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sábado, 2 de março de 2013

Estudos : Série Psicológica - Módulo 2- " Níveis de Consciência"


Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Livro 1 - Roteiro 2- " Cristianismo e Espiritismo" - Módulo 2 - O Cristianismo

EADE - LIVRO I
ROTEIRO
2
Objetivos
• Destacar a importância de Maria de Nazaré, segundo o pensamento
espírita.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
• Buscando [...] alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida
preciosa do Embaixador Divino, o Supremo Poder do Universo não hesitou em
recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples... Emmanuel:
Religião dos espíritos, p. 132.
• Então disse Maria: Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme
a tua palavra. Lucas, 1:38
MARIA, MÃE DE JESUS
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Maria, segundo informações das fontes cristãs antigas, era filha de pais
judeus, Joaquim e Ana. Há dúvidas quanto ao local exato do seu nascimento
– ocorrido entre 18 ou 20 a.C. –, em Jerusalém ou em Séforis, na Galiléia.
Possivelmente, ela casou aos 14 anos de idade, como era comum à época. 4
Durante a sua infância viveu em Nazaré, onde ficou noiva do carpinteiro
José, da tribo de Davi. 4
Algumas fontes históricas indicam que Maria e José tiveram outros filhos,
depois de Jesus. Não há, porém, provas ou evidências concretas. O Evangelho
segundo Lucas é a principal fonte bíblica sobre Maria cuja referência é feita
em momentos específicos: na aparição do anjo para anunciar a vinda de Jesus;
na visita de Maria à sua prima Isabel; no nascimento de Jesus, em uma estrebaria
da cidade de Belém; na chegada dos magos, logo após o nascimento do
Cristo; na fuga para o Egito, em razão da perseguição de Herodes; no retorno
à Galiléia, após a morte de Herodes; na visita ao templo, durante o período
da purificação, quando encontra Simeão e Ana, a profetiza; no diálogo de
Jesus com os doutores; nas bodas de Caná; na crucificação de Jesus e no dia
de Pentecostes.
As tradições cristãs revelam que Maria ficou sob o amparo do apóstolo e
evangelista João, em Jerusalém e em Éfeso, atendendo a orientação de Jesus.
Acredita-se que ela tenha morrido em Jerusalém. 5
Há quem afirme, porém, que sua “ascenção aos céus” ocorreu em Éfeso.
Esta questão deve ser analisada com cuidado. A ascensão de Maria, em termos
espíritas, deve ser vista como num desdobramento seguido de materialização –
SUBSÍDIOS
MÓDULO II
Roteiro 2
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 2 - Maria, mãe de Jesus
à semelhança do que acontecia com Antônio de Pádua –, ou materialização do
seu Espírito, após a desencarnação. Não se sabe ao certo quando ela morreu.
Maria (ou Miriam) é um nome de origem hebraica, significando: Senhora
da Luz. Sua figura no Novo Testamento é discreta, o que não diminui seu valor
e a sua importância.
Buscando [...] alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida, preciosa do
Embaixador Divino, o Supremo Poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada
mulher, escondida num lar apagado e simples...
Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência
do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis
do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus. 15
Vemos, também, que a sua figura é reverenciada com carinho e profunda
gratidão, como a sublime mãe de Jesus ou, simplesmente, Maria de Nazaré.
No Espiritismo - doutrina que se assenta em bases científicas, filosóficas e religiosas, sendo
que, nesta última, como Cristianismo redivivo, caracteriza o Consolador prometido
por Jesus - também aprendemos a reconhecer em Maria uma Entidade evoluidíssima,
que já havia conquistado, há (mais de) 2000 anos, elevadas virtudes, tornando-a apta a
desempenhar na crosta terrestre tão elevada missão, recebendo em seus braços o Emissário
de Deus que se fez menino para se transformar “no modelo da perfeição moral que
a Humanidade pode pretender sobre a Terra”.
Além do que se conhece nas antigas tradições religiosas, especialmente no Novo Testamento,
