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segunda-feira, 27 de março de 2017
Joana de Ângelis: Espiritizar, Qualificar, Humanizar “Ah! Irmão Divaldo, não aguento mais. Estou cansada de fazer caridade. Eu não aguento mais, é tanto pobre. Eu disse: “minha filha, então deixe”. Ela: “O Senhor está me mandando deixar de fazer a caridade?” Eu disse: “Não, eu estou mandando você descansar, porque a caridade está lhe fazendo mal. Já imaginou a caridade fazer mal a quem a faz? Algo não está funcionando! Ou você está exibindo-se sem o sentido de caridade, me perdoe a franqueza, pois quero lhe ajudar, ou você está saturada. Faça uma pausa”
Fonte: Novos Rumos para o Centro Espirita/Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis- LEAL Editora(1999)
“Joanna de Ângelis, fazendo uma análise da nossa Casa, o Centro Espírita Caminho da Redenção, faz três anos, propôs-nos novas diretrizes para o Centro Espírita onde mourejamos. Essas diretrizes ela apresentou em três verbos: Espiritizar, Qualificar, Humanizar.
Pode parecer um absurdo espiritizar o Centro Espírita e um tanto paradoxal. No entanto, há Centro Espírita que só tem o rótulo mas não tem espiritismo. Vamos por partes, porque é muito delicado.
Fui convidado a proferir uma conferência em um Centro Espírita no sul do país. Normalmente, quando recebo convite, não atendo, porque pode ser entusiasmo da pessoa.
No segundo convite eu digo: “para o ano, volte a escrever.” Isso é para ver se a pessoa está mesmo interessada. Para o ano a pessoa volta a escrever e eu digo: “para o ano, na programação, nós vamos agendar.”
E, naquela Casa, fui postergando por um período de seis a oito anos, por falta de tempo, até que o presidente insistiu tanto que fiquei constrangido e dei um jeito.
Disse-lhe, na carta: “mande-me as datas que lhe são ideais e eu escolherei aquela compatível com minha programação.” Estabelecemos a data e por seis meses correspondemos-nos e tudo foi muito bem.
No dia marcado cheguei à cidade e fui a uma bela instituição. Edifício monumental. Uma grande sala. Quando cheguei à porta, fui recebido por uma comissão muito gentil e estabeleceu-se o seguinte diálogo:
– Senhor Divaldo, o Presidente pede desculpas por não ter podido vir receber o Senhor.
Eu disse: “é muito natural, não há problema.”
– Aqui está o Vice-Presidente, o Secretário, o Tesoureiro, e nós desejamos recebê-lo, porque o nosso Presidente está, no prédio vizinho, fazendo cromoterapia.
– “Eu não sabia que ele era cromoterapeuta,” falei. “Ele é profissional, naturalmente?”
– “Não! Ele é espírita”, responderam-me.
– Deixe-me ver: ele é o Presidente do Centro e é o presidente da cromoterapia? Ele me convidou para vir aqui durante oito anos. Marcou a data e foi fazer a cromoterapia!
– É porque a cromoterapia é muito importante. Está salvando milhares de vida.
– Que graça! Eu sempre pensei que o Espiritismo está salvando milhões de vidas.
Será esta a imagem de um Centro Espírita? Em absoluto. O Centro Espírita não tem que se envolver com nenhuma terapia alternativa. É até um desrespeito, porque o cromoterapeuta é alguém que estudou. Ele tem sua clínica e o Centro Espírita não se pode transformar numa clínica alternativa.
É lugar de transformação moral do indivíduo, onde se viaja ao cerne do problema para arrancá-lo. Se transformarmos um Centro Espírita em uma clínica, para lá vão pessoas aturdidas. Qualquer coisa esdrúxula que anunciemos no jornal haverá uma massa incontável que adere por necessidade de pedir socorro.
Mas o Espiritismo não ilude, não mente e nem posterga a ação, porque ele é herança de Jesus. E Jesus, com todo o amor, dizia a verdade. Seja o nosso falar: sim, sim, não, não, conforme Ele o fazia. Não iremos dizer de forma grotesca ou agressiva, mas iremos dizer de uma forma verdadeira. É melhor, às vezes, perder o amigo agora porque não conivimos e o termos depois, do que o apoiarmos e o perdermos em definitivo, quando ele notar a nossa fraude.
Espiritizar
Então, Joanna de Ângelis manda Espiritizar.
Tenho ouvido oradores em casas Espíritas apresentarem temas maravilhosos, mas que não são nada espíritas. Temas que podem narrar no Rotary, na Maçonaria, no Lions, numa reunião social. Na Casa Espírita pode-se abordar qualquer tema, à luz do Espiritismo. Fazer as conotações espíritas.
Se aconteceu uma tragédia na cidade vamos examiná-la, à luz do Espiritismo. Está no momento da clonagem. Vamos falar sobre clonagem, à luz da Doutrina Espírita. Está nos noticiários a corrupção. Vamos falar sobre a corrupção e a terapia Espírita.
Infelizmente não está ocorrendo isso. Convida-se, às vezes, oradores admiráveis, fascinantes, porém, totalmente deslocados. Palestras que se pode ouvir em qualquer lugar.
