Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

NOSSA CASA. "A mente é a casa onde cada um de nós reside..."(...)Se encontramos alegria na crítica ou na perversidade, naturalmente nos demoramos no cárcere escuro da maledicência ou do crime..."

NOSSA  CASA

Emmanuel
 
A mente é a casa onde cada um de nós reside, segundo as nossas próprias concepções.
A imaginação é o arquiteto de nosso verdadeiro domicílio.
Se julgarmos que o ouro é o material adequado à nossa construção, cedo sofremos a ventania destruidora ou enregelante da ambição e da inveja, do remorso e do tédio, que costuma envolver a fortuna, em seu castelo de imprevidência.
Se supomos que o poder humano deve ser o agasalho de nosso Espírito, somos apressadamente defrontados pela desilusão que habitualmente coroa a fronte das criaturas enganadas pelos desvarios da autoridade.
Se encontramos alegria na crítica ou na perversidade, naturalmente nos demoramos no cárcere escuro da maledicência ou do crime.
Moramos, em espírito, onde projetamos nosso pensamento.
Respiramos o bem ou o mal, de acordo com as nossas preferências na vida.
Na Terra, muitas vezes temos a máscara física emoldurada em honrarias e esplendores, conservando-nos intimamente em deploráveis cubículos de padecimentos e trevas.
Só o trabalho incessante no bem pode oferecer-nos a milagrosa química do amor para a sublimação de nosso lar interno.
Por isso mesmo, disse Jesus: - “Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também”
Idealizemos mais luz para o nosso caminho.
Abracemos o serviço infatigável aos nossos semelhantes e a nossa experiência, de alicerces na Terra, culminará feliz e vitoriosa, nos esplendores do Céu.
(De “Coragem”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos)
 

DECÁLOGO DO BOM ÂNIMO

DECÁLOGO  DO  BOM  ÂNIMO

André Luiz

1 - Dificuldades? Não perca tempo, lamuriando. Trabalhe.
2 - Críticas? Nunca aborrecer-se com elas. Aproveite-as no que mostrem de útil.
3 - Incompreensões? Não busque torná-las maiores, através de exigências e queixas. Facilite o caminho.
4 - Intrigas? Não lhes estenda a sombra. Faça alguma luz com o óleo da caridade.
5 - Perseguições? Jamais revidá-las. Perdoe esquecendo.
6 - Calúnias? Nunca enfurecer-se contra as arremetidas do mal. Sirva sempre.
7 - Tristezas? Afaste-se de qualquer disposição ao desânimo. Ore abraçando os próprios deveres.
8 - Desilusões? Por que debitar aos outros a conta de nossos erros? Caminhe para frente, dando ao mundo e à vida o melhor ao seu alcance.
9 - Doenças? Evite a irritação e a inconformidade. Raciocine nos benefícios que os sofrimentos do corpo passageiro trazem à alma eterna.
10 - Fracassos? Não acredite em derrotas. Lembre-se de que, pela bênção de Deus, você está agora em seu melhor tempo – o tempo de hoje, no qual você pode sorrir e recomeçar, renovar e servir, em meio de recursos imensos.

Do livro Coragem. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

CRÍTICA E NÓS. (...)"Escapam da crítica exclusivamente as obras que nunca saem de plano..."

CRÍTICA  E  NÓS

Emmanuel
 
Diante da tarefa que se te reserva, no levantamento do bem comum, é justo respeitar o que os outros dizem, no campo da crítica; entretanto, é forçoso não paralisar o serviço e nem prejudicar o serviço, em virtude daquilo que os outros possam dizer.
*
Guardar a consciência tranqüila e seguir adiante.     
*
Escapam da crítica exclusivamente as obras que nunca saem de plano, à maneira da música que não atrai a atenção de ninguém, quando não se retira da pauta.
*
Viver a própria tarefa é realizá-la; e realizá-la é sofrê-la em si.
*
Censores e adversários, expectadores e simpatizantes podem efetivamente auxiliar e auxiliam sempre, indicando-nos os pontos vulneráveis e aspectos imprevistos da construção sob nossa responsabilidade, através das opiniões que emitem; no entanto, é preciso esquecer que se encontram vinculados a compromissos de outra espécie.
*
Encargo que nos pertença respira conosco e se nos erige no caminho em alegria, aflição, apoio e vida. Cabe a nós conduzi-lo, executá-lo, aperfeiçoá-lo, revivescê-lo.
*
Muitos querem que sejamos desse modo; que nos comportemos daquela maneira; que assumamos diretrizes diversas daquelas em que persistimos, ou que vejamos a estrada pelos olhos que os servem; todavia é imperioso considerar que cada um de nós é um mundo por si, com movimentos particulares e órbitas diferentes.
*
Sustentemo-nos fiéis ao nosso trabalho e rendamos culto à paz de consciência, atendendo aos deveres que as circunstâncias nos conferiram e, oferecendo o melhor de nós mesmos, em proveito do próximo, estejamos tranqüilos, porque, tanto nós quanto os outros, somos o que somos com a obrigação de melhorar-nos, a fim de que cada um possa servir sempre mais, na edificação da felicidade de todos, com aquilo que é, e com aquilo que tem.