encontramos na literatura espírita outros importantes dados biográficos de Maria,
que vieram até nós por via mediúnica, naturalmente extraídos de arquivos fidedignos do
Mundo Espiritual, revelando-nos que Ela continua até hoje zelando com muito carinho
pela Humanidade terrestre, encarnada e desencarnada. 1
Maria de Nazaré simboliza «[...] terras de virtudes fartas, o mesmo não
sucede aos apóstolos que, a cada passo, necessitam recorrer à fonte das lágrimas
que escorrem do monturo de remorsos e fraquezas, [...]». 14
Por ser um Espírito de grandes conquistas evolutivas e virtudes, consciente
de sua tarefa, curva-se, humilde, diante do anjo que, em nome do Pai,
lhe anuncia que será a mãe de Jesus, o Salvador, dizendo: «Eis aqui a serva do
Senhor, cumpra-se em mim segundo a tua palavra». (Lucas, 1:38)
Maria profere um dos mais belos cânticos de louvor e agradecimento a
Deus, após a visita do anjo que lhe informou sobre a vinda do Cristo.
A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 2 - Maria, mãe de Jesus
porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações
me chamarão bem-aventurada. Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e Santo é o seu
nome. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem. Com o seu
braço, agiu valorosamente, dissipou os soberbos no pensamento de seu coração, depôs
dos tronos os poderosos e elevou os humildes; encheu de bens os famintos, despediu
vazios os ricos, e auxiliou a Israel, seu servo, recordando-se da sua misericórdia (como
falou a nossos pais) para com Abraão e sua posteridade, para sempre. Lucas, 1:46-55
Muitas obras espíritas enfocam a figura de Maria como de grande importância
para os cristãos.
No artigo “Notícias de Maria, a mãe de Jesus”, publicado no Anuário
Espírita de 1986, encontramos informações a respeito dessa figura ímpar da
história do Cristianismo. No livro Boa Nova, o Espírito Humberto de Campos
(Irmão X) destaca:
Maria foi cognominada de “Bendita” ou “Bem aventurada” porque foi
a escolhida para ser a mãe de Jesus. Esta informação está em Lucas, em dois
momentos diferentes:
• Quando o anjo anuncia a vinda de Jesus: “Salve, agraciada; o Senhor é
contido; bendita és tu entre as mulheres” (Lucas, 1:28).
• Quando da visita à prima Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres, e é
bendito o fruto do teu ventre” (Lucas, 1:42).
Além dos relatos evangélicos, Maria é também mencionada nos escritos
de alguns pais da Igreja Católica Romana, entre os quais, Justino Inácio,
Tertuliano e Atanásio. Em obras cristãs, não incluídas nos canônes da igreja
de Roma, isto é, nas escrituras apócrifas, encontramos referências, sempre
respeitosas a Maria. No evangelho de Tiago e na deliberação do Concílio de
Éfeso (431 E.C.), ela foi proclamada Theotokos, isto é, “Portadora de Deus”.
Importa considerar, como referência histórica, a existência de uma escritura
apócrifa denominada “O evangelho gnóstico de Maria”, e outra produzida na
Idade Média, intitulada “Evangelho do nascimento de Maria.” 6
Essas e outras obras serviram de base para o culto a Maria, existente, em
especial, nas igrejas católica romana e ortodoxa. 6
O autor de Boa Nova, nos revela momentos pungentes da vida de Maria,
como, por exemplo, durante a crucificação de Jesus.
Humberto de Campos descreve a dor profunda e silenciosa de Maria, que
comove e causa admiração, nos fazendo refletir a respeito da grandiosidade
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 2 - Maria, mãe de Jesus
desse Espírito.
Junto da cruz, o vulto agoniado de Maria produzia dolorosa e indelével impressão. Com
o pensamento ansioso e torturado, olhos fixos no madeiro das perfídias humanas, a
ternura materna regredia ao passado em amarguradas recordações. Ali estava, na hora
extrema, o filho bem-amado.
Maria deixava-se ir na corrente infinda das lembranças. Eram as circunstâncias maravilhosas
em que o nascimento de Jesus lhe fora anunciado, a amizade de Izabel, as profecias
do velho Simeão, reconhecendo que a assistência de Deus se tornara incontestável nos
menores detalhes de sua vida. Naquele instante supremo revia, a manjedoura, na sua
