O sublime ministério da evangelização Espírita Infanto- Juvenil nos pede prosseguir e avançar.

Nestes anos de transição que nos separam de novo milênio terrestre, é imprescindível abracemos, com empenho e afinco, a tarefa de evangelização junto às almas infanto- juvenis, tão carentes de amor e sabedoria, porém receptivas e propícias aos novos ensinamentos.

Assim, faz- se inadiável buscarmos os serviços que nos competem junto à evangelização da criança e do jovem, para que as comunidades terrestres, edificadas em Jesus, adentrem o Terceiro Milênio   como alicerces ótimos de uma nova civilização que espelhe, no mundo o Reino de Deus.

Da intensidade com que o Plano Espiritual tem apoiado o Movimento de Evangelização Espírita Infanto- Juvenil e como isto se opera.

Legiões de obreiros espirituais insinuam e sugerem, orientam e estimulam, convocam e determinam, dirigem e comandam, participam e servem, diretamente, no seio das comunidades espíritas, junto aos serviços de evangelização, notadamente de crianças e jovens.

Como os Espíritos Superiores veem a participação dos companheiros encarnados nas tarefas da Evangelização.

Conquanto os operários da gleba humana disponham de livre- arbítrio bastante para debandar ou desertar, esquecer ou adiar compromissos assumidos com a Vida, ..., existe excelente caravana de denodados lidadores da Evangelização Espírita Infanto- Juvenil, de corações voltados para um melhor desempenho, coesos no interesse de sempre produzir o máximo pela dedicação de todos os dias. São jovens ou adultos, de ambos os sexos, afanosos, idealistas, conscientizados, cada vez mais, de que a obra não nos pertence, mas ao Mestre Amado que, por misericórdia, utiliza a todos por instrumentos de iluminação do mundo.

A especialidade da tarefa não se compraz com improvisações descabidas... os servidores integrados na evangelização devem buscar, continuamente, a atualização de conteúdos e procedimentos didático- pedagógicos, visando a um melhor rendimento, em face da economia da vida na trajetória da existência, considerando- se que, de fato, os tempos são chegados...

Como os Espíritos Superiores situam, no conjunto das atividades da Instituição Espírita, a tarefa de Evangelização.

...a tarefa é do mais alto significado dentre as atividades desenvolvidas pelas Instituições Espíritas, na sua ampla e valiosa programação de apoio à obra educativa do homem. Não fosse a evangelização, o Espiritismo, distante de sua feição evangélica, perderia sua missão de Consolador...

...Espiritismo sem aprimoramento moral, sem evangelização do homem, é como um templo sem luz.

...uma Instituição Espírita representa uma equipe de Jesus em ação e, como tal, deverá concretizar seus sublimes programas de iluminação das almas, dedicando- se, c om todo empenho, à evangelização da infância e da mocidade.

Condições essenciais para que alguém possa desempenhar a tarefa.

Nas bases de todo programa educativo, o amor é a pedra angular, favorecendo o entusiasmo e a dedicação, a especialização e o interesse, o devotamento e a continuidade, a disciplina e a renovação, uma vez que no trato com a criança e o jovem, o esforço renovador pela evangelização jamais prescindirá da força da exemplificação para quem ensina.

Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu- se- nos por amor, ensinou até o último instante, fez- se o exemplo permanente aos nossos corações e..., pregado ao madeiro ignominioso, perdoou- nos as defecções de maus aprendizes. É justo, pois, que o evangelizador deva estudar e rever, quanto possível, todos os ensinos da Verdade...

Papel que c abe aos espíritas que não atuam diretamente na tarefa, para o seu crescimento e maior êxito
Todos os espíritas engajados realmente nas fileiras da fé raciocinada, devem estar, de certo modo, empenhados na tarefa de evangelização que é, sem dúvida, o sublime objetivo da Doutrina Espírita.

Solidariedade de propósitos, maior empenho, incentivo, ver c om simpatia e apreço a tarefa dos evangelizadores, sobretudo como um trabalho integrado nos objetivos da instituição e jamais como atividade à parte.

Orientação aos pais espíritas.