Do Livro “Coragem”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

TENTAÇÃO. "... cada criatura sofre a tentação, conforme a natureza que lhe é própria..."

TENTAÇÃO
Emmanuel
 
Somos tentados pelas forças exteriores da vida, segundo as nossas necessidades de purificação interna.
Isso equivale a dizer que cada criatura sofre a tentação, conforme a natureza que lhe é própria.
Qual acontece nos domínios da natureza em que o fogo não se alimenta de água, mas sim de combustível que se lhe afina ao modo de ser, no reino do espírito, cada um de nós entra em bcombinação apenas coma s energias que se assemelhem às nossas.
Assim é que renascemos, habitualmente, no plano físico, transportando conosco as deficiências individuais e os problemas domésticos que nos reclamam extinção ou ajustamento.
Espíritos; entregues à usura e à crueldade, em muitas circunstâncias, resurgem no berço de ouro, experimentanto, de novo, a tentação da sovinice e do orgulho de modo a superá-los e almas cristalizadas na revolta e na indisciplina nos lares empobrecidos, atravessando novamente a tentação do desespero e da delinquência para vencê-los suficientemente.
Reunimo-nos através da família consanguínea, muitas vezes, com as nossas aversões mais profundas, para transformá-las em amor puro, ao preço de perdão e serviço, devotamento e renúncia, e, em todos os quadros da luta humana, somos defrontados por rudes provas que nos falam de perto às próprias necessidades, a fim de que, na sublime vitória sobre nós mesmos, saibamos buscar os cimos da vida.
Não te creias simplesmente tentado pelos outros à descida ao despenhadeiro das trevas.
Somos nós mesmos que, estendendo o fio do desejo, atraímos em nosso prejuízo ou em nosso favor as companhias que nos acrescentarão as forças para a queda nas sombras ou para a ascensão à Divina Luz.

Da Obra “Confia E Segue” – Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier
Digitado Por: Lúcia Aydir.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