beleza agreste, sentindo que a Natureza parecia desejar redizer aos seus ouvidos o cântico
de glória daquela noite inolvidável. Através do véu espesso das lágrimas, repassou, uma
por uma, as cenas da infância do filho estremecido, observando o alarma interior das
mais doces reminiscências.
Nas menores coisas, reconhecia a intervenção da Providência celestial; entretanto,
naquela hora, seu pensamento vagava também pelo vasto mar das mais aflitivas interrogações.
[...]
Que profundos desígnios haviam conduzido seu filho adorado à cruz do suplício?
Uma voz amiga lhe falava ao espírito, dizendo das determinações insondáveis e justas de
Deus, que precisam ser aceitas para a redenção divina das criaturas. Seu coração rebentava
em tempestades de lágrimas irreprimíveis; contudo, no santuário da consciência, repetia
a sua afirmação de sincera humildade: - “Faça-se na escrava a vontade do Senhor!” 9
Resignada diante do maior testemunho da sua missão, Maria sente uma
mão amiga tocar o seu ombro. Era o apóstolo João a lhe estender os braços
amorosos e reconhecidos. Ambos, compungidos por tanta dor, buscam o olhar
de Jesus como a suplicar entendimento. Fala, então, Maria a Jesus:
– “Meu filho! Meu amado filho!...” [...]
O Cristo pareceu meditar no auge de suas dores, mas, como se quisesse demonstrar, no
instante derradeiro, a grandeza de sua coragem e a sua perfeita comunhão com Deus,
replicou com significativo movimento dos olhos vigilantes:
– “Mãe, eis aí teu filho!...” – E dirigindo-se, de modo especial, com um leve aceno, ao
apóstolo, disse: – “Filho, eis aí tua mãe! 10
Tempos depois, relata o Espírito amigo, que João, recordando-se das
observações feitas pelo Mestre, vai ao encontro de Maria e conta-lhe sobre
sua nova vida entre almas devotadas e sinceras no exercício dos ensinamentos
cristãos. Num misto de reconhecimento e ventura Maria se instala junto ao
dedicado apóstolo, em Éfeso.
A casa de João, [...] ao cabo de algumas semanas, se transformou num ponto de assem86
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 2 - Maria, mãe de Jesus
bléias adoráveis, onde as recordações do Messias eram cultuadas por espíritos humildes
e sinceros.
Maria externava as suas lembranças. Falava dele com maternal enternecimento, enquanto
o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos.
[...] Decorridos alguns meses, grandes fileiras de necessitados acorriam ao sítio singelo
e generoso. A notícia que Maria descansava, agora, entre eles, espalhara um clarão de
esperança por todos os sofredores. Ao passo que João pregava na cidade as verdades de
Deus, ela atendia, no pobre santuário doméstico, aos que a procuravam exibindo-lhe
suas úlceras e necessidades.
Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de “Casa da Santíssima”. 11
Os anos passaram sem que Maria deixasse, um dia, de amparar e transmitir
ao coração do povo as mensagens da Boa Nova. Ao chegar à velhice não
sente cansaço nem amarguras. E num dia, durante as suas orações, relata-nos,
ainda, Humberto de Campos:
Enlevada nas suas meditações, Maria viu aproximar-se o vulto de um pedinte. – Minha
mãe – exclamou o recém-chegado, como tantos outros que recorriam ao seu carinho –,
venho fazer-te companhia e receber tua benção.
Maternalmente, ela o convidou a entrar, impressionada com aquela voz que lhe inspirava
profunda simpatia. O peregrino lhe falou do céu, confortando-a delicadamente.
Comentou as bem-aventuranças divinas que aguardam a todos os devotados e sinceros
filhos de Deus, [...]. Maria sentiu-se empolgada por tocante surpresa. Que mendigo
seria aquele que lhe acalmava as dores secretas da alma saudosa, com bálsamos tão
dulçorosos? Nenhum lhe surgira até então para dar; era sempre para pedir alguma coisa.
[...] Seus olhos se umedeceram de ventura, sem que conseguisse explicar a razão de sua
terna emotividade.
Foi quando o hóspede anônimo lhe estendeu as mãos generosas e lhe falou com profundo
acento de amor:
– “Minha mãe, vem aos meus braços!”
Nesse instante, fitou as mãos nobres que se lhe ofereciam, num gesto da mais bela ternura.
Tomada de comoção profunda, viu nelas duas chagas, como as que seu filho revelava na