Na Casa Espírita vão as pessoas atormentadas, buscando consolação, com a alma despedaçada pela morte de seres queridos e, se ouvem uma coisa que nada tem a ver com a proposta da Doutrina Espírita, saem desoladas. Agindo assim, estaremos fraudando a proposta do Espiritismo.
Temos visto congressos espíritas – não é crítica, é análise – em que se aborda Terapia pela dança. É uma maravilha. Mas não num congresso espírita. Vamos fazer isso num congresso de Yoga, que respeitamos muito, ou num congresso de psicoterapia e então coloquemos música, metais, cristais, mas não num congresso espírita.
Ah! É porque nossos irmãos estão doentes, justificam. Nesse caso, falemos das causas das doenças. Das causas anteriores das aflições. Das causas atuais das aflições.
A terapia da dança podemos encontrar em qualquer setor do mundo social, respeitável e nobre. Mas quando vamos à Casa Espírita, esperamos encontrar a proposta espírita.
O Centro Espírita tem que ser o lugar de Doutrina Espírita.
Daí o Centro Espírita tem que ser espiritizado. É a proposta de Joanna de Ângelis.
Qualificar
A segunda vertente de sua proposta é Qualificar.
Vivemos hoje a época da qualidade total. Qualificação é indispensável. Nós, às vezes vamos à Casa Espírita com nossos hábitos ancestrais, o que é natural. Mas o fato de entrarmos na Casa Espírita não muda nossa existência. Levamos a nossa qualificação muitas vezes empírica, singela, e vamos exercer certas funções para as quais não estamos qualificados.
Vemos, por exemplo, um literato, que não entende absolutamente de contabilidade, sendo o tesoureiro do Centro. Vamos ver o indivíduo aplicando a terapia dos passes, mas que, de maneira nenhuma se preparou para isso. Vamos ver no atendimento fraterno uma pessoa que tem muito bom coração mas não tem o menor tato psicológico.
Temos que qualificar-nos.
O que é qualificar? É adquirir características essenciais, típicas das finalidades que vamos exercer na vida prática.
Se eu, por exemplo, quero dedicar-me ao atendimento fraterno, devo fazer um curso. Por isso, os Centros Espíritas devem estar vinculados ao chamado movimento organizado, porque as nossas Casas Federativas dispõem de equipes para nos esclarecer, para nos informar, para ministrar cursos.
Quando vemos, por exemplo, a Federação Espírita do Paraná (FEP), oferecer-nos o jornal Mundo Espírita por um preço irrisório, que muitos ainda não pagam, chegar às nossas mãos todo o mês, com pontualidade, trazendo-nos mensagens libertadoras de consciência, comovo-me com esse trabalho.
Se ligarmos o rádio, aí está um programa de orientação espírita, o Momento Espírita, já transmitido por uma cadeia de rádios em várias cidades do País. Seria interessante se cada um dos senhores, nas suas cidades, entrassem em contato com a FEP e, ao invés de fazer programa de rádio sem nenhuma habilidade, sem qualificação, colocassem o programa que é transmitido em Curitiba, que é de excelente qualidade, narrado por pessoa qualificada, desde a voz, uma voz agradável, muito bem empostada. É uma mensagem muito bem trabalhada, apresentando várias conotações para o enriquecimento das pessoas espíritas e não espíritas.
Muitas pessoas confundem qualificação com elitismo. E as pessoas dizem: “está elitizando!”.
Minha mãe era analfabeta e eu dialogava com ela. Qualificamo-la. Ela tornou-se uma excelente bordadeira, uma excelente cozinheira. Conheço tanta gente instruída que não sabe enfiar a linha na agulha e que não sabe pregar um botão.
Daí, meus amigos, qualificar não é elitizar, não é intelectualizar. É equipar de recursos para fazer bem aquilo que gostaria de fazer. Evitar o aventureirismo.
Humanizar
Humanizar é fazer com que nós, de vez em quando, tornemos à nossa simplicidade, ao nosso bom humor, ao nosso lado humano. A vida nos impõe rotinas e, quando menos esperamos, estamos fazendo aquilo rotineiramente, sem emoção. Nós nos transformamos em máquinas.
Visitei uma instituição e uma senhora me disse assim:
“Ah! Irmão Divaldo, não aguento mais. Estou cansada de fazer caridade. Eu não aguento mais, é tanto pobre.
Eu disse: “minha filha, então deixe”.
Ela: “O Senhor está me mandando deixar de fazer a caridade?”
Eu disse: “Não, eu estou mandando você descansar, porque a caridade está lhe fazendo mal. Já imaginou a caridade fazer mal a quem a faz? Algo não está funcionando! Ou você está exibindo-se sem o sentido de caridade, me perdoe a franqueza, pois quero lhe ajudar, ou você está saturada. Faça uma pausa”.
Ela: “O que será dos pobres?”
Eu: “Minha filha, eles são filhos de Deus. Antes de você chegar Deus já tomava conta. Você está só dando uma mãozinha para você, não para eles, porque, afinal, isso aqui nem é caridade, é paternalismo. Você está mantendo muita gente na miséria, que já podia estar libertada, porque você me disse que já atendeu a avó, a filha e agora está atendendo a neta.