10 - O LEGADO DA TOLERÂNCIA


A perene madrugada inebriava aquelas vidas.
Dias assinalados pela apoteose da esperança, inundados de amor, em que a cornucópia da misericórdia derramava bênçãos em abundância, constituíam uma quadra que jamais a Terra experimentara nos seus fastos passados ou voltaria a
gozar no futuro...
A paisagem dos corações cada vez se multiplicava pela presença dos aflitos e angustiados que se atropelavam na expectativa de fruir os resultados felizes daqueles momentos, que, talvez, fossem interrompidos logo mais...
As conjunturas da política dominante e ignominiosa do usurpador estrangeiro produziam sulcos de revolta no solo das almas, e os bajuladores armavam ciladas nas bocas torpes dos representantes da comunidade, procurando pôr a perder o Pomicultor Sublime.
Onde Êle surgia, à semelhança de radiosa luz, atraía necessitados do corpo e da alma. Suas sementes de amor eram espalhadas fartamente em tentativas constantes de futura fecundação abençoada.
Os convidados ao colégio da fraternidade, que conviviam na Sua intimidade, armazenavam os grãos da vida, aprimorando a terra íntima do espírito para fecundá-los oportunamente.
Não compreendiam, porém, em toda a magnitude a grandeza da Mensagem que Êle espalhava em fortuna farta.
Assim, repontavam ciúmes em forma de zelo exacerbado, — queixas injustificáveis, —todas essas bagatelas da pequenez humana na planície das paixões, sem forças para superarem os óbices, galgando por fim o planalto da compreensão geral.
A Boa Nova seguia triunfalmente e muitos que dela sebeneficiavam saíam a comunicar a outros corações o milagre da sua claridade lenificadora.
As narrações exaltadas competiam com os ódios que explodiam resultantes do despeito gratuito dos comensais da politicagem religiosa e da administração ingrata.
* * *
Senhor, eis que encontramos um homem pelo caminho que curava em Teu Nome, expulsando Espíritos infelizes, — revelou, expedito, João, retornando de pequena viagem. (*)
E que fizeste? — Inquiriu Jesus.
Repreendemo-lo — protestou o discípulo inexperiente. — Expusemos que êle não tinha o direito de usar o Teu nome, pois que não privava contigo, não formava no grupo dos nossos. E fi-lo, defendendo os nossos objetivos para que os propósitos de elevação em que nos empenhamos não se entorpeçam através de
pessoas incapazes de imprimir à própria vida a excelência da lição que nos transmite.
Brilhavam em júbilo os olhos do jovem companheiro, excessivamente zeloso quanto ao futuro do Evangelho nascente.
Jesus, porém, fitou-o com infinita bondade, admoestando-o, benigno:
— Fizeste mal; pois todo aquele que não é contra nós é por nós.
"Se alguém em meu nome expulsa Espíritos maus, asserenando obsessos e acalmando obsessores, cultivando nas almas o pólen da saúde que se converte em pomar de tranqüilidade, não poderá voltar-se contra nós, depois, assacando calúnias e no futuro erguendo-nos acusações. A palavra de amor é moeda de paz
para aquisição do continente das almas."
E desejando expressar de maneira inolvidável o significado da tolerância e da caridade, prosseguiu:
— O servidor do Evangelho deve fiscalizar com sincera acuidade as nascentes íntimas dos sentimentos de modo a cercear no começo os adversários cruéis, que são o egoísmo e o orgulho, a inveja e o ciúme com toda a corte de nefandos sequazes. . . Os inimigos de fora não conseguem atingir o homem, senão exteriormente, pois que só alcançam a forma, sem lobrigarem mudar a constituição
intrínseca do ser. Vinculado ao ideal superior da vida a que se entrega, o discípulo sincero compreende os que dormem no amolecimento das paixões, desculpa os perseguidores e não receia que outros corações, também, fascinados pela luz da verdade, desejem integrar-se no lídimo ideal da solidariedade a benefício de todos.
Dia virá em que a Mensagem da Boa Nova se espalhará pelos múltiplos campos do mundo em formosa semeadura de abnegação, convocando multidões ao ministério excelso. Irmanados no ideal do serviço, todos aqueles que nos não combaterem ajudar-nos-ão, contribuindo eficientemente para a colheita dos resultados valiosos.
Como se se alongasse pelos confins dos tempos, pressentindo as dores acerbas e as lutas árduas pela implantação do Reino de Deus entre os homens, o Mestre concluiu:
Irromperão em catadupas violentas os rios do sofrimento, de quando em quando, arrebentando represas e correndo destruidores com o objetivo de esmagar os que estejam à frente, em nome das paixões irrefreáveis, ou em caudais contínuas
ameaçando arrastar os que teimem em suportar-lhes o ímpeto. . . Eu estarei vigilante, porém, acima das vicissitudes, socorrendo os timoneiros da fé e recolhendo os náufragos.. . No entanto, as desagregações internas, as disputas intestinas pela supremacia de uns em detrimento de outros, as lutas pela herança,
esgrimindo as armas nefastas das guerras surdas e as intrigas sutis, serão mais danosas do que as agressões que procedam do mundo contra o nosso ideal de amor. . . 

"Interliguem-se todos aqueles que sonham com a imortalidade, os que me amam, afastando barreiras e derrubando obstáculos para que mais rapidamente se implantem as realidades do amor e do perdão no solo das vidas...
"Ninguém se escandalize nunca, por encontrar fora da grei o mensageiro da saúde, o intermediário do bem, porque aparentemente estejam desvinculados das linhas conhecidas do serviço.
"Meu Pai dispõe de recursos que nos escapam e como é o Autor de tudo e de todos, cumpra cada um irrestritamente com o seu dever, transferindo para Êle, o Senhor de todos nós, os resultados do nosso trabalho."
Silenciou, tranqüilo, e uma aragem de confraternização penetrou melhor nos homens que O escutavam, no reduzido grupo da amizade, como se avaliassem as responsabilidades que lhes cabiam.
Face ao dever maior, a tolerância é medida de justo progresso, tradutora das conquistas realizadas pelo discípulo fiel e afervorado da Verdade, no serviço redentor.
(*) Marcos 9:38 a 42.
Nota da Autora espiritual. 


Amélia Rodrigues
Livro : Luz do Mundo


Uma verdadeira poesia evangélica

O Excelso Canto


Os simples, excluídos, pobres, famintos de paz e amor, misturavam-se, uniam-se em busca da mesma Palavra.

Subiram a Montanha.

Jesus estava no topo.

A montanha, sua grandeza especial é o símbolo: Jesus desce aos homens no profundo abismo e resgata o homem, conduzindo-os sobre escarpas lacerantes até Deus.

Os homens, na sua subida devem esquecer-se das querelas emocionais e viver o díptico: subir-descer.

Jesus observa a multidão subindo o monte. Ali Ele fez o Poema Maior:

- Bem aventurados os pobres de espírito.

- Bem aventurados os que choram.

- Bem aventurados os mansos.

A Terra é testemunha do Poema.

- Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça.

- Bem aventurados os misericordiosos.

- Bem aventurados os limpos de coração.

Verão à Deus!

- Bem aventurados os pacificadores.

Clarear as mentes.

- Bem aventurados os que são perseguidos por causa do Reino dos Céus.

Dar o direito de errar e o dever de não persistir no erro.

