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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Vida e Valores (A revolução planetária)


O nosso planeta é um corpo vivo solto no espaço. E, certamente este nosso planeta há passado por incontáveis transformações. Por ser um corpo vivo, está em processo de evolução permanente, de amadurecimento.
E por ser um corpo vivo e por estar nesse processo de amadurecimento, nós presenciamos a cada dia, tudo quanto vem ocorrendo com o nosso querido planeta terrestre. As suas transformações são incontáveis. A Terra é um mundo em transformações.
Basta pensarmos que aqui nós temos vivido transformações de variadas ordens. Há transformações geográficas. Naturalmente, quando pensamos nessas transformações geográficas, pensamos em transformações geopolíticas porque, afinal de contas, ainda nos lembramos bem da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Depois do extermínio do comunismo por Gorbatchev, a União Soviética desapareceu.
Tomba o regime, cai o muro de Berlim, acabam-se todas as pressões e o Portal de Brandenburg se abre para que as duas Alemanhas pudessem se confraternizar.
Mudanças geopolíticas porque, agora, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas se distribue, se racha, se parte nas suas Repúblicas componentes. Antes, pelo regime da força, ali estavam todos juntos. Depois abriu-se o sistema e a Rússia tomou a hegemonia da região, mas a União Soviética desapareceu.
Mas, se nós pensarmos nessa linha geopolítica, olhamos para os Bálcãs e verificamos que, com a morte do General Tito, desaparecem todos aqueles sistemas hegemônicos, e a Iugoslávia abre espaço para que surjam Montenegro, Sarajevo, várias outras Repúblicas. E o mundo se modifica outra vez, geopoliticamente.
Guerras, transformações, conflitos... Mas, se pensarmos em termos geológicos, o nosso planeta é um corpo ainda muito virgem. A Terra tem poucos milhões de anos. Para um corpo sideral é muito pouco tempo.
Basta pensarmos que ainda temos no coração do planeta, no cerne planetário, substâncias liquefeitas, substâncias em processos viscosos.Temos o nife, essa composição de níquel e de ferro, quase líquida. E, totalmente líquidas outras mais internas, pela temperatura exagerada da intimidade planetária.
É graças a isso, que nós ainda encontramos na Terra os vulcões. O que são os vulcões senão válvulas de escape, para que o planeta não estoure, sob as pressões internas dessas substâncias liquefeitas e quentes?
Os vulcões permitem que o esvurmar dessas substâncias possa dar à Terra um alívio, em sua pressão interior.
Encontramos na Terra, em função dessas camadas liquefeitas da sua intimidade, as camadas que se solidificaram sobre a parte liquefeita. E por isso encontramos as chamadas placas tectônicas: a parte sólida sobre essa parte líquida ou viscosa, essa massa em alta temperatura da intimidade do planeta.
Quando pensamos assim, começamos a compreender que, se existe uma quantidade líquida no miolo do planeta, e sobre ela está a parte sólida, qualquer movimento da parte líquida impõe movimentos à parte sólida.
Essas placas tectônicas se movem, e se move tudo que está sobre elas. É por isso que tremem edifícios, ruem pontes, desabam construções.
Quando essa camada líquida se move e as placas tectônicas se agitam nos fundos dos mares, as ondas agigantadas da intimidade dos mares se pronunciam, e quando chegam na superfície, nós encontramos os fenômenos notáveis que deram origem a um nome novo para o ocidente, as tsunamis. Graças ao movimento geológico, graças ao movimento planetário, graças a essa expressão de vida que a Terra demonstra em cada momento As nossas transformações planetárias são incalculavelmente importantes.
É por causa disso que nós deveremos estar sempre atentos à condição de vida do planeta, às manifestações de vida do mundo em que vivemos, para que possamos compreender a razão pela qual tantas outras coisas se vão dando, ao longo do tempo de existência do nosso mundo.
* * *
Esses maremotos, essas tsunamis fazem parte desse processo natural do planeta. E temos, ao lado dos terremotos, das tsunamis e dos vulcões, os furacões, os grandes ventos, os tornados, todo um movimento planetário que permite a existência desses fenômenos geoclimáticos.
A partir daí, vale a pena pensar que, se nós estamos sobre este planeta que se movimenta, que se transforma, que se agita em suas entranhas, considerando que Deus, o Criador, jamais erra, existem razões ponderáveis para que nós estejamos aqui renascidos sobre este planeta, para que nós vivamos aqui sobre o solo planetário.
E é por causa disso que verificamos o tipo de Espíritos que somos nós aqui na Terra. Como é que nós agimos e reagimos na nossa convivência com o mundo?
Somos ainda criaturas de índole um tanto ríspida. Guerreamos, somos belicosos, carregamos ainda essas marcas da beligerância em nossas atitudes. Ainda vivemos a falta de fraternidade, a traição contra amigos, familiares, entes queridos, a soberba, a vaidade.
Ainda carregamos na Terra essas marcas tremendas do orgulho individual, do orgulho familiar, do orgulho social e, óbvio que essas manifestações do nosso caráter dizem porque é que nós estamos aqui, num mundo em processo de amadurecimento, num planeta em processo de maturação.
Por que? Porque esses fenômenos que ocorrem no mundo, eles teriam que ocorrer. A Terra está amadurecendo, põe para fora seus produtos, treme nas suas bases.
Mas, nós, os humanos que estamos matriculados neste planeta, estamos aqui por razões muito especiais. A Divindade pretende que nós nos aproveitemos dessa realidade planetária para desenvolver muitas coisas que precisamos desenvolver: nosso conhecimento científico, nosso conhecimento tecnológico. Para que nós possamos nos desenvolver em termos morais, a partir dessas circunstâncias.
Graças aos fenômenos metereológicos do nosso mundo, a metereologia vem se desenvolvendo, capaz de dizer quando vai chover, a quantidade de chuva, quanto tempo vai durar; quando vai nevar, nas regiões onde neva, qual é a quantidade, qual é o tipo de neve, quanto tempo vai durar, para que as comunidades se previnam, principalmente as comunidades que têm plantações.
A nossa tecnologia vem se desenvolvendo a tal ponto, que já existem os sismógrafos, aparelhos capazes de detectar esses tremores de terra e avaliar quando é que esse tremor chegará onde o pesquisador se encontra.
Daí, nós vamos verificando que as transformações por que passa o planeta também têm o sentido de permitir à criatura humana o seu amadurecimento científico, tecnológico, emocional, moral.
Se nós pudermos pensar nessas transformações tecnológicas pelas quais tem passado nosso planeta, verificaremos coisas maravilhosas, principalmente no campo da informática.
E nos damos conta de que, na década dos quarenta do século XX, década de 1950, o mundo começou a ouvir falar de cérebros eletrônicos. A construção de Norberto Winer foi de ordem magnífica, porque ele pensou em construir uma máquina que pudesse realizar operações como o cérebro humano realiza.
Ele quis imitar o nosso sistema nervoso central. Por isso, a máquina se chamou cérebro eletrônico. Cabia em dois andares de um prédio. Hoje, nós encontramos os computadores de tal forma aprimorados, de tal modo aperfeiçoados, que cabem na palma da nossa mão.
Carregamos um aparelho que é, ao mesmo tempo, telefone celular, fax, televisão, máquina fotográfica, e até consegue falar, tão aprimorados estão os computadores.
Os satélites que a criatura humana mandou para rodear a Terra, como o Hubble, que manda fotografias do Cosmo alcançável, a cada décimo, milésimo, centésimo de segundo, para que a NASA possa saber o que se passa, para que as estações espaciais possam acompanhar o movimento do nosso planeta.
Deus pretende que com esses recursos nós evoluamos, nós cresçamos.
A Terra é um mundo vivo, é um corpo vivo que se agita, e nós, Espíritos nascidos nele, vivendo sobre ele, precisamos aprender a evoluir, crescer e amadurecer para Deus.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 133, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em janeiro de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 12.10.2008.
Em 02.02.2009.

Vida e Valores (O problema da tentação)



Existe uma dificuldade no ser humano, que é necessário parar muitas vezes para refletir a respeito. É a dificuldade das tentações. Afinal de contas, que fenômeno é esse?