Como é que você conseguiu manter na miséria três gerações? Que a avó e a filha fossem pobres necessitadas, é aceitável, mas a neta já teríamos que libertar da miséria de qualquer jeito. Colocando-a na escola, equipando-a, arranjando-lhe trabalho. Isso não é caridade. Está lá no Evangelho: “Transformai as vossas esmolas em salário”.
Então, repouse um pouco. É uma rotina. Você quer abarcar um número de pessoas que você não pode abraçar. Diminua. Faça com qualidade e procure fazer em profundidade. Faça o bem.
Nós não podemos salvar o mundo e perder a nossa alma. A tese é de Jesus Cristo: “Que vos adianta salvar o mundo e perder-se a si mesmo!” Nós não estamos aqui para salvar o mundo. Estamos aqui para salvar-nos e ajudar o mundo para que cada um nele se salve.
Então, humanizar é neste sentido. É esta proposta de voltarmos a ser gente. Não ficarmos nos considerando muito importantes. O Presidente do Centro, o dono do Centro, o super-médium, a pessoa mais formidável do século. Voltarmos às nossas origens. A simplicidade de coração, a afabilidade, a doçura (textos do Evangelho Segundo o Espiritismo), a cordialidade, o bom trato.
Se o doente é insistente, se o pobre é impertinente, nós estamos ali porque queremos. Não foi o pobre que pediu para nós irmos lá. Nós é que nos oferecemos. Então temos a escusa de estarmos cansados, de estarmos irritados. “Eu também tenho problemas”.
Então vá resolver seus problemas. Não os traga para a Casa Espírita. E notem que esta tríade está perfeitamente de acordo com o pensamento kardequiano: trabalho, solidariedade e tolerância.
Qual é o trabalho? ESPIRITIZAR-SE. O trabalho de adquirir o conhecimento espírita, de perseverar no estudo. Minha mãe era analfabeta. Eu lia para ela, estudava, comentava. Ela acompanhava. Aprendeu a Doutrina Espírita dentro dos seus limites.
Solidariedade. QUALIFICAR-SE, para servir melhor, para ser mais solidário.
Tolerância: ser mais HUMANO. Quando somos mais humanos, somos tolerantes. E esta tríade não é propriamente de Allan Kardec. Ele a tirou de Pestalozzi, seu professor, que tinha como base educacional três palavras: trabalho, solidariedade e perseverança. Allan Kardec, que foi seu discípulo, tomou a tríade e adaptou-a, substituindo perseverança por tolerância.
Assim, o Centro Espírita é a nossa oficina. Quando nós entramos na Casa Espírita devemos sentir os eflúvios do amor, da fraternidade. Não é o lugar dos conflitos, das picuinhas, das nossa dificuldades, das nossas diferenças, que nós as temos, mas das nossas identidades, das nossas compreensões, do nosso esforço para sermos melhor.
Daí a nova proposta do Centro Espírita: voltar às bases do pensamento de Allan Kardec. Reviver o trabalho, a solidariedade e a tolerância. Sermos realmente irmãos.
Esta é a nossa família ampliada. Se entre aqueles com os quais compartimos idéias, que são perfeitamente consentâneas com as nossas, nós temos dificuldades de relacionamento, como é que iremos nos relacionar com o mundo agressivo, com a sociedade que não nos aceita, com aqueles que nos hostilizam, com aqueles que nos perseguem?
O Centro Espírita é o lugar onde nós treinamos as virtudes básicas: a fé, a esperança e a caridade.
Fonte: http://mensageiro.comunhaoespirita.org.br/?p=2044
DIVALDO LÊ VÁRIAS VEZES "O LIVRO DOS ESPÍRITOS"
Conta Divaldo: "Quando eu comecei o exercício
da mediunidade - se hoje enfrento dificuldades, imaginem há 30 anos atrás o que
é que eu era -, via os Espíritos, sentia-os, mas não compreendia o fenômeno.
Certo dia apareceu-me um Espírito e disse-me:
-
Divaldo, você é médium, mas não é espírita, não é verdade?
Ao que confirmei:
-
Não senhor, não sou espírita.
-
Mas deve sê-lo! E a única forma de ser espírita é começar pelo começo: estudar O Livro dos Espíritos.
Eu nunca tinha ouvido falar em O Livro dos Espíritos, em
1948. Procurei-o muito até que o encontrei. Era um livro grosso, bem gordinho -
porque os livros lidos engordam; aqueles bonitinhos, na estante, são para
decorar, comprados a metro, ficam belos, lustrosos e magros. Quando o olhei,
pensei, surpreso:
-
Meu Deus, será que eu vou aguentar ler este livro todo até o fim?
Porque eu estava acostumado a ler "Guri",
"Gibi", o "Globo Juvenil", que eram as revistas da época.
Como o Espírito me mandara lê-lo, tomei-o e o li. Quando deparei a letra miúda
da "Introdução" comecei a saltar trechos que não me pareciam
interessantes, tal a minha ignorância. Depois, tomava assim casualmente e
virava diversas páginas. Acabei a "Introdução" em alguns minutos. No
capítulo do "Prolegômenos", perturbei-me por ignorar o significado da
palavra, que perguntei ao Espírito amigo e ele respondeu-me:
-
Compre um dicionário, porque o Espiritismo também é doutrina de
cultura. À medida em que você conhecer o Espiritismo, melhorará o seu
vocabulário, o seu conhecimento.