Jamais deverão descuidar de aproximar os filhos dos serviços da evangelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a formação espiritual da criança e do jovem diante do porvir. Há pais espíritas que, erroneamente, têm deixado, em nome da liberdade e do livre- arbítrio, que os filhos avancem na idade cronológica para então escolherem este ou aquele c aminho religioso... Tal medida tem gerado sofrimento e desespero, luto e mágoa, inconformação e dor. Porque, uma vez perdido o ensejo educativo na idade propícia à sementeira evangélica, os corações se mostram endurecidos..., desperdiçando- se valioso período de ajuda e orientação...

Recursos sugeridos para dinamização da tarefa.

§ Renovar a mentalidade dos adultos (pais, preceptores, dirigentes e servidores do Movimento Espírita) sobre a importância e necessidade da Evangelização Espírita Infanto- Juvenil;

§ Promover campanhas de esclarecimento junto à família cristã, às Instituições Espíritas, como também aos próprios evangelizadores;

§ Atrair novos colaboradores aos quais não faltarão os recursos da fé e as inspirações do Mais Alto para que se efetivem as semeaduras da luz;

§ Buscar apoio de novos métodos de ensino.

 Papel da Evangelização espírita Infanto- Juvenil na expansão do Movimento espírita brasileiro.

…a expansão em número e qualidade está assentada na participação da criança e do jovem, naturais continuadores da causa e do ideal. Preparando- os convenientemente para o porvir, aformoseando- lhes o caráter, iluminando- lhes os corações, forjando- lhes uma nova mentalidade cristã, será o mesmo que fornecer- lhes recursos de crescimento para a responsabilidade e o dever, na conquista de si mesmos.

...somente assim a Evangelização Espírita Infanto- Juvenil estará atingindo seu abençoado desiderato, não apenas pela expansão do Espiritismo no Brasil, mas, sobretudo, contribuindo para a formação do homem evangelizado que há de penetrar a alvorada de um novo milênio de alma liberta e coração devotado à construção de sua própria felicidade.

Algo mais a ser dito...

Filhos,
Roguemos a Jesus pela obra que prossegue sob o divino amparo. Que não haja desânimo nem apressamento, mas, acima de tudo, equilíbrio e amor. Muito amor e devotamento!
A Evangelização Espírita Infanto - Juvenil amplia- se como um Sol benfazejo, abençoando os campos ao alvorecer.
O próprio serviço, sem palavras articuladas, mas à luz da experiência, falará conosco sobre quaisquer alterações que se façam necessárias, enquanto, no sustento da prece, estabeleceremos o conúbio de forças c om o Alto, de modo a nos sentirmos amparados pelas inspirações do bem.
De tempos em tempos ser- nos- á necessário uma pausa avaliativa para revermos a extensão e a qualidade dos serviços prestados e das tarefas realizadas. Somente assim poderemos verificar o melhor rendimento de nossos propósitos.
Unamo- nos, que a tarefa é de todos nós. Somente a união nos proporciona forças para o cumprimento de nossos serviços, trazendo a fraternidade por lema e a humildade por garantia do êxito.
Com Jesus nos empreendimentos do amor e com Kardec na força da Verdade, teremos toda orientação aos nossos passos, todo equilíbrio à nossa conduta.
Irmanemo- nos no sublime ministério da evangelização de almas e caminhemos adiante, avançando c om otimismo.
Os amigos e companheiros desencarnados podem inspirar e sugerir, alertar e esclarecer, mas é necessário reconhecer que a oportunidade do trabalho efetivo é ensejo bendito junto aos que desfrutam a bênção da reencarnação.
Jesus aguarda!
Cooperemos com o Cristo na evangelização do Homem.
Paz!
(Extratos de mensagem recebida pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro, em 02/08/82, em Vila Velha/ES, transcrita da Separata do Reformador, 1985)






terça-feira, 24 de janeiro de 2017

PORQUE A REUNIÃO MEDIÚNICA DEVE SER PRIVATIVA?