Quase sempre, na problemática das tentações, fazemos um juízo de nós mesmos, e damos uma má interpretação das coisas, das nossas possibilidades.

Às vezes, avaliamos a nossa condição acima do devido, supervalorizamos possibilidades nossas, juramos que não cederemos em determinadas questões, que não cairemos em determinadas circunstâncias, e acabamos por adotar posturas às quais fomos levados pela tentação.

Por vezes, temos a tentação de trair, de trair um amigo, de trair a esposa, de trair o marido, de trair uma pessoa que nos é cara. Por que essa tentação nos ocorre?

Às vezes, temos a tentação de furtar. Sim, de furtar. E essa tentação se manifesta desde a cleptomania, em que pessoas furtam coisas de lojas, de mercados, até o imposto de renda fraudado. É um furto. Sim, é um furto.

Temos a tentação de beber. Começamos com a primeira taça e juramos que ficaremos sóbrios, que daremos conta de dirigir o carro, e juramos...

Temos a tentação de experimentar a droga, uma vez só, uma vezinha só, seja  um pó,  uma pedra de craque, uma taça de alcoólico. Uma vezinha só. Não, eu me garanto.

É a tentação, alguma coisa que nos impulsiona a fazer algo que não estamos muito certos da nossa capacidade de resistir, não podemos garantir quanto à nossa resistência. Mas fazemos.

A temeridade quando tomamos de um veículo, pisamos no acelerador e saímos em disparada: a tentação da velocidade, de bater o próprio recorde. A roleta russa, a roleta mineira, tantas tragédias por causa dessa tentação.

A tentação da libido, de procurar, de sondar, de cobiçar alguém que já seja comprometido, exatamente pelo prazer do inusitado. São tentações perigosas.

É muito importante verificar que, no mundo em que vivemos, precisamos ter cuidado com esse fenômeno terrível que nos arrasta a situações muito complexas no território da tentação.

É muitíssimo importante pensar como Jesus Cristo nos orientou. Em todas as vezes que Se dirigiu ao nosso Pai Celeste, nos ensinou buscar recursos contra a tentação.

Na oração dominical, o chamado Pai Nosso, há um momento em que o Mestre nos ensina a rogar ao Pai: Não nos deixes cair na tentação, ou não nos deixes cair em tentação.

A proposta viver na Terra é necessária, é indispensável. Viver no mundo nos enriquece. As experiências com nosso próximo, com nosso semelhante, as experiências na relação com as coisas, com os fenômenos naturais, isso tudo nos enriquece, mas é importante que não nos deixemos arrastar pelas tentações.

Os Bons Espíritos dizem que não existe um arrastamento irresistível. Se fosse irresistível, ninguém teria culpa de cair sob seu peso. Mas, existem arrastamentos aos quais nos permitimos em nome da tentação, porque sempre fazemos uma má interpretação das nossas possibilidades, temos um juízo indevido das nossas condições e quando vemos, tombamos nesse abismo terrível que se chama tentação.

É importante, porém, que neste capítulo, que neste campo, passemos a ter a proposta de Jesus Cristo em mente: oração e vigilância. É importante que se aprenda a orar, fazer essa ponte com o Divino; mas ter vigilância, o cuidado conosco mesmos.

Não há razão para orarmos, orarmos, somente orarmos e não prestar atenção nos caminhos por onde estamos trafegando, porque as tentações são perigosas e, a qualquer momento nos podem derrubar.

*  *  *

Nesse capítulo das tentações, existe algo que não devemos perder de vista. Não podemos dizer que foi o demônio que nos atentou, que Satanás é que nos arrastou.

Não temos como dizer que foram as más companhias que nos arrastaram ao mal, que foram os maus colegas, os maus companheiros, como é comum escutarmos nas conversas cotidianas da Humanidade. Atribuímos sempre aos outros o nosso insucesso.Quando são coisas boas, a estrela é nossa.

Claro que temos que parar e refletir que, nesse território das tentações, existe algo do que não podemos esquecer, a nossa volição. Sim, a nossa vontade.

 Não fazemos nada que não esteja de acordo com a nossa vontade. A tentação exatamente mexe nesse território da vontade.

Temos vontade de fazer, embora queiramos depois inculpar a terceiros, jurar que foram as más companhias, mas nós temos vontade.

É importante saibamos que, quando temos vontade de fazer determinada coisa, mesmo que essa coisa seja negativa,  acabamos por fazer.

Jesus Cristo nos diz: Buscai e achareis, pedi e obtereis, batei e abrir-se-vos-á. Mas Ele não nos diz em que porta deveremos bater. Qualquer porta em que batermos, ela se nos abrirá; qualquer coisa que pedirmos, receberemos; o que buscarmos, acharemos.

Se encontrarmos um espinho e sairmos procurando de onde ele veio, não haverá outra solução: vamos nos deparar com o espinheiro.

Se acharmos uma flor, um perfume, e sairmos buscando de onde vieram, esbarraremos num jardim, indubitavelmente.

E, nessa área é que temos que pensar nas influenciações espirituais negativas, que se aproveitam de nossas brechas morais, de nosso consentimento interior, de nossa vontade, e somam o seu desejo à nossa vontade.

Aí entramos na faixa das obsessões, das perturbações espirituais. Há muitas entidades devotadas ao mal, na postura de anti-Cristos e que querem fazer com que  aqueles que estejam no caminho do bem se percam, para deles zombar, para retardar o seu caminho, o seu passo pela vida afora.

Cabe recordar o ensinamento de Cristo para que oremos e vigiemos.

A vigilância corresponde a este estado de prestar sempre atenção nas consequências do que vamos fazer.

Temos liberdade? Temos liberdade. Mas, até onde? Até quando? Com que intensidade? Porque tudo aquilo que semearmos, isso mesmo colheremos. As entidades negativas vão nos provocando a vaidade, o orgulho, a presunção, para nos fazer cair moralmente, para nos fazer tombar espiritualmente. As tentações têm suas raízes na nossa intimidade.

Digamos que uma pessoa passe pela porta de um bar, mas não tenha vícios de alcoólicos. O bar para ela será como uma vitrine qualquer de garrafas coloridas. Mas, se ela tiver o vício, qualquer garrafa, qualquer vitrine de bar lhe será uma tentação tremenda, exercerá sobre ela uma grandíssima tentação.

Alguém que não seja consumista inveterado pode passar por qualquer loja, pode ver o que for e passará tranquilo,  olhará, tocará e sairá. Contudo, para quem tem essa compulsão interior para gastar, qualquer coisa será motivo para gastar.

Logo, a tentação não está do lado de fora, a tentação está dentro de nós. A tentação reside em nós. É aquela bagagem ainda não doutrinada, ainda não disciplinada, é aquela situação ainda não arranjada devidamente em nossa intimidade.

Isso provoca em nós uma instigação. O alcoólatra se sente atraído, atentado para o álcool. O gastrônomo se vê atentado pela comida e se torna glutão, e a glutonaria é um campo aberto para entidades viciosas explorarem a capacidade do indivíduo, até que ele adoeça, até que ele passe mal, até que se perca.

Para quem carrega em si a tormenta sexólatra, para quem aprendeu a desrespeitar a sexualidade, homens, mulheres, crianças, velhos, cadáveres, tudo entra no campo da sua tentação sexual, porque ele carrega em si essa matriz negativa.

Para quem aprendeu a se disciplinar, a se respeitar, a ver, por exemplo, a sexualidade como algo nobre e digno, sabe respeitar a esposa dos outros, o marido das outras, o namorado das outras, sabe respeitar os corpos alheios porque respeita o seu próprio.

A tentação tem esse componente terrível existindo dentro de nós, coabitando conosco, vivendo em nossa intimidade.

É por essa razão que, em cada momento de nossas existências, apelando para o ensinamento de Jesus de Nazaré, estaremos sim, fazendo as nossas preces, seja qual for a nossa crença, fazendo nossa elevação de pensamento, se assim preferirmos, mas sem deixar de vigiar os nossos passos, para onde estão indo nossos pensamentos e como estamos desenvolvendo os nossos atos.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 111, apresentado por Raul Teixeira,
sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro
de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 5 de abril de 2009.
Em 16.07.2009.