cruz, e instintivamente, dirigindo o olhar ansioso para os pés do peregrino amigo, divisou
também aí as úlceras causadas pelos cravos do suplício. Não pôde mais. Compreendendo
a visita amorosa que Deus lhe enviava ao coração, bradou com infinita alegria:
– “Meu filho! Meu filho! As úlceras que te fizeram!...” [...] Num ímpeto de amor, fez um
movimento para se ajoelhar. Queria abraçar-se aos pés do seu Jesus e osculá-los com
ternura. Ele, porém, levantando-a, cercado de um halo de luz celestial, se lhe ajoelhou
aos pés e beijando-lhe as mãos, disse em carinhoso transporte:
– “Sim, minha mãe, sou eu!... Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu
reino a Rainha dos Anjos...” 12
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 2 - Maria, mãe de Jesus
Maria sempre dedicou assistência aos sofredores, como registrou Yvonne
Pereira no livro Memórias de um suicida. A obra descreve a assistência aos
suicidas, em profundo sofrimento no Além pela Legião dos Servos, «chefiada
pelo grande Espírito Maria de Nazaré 3, ser angélico e sublime que na Terra
mereceu a missão honrosa de seguir, com solicitudes maternais, Aquele que
foi o redentor dos homens!» 3 e 7
Muitas são as histórias que envolvem a ação de Maria de Nazaré em benefício
dos que sofrem. No livro Ação e reação, André Luiz relata o caso de uma
senhora que orava fervorosamente, rogando a proteção de Maria de Nazaré
pelos filhos transviados. O instrutor Silas, citado na referida obra explica a André
Luiz: «[...] Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e ai são
acolhidas pelos emissários da Virgem de Nazaré, afim de serem examinadas e
atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria.» 8
Em diversas obras os Espíritos superiores fazem referência à dedicação
de Maria aos sofredores. Lembramos, a propósito, a reverência que o Espírito
Bittencourt Sampaio faz à mãe de Jesus em tocante oração:
Anjo dos bons e Mãe dos pecadores,
Enquanto ruge o mal, Senhora, enquanto
Reina a sombra da angústia, abre o teu manto,
Que agasalha e consola as nossas dores.
Nos caminhos do mundo, há treva e pranto.
No infortúnio dos homens sofredores,
Volve à Terra ferida de amargores
O teu olhar imaculado e santo!
Ó Rainha dos anjos, meiga e pura,
Estende tuas mãos à desventura
E ajuda-nos, ainda, Mãe piedosa!
Conduze-nos às bênçãos do teu porto
E salva o mundo em guerra e desconforto,
Clareando-lhe a noite tormentosa... 13
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. ANUÁRIO ESPÍRITA. Diversos Autores. Ano XXIII, nº 23. Araras: IDE,
1986. Item: Fatos mediúnicos (Notícias de Maria, mãe de Jesus), p. 13.
2. ______. p. 14.
3. ______. p. 18.
4. DICIONÁRIO DA BÍBLIA. Vol. 1: As pessoas e os lugares. Organizado por
Bruce M. Metzger e Michael D. Coogan. Tradução de Maria Luiza X. de A.
Borges. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2002, p. 195.
5. ______. p. 195-196.
6. ______. p. 196.
7. PEREIRA, Yvone A. Memórias de um suicida. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2003. Cap. 3 (No hospital «Maria de Nazaré»), item: Departamento de
vigilância, p. 57.
8. XAVIER, Francisco Cândido. Ação e reação. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2004. Cap. 11 (O templo e o parlatório), p. 200-201.
9. ______. Boa Nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 35. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 30 (Maria), p. 196-197.
10. ______. p. 198.
11. ______. p. 201-202.
12. ______. p. 204-205.
13. ______. Mãe. Diversos Espíritos. 3. ed. Matão, SP. Casa Editora O Clarim.
1974. Item: Súplica à Mãe Santíssima, p. 43.
14. ______. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 121 (Monturo), p. 257-258.
15. ______. Religião dos espíritos. 19. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: A
mulher ante o Cristo, p. 132.
REFERÊNCIAS
EADE - Roteiro 2 - Maria, mãe de Jesus
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Promover uma ampla troca de idéias com os
participantes, destacando a excelsitude do Espírito
de Maria, mãe de Jesus.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Princípio Vital