“E perguntou-lhe  Jesus  dizendo:  Qual  é  o  teu  nome  ?  E  ele disse: Legião, porque tinham entrado nele muitos demônios. “  Lc ; 8:30
Na  apresentação  do  livro  “Desobsessão”  explicando  a  passagem  acima  citada,
Emmanuel   nos   esclarece   que  Jesus   ao   conversar   fraternalmente  com   o   obsesso, pergunta-lhe o nome ; “o médium , consciente da pressão que sofria por parte das Inteligências  conturbadas  e  errante,  informa  chamar-se ‘Legião ‘ “porque Eles eram muitos. Emmanuel esclarece que o Cristo entendia-se de forma simultânea com o médium e as entidades comunicantes e com isto nos mostra que : “desobsessão não é caça a fenômeno e sim trabalho paciente do amor conjugado ao conhecimento e do raciocínio associado  à  fé”.  E  ,continua  Emmanuel  a  explicação  quanto  a  necessidade  de  : “vulgarizar a assistência sistemática aos desencarnados (...) por intermédio das equipes de companheiros consagrados aos serviços dessa ordem.”(1).
 
 André Luiz na  apresentação desta obra também reforça esta colocação dizendo que : “Cada templo espírita deve e precisa possuir a sua equipe de servidores de desobsessão, quando  não  seja  destinada  a  socorrer  as  vítimas  da  desorientação  espiritual  que  lhe rondam as portas, para defesa e conservação de si mesma.”Allan Kardec, no Projeto 1868 nos diz que : “Um dos  maiores  obstáculos  capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade”.

Em se tratando de “prover a Sociedade de um local convenientemente situado e disposto para as reuniões e recepções”, ressalta dentre outros itens, o 3º: “Um compartimento destinado às evocações íntimas, espécie de santuário, que não seria profanado por nenhuma ocupação estranha”. (2 ) Kardec também esclarece em O livro dos médiuns-artigo 17:  Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que: “as sessões serão particulares ou gerais; nunca serão públicas”.  Ele assinala que    as reuniões particulares possibilitam”(...)os assuntos de estudo que mais tranquilidade e concentração reclamem, ou que ela julgue conveniente aprofundar, antes de tratá-lo em presença de pessoas estranhas. ” (3 )
Dentro deste raciocínio André Luiz em Conduta espírita nos informa:

“Abster-se da realização de sessões públicas para assistência a desencarnados sofredores, de vez que semelhante procedimento é falta de caridade para com os próprios espíritos socorridos, que sentem torturados, o comentário crescente e malsão em torno de seu próprio infortúnio. ” ( 4 ) Segundo André Luiz, no livro Desobsessão, cap.18 pag.77: “A desobsessão abrange em si obra hospitalar das mais sérias.
Compreenda-se que o espaço a ela destinado, entre quatro paredes, guarda a importância de uma enfermaria, com recursos adjacentes da Espiritualidade Maior para tratamento e socorro das mentes desencarnadas, ainda conturbadas ou infelizes.
Arrede-se da desobsessão qualquer sentido de curiosidade intempestiva ou de formação espetaculosa.
Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza. (...) Daí nasce o impositivo de absoluto isolamento hospitalar para o recinto dedicado a semelhantes serviços de socorro e esclarecimento, entendendo-se, desse modo, que a desobsessão, tanto quanto possível deve ser praticada de preferência no templo espírita, ao invés de ambientes outros, de caráter particular. “ (5 )
No mesmo livro cap. 21 pag.89“O serviço da desobessão não é um departamento de trabalho para cortesias sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos desencarnados que amargas dificuldades atormentam. Ainda assim, há casos em que companheiros da construção espírita-cristã, quando solicitem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em caráter de observação construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado de não acolhe-los em grande número para que o clima vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças inoportunas. “( 6 )
Chegada inesperada de doente: (...) a chegada de enfermos ou de obsidiados sem aviso prévio, sejam adultos ou crianças. Necessário que o discernimento do conjunto funcione, ativo. (...) o doente e os acompanhantes podem ser admitidos por momentos rápidos, na fase preparatória dos serviços programados, recebendo passes e orientação para que se dirijam a órgãos de assistência ou doutrinação competentes (...) Findo o socorro breve, retirar-se-ão do recinto. ( 7)
O livro dos médiuns no cap.29 itens 331diz que: “ Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. Ora, este feixe tanto mais força terá, quanto mais homogêneo for. ” ( 8 ) Segundo a obra Obsessão/ desobsessão, cap.4:-“O ministério da desobsessão só deve ser realizado em equipe. ”-“ (...) o bom êxito dos trabalhos de desobsessão depende muito da equipe de encarnados, que precisa estar ciente de suas responsabilidades.-“ A equipe de encarnados tem assim funções específicas e de grande responsabilidade, mas, ela se submete, a seu turno, àquela outra equipe-a espiritual –que é em verdade a que dirige e orienta os trabalhos em todo o seu desenrolar. “-“ Quando o grupo de encarnados é harmônico, isto é, quando já está afeiçoado aos trabalhos de mediunidade socorrista e coloca-se como dócil instrumento a serviço dos amigos Espirituais, a reunião cresce em produtividade, porque então as duas equipes trabalharão em consonância e a programação será executada de comum acordo. “(...)No capítulo 2 da mesma obra temos as seguintes colocações: -“O aposento destinado à reunião de desobsessão é, dentro do Templo Espírita, o local onde são medicadas, mais diretamente, as almas. “
Baseado na obra “Os mensageiros “de André Luiz, no cap.48 quando o autor nos fala dos desencarnados inconformados com o desencarne, Suely explica que : (...) A sala onde se realizam os trabalhos mediúnicos representa para tais seres a possibilidade de entrarem em contato com os que ainda estão na Terra e de receber destes as vibrações magnéticas que carecem.(...) Motivo pelo qual ele não é um trabalho para principiantes, visto que exige dos participantes a exata noção da gravidade dos momentos que ali serão vividos (...) Por isto é que jamais devem ser abertos ao público.
A sala reservada para tais atividades foi comparada por André Luiz a uma sala cirúrgica, que requer isolamento, respeito, silêncio e assepsia, onde só entram os que se prepararam antecipadamente. Como também é isolada de olhares indiscretos e curiosos. ( 9 ) Hermínio C. Miranda no seu livro Diálogo com as sombras, nos diz que: (...) somente em casos excepcionais se justifica a presença de pessoas estranhas ao grupo, nos trabalhos de desobsessão. Sob condições normais,
ela não é necessária à tarefa que nos incumbe junto aos obsediados que buscam o socorro de um grupo mediúnico. (...) a presença de pessoas perturbadas, no ambiente onde se desenrola o trabalho mediúnico, pode provocar incidentes e dificuldades insuperáveis (...) como regra geral, deve ser preservada a intimidade do trabalho mediúnico. (...) o grupo pode perfeitamente assistir os companheiros encarnados sob a provação da obsessão, sem introduzi-los no seu ambiente de trabalho. (...) Os benfeitores espirituais dispõem de recursos mais seguros e eficazes para isso, não havendo necessidade de correr riscos indevidos. (10 )