Vida e Valores (Os anjos guardiães)


Jamais suponhas que tu estejas ao léu na Terra. Não. Cada qual de nós que renasce no mundo, a Divindade aciona alguém para nos orientar, ao longo de nossa trajetória por aqui.
Esse alguém, esse ser espiritual é conhecido, desde todos os tempos, e nós o chamamos de nosso anjo guardião.
Desde quando surgiu no palco da mentalidade humana a idéia de que há anjos, de que existem seres angélicos, aquele ser superior a nós, que nos guia a vida, que nos orienta a vida, que nos coordena os passos, é chamado de anjo guardião, ou simplesmente anjo da guarda, ou simplesmente nosso guia.
Existem várias imagens que tentam representar o nosso anjo guardião. Há uma muito conhecida, muito popular, de um anjo com asas enormes acompanhando um menino que corre atrás da bola na direção do abismo.
É tão importante saber que a imagem que se tem do anjo guardião é a imagem de quem nos guia, de quem nos protege.E, de fato, o anjo guardião é um Espírito de hierarquia superior à nossa. O bom senso nos diz que tem que ser assim.
Alguém para guiar outro alguém não pode estar no mesmo nível, não pode ser equiparado, porque não saberia sair das situações complexas, inspirar nas situações difíceis.
Logo, o nosso anjo guardião, invariavelmente, é um Espírito de hierarquia mais alta que a nossa.
O anjo guardião funciona como se fosse um irmão mais velho, um pai amoroso, um mestre, um professor, mas fundamentalmente, um amigo.
E nessa amizade, nessa paternidade, nessa irmandade, o nosso anjo guardião não nega recursos para nos fazer criaturas felizes, ainda que para isso tenha que nos deixar sofrer, ainda que para isso nos permita a lágrima.
Desse modo, nós ficamos pensando como é importante essa consciência de que, apesar de sermos pessoas maduras, racionais, homens e mulheres que já conseguimos decidir as nossas vidas na Terra, se não tivéssemos o nosso guardião, cairíamos invariavelmente em muitas trampas do caminho, em muitas armadilhas da vida material na Terra.
Porque é na Terra onde encontramos toda gama de perigos, todas as dificuldades, e a nossa visão humana não é tão abrangente, em termos espirituais, que nos permita identificar onde se acham determinados perigos, determinadas dificuldades.
O anjo guardião é essa criatura que nos inspira, que nos orienta, mas de nenhuma maneira interfere no nosso livre arbítrio, senão ninguém mataria outra pessoa, ninguém roubaria, ninguém furtaria.
Se não fosse esse respeito pelo livre arbítrio, ninguém trairia ninguém, ninguém mentiria contra ninguém, porque o nosso anjo guardião não chancela isso, não aprova isso, não pode aplaudir essas coisas. Mas, em nome do respeito ao nosso livre arbítrio, ele nos deixa agir, na certeza de que, depois da nossa ação teremos que suportar o peso da reação.
É desse modo que verificamos que a nossa vida na Terra só não é mais feliz porque ainda não o desejamos, nem sabemos que é possível ser mais feliz na Terra.
Para nós, nascer na Terra já é, em si próprio, motivo de sofrimento. Pouca gente faz idéia de que a nossa vida no mundo é destinada ao nosso crescimento, à nossa felicidade.
Só que, para que alcancemos esse crescimento, para que logremos essa felicidade, temos que fazer a nossa parte.O nosso anjo guardião nos inspira, repito, nos orienta, nos ajuda, mas ele não pode fazer o que somente nós podemos.
Alguém que visite o médico diante de um problema de saúde, ouvirá do médico as orientações devidas, receberá do médico a prescrição quanto à medicação a tomar, mas vai tomar se quiser, fará uso, se quiser, de tudo quanto o facultativo lhe haja indicado.
Assim é a nossa vida com nossos anjos guardiães. Nós poderemos receber deles toda boa inspiração, mas colocá-la em prática já será de nossa inteira liberdade.
Nosso anjo guardião merece, por isso, ser buscado, procurarmos estreitar os vínculos com ele. É certo que ele não nos abandona, mas nós, muitas vezes, nos desplugamos da sintonia com ele, saímos dessa sintonia com ele e obviamente nos sentiremos a sós, um tanto quanto perdidos nessa vastidão do mundo Terra.
E é tão triste essa sensação de que não temos ninguém, embora tenhamos todos a nosso favor, porque se temos Deus conosco através da figura do nosso guardião, não precisaríamos de mais nada.
* * *
Essa presença de Deus junto a nós, através da figura do nosso anjo guardião, precisa ser valorizada por nós. Sim, precisa ser valorizada por nós.
É muito comum que cheguemos ao ponto de sair procurando ajuda através de outras criaturas.Vamos procurar os médiuns, os sacerdotes, os rabinos, os pastores, os pais de santo, na tentativa de que eles nos resolvam problemas, supondo que eles nos apontarão caminhos.
Muitas vezes o fazem, mas porque são criaturas humanas como nós, vivendo as mesmas lutas e necessidades do mundo, às vezes num plano de melhor visão, muitas vezes dotados de maior experiência que a gente, mas não deixam de ser criaturas humanas, atropeladas pelos mesmos vendavais que atropelam as nossas vidas, nem sempre eles atinarão para com o sentido daquele sofrimento que nos acontece, para com a fonte daquele tormento que nos acicata.
Mas, o nosso anjo guardião sabe exatamente porque é que nós estamos atravessando determinadas quadras da vida, positivas ou doloridas. Nosso anjo guardião sabe.
Será importantíssimo nós aprendermos a fechar circuito com eles, a travar contato com eles. Poderemos fazer isso, sem dúvida, aprendendo a fazer silêncio íntimo.
Temos vivido num tempo na Terra e, particularmente nesse lado ocidental do mundo, em que não conseguimos fazer silêncio mental. Acostumamo-nos culturalmente ao barulho, ao tumulto.
Dessa forma, será muito difícil para nós manter contato com nosso anjo guardião. Para ouvirmos entre aspas, sua voz, para captarmos seu psiquismo, é necessário silenciar nossos barulhos internos, nossos tumultos interiores.
Os orientais costumavam dizer que a nossa mente ocidental é semelhante a um macaco louco, porque salta de um para outro galho. Nós pensamos várias coisas ao mesmo tempo e isso nos perturba muito a capacidade de concentração.
É necessário, em nossa vida, o exercício de fazer silêncio íntimo, o exercício de silenciar, desligar os celulares, a campainha da porta, desligarmos o rádio, a televisão e fazermos durante um tempo, a nossa reflexão.
Pensar na natureza, os quadros bons da natureza, as coisas que nos sensibilizam, que nos comovem. Gradativamente nós vamos aprendendo a concentrar.
Concentrar-se é dirigir-se para alguma coisa ou algum lugar. É transformar alguma coisa, algum lugar, algum fato, no centro da nossa atenção.
Daí então, o nosso anjo guardião merece que nós façamos esse exercício para conseguirmos, ao longo do tempo, estabelecer ponte com ele.
A princípio, quando começarmos a fazer silêncio íntimo, sentiremos grande dificuldade, porque estamos acostumados ao barulho.Temos que falar o tempo todo da nossa vida. Não temos costume de silenciar, de passar algumas horas por conta da nossa própria reflexão.
Temos que estar escutando alguma coisa, seja música, seja conversa dos outros, seja irradiação de futebol, seja a novela, seja o que for: o tempo todo nos acostumamos ao barulho, não conseguimos fazer ponte com o Além Superior.
É importante que comecemos o exercício. Na hora em que o pensamento evadir-se, retornamos e recomeçamos a pensar naquilo que era alvo da nossa atenção.O tempo vai passando e nós vamos aprendendo, gradativamente, a ficar mais tempo em silêncio. Silêncio, ouvindo a voz do infinito.
O célebre Pitágoras estabeleceu que o Universo tem uma harmonia, uma sinfonia, corpos que giram para todos os lados, com velocidades variadas não podem ter outra destinação senão a produção de sons.
Mas Pitágoras estabeleceu que nós não conseguimos ouvir esses sons da natureza, porque já nascemos mergulhados nele, não temos o contraste do som e do silêncio.
Então, para nós será importante aprendermos a ouvir esse som do Universo conscientemente, sabedores de que não saberemos distingui-lo do silêncio cósmico. Mas vamos aprender a ouvir o silêncio do Universo que, para nós, será uma verdadeira sinfonia.
Somente quando o logremos, saberemos. Teremos conseguido fazer ponte mental com nosso anjo guardião. Surgir-nos-ão inspirações, idéias, palavras, aprimoramento daquelas idéias que já tínhamos desenvolvido.
Desse modo, estaremos entrosados com aquele Espírito que foi destinado a nos conduzir na Terra, do nosso berço ao nosso túmulo. Muitas vezes, desde antes do nosso berço terrestre, muitas vezes, para além da nossa morte física, nosso anjo guardião nosso amigo, representante de Deus junto a nós.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 120, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 03.08.2008.
Em 29.09.2008.