Comprei o dicionário, mas fui tão sem sorte que nele
não havia a palavra "Prolegômenos".
Adquiri, então, um outro dicionário maior. Em dois
dias, eu acabei de ler O Livro dos Espíritos. Quando o Espírito amigo me
apareceu - ainda me lembro como hoje - indaguei:
-
E agora, qual o livro que devo ler?
Ele respondeu:
- O Livro
dos Espíritos.
-
Mas, meu irmão - esclareci - eu já o li.
Ele insistiu:
-
Leia-o de novo, Divaldo.
Pensei:
-
Vai ver que ele notou que eu saltei algumas páginas.
Voltei a ler a extraordinária obra. Fui descobrindo
tesouros valiosos. Demorei dois meses ou mais e li-o até a última palavra.
Quando o Espírito aparecer-me, disse-lhe:
-
Agora eu o li de ponta a ponta. Qual é o livro que deverei ler?
E ele:
-
Volte a ler com mais atenção O Livro dos Espíritos.
Obedeci. Durante a leitura eu tinha que parar para
meditar, porque as respostas eram tão extraordinárias que me conduziam a
demoradas reflexões.
Demorei-me quase um ano na leitura. Memorizei questões
e detive-me a pensar.
Posteriormente, indaguei ao Benfeitor Espiritual:
-
E agora qual o livro que deverei ler?
Ele orientou-me:
-
Bem, agora você pode ler O Livro dos Médiuns, mas vai continuar
estudando O Livro dos Espíritos até além da morte. Porque, à medida que você
tenha tirocínio, melhor o entenderá. Se você aplicar cem anos da sua vida
examinando o conhecimento geral à luz de O Livro dos Espíritos, os cem anos
serão insuficientes para penetrá-lo na sua totalidade, já que ele é como a
seiva e a síntese da cultura universal, que só daqui há muito tempo o homem
entenderá em toda a sua profundidade."
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
No trabalho profilático. "Como é indispensável o labor da evangelização da criança quanto do jovem, de modo a termos no porvir do mundo as almas devidamente preparadas, para os embates a serem superados, desde as fases iniciais da reencarnação, o que diminuirá as dores físicas e morais do Planeta!
Tem sido comum a chegada de grandes levas de necessitados às instituições espíritas, tangidas por dramas intensos e dores pungentes, aguardando socorro para toda gama de dificuldades que se abatem sobre as suas vidas.
Ergue-se, porém, a urgência de tratar desses magotes de padecentes aproveitando o ensejo para vacinar a todos com as medicações que o Espiritismo oferece, a fim de se evitar a reincidência dolorosa.
Como é importante no seio do nosso Movimento o atendimento aos sofredores e perturbados da erraticidade, para que sejam liberados de tormentos e conflitos!
Será indispensável, contudo, que haja empenho nosso para que as populações sejam instruídas, orientadas para o bem, a tal ponto que não haja, no futuro, necessidade de novos enfermos desencarnados, tendo em vista que o Espiritismo pode prevenir, no íntimo dos seres, a eclosão das infelicidades que os conduzem às reuniões em que os padecentes são atendidos.
Como é indispensável o labor da evangelização da criança quanto do jovem, de modo a termos no porvir do mundo as almas devidamente preparadas, para os embates a serem superados, desde as fases iniciais da reencarnação, o que diminuirá as dores físicas e morais do Planeta!
Com esse mister evangelizador, a criança e o moço de agora lograrão a referida vacinação, considerando-se a condição de carência espiritual em que renasce na Terra a grande massa dos Espíritos.
A profilaxia é importantíssima para que, aos poucos, eliminemos os quadros de dores e de lágrimas de sofrimentos na Terra.
O trabalho da orientação dos mais jovens, desde a atualidade, diminuirá a quantidade de pobres materiais e de desditosos morais, uma vez que, embora o Espiritismo nos inspire o atendimento e o socorro a quem precisa, esclarece-nos, ao mesmo tempo, quanto às razões de haverem chegado à reencarnação com essas carências.
Somente o ensinamento do bem, iniciado no âmago dos lares e fortificado e emoldurado pelo trabalho de verdadeiros bandeirantes do amor fraterno, os evangelizadores, será capaz de dinamizar os planos do Criador para as Suas criaturas terrenas, e será desse modo que o glorioso Espiritismo atenderá, por nosso intermédio, à sua missão de consolador, sem qualquer dúvida, mas, fundamentalmente, expressará a sua marca de Verdade, que deverá acompanhar-nos até os tempos vindouros do Planeta, quando seremos, então, um único rebanho conduzido por um só Pastor, que é o nosso amado Jesus.
Trabalhar, sim, para resolver os enigmáticos dramas do mundo mas prevenir, também e principalmente, pois que há problemas no orbe que já não precisariam mais ocorrer nesses dias venturosos do Espiritismo implantado entre nós.
Benedita Fernandes
Mensagem psicográfica recebida pelo médium José Raul Teixeira, na Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, no dia 8 de novembro de 2008, em Brasília, DF.