O Livro Série: Evangelho e Espiritismo-Mediunidade-6 da UEM esclarece quanto a seguinte pergunta : “As reuniões mediúnicas devem ou podem
 ser públicas?
R: De acordo com a Codificação não devem ser públicas e também por uma questão de segurança e de caridade para com os necessitados. ( 11)-
Em o livro “Recordações da mediunidade”-Yvonne Pereira
-
cap.10 item 6 diz com muita propriedade que: “ (...) Não convirá ao obsidiado assistir às sessões realizadas a seu benefício durante o estado agudo do mal, nem o obsessor deverá ser doutrinado por seu intermédio. (...) O obsidiado, afeito às vibrações dominantes de seu opositor, não estará em condições de se prestar à comunicação normal necessária, é antes um enfermo necessitado de tratamento e não um médium, propriamente. “ ( 12 )
No capítulo “O Psicoscópio” em o livro Nos domínios da mediunidade, o relato nos esclarece quanto a privacidade necessária a uma reunião mediúnica: “(...) –
Esta é a casa espírita onde encontraremos nosso ponto básico de experiências e observações. -
Entramos.
Atravessamos largo recinto, em que estacionavam numerosas entidades menos felizes de nosso plano, o orientador esclareceu: -Vemos aqui o salão consagrado aos ensinamentos públicos.
Todavia, o núcleo que buscamos jaz situado em reduto íntimo, assim como o coração dentro do corpo.( grifos nossos)
Escoados alguns instantes, penetramos acanhado aposento, onde se congregava reduzida assembleia, em silenciosa concentração mental.(...) Sabem que não devem abordar o mundo espiritual sem a atitude nobre e digna que lhes outorgará a possibilidade de atrair companhias edificantes...” (13 )(...)a desobsessão deve ser praticada no templo espírita, ao invés de ambientes outros, de caráter particular. No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avançados do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores. (14 )“Uma reunião mediúnica de caráter público é um risco desnecessário, porque vêm pessoas portadoras de sentimentos os mais diversos, que irão perturbar, invariavelmente, a operação da mediunidade.”
“ A reunião mediúnica não deve ser de caráter público, porque teria feição especulativa, exibicionista, destituída de finalidade superior, atitudes tais que vão de encontro negativamente aos postulados morais da doutrina. “ ( 15 )
“Obreiros devotados, sob a direção de técnicos e diretores(...) preparavam o recinto reservado à pratica dos fenômenos (...).Enquanto isso, foi solicitada ao diretor espiritual do Centro em questão a fineza de recomendar ao diretor espiritual terreno, por via mediúnica, absolutamente não permitir assistência leiga ou desatenciosa aos trabalhos daquela noite, os quais seriam importantes e delicados...”(16)
Podemos concluir que um grupo harmonizado para o trabalho está preparado para compreender a angústia e a desarmonia dos espíritos comunicantes sem desequilibrar o andamento da tarefa. Mas uma pessoa leiga , com certeza exigirá do plano espiritual cuidados para que a sessão possa se realizar, pois muitos não estão preparados para as colocações e revelações íntimas que possam surgir. O trabalho mediúnico , principalmente a reunião de desobsessão como diz Hermínio Miranda “não é para ser divulgado, nem exibido, como espetáculo público.”
REFERÊNCIAS:
1-Xavier, Francisco Cândido e Vieira , Waldo. André Luiz(Espírito).Desobsessão. 9.ed.Rio de Janeiro .FEB.1987. Apresentação. p.13.
2-Kardec, Allan: Obras Póstumas.37.ed.Rio de Janeiro. FEB.2005. p.339
3-___________O Livro dos Médiuns..75.ed.Rio de Janeiro.FEB.2005.Cap.XXX-Cap. III. Art.: 17 / 21.p.448.
4-Vieira, Waldo. Conduta Espírita . André Luiz ( Espírito).13.ed.Rio de Janeiro. FEB.1987. Cap.24 ,p. 90
5-Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. André Luiz (Espírito). Desobsessão .9.ed. Rio de Janeiro.FEB.1987.Cap. 18 p.77
6-Idem , ibidem .Cap. 21 p.89
7-Idem ibidem. Cap. 23 p.95
8-Kardec, Allan: O Livro dos Médiuns.75.ed. Rio de Janeiro.FEB.2005.Cap.29, item 331p.427.
9Schubert,Suely.Obsessão/Desobsessão.10.ed.RiodeJaneiro.FEB.1995.Terceira Parte.Cap.4. p.134
10-Miranda, Hermínio. Diálogo com as Sombras. 9.ed.Rio de Janeiro.FEB.1995. p.86. Os Assistentes.
11-União Espírita Mineira. Série : Evangelho e Espiritismo-Mediunidade-6. BeloHorizonte.1986

12-Pereira,YvonneA.Recordações daMediunidade.10.ed.RiodeJaneiro.FEB.2002.p. 211,Item:6
13-Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. André Luiz.( Espírito)14.ed.Rio de Janeiro.FEB.1985.Cap.2,pag.21.
14-Conselho Federativo daFederaçãoEspírita Brasileira. Orientação ao Centro Espírita .3.ed.Brasília. FEB.1988.Reunião de Desobsessão. Cap. 6-. Item 7 tópico “d “.
15-Franco, Divaldo e Teixeira, Raul. Diretrizes de Segurança.5.ed. Ed.Frater. Niterói .Perg. 42. p.62
16-Pereira,Yvonne.A.Memorias de Um Suicida.14.ed.RiodeJaneiro.FEB.1987.Cap.6.p.14

Fonte:http://www.uemmg.org.br/sites/default/files/public/download/arquivo/reuniao_mediunica_privativa.pdf