Vida e Valores (Gratidão)



Encontramos um ensino notável de Paulo de Tarso, o grande Apóstolo do Cristianismo nascente, quando disse: Dai graças a Deus por todas as coisas.
Esse ensinamento de Paulo, naturalmente enfoca a questão da gratidão.
Via o Apóstolo a importância de se agradecer.
Percebemos que esta não é uma praxe entre as criaturas humanas. Todos nós gostamos de receber. E como gostamos! Mas, a questão é na hora de agradecer.
Parece que as pessoas que fazem as coisas para nós, que nos atendem de alguma forma, no nosso juízo profundo, não fazem mais que sua obrigação, quando não é verdade.
Aí começamos a encontrar espetáculos tenebrosos de ingratidão. Espetáculos de ingratidão que começam, muitas vezes, dentro de nossa casa, dentro do lar.
Quantas vezes, conversando com psicanalistas, com psicólogos,  eles falam das reclamações, das queixas de muitos filhos referentemente aos seus pais.
É muito difícil encontrar filhos que não tenham queixas de seus pais. Nada obstante vale pensar que os pais também teriam queixas dos seus filhos, mas porque os amam, os toleram.
Desse modo, vemos com muita estranheza a ingratidão dos filhos pelos pais. Muitos alegam que sua mãe têm defeitos A, defeitos B; outros dizem que seu pai tem esse ou aquele defeito. Um diz que sua mãe não liga para ele, não lhe dá importância, outro diz que sua mãe o abafa.
Outros falam que seus pais nunca os abraçaram, nunca os beijaram. Outros falam que seus pais são muito exigentes, que o pai é muito cobrador.
E nós ficamos pensando. Naturalmente aqueles que reclamam tanto dos pais, seja do pai, seja da mãe, nunca se detiveram para pensar que, por mais complicado seja o pai, seja a mãe, eles têm uma virtude pela qual se tem que ser perpetuamente agradecido.
Sim. Foram eles que nos deixaram nascer, para que tivéssemos essa vivacidade que temos hoje, para que tivéssemos essa liberdade que temos hoje, para que pudéssemos ser como somos hoje. Devemos a eles, com todos os defeitos que eles possam ter.
É natural pensar que quem não consegue agradecer ao seu pai, à sua mãe que lhe deram a vida física, que lhe concederam a oportunidade do corpo físico, da vida na Terra, dificilmente agradecerá aos outros, aos estranhos. Aquele que não agradece a seus pais, não agradece a ninguém.
Alguns dizem: Mas eu não amo a minha mãe. Outros afirmam: Mas eu não amo  meu pai, essa é uma outra questão.
Analisando tudo isso, dentro do enfoque reencarnacionista,  podemos bem admitir que, na maioria das vezes, os filhos e os pais são Espíritos antagônicos, Espíritos que tiveram experiências não muito felizes em outras existências e que, por isso, quando chegam no mesmo lar, debaixo do mesmo teto, a Divindade propõe que eles se acertem. Essa inconsciência relativamente ao passado, esse esquecimento que o passado nos impõe na nova vida, é para que nós nos acertemos e não para que criemos problemas com a questão da ingratidão.
É por isso que vale a pena pensar que a gratidão é uma virtude de quem consegue amar, mas também de quem consegue raciocinar.
Mesmo sabendo que não sentimos amor pela pessoa que nos atende, mas ela nos atende. Então, precisamos ser-lhe gratos.
Verificando essa dificuldade dentro dos lares, quando muitos filhos são ingratos para com seus pais, ficamos a pensar o que eles encontrarão pelos caminhos afora, o que a vida lhes reservará. Porque se a gente não é capaz de dedicar esse sentimento de agradecimento pela vida, pelo corpo físico, pelas oportunidades, pelo lar, pela escolaridade que tivemos, mesmo pelas lutas que nos conferiram valor, quem não consegue agradecer isto, como vai agradecer outras coisas?
A gratidão, sem dúvida, é a nossa demonstração de amadurecimento, é a nossa demonstração de maturidade diante da vida.
Todas as pessoas que nos fazem bem, que nos ajudam a crescer, mormente quem nos deu o corpo físico, são dignas do nosso agradecimento.
Agradecer é servir a vida, é uma forma de ser feliz.
*   *   *
Somente quando conseguimos agradecer a pai e mãe é que estendemos essa gratulação a outras pessoas, porque os amigos mais próximos são eles, nossos pais.
Às vezes, encontramos o hábito ruim, que vem se implantando mesmo dentro dos lares, que é o hábito de não se ensinar aos filhos a agradecer.
As relações dos nossos filhos começam com os servidores domésticos, com as empregadas domésticas. Porque são empregadas domésticas, passa pelo imaginário geral que essas pessoas não devem receber agradecimento. Como não?

Claro que elas estão recebendo um salário para nos servir, para nos ser úteis, no entanto, toda criatura se sente feliz, gratificada, quando lhe agradecemos.
É por isso que vale a pena agradecer a toda criatura que, de alguma forma, nos atende.
O servidor doméstico pôs a comida à mesa: Muito obrigado, Fulano. Retirou o nosso copo, o nosso prato: Obrigado, Fulano. Porque a criatura pode fazer com má vontade.
Se aprendemos a agradecer, ela terá gosto em nos servir, gosto em nos atender. E, nessas relações todas que estabelecemos uns com outros, não podemos perder de vista a questão energética, a questão vibratória.
Aquela criatura que sabe que nós a estamos desdenhando, vibra mal com relação a nós, faz as coisas vibrando negativamente. Será capaz de impregnar aquilo que nos serve, aquilo com que nos atende. E não custa dizer à nossa servidora doméstica: Fulana, Beltrana, por favor, traga-me um café. Fulana, Beltrana, muito obrigado. Não custa, é uma palavra a cada momento em que nos sintamos agraciados.
Quantas vezes entramos num restaurante, chamamos o garçom de moço ou garçom, não lhe sabemos o nome, nem temos interesse em saber, e o tratamos como se ele não fizesse mais do que a obrigação ao nos servir.
É verdade, ele recebe salário para nos servir, mas, como pessoas amorosas, como pessoas que buscam a paz no mundo e querem ajudar com aquilo que lhes é mais fácil, não nos custaria agradecer ao garçom que nos serve à mesa.
Com toda certeza, cada vez que ele vier à mesa para nos servir, ele terá um sorriso, terá alegria, terá aquela satisfação em colocar no nosso prato, no nosso copo aquilo que estamos solicitando.
A grande questão é trabalharmos, energeticamente, as relações, sabedores do quanto o indivíduo se sente feliz quando recebe um agradecimento.
O balconista, quem é que agradece ao balconista? Ele não faz mais que a obrigação, ele está recebendo para isso, esse é o discurso que nós usamos.
Mas é tão bom quando alguém nos atende e, depois de termos feito o balconista descer todos os produtos para que nós verificássemos qual deles iríamos levar e, às vezes, não levamos, depois daquele sacrifício todo nós dizermos: Muito obrigado, você foi muito gentil.
Quantas vezes essa criatura, que está do outro lado, atendendo no balcão, espera uma palavra de alguém, diante das crises humanas que está vivendo.
Há algum tempo, saindo do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, dirigindo o carro, estava com um amigo e passei pela jovem que cobrava a entrada do estacionamento. Parei o carro e entreguei-lhe o tiquet, ela me disse o valor e, por trás dessa moça registrei uma presença espiritual.
Era um senhor de cabeça branca, com ar preocupado, e dizia-me assim: Mexa com ela, brinque com ela, ela é do Ceará. Naquele átimo, olhei aquela jovem entristecida, aborrecida, e disse-lhe: Olá, cearense. Ela abriu um sorriso.
Como é que o senhor sabe que eu sou do Ceará? Eu digo: Pelo seu jeito. E ela ficou feliz, agradecida.
Eu lhe disse: Muito obrigado, embora ela estivesse ali para atender a todo mundo que fosse pagar o estacionamento.
Agradecer não deveria ser uma obrigação, deveria ser uma alegria, um dever nosso de fraternidade.
Por isso, desde os tempos apostólicos, Paulo de Tarso nos ensinou com relação a Deus: Dai graças a Deus por todas as coisas e, quando agradeço o meu próximo,  estou agradecendo a Deus que o colocou no meu caminho.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 139, apresentado
por Raul Teixeira,
 sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em abril de 2008.
 Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 15 de março de 2009.