Fonte: http://www.sef.org.br/sef/no-trabalho-profilatico-mensagem-psicografada-medium-raul-teixeira/
Dificuldades no Movimento Espírita "Não te deixes desalentar pela sensação de que o Espiritismo em nada te auxilia, considerando os golpes contundentes que te ferem cotidianamente, impondo-te lágrimas em que se mesclam dores, mágoas e revoltas...
Não te aturdas pelo que vês nas fileiras da Seara Espírita, que
almejavas grandiosa e bela: a apatia no campo moral de tantos, dando a
impressão de que isso é coisa natural; os desatinos que não são freados
pelo bom-senso, comprometendo o nome da gloriosa Doutrina; a
maledicência que alcança largas praias da vida dos nossos arraiais, como
se devessem fazer parte das nossas ocupações cotidianas; os
descompassos entre as lições teóricas conhecidas e as atividades
práticas diárias cheias de hostilidades.
Não te deixes desalentar pela sensação de que o Espiritismo em nada
te auxilia, considerando os golpes contundentes que te ferem
cotidianamente, impondo-te lágrimas em que se mesclam dores, mágoas e
revoltas.
Não te rebeles ao verificar que muitos que ocupam posições destacadas
no Movimento do luarizado Espiritismo, agem como se nada tivessem a ver
com a magnitude da mensagem, uma vez que somente anseiam pelas coisas
do mundo material, com cinismo e desplante, preocupados tão só em
fixar-se nas posições que lhes proporcionam maior visibilidade,
bastando-lhes o ensejo exibicionista, em função dos quais afirmou Jesus
que “já teriam obtido o seu galardão”, ou seja, o que desejavam.
Não te atormentes, pois, uma vez que o planeta terreno atravessa
momentos de seriíssimas definições e redefinições, de cujo processo
ninguém pode escapar, enquanto se persistir na busca do progresso.
A Terra, em razão disso, traz sobre seu dorso e nas esferas do seu
campo psíquico, entidades nos mais diferenciados estágios de
aprimoramento, de desenvolvimento geral, dentre os quais são muitos os
que se aninham na má vontade, esforçando-se por retardar o dia luminoso
da grande renovação planetária.
Nesse estado de coisas, não estaria o Movimento Espírita indene a
semelhantes presenças ou livres dessas almas que, em si mesmas
atordoadas, causam atordoamento onde quer que chegam, quer estejam no
corpo físico, reencarnadas, quer ainda se achem aguardando novas
oportunidades, na erraticidade.
Do mesmo modo que encontramos almas irresponsáveis que se valem do
nome de Jesus, a fim de explorar a boa fé dos ingênuos e dos incautos,
dos ignorantes e dos parvos, nas mais distintas confissões de fé ou fora
delas, temos em nosso Movimento os que, da mesma maneira, evocam o nome
do Senhor, admitindo sempre que não há nenhuma necessidade de que levem
a sério o trabalho e os deveres que lhes cabem, já que os Guias do
mundo são dotados de grande generosidade, são misericordiosos.
Almas infantilizadas, nas quais ainda é verdoso o senso moral,
enxameiam, orgulhosas umas, vaidosas outras, prepotentes tantas, que,
mesmo reconhecendo suas incapacidades, fazem questão de assumir posições
e cargos de responsabilidade, que sabem que não responderão a contento,
pelo fato de tais situações lhes conferir projeção ou destaque social.
Há os que não têm nenhuma noção do campo de atividades em que se
acham, mas não recuam, não procuram orientar-se de modo a produzir o
melhor para a Doutrina. Permanecem como estão, supondo que os Espíritos
do Senhor lhes suprirão a má vontade e o relaxamento.
Desgraçadamente, tais irmãos do mundo estão distribuídos por todos os
campos da vida social e se fazem temerários aventureiros nas esferas da
política ou da administração das coisas públicas; achamo-los à frente
de empresas que deveriam ser produtivas para o progresso da sociedade e
que seguem a passos tartaruguescos; temo-los liderando movimentos
artísticos e culturais, onde nada funciona a contento, onde coisa alguma
de expressivamente bom acontece para suas áreas, do mesmo modo como os
deparamos à frente de grupos familiares e de instituições religiosas.
Vemos que cada um anseia por extrair benefícios imediatos da situação
em que se aloja, desacreditando, convictamente, da vida imortal para
além da matéria densa do mundo. Não te desarmonizes, pois, perante esse
quadro sinistro, conflitivo e cheio de contradições da sociedade.
Trata de cumprir o que a ti te cabe, sem que as atitudes alheias te
induzam ao desgoverno de ti mesmo, ou ao relaxamento para com teus
compromissos perante a existência.
Cumpre-te pautar a vida nos passos dos ensinos do grande Mestre Jesus
Cristo; aprende com Ele que a cada um será conferido de conformidade
com as próprias atuações nos trilhos da vida.
Aprende, ainda, a não depositar os ensinos rútilos do Espiritismo sob
mãos francamente incapazes ou sob mentalidades insanas, pois que, sem
contestação, mais cedo ou mais tarde, tudo elas conseguirão desvirtuar,
tudo irão degenerar sob os mais tolos ou obscuros argumentos.