Subsídos do cap. 4 do Livro dos Espíritos " O Princípio Vital"
Princípio Vital

16. Ao afirmar-se que as plantas e os animais são formados dos mesmos princípios constitutivos que os minerais, é preciso compreender isso no sentido exclusivamente material: aliás, estamos aqui tratando apenas do corpo.
Sem falar do princípio inteligente, que é uma questão à parte, há na matéria orgânica um princípio especial, inapreciável e que ainda não pode ser definido: é o princípio vital. Esse princípio, que é ativo no ser vivente, é extinto no morto; nem por isso deixa ele de conferir à substância, as propriedades características que a distinguem das substâncias inorgânicas. A Química, que decompõe e recompõe a maior parte dos corpos inorgânicos, tem conseguido decompor os corpos orgânicos; porém jamais conseguiu reconstituir uma simples folha morta; isso nos traz uma prova evidente de que nos compostos há alguma coisa que não existe nos inorgânicos.
17. Será o princípio vital algo de distinto, que tenha uma existência própria? Ou por outra, para entrar no sistema de unidade do elemento gerador, não será um estado particular, uma das modificações do fluido cósmico universal que se torna princípio de vida, como também se apresenta sob a forma de luz, fogo, calor, eletricidade? É neste último sentido que a questão é resolvida pelas comunicações relatadas antes. (Cap. VI, `Uranografia geral').
Porém, qualquer que seja a opinião que seja formulada sobre a natureza do princípio vital, ele existe, pois seus efeitos são observados. Pode-se pois admitir logicamente que ao se formar, os seres orgânicos assimilaram o princípio vital que era necessário à sua finalidade; ou, se assim o quisermos dizer, tal princípio se desenvolveu pelo próprio efeito da combinação dos elementos, tal como se vê, sob o império de certas circunstâncias, desenvolver-se o calor, a luz, e a eletricidade.
18. O oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono, quando se combinam sem o princípio vital não formariam senão um mineral ou um composto inorgânico; o princípio vital, modificando a constituição molecular desse corpo, lhe dá propriedade especiais. Em vez de uma molécula mineral, temos uma molécula de matéria orgânica.
A atividade do princípio vital é mantida durante a vida, pela ação do conjunto de órgãos, como o calor é mantido pelo movimento de rotação de uma roda; quando isto cessa pela morte, o princípio vital se extingue, como o calor, quando a roda cessa de girar. Porém o efeito sobre o estado molecular do corpo, causado pelo princípio vital, subsiste depois da extinção desse princípio, como a carbonização da madeira persiste depois da extinção do calor. Na análise dos corpos orgânicos a Química recupera os elementos constitutivos: oxigênio, hidrogênio, azoto e carbono; porém ela não os pode reconstituir, porque não existindo mais a causa, ela não pode reproduzir o efeito, ao passo que pode reconstituir uma pedra.
19. Tomamos como comparação o calor desenvolvido pelo movimento de uma roda, porque se trata de um efeito vulgar, conhecido de todo o mundo, e mais fácil de compreender; porém teria sido mais exato dizer que, na combinação de elementos para formação dos corpos orgânicos, desenvolve-se eletricidade. Os corpos orgânicos seriam verdadeiras pilhas elétricas, que funcionam desde que tais pilhas estejam nas condições desejadas para que se produza a eletricidade: é a vida; ela se detém, quando cessam as condições: é a morte. Segundo este modo de encarar as coisas, o princípio vital não seria senão a espécie particular de eletricidade designada sob o nome de eletricidade animal, desprendida durante a vida pela ação dos órgãos, e dos quais a produção é paralisada na morte, pelo desaparecimento de tal ação.

Copyright 2004 - LAKE - Livraria Allan Kardec Editora
(Instituição Filantrópica) Todos os Direitos Reservados

Livro  A Genese por Allan Kardec

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 70

 
 