Em 13.07.2009.

Vida e Valores (Assistência Espiritual)


É muito comum nós escutarmos o ditado popular: Diga-me com quem andas e te direi quem és. Quem não conhece isto?
E, naturalmente, usamos esta expressão, para designar as pessoas que têm más companhias, que andam em boas companhias. Pela companhia que a gente escolhe, as pessoas nos caracterizam.
Fulano é bom menino, ele procura boas companhias. Fulana é boa moça, está sempre com boa gente.
E o contrário: Ele não vale nada, vê o tipo de pessoa com que ele anda.
Os seres espirituais têm uma outra maneira de encarar isso. Ao invés de dizer como nós dizemos, dize-me com quem andas e te direis quem és, eles têm uma outra maneira de informar:
Dize-me quem és e te direi com quem andas.
Porque os Espíritos partem do princípio que nós é que definimos aqueles seres que queremos como nossos acompanhantes espirituais. Todos nós temos acompanhantes espirituais indubitavelmente, quer nós acreditemos neles, quer não acreditemos neles. Quer sejamos materialistas, ateus, quer sejamos espiritualistas.
O fato é que, como afirmou Paulo de Tarso, nós estamos cercados por uma nuvem de testemunhas.
Testemunhas positivas, que querem nos ver crescer, avançar, progredir, e testemunhas negativas, aquelas que estão prontas para puxar-nos os tapetes.
Vale a pena enfocar a questão da assistência espiritual que todos temos, já que estamos cercados por nuvens de testemunhas; já que a população espiritual do planeta é muito maior do que a população encarnada no planeta. Isso quer dizer, há muito maior número de seres no mundo espiritual, do que de seres na Terra, envergando um corpo físico como nós.
Desse modo, é impossível que nós não tenhamos um acompanhamento espiritual grande. Mas, nem sempre esse acompanhamento espiritual é formado por seres que nos assistem, mas sim, por seres que nos rodeiam.
Aqueles que nos assistem, o fazem por afinidade conosco, por algum tipo de interesse junto a nós. Interesse em nossa evolução, em nosso progresso, em nosso crescimento, ou interesse em nossa desdita, em nossa infelicidade.
Mas, tudo isso não deixa de ser assistência espiritual.
Quem define o tipo de assistência espiritual somos nós, pela forma como se vive.
Esses assistentes espirituais, quando positivos, quando do bem, têm seu ponto máximo naquele ser que nós chamamos de anjo guardião.
Todos nós temos nossos anjos guardiães. Esses anjos guardiães são Espíritos que Deus estabeleceu que seriam nossos guias aqui na Terra, nossos tutores aqui no mundo. Inspirando-nos, acompanhando-nos, orientando-nos para o melhor, sempre para o melhor.
O anjo guardião sempre nos dá as boas dicas, os bons direcionamentos. Ele se comporta como o irmão mais velho ou como um pai extremado, um pai muito atencioso, que estivesse sempre desejoso de ver seus filhos felizes. Essa é a postura do anjo guardião.
Às vezes, nós damos muito trabalho ao nosso anjo guardião, porque tudo quanto ele nos sugere, nós fazemos o contrário, nós desacatamos, nós desobedecemos. E, por causa disto, certamente advêm sobre nós infelicidades, tormentos, dificuldades, quando não ouvimos a voz inspirativa do nosso anjo guardião.
Todos nós, detentores desses seres espirituais que nos assistem, deveremos aprender a travar contato mais próximo, mais íntimo com o nosso anjo guardião, que é o maior dos assistentes que acompanham a nossa vida aqui no planeta.
É esse anjo guardião o ser que Deus colocou para nos atender, para nos entender, colocou à nossa disposição.
Vale a pena que treinemos contato com esse anjo guardião. Como é que a gente consegue isto?
Através do exercício de silêncios íntimos.
Se somos pessoas, se formos indivíduos buscando sempre barulhos, tumultos, agitação; se gostarmos de muita atividade excessivamente barulhenta, com certeza não conseguimos o silêncio íntimo, para fazer ponte com nosso anjo guardião.
Ele é o ponta-de-lança da nossa vida. É ele que define aquilo que nós pretendemos conseguir, nos ajuda naquilo que desejamos alcançar, nos inspira para o bem e nos impulsiona para Deus.
Vale a pena pensarmos nesses assistentes espirituais sim, mas entendendo, que nosso dever imediato é contatar com intimidade o nosso anjo guardião.
* * *
É graças ao nosso anjo guardião, que muitas situações nos são evitadas, porque ele trata de nos anteceder em muitos lugares, em muitos acontecimentos, para que nós não sejamos apanhados de surpresa.
Quantas vezes é ele que nos inspira mudanças de caminho, a adoção de determinado caminho. É ele que nos inspira voltar à casa, depois de termos saído, e aí descobrimos que ficou uma panela no fogão aceso, que ficou uma panela sobre a chama acesa.
É ele que nos orienta para olhar o berço da criança, que às vezes está de bruços, sufocada. É ele que nos orienta dar uma olhada no carro, antes de ligarmos a chave, e percebemos que há alguma alteração, algum vazamento. O nosso anjo guardião está sempre a postos, conduzindo-nos os passos, orientando-nos os passos.
Mas, nem sempre nós desenvolvemos afinidade com nosso anjo guardião. Às vezes, nossos interesses, nossas práticas, nossas ações buscam mais os assistentes negativos, os nossos comparsas espirituais, comparsas de nossos erros, comparsas de nossos equívocos.
Muitas vezes, nós damos mais atenção espiritual aos seres que nos querem puxar para baixo, porque eles nos inspiram, por exemplo, para a bebida e nós vamos, nos inspiram para o acinte à vida, e nós adotamos a sua inspiração, nos inspiram para o crime, e nós vamos, nos incitam para a droga, e nós vamos.
Certamente, ninguém recebe somente uma inspiração. Quando nos vem à mente uma idéia negativa, paralelamente vem outra positiva: Fulano, faça isto, e a outra voz interna que diz: Não faça isto. Beltrano, prove isto, e outra voz interna que nos sugere: Não prove isto. E fica por conta do nosso livre-arbítrio, decidir o que fazemos e o que não fazemos.
Os nossos assistentes espirituais positivos, os Benfeitores Espirituais de nossas vidas, estão sempre pelejando para que nós acertemos, para que cresçamos, para que soframos menos. Mas eles não nos podem impedir sofrer, se nós buscamos o sofrimento.
É por isto que nos cabe ter mais atenção para com nossa vida, porque, de acordo com a maneira que nós formos, estabeleceremos quais serão as entidades espirituais que nos acompanharão, que formarão esse grupo de testemunhas acompanhando nossa vida, cobrindo e secundando os nossos atos.
É por causa disto que Jesus Cristo orientava-nos para o fato de ser Ele o Caminho, ser Ele a Verdade, dirigindo-nos para a grande Vida.
Não é à toa que Paulo de Tarso nos propunha: Vede prudentemente como andais, porque a forma pela qual nós andamos, os destinos que buscamos, definirão a assistência espiritual com que contaremos.
Não adianta as pessoas dizerem que sua vida está indo para trás, que elas não têm sorte na vida, se seus pensamentos, se suas ações, se suas buscas, são de má índole, são de má qualidade.
Se quando a pessoa pensa em alguém ou em alguma coisa, pensa sempre para baixo, pensa sempre negativamente, é óbvio, que o tipo de entidades espirituais que lhe darão assistência, que a acompanharão, serão entidades de baixo nível.
Temos a responsabilidade sobre a assistência espiritual que temos.
Era muito comum, ao tempo do saudoso Chico Xavier, as pessoas dizerem que se aproximavam de Chico Xavier e se sentiam bem, sentiam-se agasalhadas, sentiam-se abraçadas por Chico Xavier, que dava a cada pessoa a sensação de que eram as mais amadas por ele, graças a esse envolvimento espiritual de Chico Xavier, a influência positiva que ele exercia sobre as pessoas.
Isso porque Chico Xavier tinha uma assistência espiritual notável. O Espírito Emmanuel, seu guia espiritual, seu anjo guardião, criava em torno dele uma aura de paz, de felicidade, de alegria, com toda responsabilidade que o Chico tinha nas suas realizações.
Era por isso, pela vida que ele levava, que merecia a assistência do Espírito Emmanuel.
Muitos de nós gostaríamos de ter como guias espirituais Espíritos positivamente bons, almas nobres, Espíritos angélicos. Mas, para isso, nós temos que fazer a parte que nos cabe aqui na Terra: a luta por ser bons, a luta por melhorar a nossa maneira de viver, a luta por melhorar aqueles que estão à nossa volta, e semear pelos caminhos por onde passamos as sementes da felicidade.
Nossos assistentes espirituais, estão profundamente relacionados aos nossos hábitos, aos nossos pensares, ao nosso psiquismo.
Por causa disso, vale a pena que você, que eu, que nós todos, busquemos ao longo dos nossos caminhos, maior entrosamento com o nosso anjo guardião, desenvolvendo silêncios íntimos, o ato de orar e de meditar profundamente.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 146, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em abril de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 09.11.2008.
Em 09.02.2009.