Trata, pois, de mergulhar a mente nos ensinamentos felizes do
Cordeiro de Deus e ajusta os teus passos na trilha por Ele deixada, e
não te importunarás com os companheiros desviados da estrada por livre
deliberação, conseguindo, então, não oferecer suas pérolas aos porcos,
tampouco desejarás depositar vinho novo em barril velho, procurando, aí,
sim, apesar das pelejas ardentes e das lágrimas inevitáveis dos teus
testemunhos, seguir fiel e renovado, cheio de possibilidades para
entender, orientar e socorrer a quantos o necessitem, na busca do Reino
dos Céus, por meio dos roteiros do Espiritismo.
Com o tempo, na medida em que se renovem os humanos, também
renovar-se-á o nosso bendito Movimento Espírita que, somente então,
conseguirá refletir o brilho intraduzível do estelar Espiritismo.
Assim, não te descompenses. Procura fazer o que te cabe para ser
feliz, levando contigo os que estejam sintonizados com o ideal de vida
abundante e de paz insuplantável que adotaste para alicerçar a tua
existência.
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 11.02.2008, na Sociedade Espírita Francisco de Assis de Amparo aos Necessitados – SEFAN, em Ponta Grossa – PR.
Fonte:http://www.sef.org.br/sef/dificuldades-no-movimento-espirita-mensagem-psicografada-medium-raul-teixeira/
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
Parábola: significa
narrativa curta ou apólogo, muitas vezes erroneamente definida também
como fábula. Sua característica é ser protagonizada por seres humanos e
possuir sempre uma razão moral que pode ser tanto implícita como
explícita. Ao longo dos tempos vem sendo utilizada para ilustrar lições
de ética por vias simbólicas ou indiretas. Eram as histórias geralmente
extraídas da vida cotidiana utilizadas por Jesus Cristo para ensinar aos
seus discípulos. Segundo Marcos 4, versos 11-12, eram utilizadas por
Jesus para que somente seus discípulos as entendessem plenamente. Este
gênero já era utilizado por muitos dos antigos profetas.
Sacerdote: é uma autoridade ou ministro religioso, habilitado para dirigir ou participar em rituais sagrados de uma religião em particular. Eles também têm a autoridade ou o poder de administrar os ritos religiosos, em especial, os ritos de sacrifício e expiação de uma divindade ou divindades. Seu cargo ou posição é chamado de Sacerdócio, um termo que pode também se aplicar a essas pessoas coletivamente.
Levitas: Aos
que crêem nas Escrituras, é inegável que Levi tenha sido uma tribo como
as outras, separada, porém por Deus para exercer o sacerdócio.
Entretanto, a situação da tribo no momento em que o Pentateuco teria sido escrito, bem como sua posição na sociedade judaica após o exílio na Babilônia geram discussão entre estudiosos.
Alguns acreditam que Levi tenha sido uma das tribos que teria fugido do Egito, e ao chegar a Canaã
teriam se aliado a outras tribos hebraicas autóctones, e, após a
organização destas tribos e sua fusão em uma só nação, os levitas teriam
sido designados ao sacerdócio.
Outra
corrente acredita que os levitas teriam sido uma casta à parte do
sistema tribal existente, uma elite com poderes políticos originados de
sua relação de exclusividade com Deus. Essa não era uma postura incomum
no Oriente Médio antigo ou em outras regiões, e observava-se a existência de classes sacerdotais rígidas na Mesopotâmia e na Índia fundamentadas no direito exclusivo destas classes em interferir junto a Deus pela ordem de suas sociedades.
Samaritanos: são um pequeno grupo étnico-religioso aparentado aos judeus que habita nas cidades de Holon e Nablus situadas em Israel e na Cisjordânia respectivamente. Designam-se a si próprios como Shamerim
o que significa "os observantes" (da Lei); desde há alguns anos os
Samaritanos tem vindo igualmente a usar o termo "israelita-samaritanos".
A religião dos Samaritanos baseia-se no Pentateuco, tal como o judaísmo. Contudo, ao contrário deste, o samaritanismo rejeita a importância religiosa de Jerusalém. Os samaritanos não possuem rabinos e não aceitam o Talmud (registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo.) dos judeus ortodoxos.
Os samaritanos não se consideram judeus, mas descendentes dos antigos habitantes do antigo reino de Israel
(ou reino da Samaria). Os judeus ortodoxos consideram-nos por sua vez
descendentes de populações estrangeiras, que adotaram uma versão
adulterada da religião hebraica; como tal, recusam-se a reconhecê-los
como judeus ou até mesmo como descendentes dos antigos israelitas. O
Estado de Israel reconhece-os como judeus.
A Parábola do Bom Samaritano
(Lucas, 10:25-37)
Narra o evangelista Lucas que Jesus Cristo, certa vez, procurado por um doutor da lei, este lhe perguntou: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Percebendo o objetivo capcioso da indagação, ele limitou-se a indagar: O que está escrito na lei? Como lês?
A réplica do escriba não tardou: Amará
ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao próximo como a
ti mesmo.
Face o acerto da resposta, o Senhor lhe disse: Respondeste bem; faze isso e desfrutarás da vida eterna.
O inquiridor, entretanto, não ficou satisfeito e para justificar-se, aventurou nova pergunta: Quem é o meu próximo?
A fim de elucidar melhor a questão, o Cristo propôs-lhe uma parábola, dizendo:
Descia
um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os
quais, após despojá-lo de tudo, espancaram-no, deixando-o moribundo à
margem da estrada.