Essa força vital é inquietante. Ela se esgota por meios diversos mas, se abastece por variadas forMas que devemos estudar e compreender. Assim como os pulmões extraem o oxigênio do ar para purificação do sangue, aliviando a tensão do cérebro para equilíbrio do corpo, os centros de força extraem do mesmo ar, e fora dele, o hálito divino, na divina seqüência dos seus movimentos, abastecendo de força vital a forma física, para que ela continue com os seus movimentos instintivos e as suas defesas naturais, no regime de vida que deve levar. O homem ainda tem outra fonte dessa bênção de Deus, que são os alimentos. Eles, bem triturados, deixam escapar da sua estrutura intrínseca essa força poderosa que, restaura quase todos os desequilíbrios físicos, de órgãos por vezes em decadência. E, ainda mais, a mente não deixa de ser um fator muito importante neste trabalho, quando ela é educada nos moldes que a ciência do Espírito estabelece, reforçado no Evangelho de Jesus.
Compete a cada um de nós saber, para viver melhor. Nunca faltaram escolas de aprendizado, porém, o que falta sempre é boa vontade para aprender. O agente vital sensibiliza o corpo para que o Espírito possa manejá-lo de acordo com as suas necessidades, assim como a eletricidade o faz com um aparelho, colocando-o em movimento sob a vigilância do homem. Para cada ser humano há uma cota de energia vital, que pode ser diminuída ou aumentada, de acordo com a capacidade de cada um. A morte do corpo é, pois, a ausência dessa força. Nunca poderemos determinar linhas nem analisar meios, sem variantes. Há casos que contrariam as próprias leis por nós entendidas, dos quais destacamos as provações da alma. No processo reencarnatório, o perispírito traz marcas, como no caso das doenças, que podem se esgotar, de acordo com as provações, a força vital, para que a lei divina esteja à disposição da justiça. E o reparo dessa energia nesse caso tomar-se-á difícil, mas, também nunca impossível, em se tratando de Espírito dotado de muita boa vontade na conquista de si mesmo. Este é um tema que nos fascina, pelo seu engenhoso descortino, de dar somente a quem merece, e os merecimentos se abrem em todas as direções do viver; sobre ele poderíamos escrever um livro sem fugir do mesmo assunto.
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 69

 
 
O centro de força cardíaco é responsável pela vida desse órgão sublimado, onde o Espírito repousa parte de suas forças, as quais são transformadas em sentimentos, que o Cristo tenta educar na Sua profunda sabedoria. A vida é engenhosa, na engenhosidade do amor de Deus que nos cerca e nós somos eternos alunos na escola universal do nosso Pai que está nos céus. Certamente que o coração não é o único órgão vital, pois ele faz parte de um conjunto para que a vida humana se expresse, servindo ao Espírito para que este cresça diante do Senhor. No entanto, pode se dizer, em se tratando das coisas materiais, que o coração é a sede do amor, de sorte a se manifestar para todo o corpo. Todos os órgãos vivem em harmonia, sustentados por fios invisíveis do amor que parte desse fulcro de luz.
O coração do feto começa a bater no ritmo do universo, com apenas quase três semanas de vida, pelo impulso da força vital que acorda o micro-homem para uma vida na dimensão física. É a luz que se acende nas entranhas da mãe, peio amor de Deus, usando os recursos do chacra em movimento. Devemos, de vez em quando, conversar com o nosso coração, da maneira que Jesus ensinou quando instruía Seus discípulos, para orarem sem parecer escândalo diante dos outros. Ele sente o que falamos mas, antes, eduquemos a voz e aprendamos a conversar com amor. Devemos entender que os nossos atos de cada dia são preces ao coração, como a todos os nossos órgãos, todo o nosso corpo, que nos atendem no momento ou depois. Jesus foi e é o educador por excelência, de quem herdamos as maiores lições para que possamos viver em paz com nós mesmos, respeitando aos outros nossos irmãos em caminho.

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 68

 
 