Galho verde


Capítulo 8, item 4
“... A partir do nascimento, suas idéias retomam gradualmente
impulso, à medida que se desenvolvem os órgãos...”
“... Durante o tempo em que seus instintos dormitam, ele é mais
flexível e, por isso mesmo, mais acessível às impressões que podem
modificar sua natureza e fazê-lo progredir...”
(Capítulo 8, item 4.)
Quando crianças, somos como uma “argila frágil” ou mesmo como um
galho verde prontos para ser modelados ou direcionados pelos nossos pais,
que têm por missão desenvolver nossos potenciais como uma de suas
principais tarefas. Grande parte de nossas percepções e reações emocionais
foram internalizadas em razão da influência dos adultos à nossa volta. Desde o
nascimento, somos todos extremamente sensíveis ao ambiente em que
vivemos; por isso, os adultos devem meditar sobre as posturas que irão tomar
em relação às crianças, pois terão grave importância em seu desenvolvimento
futuro.
Determinados atos no ambiente familiar podem “melhorar” e “desenvolver”,
ou “deteriorar” e “inibir” a organização psicoespiritual da personalidade infantil.
Um ponto básico para compreensão e aceitação dos conceitos de
educação em profundidade é o fato de que as crianças, no início de seu
desenvolvimento, são “forçadas” a aceitar as regras dos pais, que se
esquecem de que os filhos não são “livros em branco”, mas almas antigas que
carregam consigo enorme bagagem de experiências em seu “curriculum”
espiritual.
Cada criança é um mundo à parte. Embora existam necessidades
generalizadas para todas, também a individualidade de cada uma deve ser
respeitada, pois os filhos, mesmo de uma só família, são diferentes entre si,
inclusive os gêmeos umvitelinos.
Impraticável tentar vestir mãos diferentes com a mesma luva ou
enquadrar todas as crianças em igual padrão educativo.
Não se podem determinar modelos, receitas e atitudes absolutamente
fixas e rígidas.
Aceita-se com flexibilidade que cada criança terá sua importância à
medida que desenvolve sua personalidade.
Todas as crianças gostam e necessitam de correr, de brincai; de
estudar, de comer e de ser educadas convenientemente, mas cada uma terá
características peculiares e não poderá correr, brincar, estudar e comer como
as outras, nos mesmos moldes ou figurinos.
Um outro ponto importante é que, em muitas circunstâncias, as reações
educativas dos pais não atendem basicamente às necessidades dos filhos,
porém às deles mesmos. Inconsciente-mente, tentam educá-los através das
projeções de seus conflitos, frustrações e problemas pessoais, nunca atingindo
uma dinâmica profunda e direcionada às reais necessidades dos filhos. Certos
adultos vivem suas dificuldades interiores na vida da criança, tentando resolver
seus problemas nos problemas infantis, sentindo-se destroçados ou vitoriosos
conforme as derrotas e os triunfos dos filhos. O resultado disso tudo será uma
pessoa atingindo a maioridade completamente desconectada de suas
realidades e profundamente desorientada.
Um fato a destacar éo sofrimento dos filhos em razão de constantes
atitudes inibitórias provocadas por adultos que se comportam com excessivo
controle e zelo. Impedem que as crianças expressem gestos e raciocínios
espontâneos, bem como a sua forma de ser.
Desencorajam-nas a promover suas idéias inatas, desestimulam-lhes as
vocações naturais, alteram-lhes as atividades para as quais teriam toda uma
habilidade instintiva e faculdades apropriadas e impedem o desenvolvimento
de sua própria índole, prejudicando-as.
Portanto, deveremos ser cuidadosos na análise de nossas influências
paternais junto aos filhos, porque em “nome da missão” ou da “educação filial”
não nos é licito forçar ou distorcer os “galhos verdes”, impondo-lhes opiniões e
decisões e deixando de proporcionar-lhes gradativamente o hábito das próprias
escolhas. Superprotegidos contra os erros, defendidos dos problemas e
dificuldades, vemo-los crescendo à sombra dos pais, indecisos até sobre a
mais simples opção, numa situação de dependência e apego que se prolonga,
em muitos casos, durante toda a encarnação e também, por que não, nas
futuras.
“A partir do nascimento, suas idéias retomam gradualmente impulso, à
medida que se desenvolvem os órgãos”, (1) e as crianças vão adquirindo uma
maior possibilidade de se expressar como realmente são. A partir daí, devem
ser educadas de forma coerente com seu caráter instintivo e traços de
personalidade - fruto dos conhecimentos que adquiriram nas existências
anteriores.
Nunca porém nos padrões da coerção, da exigência, da comparação, da
crítica constante ou da superproteção - fatores de insegurança e de desajustes
psicológicos profundos.
Pais generosos, de espírito totalmente isento de crítica destrutiva,
aproximam-se das crianças com o objetivo real de lapidá-las num clima
constante de muito amor e compreensão, jamais se esquecendo de que elas
não são suas, mas “almas eternas” em estágio temporário no recinto de nosso
lar. São criaturas de Deus a caminho da luz.