Perdoar e pedir perdão.

Jesus continua:

"...Sois o sal da Terra.

"Sois a luz do mundo...

"Não cuideis que vim destruir a Lei...

"Ide reconciliar com vossos irmãos...

"Não cometais adultério, nem escandalizeis...

"Não jureis...

"Não resistais ao mal...

"Amai ao vosso próximo, aos vossos inimigos...

"Sede perfeitos...

"Orai assim: Pai Nosso que estais nos céus...

"Não ajunteis tesouros na Terra"

É quase noite e os astros são testemunhas deste concerto.

É a carta magnífica dos ensinamentos puros que nos levarão à Deus, hoje e sempre.

E o Poema prossegue vibrante:

..."Ninguém pode servir a dois senhores...

"Olhai os lírios dos campos e as aves do céu...
Buscai primeiro o Reino dos Céus e sua justiça...

"Não julgueis...

"Pedi e dar-se-vos-á..."

"Buscais e encontrareis...

"Batei e abrir-se-vos-á...

"Entrai pela porta estreita...

"Acautelai-vos contra os falsos profetas..."

Um grande silêncio se abate sobre a montanha.

Não muito longe, o amanhã convidará todos aqueles ouvintes ao testemunho em postes e presídios, entre feras, nos campos de batalha do mundo, nos sórdidos pavimentos da aflição, como herdeiros legítimos do Reino de Deus.

Amélia Rodrigues
Primícias do Reino

O Semeador por Amélia Rodrigues

Semente de Luz e Vida


Manhã de Sol. Jesus sai para semear e colher.

Respira fundo e lembra-se da Terra inculta.

"Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho."

"...E vieram as aves e comeram-na..."

O Reino dos Céus é semelhante.

O homem bom semeou a boa semente na boa terra; e cresceram trigo e joio. O joio em molhos foi queimado e o trigo ensacado foi posto no celeiro.

O grão de mostarda é o menos de todos, no entanto, cresce e a planta se torna grandiosa. As aves nela se alojam...

O fermento insignificante leveda a massa toda...

O tesouro que um homem encontrou é tão valioso que tudo quanto possuia vendeu, para tê-lo seu. Outro homem descobriu uma pérola de incomparável valor, e de tudo se desfez para consegui-la...

"Outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante. Vindo o Sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz..."

O pai disse ao filho: vem trabalhar em minha vinha.
- Não quero! - mas, arrependendo-se, foi.
Chamado o outro filho, este respondeu:
- Vou! - mas não deu importância.

Dez eram ao todo. Cinco eram noivas loucas. Gastaram o óleo e ficaram sem luz. Ao chegarem os noivos...

- Eu sei que és severo. Amedrontado, enterrei o seu talento, o que me confiastes.
- Mau servo, tomem quanto tem e dêem-no a quem já o tem.

"...Outra caiu entre espinhos e os espinhos crescera, e sufocaram-na..."
Quem põe uma candeia acessa sob o alqueire ou escondida?

Respondeu-lhe o enfático doutor da Lei:
"Aquele que usou de misericórdia com ele".
Vai e faze o mesmo. Este é o teu próximo...

Nunca te sentes nos primeiros lugares, sem que tenha sido mandado pelo teu anfitrião...

"...E outra caiu em boa terra e deu fruto: uma sem, outro a sessenta e outro a trinta..."

Era uma vez...
Um credor tinha dois devedores e como ambos não lhe pudessem pagar...

Bem aventurados aqueles servos, os quais, quando o senhor vier, achar vigiando...

- Pai, pequei contra o céu e perante a ti, não sou digno de ser chamado teu filho...
- Trazei o melhor vestido e vesti-o, este meu filho estava morto e vive: tinha se perdido e foi achado.

"Havia um homem rico, a quem depois de morto, Pai Abraão disse..."
"Estes, os últimos, são os primeiros e os primeiros serão os últimos..."
"Quem tem ouvidos, ouça..."

Ele falava por parábolas.
"Se a nossa fé for do tamanho de um grão de mostarda..."
Parábolas, verdades nas alegorias.

A semente é luz da vida.
Vida na semente.
Luz na Vida.

O Bom Pastor dá a vida pela suas ovelhas.

Parábolas e espírito de vida.
Vida nas parábolas.
Aos seus, aos discípulos, Ele as explicava.

O semeador repousa.
"O reino dos céus está dentro de vós...
"Vóis sois deuses...
"Buscais primeiro o reino...
"Quando eu for erguido, atrairei todos a mim".

O semeador foi erguido... numa cruz.
Caminho para a vida - o semeador.
Caminho até a porta - o semeador.
A cruz das renúncias e sacrifícios - ponte entre os abismos: o "eu" e "ele", o próximo.

O semeador espera.
Ele saiu para ensinar por parábolas.
A semente é a palavra para quem busca a Verdade.
A Verdade é a Vida.
O semeador saiu a semear.