A morte de cada corpo humano não é um determinismo. A vida pode se estender o quanto for necessário, desde que os agentes da espiritualidade maior achem conveniente tal decisão. Assim, as provas, infortúnios e sofrimentos tanto podem aumentar como diminuir. O mundo espiritual, que comanda a existência dos homens na Terra, escolhe o melhor para cada um. Surgem questionamentos quanto ao fato de um homem de bem morrer jovem, sendo que o inconveniente à sociedade permanece até a velhice. Isto porque os Espíritos que dirigem a humanidade têm olhos para ver as necessidades mais profundas de cada um. Não há injustiça em campo algum de vida, cada qual recebe somente o que merece nas linhas que percorre. Devemos procurar estudar mais as leis de Deus, que encontraremos a Verdade, como se respira o ar e se sentem os raios do sol.
A morte é sinônimo de desagregação da forMa física, sem que desapareça a vida do corpo, e muito menos a do Espírito. Tudo criado por Deus tem vida imortal. O que ocorre são infinitas transformações, que se processam no seio daquilo que existe. E quando nos é facultada a oportunidade de falar sobre o Espírito, geralmente usamos termos conhecidos pela humanidade, porém, todos eles são pobres para explicar o valor da alma. Alhures dizemos que o Espírito é vida , no entanto, a vida é atributo do Espírito, como o amor, a caridade etc... Todos os valores que conhecemos são atributos dessa chama divina, que acordam em si e com a sua presença. Qual a definição que poderemos dar para Espírito? Onde encontraremos termos adequados? A pobreza da linguagem nos enfraquece a razão; sentimos o que é o Espírito sem ter condições de descrever o que realmente ele é. Por aí, pode-se deduzir o que Deus representa para nós, e as dificuldades que temos para falar sobre o Soberano Senhor. Pouco passamos do entendimento do índio e, se quisermos avançar, d iremos, repetindo João Evangelista: Deus é amor. E com mais propriedade repetiremos Jesus, quando nos ensina: Pai nosso que estás nos Céus...

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 67

 
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 66

 
 
O princípio vital de que temos ouvido falar, e por certo conhecemos, é oriundo de uma fonte universal, parte do suprimento divino. No entanto, sem perder o nome, nem seus objetivos, ele demonstra modificações na sua trajetória. Ele se modifica nas suas mais íntimas estruturas, de acordo com o corpo que passa a animar. Esse fluido valioso, ao interpenetrar a matéria, dá-lhe movimento. Se podemos dizer, ele condiciona o corpo em seu profundo cinetismo, dando-lhe atividades inúmeras, nos fazendo sentir a diferença da matéria inerte, que também o deixa transitar, mas sem nenhuma afinidade molecular. Escapa-lhe a expressão de atividade própria, mas é bom que se note, essa atividade ainda não é a vida; ele recebe da fonte energética do suprimento maior, e não a dá. Convém distinguir esse aspecto, para que se possa compreender melhor os segredos da natureza, dos movimentos e dos Espíritos.
Compete ao leitor, ao estudante espiritualista, compreender seu dever ante as suas próprias necessidades e procurar todos os meios de melhorar. Na verdade, não há outro caminho melhor que o delineado por Nosso Senhor Jesus Cristo no Seu Evangelho de vida. São preceitos que nos educam e instruem, capacitando-nos a todos para entender o amor e amar; certificarmo-nos da caridade e fazê-la; sentir a necessidade do perdão e perdoar. Os elementos - ou o elemento - das matérias, em verdade, é um só, e é nesta descoberta que sentimos e compreendemos a grandeza de Deus. Ele Se divide ao infinito, de acordo com as circunstâncias que o ambiente precisar. Instiga-nos o raciocínio, pois ainda não sabemos quase nada do que se refere à matéria, quanto mais à força vital e ao Espírito! No entanto, a intuição nos segreda que devemos continuar a estudar nesse livro maravilhoso que é a natureza, nas suas primeiras páginas humanas, depois nas divinas, onde se encontram os princípios da sabedoria de Deus.

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 65

 
 