Livro : Renovando Atitudes/ Hammed

Aparências( Renovando Atitudes)


Capítulo 21, item 1
“A árvore que produz maus frutos não é boa, e a árvore que produz
bons frutos não é má; porque cada árvore se conhece pelo seu próprio
fruto. Não se colhem figos dos espinheiros e não se cortam cachos de
uva de sobre as sarças...”
(Capítulo 21, item 1.)
Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores por não
confiarmos em nosso poder pessoal de transformação e, dessa forma, forjamos
um “disfarce” para sermos apresentados perante os outros.
Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo
para nós mesmos: ‘‘eu nunca sinto raiva”, “nunca guardo mágoa de ninguém”,
vestindo assim uma aparência de falsa humildade e compreensão.
Máscaras fazem parte de nossa existência, porque todos nós não
somos totalmente bons ou totalmente maus e não podemos fugir de nossas
lutas internas. Temos que confrontá-las, porque somente assim é que
desbloquearemos nossos conflitos, que são as causas que nos mantêm
prisioneiros diante da vida.
Devemos nos analisar como realmente somos.
Nossos problemas íntimos, se resolvidos com maturidade,
responsabilidade e aceitação, são ferramentas facilitadoras para construirmos
alicerces mais vigorosos e adquirirmos um maior nível de lucidez e
crescimento.
Não devemos nunca mantê-los escondidos de nós próprios, como se
fossem coisas hediondas, e sim aceitar essas emoções que emergem do
nosso lado escuro, para que possamos nos ver como somos realmente.
Por não admitirmos que evoluir é experimentar choques existenciais e
promover um constante estado de transformação interior é que, às vezes,
deixamos que os outros decidam quem realmente somos nós, colocando-nos,
então, num estado de enorme impotência perante nossas vidas.
A maneira de como os outros nos percebem tem grande influência sobre
nós. Amigos opressores, religiosos fanáticos, pais dominadores e cônjuges
inflexíveis podem ter exercido muita influência sobre nossas aptidões e até
sobre nossa personalidade.
Portanto, não nos façamos de superiores, aparentando comportamentos
de “perfeição apressada”; isso não nos fará bem psiquicamente nem ao menos
nos dará a oportunidade de fazer autoburilamento.
Deixemos de falsas aparências e analisemos nossas emoções e
sentimentos, aprimorando-os. Canalizadas nossas energias, faremos delas
uma catarse dos fluxos negativos, transmutando-as a fim de integrá-las
adequadamente.
Aceitar nossa porção amarga é o primeiro passo para a transformação,
sem fugirmos para novo local, emprego ou novos afetos, porque isso não nos
curará do sabor indesejável, mas somente nos transportará a um novo quadro
exterior. Os nossos conflitos não conhecem as divisas da geografia e, se não
encarados de frente e resolvidos, eles permanecerão conosco onde quer que
estejamos na Terra.
Para que possamos fazer alquimia das correntes energéticas que
circulam em nossa alma, procedamos à auto-observação e à auto-análise de
nossa vida interior, sem jamais negar a nós mesmos o produto delas.
Lembremo-nos de que, por mais que se esforcem as más árvores para
parecer boas, mesmo assim elas não produzirão bons frutos. Também os
homens serão reconhecidos, não pelos aparentes “frutos”, não por
manifestarem atos e atitudes mascarados de virtudes, mas por ser criaturas
resolvidas interiormente e conscientes de como funciona seu mundo
emocional.
Somente pessoas com esse comportamento estarão aptas a ser árvores
produtoras de frutos realmente bons.

Livro: Renovando Atitudes- Francisco do Espírito Santo / Hammed

Os opostos( Renovando Atitudes)


Capítulo 10, item 12
“... Como continuassem a interrogá-lo, ele se ergueu e lhes disse:
Aquele dentre vós que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra.
Depois, abaixando-se de novo, continuou a escrever sobre a terra...”
(Capítulo 10, item 12.)
“Aquele dentre vós que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra”,
assim enunciou Jesus Cristo diante da mulher surpreendida em adultério.
Ele conhecia a intimidade das criaturas humanas e as via como um livro
completamente aberto.
Sabia de suas carências e necessidades condizentes com seu grau
evolutivo, bem como conhecia todo o mecanismo proveniente de sua “sombra”,
quer dizer, a soma de tudo aquilo que elas não desejam ter e ver em si
mesmas.
O termo “sombra” foi desenvolvido por Carl Gustav Jung, eminente
psiquiatra e psicólogo suíço, para conceituar o somatório dos lados rejeitados
da realidade humana, que permanecem inconscientes por não querermos vêlos.
Jesus sabia que todos ali presentes fariam daquela mulher um “bode
expiatório” para aliviar suas consciências de culpa, projetando sobre ela seus
sentimentos e emoções não aceitos e apedrejando-a sumariamente, conforme
as leis da época.
Em conseqüência, todos ali reunidos sentiriam momentaneamente um
alívio ao executá-la, ou mesmo, “livres dos pecados”, pois nela seriam
projetados os chamados defeitos repugnantes e desprezíveis, como se
dissessem para si mesmos: “não temos nada com isso”.
O Mestre, porém, induziu-os a fazer uma “introspecção”, impulsionandoos
para uma viagem interior, indagando: “quem de vós não tem pecados?”
Somos, a todo instante, tentados a encobrir nossas vulnerabilidades ou
“pontos fracos” por não aceitarmos ser natural que parte de nós é segura e
generosa, enquanto outra duvida e éegoísta.
Faz-se necessario admitirmos nossos “pecados” porque somente dessa
forma iremos confrontar-nos com nossos “sótãos fechados” e promover nosso
amadurecimento espiritual.
Admitindo nossos lados positivo e negativo, em outras palavras, nossa
“polaridade”, passaremos a observar nossa ambivalência, rejeitando assim as
barreiras que nos impedem de ser autênticos. Urge que reconheçamos nossa
condição humana de pessoas em processo de desenvolvimento evolucional.
Ao assumirmos, porém, nossos “opostos” como elementos naturais da
estrutura humana (egoísmo-desinteresse, dominação-submissão, adulaçãoaversão,
ciúme-indiferença, malíciaingenuidade, vaidade-desmazeLo, apegoapatia),
aprendemos a não nos comportar como o pêndulo - ora num extremo,
ora no outro.
A balança volta sempre ao ponto de equilíbrio, e éjustamente essa a
nossa meta de aprendizagem na Terra. Nem avareza, nem esbanjamento, nem
preguiça, nem superentusiasmo, nem tanto lá, nem tanto cá, tudo com
“eqüanimidade”, isto é, dando igual importância aos lados, a fim de acharmos o
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meio-termo.
As polaridades unidas formam a totalidade, ou a unidade, mesmo
porque nossa visão depende de ambas as partes unidas, para que nossas
observações e estruturas não sejam claudicantes. Em suma, unir as
polaridades em nossa consciência nos torna unos ou seres totais.
Com essa determinação, vamos adquirir um bom nível de
permeabilidade e conseguir transcender os limites e interligar nossos opostos,
atingindo um estado de consciência elevada, o que permitirá que nosso
consciente e nosso inconsciente se fundam numa “unidade total”.
As pesquisas da atualidade analisaram as metades do cérebro e
chegaram à conclusão de que cada uma tem funções, capacidades e suas
respectivas áreas, onde atuam as diferentes responsabilidades da psique
humana.
O lado esquerdo cuida da lógica, da linguagem, da leitura, da escrita,
dos cálculos, do tempo, do pensamento digital e linear e do lado direito do
corpo, entre outras coisas, enquanto que o direito se prende às percepções da
forma, da sensação do espaço, da intuição, do simbolismo, da atemporidade,
da música, do olfato e do lado esquerdo do corpo, entre outras funções.
Usar a totalidade cerebral é ter uma visão real da vida que nos cerca;
portanto, com apenas metade do cérebro, teremos a bipartição da verdade, ou
melhor, a não-conexão dos opostos.
O Mestre afirmou-nos: “Eu e meu Pai somos um”, (1) querendo dizer
que Ele era pleno, pois enxergava tudo no Universo como um “todo”, através
de sua consciência iluminada e integralizada.
Jesus não agia dividido em “pares opostos “Não pensava e não sentia
como homem ou mulher, mas como espírito eterno; não visualizava o interior e
exterior, antes observava o Universo e a nós por inteiro, “dentro e fora”,
argumentando que o “Reino de Deus” e “as muitas moradas da Casa do Pai”
estavam no exterior e, ao mesmo tempo, no interior.
Por isso, não há nada a corrigir ou a consertar em nós, a não ser
melhorar a nossa própria forma de ver as coisas, aprendendo a conhecer
amplamente as interligações dos opostos, a fim de atingirmos o equilíbrio
perfeito.
“Pecado”, em síntese, são as extremidades de nossa polaridade
existencial. Daí decorre a afirmação de Jesus de Nazaré aos homens que
somente olhavam um dos lados do fato naquele julgamento e que, ao mesmo
tempo, escondiam sentimentos e emoções que gostariam que não existissem.
Em suma, a ferramenta vital para interligar os opostos chama-se amor,
porque amar é buscar a unificação das pessoas e das coisas, pois ele quer
fundir e não dividir, O amor tem que ser absolutamente incondicional porque,
enquanto for seletivo e preferencial, não será amor real. Quem ama realmente
constitui um “nós”, isto é, “une”, sem anular o próprio eu
O sol emite raios para todas as criaturas e não distribui sua
luminosidade segundo o merecimento de cada um. Assim também é o amor do
Mestre: não diferencia bons e maus, certos e errados, poderosos e simples,
não separa, nem divide, simplesmente ama a todos, pelo próprio prazer de
amar.
(1) João 10:30.