Coincidentemente descia pelo mesmo caminho um sacerdote. Vendo-o, passou de largo.
Logo a seguir descia um levita, cujo procedimento não foi diferente daquele do sacerdote.
Entretanto,
dentro em pouco surge um samaritano que, vendo-o naquele estado
deplorável, moveu-se de íntima compaixão e, descendo de sua cavalgadura,
levou-o a uma hospedaria, onde continuou a cuidar dele.
Tendo
que partir, no dia seguinte, deu dois dinheiros ao hospedeiro,
recomendando-lhe que continuasse a dar-lhe assistência, prontificando-se
a pagar, em sua volta, tudo aquilo que excedesse a importância deixada.
Após
ensinar essa parábola, indagou Jesus: Qual destes três te parece que
foi o próximo do homem que havia sido vítima dos salteadores, merecendo
do doutor da lei a resposta: O que usou de misericórdia para com ele.
Diante desse discernimento aduziu o Senhor: Vai, e faze da mesma maneira.
O
ensino propiciado por Jesus Cristo nessa edificante parábola é dos mais
significativos. Nele podemos apreciar o exercício da caridade
despretensiosa, incondicional, em seu sentido amplo, sem limitações.
O
samaritano, considerado herege e apóstata pelos judeus ortodoxos, foi o
paradigma tomado pelo Mestre para nos ensejar tão profundo ensinamento.
O
grande mérito da parábola consiste em fazer evidenciar aos nossos olhos
que, o indivíduo que se intitula religioso e se julga virtuoso aos
olhos de Deus, nem sempre é o verdadeiro expoente de virtudes que julga
possuir. Ensina aos outros como fazer caridade, mas ele nem de longe
quer praticá-la.
O
sacerdote que passou primeiramente, certamente atribuía a si qualidades
excepcionais e se julgava zeloso cumpridor da lei e dos preceitos
religiosos. Ao deparar com o moribundo, com certeza balbuciou uma prece
em seu favor, mas daí até a ajuda direta a distância é enorme. O mesmo
deve ter sucedido com o levita.
O
samaritano, considerado desprezível pelos judeus ortodoxos, mas
cumpridor dos seus deveres humanos, não se limitou a condoer-se do
moribundo. Chegou-se a ele e o socorreu da melhor forma possível,
levando-o em seguida a um lugar de repouso onde o assistiu melhor,
recomendando-o ao hospedeiro e prontificando-se a ressarcir todos os
gastos quando da sua volta.
A
caridade foi ali dispensada a um desconhecido, e quem a praticou não
objetivou recompensa, o que não é muito comum na Terra, onde todos
aqueles que praticam atos caridosos, logo pensam nas recompensas
futuras, na retribuição na a vida espiritual.
Os
samaritanos eram dissidentes do sistema religioso implantado na Judéia -
eram os protestantes da época. Com o fito de demonstrar a precariedade
dos ensinamentos da religião oficial, Jesus Cristo figurava os
samaritanos como sendo aqueles que melhor mente havia assimilado os seus
ensinos, concretizando em atos tudo aquilo que aprendiam através das
palavras.
Além
de nos ensinar o feito generoso do samaritano da parábola, o Mestre
também os tomou como paradigmas em outras circunstâncias, para
ilustração reportemo-nos ao majestoso ensino sobre a Mulher Samaritana
(João, 4:5-30) e o da cura de dez leprosos, dentre os quais apenas um
que era samaritano lembrou-se de voltar para render graças a Deus pela
cura obtida (Lucas, 17:11-19).
(Jornal Mundo Espírita de Janeiro de 1998)
No
Novo Testamento, samaritano é o nome dado aos habitantes do distrito de
Samaria; mas o nome tem profundos matizes religiosos. Para os judeus,
os Samaritanos eram um grupo herético e cismático e por isso, eram
repudiados e odiados mais do que os pagãos A origem do cisma entre
judeus e samaritanos se aprofunda na primitiva história israelita. Os
judeus que se estabeleceram em Jerusalém após o Edito de Ciro (538 a.C)
não consideravam a comunidade que habitava no distrito de Samaria, e
antigo centro de Israel, como verdadeiros israelitas. Eles eram
descendentes de uma população mista de assírios e mesopotâmicos. Essas
populações tinham introduzido na terra de Israel o culto a seus próprios
deuses
Samaritano era tido como herege, infiel, macumbeiro, sincretista.
O levita ou fariseu era só de fachada, tipo fanáticos sem citar denominações.
O sacerdote pode ser qualquer sacerdote de qualquer religião que coloca o ofício antes da caridade. Ser sacerdote de verdade é amar a DEUS servindo aos irmãos necessitados e não fazer pregações, cultos, giras, missas. Isto pode até ter seu valor, mas DEUS espera antes que a caridade para quem necessita venha sempre primeiro.
Foi um tapa para fanáticos e religiosos de fachada, pois Jesus usou a imagem de alguém que era tido como macumbeiro, feiticeiro, herege que era a imagem do samaritano.
O levita ou fariseu era só de fachada, tipo fanáticos sem citar denominações.