Amélia Rodrigues
Primícias do Reino

sábado, 1 de novembro de 2014

O Espírita e o Mundo Atual

O Espírita e o Mundo Atual

A Terra está passando por um período crítico de crescimento. Nosso pequenino mundo, fechado em concepções mesquinhas e acanhados limites, amadurece para o infinito. Suas fronteiras se abrem em todas as direções.
Estamos às vésperas de uma Nova Terra e um Novo Céu, segundo as expressões do Apocalipse. O Espiritismo veio para ajudar a Terra nessa transição.
Procuremos, pois, compreender a nossa responsabilidade de espíritas, em todos os setores da vida contemporânea. Não somos espíritas por acaso, nem porque precisamos do auxílio dos Espíritos para a solução dos nossos problemas terrenos. Somos espíritas porque assumimos na vida espiritual graves responsabilidades para esta hora do mundo. Ajudemo-nos a nós
mesmos, ampliando a nossa compreensão do sentido e da natureza do Espiritismo, de sua importante missão na Terra. E ajudemos o Espiritismo a cumpri-la.
O mundo atual está cheio de problemas e conflitos. O crescimento da população, o desenvolvimento econômico, o progresso cientifico, o aprimoramento técnico, e a profunda modificação das concepções da vida e do homem, colocam-nos diante de uma situação de assustadora instabilidade.
As velhas religiões sentem-se abaladas até o mais fundo dos seus alicerces. Ameaçam ruir, ao impacto do avanço cientifico e da propagação do ceticismo. Descrentes dos velhos dogmas, os homens se voltam para a febre dos instintos, numa inútil tentativa de regressar à irresponsabilidade animal.
O espírita não escapa a essa explosão do instinto. Mas o Espiritismo não é uma velha religião nem uma concepção superada. É uma doutrina nova, que apareceu precisamente para alicerçar o futuro. Suas bases não são dogmáticas, mas cientificas, experimentais. Sua estrutura não é teológica, mas filosófica, apoiada na lógica mais rigorosa. Sua finalidade religiosa não se define pelas promessas e as ameaças da Teologia, mas pela consciência da liberdade humana e da responsabilidade espiritual de cada indivíduo, sujeita ao controle natural da lei de causa e efeito. O espírita não tem o direito de tremer e apavorar-se, nem de fugir aos seus deveres e entregar-se aos instintos. Seu dever é um só: lutar pela implantação do Reino de Deus na Terra.
Mas como lutar? Este livrinho procurou indicar, aos espíritas, várias maneiras de proceder nas circunstâncias da vida e em face dos múltiplos problemas da hora presente. Não se trata de oferecer um manual, com regras uniformes e rígidas, mas de apresentar o esboço de um roteiro, com base na experiência pessoal dos autores e na inspiração dos Espíritos que os auxiliaram a escrever estas páginas. A luta do espírita é incessante. As suas frentes de batalha começam no seu próprio íntimo e vão até os extremos limites do mundo exterior. Mas o espírita não está só, pois conta com o auxílio constante dos Espíritos do Senhor, que presidem à propagação e ao desenvolvimento do Espiritismo na Terra.
A maioria dos espíritas chegaram ao Espiritismo tangidos pela dor, pelo sofrimento físico ou moral, pela angústia de problemas e situações insolúveis. Mas, uma vez integrados na Doutrina, não podem e não devem continuar com as preocupações pessoais que motivaram a sua transformação conceptual. O Espiritismo lhes abriu a mente para uma compreensão inteiramente nova da realidade. É necessário que todos os espíritas procurem alimentar cada vez mais essa nova compreensão da vida e do mundo, através do estudo e da meditação. É necessário também que aprendam a usar a poderosa arma da prece, tão desmoralizada pelo automatismo habitual a que as religiões formalistas a relegaram.  A prece é a mais poderosa arma de que o espírita dispõe, como ensinou Kardec, como o proclamou Léon Denis e como o acentuou Miguel Vives. A prece verdadeira, brotada do íntimo, como a fonte límpida brota das entranhas da terra, é de um poder não calculado pelo homem. O espírita deve utilizar-se constantemente da prece. Ela lhe acalmará o coração inquieto e aclarará os caminhos do mundo. A própria ciência materialista está hoje provando o poder do pensamento e a sua capacidade de transmissão ao infinito. O pensamento empregado na prece leva ainda a carga emotiva dos mais puros e profundos sentimentos. O espírita já não pode duvidar do poder da prece, pregado pelo Espiritismo. Quando alguns "mestres" ocultistas ou espíritas desavisados chamarem a prece de muleta, o espírita convicto deve lembrar que o Cristo também a usava e também a ensinou.
Abençoada muleta é essa, que o próprio Mestre dos Mestres não jogou à margem do caminho, em sua luminosa passagem pela Terra!
O espírita sabe que a morte não existe, que a dor não é uma vingança dos deuses ou um castigo de Deus, mas uma força de equilíbrio e uma lei de educação, como explicou Léon Denis. Sabe que a vida terrena é apenas um período de provas e expiações, em que o espírito imortal se aprimora, com vistas à vida verdadeira, que é a espiritual. Os problemas angustiantes do mundo atual não podem perturbá-lo. Ele está amparado, não numa fortaleza perecível, mas na segurança dinâmica da compreensão, do apercebimento constante da realidade viva que o rodeia e de que ele mesmo é parte integrante. As mudanças incessantes das coisas, que nos revelam a instabilidade do mundo, já não podem assustar o espírita, que conhece a
lei de evolução. Como pode ele inquietar-se ou angustiar-se, diante do mundo atual?
O Espiritismo lhe ensina e demonstra que este mundo em que agora nos encontramos, longe de nos ameaçar com morte e destruição, acena-nos com ressurreição e vida nova. O espírita tem de enfrentar o mundo atual com a confiança que o Espiritismo lhe dá, essa confiança racional em Deus e nas suas leis admiráveis, que regem as constelações atômicas no seio da matéria e as constelações astrais no seio do infinito. O espírita não teme, porque conhece o processo da vida, em seus múltiplos aspectos, e sabe que o mal é um fenômeno relativo, que caracteriza os mundos inferiores. Sobre a sua cabeça rodam diariamente os mundos superiores, que o esperam na distância e que os próprios materialistas hoje procuram atingir com os seus foguetes e as suas sondas espaciais. Não são, portanto, mundos utópicos, ilusórios, mas realidades concretas do Universo visível.
Confiante em Deus, inteligência suprema do Universo e causa primária de todas as coisas, - poder supremo e indefinível, a que as religiões dogmáticas deram a aparência errônea da própria criatura humana, - o espírita não tem o que temer, desde que procure seguir os princípios sublimes da sua Doutrina. Deus é amor, escreveu o apóstolo João. Deus é a fonte do Bem e da Beleza, como afirmava Platão. Deus é aquela necessidade lógica a que se referia Descartes, que não podemos tirar do Universo sem que o Universo se desfaça. O espírita sabe que não tem apenas crenças, pois possui conhecimentos. E quem conhece não teme, pois só o desconhecido nos apavora.
O mundo atual é o campo de batalha do espírita. Mas é também a sua oficina, aquela oficina em que ele forja um mundo novo. Dia a dia ele deve bater a bigorna do futuro. A cada dia que passa, um pouco do trabalho estará feito. O espírita é o construtor do seu próprio futuro do mundo. Se o espírita recuar, se temer, se vacilar, pode comprometer a grande obra. Nada lhe deve perturbar o trabalho, na turbulenta mas promissora oficina do mundo atual. Em resumo:
O espírita é o consciente construtor de uma nova forma de vida humana na Terra e de vida espiritual no Espaço; sua responsabilidade é proporcional ao seu conhecimento da realidade, que a Nova Revelação lhe deu; seu dever
de enfrentar as dificuldades atuais, e transformá-las em novas oportunidades de progresso, não pode ser esquecido um momento sequer; espíritas, cumpramos o nosso dever!