O princípio vital tão comentado em O Livro dos Espíritos nasce, como ele mesmo afirma, do fluido universal, que se transforma criando aspectos diferentes, de acordo com as mais variadas necessidades. Ele toma características múltiplas, de conformidade com o corpo onde passa a atuar. Já falamos alhures da sua relevância ao contato com a matéria, sensibilizando-a, desde quando esta se encontre amadurecida para tal empreendimento, o de demonstrar vida na feição da própria vida. Entretanto, ele não faz isso por si só, por faltar-lhe a inteligência capaz de programar os fatos nas linhas da harmonia. Espíritos de alta hierarquia espiritual dedicados à co-criação, almas altamente sábias, comandam toda essa explosão de vida, dentro dos preâmbulos traçados pela inteligência Divina e Soberana.
Nada se faz por acaso na construção universal. Tudo é planejado e seguido por inteligências superiores, que assistem e comandam os fenômenos da natureza, a que chamamos de evolução, e que o progresso nos faz crer como sendo despertamento espiritual das coisas e dos homens, senão dos Espíritos livres da matéria pesada. Ainda temos muito que aprender na escola da vida. Por enquanto estamos balbuciando as primeiras letras do alfabeto universal. Mesmo aquele que sabe mais, descobre logo que pouco sabe a respeito da vida, ou mesmo do próprio corpo que lhe serve de instrumento. Os maiores cientistas do mundo, que conhecem a biologia na Terra, professores de alta qualidade nas universidades, que ensinam aos seus alunos com a empáfia dos Doutores da Lei, sofrem todos os tipos de enfermidades orgânicas, por desrespeitarem as próprias leis biológicas da harmonia que sustentam e dão vida ao complexo humano.
Enquanto a humanidade confiar somente em pílulas, injeções e xaropes, ela continuará doente, porque todos os meios de equilíbrio orgânico e psíquico estão ao alcance das mãos, na natureza e dentro de cada um, no seu íntimo, esperando o despertamento da criatura, no que tange a sua própria felicidade. Esse princípio vital que se afiniza no mundo interatômico do organismo, emprestando-lhe movimentos ritmados, é o mesmo, como sendo força magnética em abundância, espraiada no universo, captada pela mente adestrada neste campo de saber, e que poderá ser usada para o equilíbrio e a paz de todas as criaturas, como também é sempre usada por mentes desequilibradas, para a desarmonia, na feitura de guerras permanentes. Contudo, cada um responde pelo que faz dessas bênçãos de Deus. Mas, é bom que se saiba que esse agente vital sempre se modifica de acordo com o lugar, as intenções e o caráter do corpo que ocupa. Nunca é o mesmo frente a variadas circunstâncias. A transformação é lei universal em todos os mundos e em todos os reinos.
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 64

 
 
A força vital é um agente divino, na divina extensão do universo, filha do fluido cósmico, que nasce nas mudanças de vibrações ideada pelo Grande Soberano; entretanto, é bom que fique bem claro que, por trás de todas as mudanças de comportamento da energia divina operam as mãos dos engenheiros siderais, Espíritos altamente evoluídos, encarregados na co-criação do Senhor de todos os mundos. É de se notar que todos os ensinamentos espiritualistas modernos e antigos, que conhecemos por filosofias e religiões, falam do tríplice aspecto do universo: matéria, energia e Espírito. São valores que se confundem, e um não pode ter vida sem o outro; essa é uma realidade dentro do ninho cósmico. O Espírito, para comunicar ou manifestar-se na matéria, tem seu agente propondo a sensibilidade entre um e outro extremo. Esta é uma lei estabelecida em tudo. Mesmo no mundo haverá de existir os intermediários, para que se processe o equilíbrio e a harmonia.
Basta meditarmos no que tange à vida na Terra, nos seus lances diários, para que possamos nos certificar dessa verdade: a terceira força. A luz do sol não pode vir diretamente à Terra. Ela é polarizada no sentido de seus raios serem mais úteis, como benfeitores que são; desta maneira, é coada por um terceiro corpo em forma de gás, para que a vida se regale e cresça em profusão, em todos os sentidos. Em um lar existem pai, mãe e filhos. Faltando uma destas forças de vida, começa a surgir a desarmonia com mais freqüência. No comércio, sempre existe o intermediário. Este é quem classifica a mercadoria, dentro de tais responsabilidades. Até no amor na Terra, e mesmo nos céus, existe o terceiro agente, que são as leis que garantem essa amizade divina, estabelecendo direitos e deveres para os que se dispuseram a se amar mutuamente.
A vida é uma sublimidade! Quem quiser vivê-la sob todos os aspectos, observe a harmonia do universo; copie sua cadência e procure viver e respeitar todas as suas nuances. Quem fugir das normas da natureza divina criará situações de difícil solução, em todos os seus caminhos. É por isso que O Evangelho Segundo o Espiritismo nos indica que Fora da Caridade não há Salvação. A caridade se realiza quando respeitamos todas as leis criadas por Deus, para garantir e sustentar a sua grandiosa criação. Fugir dela, ou delas, é procurar sofrimentos em toda parte. Somente voltando à casa do Pai, somente nos voltando para as coisas naturais, é que a consciência nos dará trégua, nos deixando em uma tranqüilidade imperturbável. A felicidade tem raízes na obediência, que é filha do Amor.