Lágrimas ( Renovando Atitudes)


Capítulo 5 item 1
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bemaventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque o reino
dos céus é para eles.”
(Capítulo 5 item 1.)
Lágrimas são emoções materializadas que romperam as barreiras do
corpo físico. Em realidade, representam os excessos de energia que
necessitamos extravasar.
Nem sempre são as mesmas fontes que determinam as lágrimas, pois
variadas são as nascentes geradoras que as expelem através dos olhos.
Lágrimas nascidas do amor materno são vistas quase que
corriqueiramente nos olhos das mães apaixonadas pelos filhos.
Lágrimas de alegria marejam nos olhos dos enamorados, pelas emoções
com que traçam planos de felicidade no amor.
Lágrimas geradas pela dor de quem vê o ente querido partir nos braços da
morte física, entre as esperanças de reencontrá-lo logo mais, na vida eterna.
Lágrimas de amigos que apertam mãos nas realizações e uniões
prósperas são sempre nascentes puras de emotividade sadia oriundas do
coração.
Há, porém, lágrimas criadas pelos centros de desequilíbrio, que mais se
assemelham a gotas de fel, pois, quando jorram, congestionam os olhos,
tornando-os de aspecto agressivo, de cor carmim, entre energias danosas que
embrutecem a vida.
Lágrimas de inveja e revolta que brotam nos olhares dos orgulhosos e
despeitados, quando identificam criaturas que vencem obstáculos, alcançando
metas e exaltando as realizações ditosas que se propuseram edificar.
Lágrimas de angústia e desconforto que umedecem as pálpebras dos
inconformados e rebeldes, os quais, por não respeitarem a si mesmos e aos
outros, sofrem como conseqüência todos os tipos de desencontros nos
caminhos onde transitam desesperados.
Lágrimas de pavor e devassidão, em uma análise mais profunda, são
tóxicos destilados pela fisionomia dos corruptos, que lesam velhos, crianças e
famílias inteiras na busca desenfreada de ouro e poder.
Lágrimas dissimuladas que gotejam da face dos hipócritas e sedutores,
os quais, por fraudarem emoções, acreditam sair ilesos perante as leis naturais
da vida.Conta-se que lágrimas espessas rolaram dos olhos dos ladrões
crucificados entre o Senhor Jesus, no’Gólgota.
As gotas de lágrima do mau ladrão fecundaram, no terreno dos
sentimentos, as raízes da reflexão e do discernimento, que permitiram entender
o porque dos corações rígidos e inflexíveis. A humanidade aprendeu que há
hora de plantar e tempo de ceifar e que nem todos estão ainda aptos a
compreender a essência espiritual, nascendo, portanto, dessa percepção o
“perdão incondicional”.
Mas dos olhos do bom ladrão deslizaram as lágrimas dos que já
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admitiram seus próprios erros, vitalizando o solo abundantemente e fazendo
germinar as sementes poderosas que permitem às consciências em culpa usar
sempre “amor incondicional” para si mesmas e para os outros, como forma de
restaurar sua vida para melhor.
Isso fez com que os seres humanos se aproximassem cada vez mais do
patamar da reparação e do enorme poder de transformação que existem neles
mesmos, reformulando e reorganizando gradativamente suas vidas.
Estabeleceu-se assim, na Terra, o “arrependimento” - sentimento verdadeiro de
remorso pelas faltas cometidas e que serve para renovação de conceitos e
atitudes.
No teu mergulho interior, pondera tuas lágrimas, analisa-as e certifica-te
dos sentimentos que lhes deram origem.
Que sejam sadias tuas fontes geradoras de emoções e que esse líquido
cristalino que escorre sobre tuas faces te levem ao encontro da paz interior,
entre alicerces de uma vida plena.

Problemas morais sobre o suicídio


Revista Espírita, novembro de 1858
Questões dirigidas a São Luís, por intermédio do senhor C..., médium falante e vidente, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, sessão do dia 12 de outubro de 1858.
1. Por que o homem que tem a firme intenção de se destruir, se revolta com a idéia de ser morto por um outro, e se defenderia contra os ataques no próprio momento em que vai cumprir seu desígnio? - R. Porque o homem tem sempre medo da morte; quando se a dá a si mesmo, está superexcitado e tem a cabeça desarranjada, e cumpre esse ato sem coragem e medo, e sem, por assim dizer, ter o conhecimento do que faz, ao passo que, se tivesse a escolha, não veríeis tantos suicidas. O instinto do homem leva-o a defender a sua vida, e, durante o tempo que se escoa entre o instante que seu semelhante se aproxima para matá-lo e aquele no qual o ato é cometido, ele tem sempre um movimento de repulsão instintiva da morte que o leva a repelir esse fantasma, que não é apavorante senão para o Espírito culpado. O homem que se suicida não experimenta esse sentimento, porque está cercado de Espíritos que o impelem, que o ajudam em seus desejos, e lhe fazem perder completamente a lembrança do que não é ele, quer dizer, de seus parentes e daqueles que o amam, e de uma outra existência. O homem nesse momento é todo egoísmo.
2. Aquele que, desgostoso da vida, mas não quer suicidar-se e quer que sua morte sirva para alguma coisa, é culpável por procurá-la num campo de batalha, defendendo o seu país? - R. Sempre. O homem deve seguir o impulso que lhe é dado; qualquer que seja a carreira que abrace, qualquer que seja a vida que conduza, está sempre assistido por Espíritos que o conduzem e o dirigem com o seu desconhecimento; ora, procurar ir contra os seus conselhos é um crime, uma vez que aí estão colocados para nos dirigir, e que esses bons Espíritos, quando queremos agir por nós mesmos, aí estão para nos ajudar. Entretanto, se o homem conduzido por seu próprio Espírito, quer deixar esta vida, abandona-o, e reconhece sua falta mais tarde, quando se acha obrigado a recomeçar uma outra existência O homem deve ser provado para se elevar; deter seus atos, por entrave ao seu livre arbítrio, seria ir contra Deus, e as provas, nesse caso, se tomariam inúteis, uma vez que os Espíritos não cometeriam faltas. O Espírito foi criado simples e ignorante; é preciso, pois, para chegar às esferas felizes, que progrida, se eleve em ciência e em sabedoria, e não é senão na adversidade que o Espírito colhe sua elevação do coração e compreende melhor a grandeza de Deus.
3. Um dos assistentes observou que crê ver uma contradição entre essas últimas palavras de São Luís e as precedentes, quando disse que o homem pode ser levado ao suicídio por certos Espíritos que a isso o excitam. Nesse caso, cederia a um impulso que lhe seria estranho. - R. Não há contradição. Quando eu disse que o homem impelido ao suicídio, estava cercado de Espíritos que o solicitavam a isso, não falei dos bons Espíritos que fazem todos os esforços para disso desviá-lo; deveria estar subentendido; todos sabemos que temos um Anjo guardião, ou, se preferis, um guia familiar. Ora, o homem tem seu livre arbítrio; se, apesar dos bons conselhos que lhe são dados, persevera nessa idéia que é um crime, ele a cumpre e é ajudado nisso pelos Espíritos levianos e impuros que o cercam, que ficam felizes em verem que ao homem, ou Espírito encarnado, também lhe falta coragem para seguir os conselhos de seu bom guia, e, freqüentemente, do Espírito de seus parentes mortos que o cercam, sobretudo em circunstâncias semelhantes.