Herculano Pires

Passe Diferente

Passe Diferente

Indispensável estudar o Espiritismo. A Doutrina Espírita, tese'>síntese da Religião, é sagrado binômio de evolução psíquica, cuja dinâmica poderemos conceituar como: Jesus iluminando o coração e Kardec ilustrando o raciocínio.
Vez por outra, porém, repontam teorias de arribação.
No campo do passe, a exemplo, muitos corações já foram assaltados por inusitadas e alienígenas informações, estranhas à simplicidade profunda da Doutrina Espírita.
Produzem estas inquietudes:
- Na doação de energias aos que sofrem, na operação de substituir a molécula malsã por uma sã, estaríamos operando com o passe magnético ou espiritual? Que categoria de passes serviria a este ou àquele enfermo? Quem transmite passe ao adulto, poderá fazê-lo à criança?
O impasse poderá levar-nos a titubear.
Em verdade, contudo, no Espiritismo sempre foi muito claro que a transfusão ocorrida num passe é sempre de natureza fluídica. E o fluido e o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele" (1).
A ação magnética ou espiritual provém de uma só fonte.
Há, no mundo, reprisamos, um único elemento primitivo, o fluido universal, sendo todos os corpos, todas as formas vivas ou inanimadas, todas as manifestações de vida, mera variedade de condensação ou coesão da mesma energia.
A própria Ciência, hoje energética, consagra a unidade.
No considerar o tema, em "A Gênese", Kardec desce a detalhes, esclarecendo que a ação do passe pode produzir-se de muitas maneiras. Alinha as três fundamentais:

Pelo próprio fluido do passista;
Pela atuação direta de um Espírito, sem o concurso do passista (beneficiando todos os necessitados, independentemente de sua crença religiosa, de seu grau evolutivo, inclusive sem o conhecimento e o reconhecimento dos beneficiários);
Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o passista, imprimindo ao fluido natural do passista qualidades de que ele carece.
Na falta do termo passista, tão comum na atualidade espírita brasileira, Kardec os denominava magnetizadores, a fim de diferenciá-los dos médiuns de cura. A mediunidade de cura é "o dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação" (2).
Hoje, os magnetizadores são chamados passistas.
Observemos, ainda, que a participação de um Espírito, na doação do passe, não se reconhece pela sua manifestação ostensiva, isto é, pela precipitação do fenômeno de incorporação ou de psicofonia ou de efeito físico. A participação é esse "derramar de fluidos, imprimindo ao fluido natural do passista as qualidades de que ele carece".
Ainda em "O Livro dos Médiuns" (3), Kardec formula nove questões, cujas respostas aclaram definitivamente o tema. Dentre elas, destacamos apenas uma:

Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.

R. É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.
A clareza, aí, é gritante!

O passe é sempre o passe.
Gestos, postura física, ginásticas rítmicas, rituais na operação do passe, são meros hábitos alimentados pelos passistas ou pelos que os instruíram. Originam-se da superstição que "pode emprestar virtudes quaisquer a certas palavras (ou atos) e somente Espíritos ignorantes ou mentirosos podem alimentar semelhantes idéias, prescrevendo fórmulas" (4). O parêntese é nosso.
Uma classificação de passes, para atender este ou aquele enfermo, físico ou espiritual, só seria possível se conhecêssemos e pudéssemos manipular a "química dos fluidos". Quem, porém, entre nós, se aventuraria a afirmar conhecer a natureza intrínseca dos fluidos, a ponto de combiná-los, alterá-los, transubstanciá-los, se deles só sabemos que existem por seus efeitos?
Serão bons ou maus, de acordo com nossos pensamentos.
Nenhum de nós, todavia, vai além dessa noção rudimentar, embora preciosa. Não que estejamos proibidos de pesquisar. Ocorre que estamos impedidos, nesse campo, pelas atuais limitações de nossos sentidos e por falta de aparelhagem apropriada para suprir-nos as deficiências da espécie.
Salvo fantasias primárias, de extremo mau gosto, nunca deveremos repletar esse belo departamento do Espiritismo com afirmações apressadas, levianas até, querendo criar escolas à parte, tão-somente pelo prazer de passear nossa vaidade entre os homens.
Sendo a essência da constituição infantil exatamente a mesma da do homem adulto, todo argumento que se articule para justificar a existência de 'F passistas infantis" e um artificialismo próprio de quem ignora ou faz ignorar as leis espirituais que Kardec examinou e reexaminou, no contexto da Codificação.
A mãe, acariciando o filho, transmite-lhe fluidos, da mesma forma que ao acariciar o companheiro de sua caminhada terrena.
Poderemos ter preferência pelas crianças, num atendimento de tendências pessoais; nunca, porém, porque os fluidos que se destinam à infância sejam, fundamentalmente, diversos dos que se canalizam para o adulto.

O passista não possui poderes mágicos.
Se algumas vezes, por intuição do Espírito que nos orienta no passe, somos informados do órgão enfermo, não se faz necessário que saiamos da simples imposição da mão. No centro do cérebro localiza-se a glândula chamada epífise, o leme da alma, que reabastece e mantém o equilíbrio fluídico de todos os departamentos do organismo. Envolvê-la nas radiações fluídicas equivale a aplicar uma injeção, cujo líquido circulará por todo o corpo, através das correntes sangüínea, até atuar sobre a parte' desequilibrada.
O efeito salutar do passe - é desnecessário encarecer, por muito conhecido de todos fica sempre na dependência do quadro espiritual do assistido. Ele, o assistido, é quem determina, não raro contra a boa vontade do agente transmissor, a renovação ou a repulsão dos fluidos.

É uma questão de afinidade.
Jesus, definindo tal dependência e alertando-nos de que a regeneração física ou psíquica da criatura é obra dela mesma, embora com o amparo de outros', diante de cada cura operada enunciava com clareza e convicção:
- A tua fé te salvou.
Não era uma afirmação convencional de humildade.
Sabia o Mestre, esclarece-nos o Espiritismo, que sem um campo propício para restabelecer-se, criado pela mente do enfermo, nenhuma regeneração se opera.
Vale, sempre, reler Kardec.
Não deveremos tornar obscuros princípios claros.
A beleza da Doutrina reside no seu retorno à verdade do Evangelho, desvestindo-se das alfaias humanas e rompendo com os elos que nos escravizavam ao primarismo espiritual milenar.
Toleremos as teorias diferentes, mas não vivamos com elas.

Roque Jacintho

Bibliografia
"A Gênese", de Allan Kardec, cap. XIV, item 31.
"O Livro dos Médiuns", Allan Kardec, questão 175.
'Idem, ibidem questão 176.
Idem, Ibidem, questão 176, item 9.
(Passe e Passista – Ed. Luz no Lar)

Subjugação

Subjugação

Etapa grave no curso das obsessões, caracterizada pela perda do discernimento e da emoção, o estágio da subjugação representa o clímax do processo ultriz que o adversário desencarnado impõe à sua vítima, em torpe tentativa de aniquilar-lhe a existência física.

A perfeita afinidade moral entre aqueles que experimentam a pugna infeliz, traduz o primarismo evolutivo em que desenvolvem os sentimentos, razão pela qual acoplam-se, perispírito a perispírito, impondo o algoz a vontade dominadora sobre quem lhe padece a ferocidade, por cujo doloroso meio lapida as arestas remanescentes dos crimes perpetrados anteriormente.

A subjugação é o predomínio da vontade do desencarnado sobre aquele que se lhe torna vítima, exaurindo-lhe as energias e destrambelhando-lhe os equipamentos da aparelhagem mental.

Noutras vezes, a radiação'>irradiação mental perniciosa que lhe é descarregada com pertinácia, alcança-lhe a sede dos movimentos ou o núcleo perispiritual das células, provocando desconsertos que se transformam em paralisias, paresias e distúrbios degenerativos outros de variada etiopatogenia.

O perseguidor enceguecido pelo ódio ou vitimado pelas paixões inferiores longamente acalentadas, irradia forças morbíficas que o psiquismo daquele que lhe infligiu a amargura assimila por identidade vibratória e se torna decodificada no organismo, produzindo os objetivos anelados pelo obsessor.

Em ordem inversa, a onda de amor e de prece, de envolvimento caridoso e fraternal, termina por encontrar receptividade tão logo o paciente se deixe sensibilizar, transformando-a em harmonia e saúde, bem estar e paz.

Todos os fenômenos ocorrem no campo das equivalentes sintonias, sem as quais são irrealizáveis.

Desse modo, a violência registrada nas agressões para a subjugação, somente encontra ressonância por causa da afinidade entre aqueles que se encontram incursos no embate.

Normalmente o processo é lento e persuasivo, provocando danos que se prolongam no tempo, enquanto são minadas as forças defensivas para o tombo irrefragável nas malhas da pertinaz enfermidade espiritual.

O processo cruel da obsessão de qualquer matiz tem suas raízes sempre na conduta moral infeliz das criaturas pelo cultivar da sua inferioridade em contraposição aos apelos elevados da vida, que ruma para a Suprema Vida.

Enquanto permaneçam os Espíritos afeiçoados às heranças do estágio primitivo, mantendo o egotismo exacerbado, graças ao qual humilha e persegue, trai e escraviza, explora e infunde pavor ao seu irmão, permanecerá aberto o campo psíquico para as vinculações obsessivas.

Somente uma radical transformação de conceito ético entre os homens terrestres é que os mesmos disporão de recursos seguros para se prevenirem obsessões.

No entanto, porque vicejem os propósitos inferiores em predomínio em a natureza humana, sucedem-se as complexas parasitoses obsessivas.

Agravada pela alucinação do perseguidor, a subjugação encarcera na mesma jaula aquele que a fomenta.

Emaranhando-se nos fulcros perispirituais do encarnado, termina por fixar-se-lhe emocionalmente, permanecendo presa da armadilha que urdiu.

A subjugação é perversa maquinação do ódio, da necessidade de desforço a que se escravizam os Espíritos dementados pela falta de paz.

Cultivando os sentimentos primários e encerrando a mente nos objetivos da vingança cerram-se na sombra da ignorância, perdendo o contato com a razão e a Divindade, enquanto não se permitem a felicidade que acusam de havê-los abandonado.

Ambos desditosos – o subjugado e o subjugador – engalfinhando-se na peleja sem quartel, não se dão conta que somente o amor consegue interrompê-la.

De tratamento muito delicado e complexo, o resultado ditoso depende da renovação espiritual do paciente, na razão em que desperte para a seriedade da conjuntura aflitiva em que se encontra. Simultaneamente, a solidariedade fraternal, envolvendo ambos enfermos em orações e compaixão, esclarecimentos e estímulos para o futuro saudável, conseguem romper o círculo vigoroso de energias destrutivas, abrindo espaço para a ação benéfica, o intercâmbio de esperança e de libertação.

A subjugação desaparecerá da Terra quando o verdadeiro sentimento da palavra amor for vivido e espraiado em todas as direções, conforme Jesus apresentou e vivenciou até o momento da morte, e prosseguindo desde a ressurreição gloriosa até aos nossos dias.


Jornal Mundo Espírita de Fevereiro de 2000