O sacerdote pode ser qualquer sacerdote de qualquer religião que coloca o ofício antes da caridade. Ser sacerdote de verdade é amar a DEUS servindo aos irmãos necessitados e não fazer pregações, cultos, giras, missas. Isto pode até ter seu valor, mas DEUS espera antes que a caridade para quem necessita venha sempre primeiro.
Foi um tapa para fanáticos e religiosos de fachada, pois Jesus usou a imagem de alguém que era tido como macumbeiro, feiticeiro, herege que era a imagem do samaritano.
Jerusalém e Jerico
Descia um homem de Jerusalém a Jericó...
Para entender isso, há que compreender que, de fato, para ir de Jerusalém a Jericó se desce, pois Jerusalém situa-se a 2.000 metros de altitude, e Jericó, junto ao mar Morto, está a 250 metros abaixo do nível do mar.
Para entender isso, há que compreender que, de fato, para ir de Jerusalém a Jericó se desce, pois Jerusalém situa-se a 2.000 metros de altitude, e Jericó, junto ao mar Morto, está a 250 metros abaixo do nível do mar.
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
"Levantando-se
um doutor da lei experimentou-o, dizendo: Mestre, que farei para herdar
a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei?
como lês tu? Respondeu ele: Amará ao Senhor teu Deus de todo teu
coração, de toda a sua alma, de toda a tua força e de todo o teu
entendimento e ao próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe Jesus:
Respondeste bem; faze isso e viverás. Ele, porém, querendo
justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Prosseguindo
Jesus disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó; e caiu nas mãos de
salteadores que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram,
deixando-o meio morto.
Por
uma coincidência descia por aquele caminho um sacerdote; e quando o
viu, passou de largo. Do mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e
vendo-o, passou de largo. Um samaritano, porém, que ia de viagem,
aproximou-se do homem, e, vendo-o teve compaixão dele; e chegando-se,
atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre seu
animal, levou-o para uma hospedaria e tratou-o. No dia seguinte tirou
dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: Trata-o, e quanto gastares
de mais, na volta to pagarei.
Qual
destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos
salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia
para com ele. Disse-lhe Jesus: “Vai e faze tu o mesmo”.
(Lucas, X, 25-37)
Segundo nos dita CAIRBAR SCHUTEL
Se
examinarmos atentamente a Doutrina de Jesus, veremos em todos os seus
princípios a exaltação da humildade e a humilhação do orgulho. As
personalidades mais impressionantes e significativas de suas parábolas
são sempre os pequenos, os humildes, os repudiados pelas seitas
dominantes, os excomungados pela fúria e ódio sacerdotal, os acusados
pelos doutores da lei. pelos rabinos, pelos fariseus e escribas do povo,
em suma, os chamados heréticos e descrentes! Todos estes são os
preferidos de Jesus, e julgados mais dignos do Reino dos Céus que os
potentados da sua época, que os sacerdotes ministradores da lei, que os
grandes, os orgulhosos, os representantes da alta sociedade!
Leiam
a passagem da "mulher adúltera", a Parábola do Publicano e do Fariseu, a
do Filho Pródigo, a da Ovelha Perdida, a do Administrador Infiel, a do
Rico e o Lázaro; veja o encontro de Jesus com Zaqueu, ou com Maria de
Betânia, que lhe ungiu os pés; a Parábola do Grão de Mostarda em contra
posição à frondosa Figueira sem Frutos, e a do Tesouro Escondido em
contraposição à dos tesouros terrenos e das ricas pedrarias que
adornavam os sacerdotes! Esta afirmação se confirma com esta sentença do
Mestre aos fariseus e doutores da lei: "Em verdade vos afirmo que as
meretrizes e os pecadores vos precederão no Reino dos Céus!
E
para melhor testemunho desta verdade, que aparece aos olhos de todos os
que penetram o Evangelho em Espírito, do que esta Parábola do Bom
Samaritano? Os samaritanos eram considerados heréticos aos olhos do
judeus ortodoxos; por isso mesmo eram desprezados, anatematizados e
perseguidos. Pois bem, esse que, segundo a afirmação dos sacerdotes era
um descrente, um condenado, foi justamente o que Jesus escolheu como
figura preeminente de sua parábola. O interessante ainda, é que a
referida parábola foi proposta a um doutor da lei, a um judeu da alta
sociedade que, para tentar o Mestre, foi inquiri-lo a respeito da vida
eterna. O judeu doutor não ignorava os mandamentos, e como os podia
ignorar se era doutor! Mas, com certeza, não os praticava!
Conhecia
a teoria, mas desconhecia a prática. O amor de toda a alma, de todo o
coração, de todo o entendimento e de toda a força que o doutor judeu
conhecia, não era ainda bastante para fazê-lo cumprir seus deveres para
com Deus e o próximo. Amava, como amavam os fariseus, como os escribas
amavam e como amam os sacerdotes atuais, os padres contemporâneos e os
doutores da lei de nossos dias. Era um amor muito diferente e quiçá
oposto ao que preconizou o Filho de Deus.
É
o amor do sacerdote, que, vendo o pobre ferido, despido e espancado,
quase morto, passou de largo; é o amor do levita (padre também da Tribo
de Levi), que, vendo caído, ensangüentado, nu e arquejante à beira do
caminho, por onde passava, um pobre homem, também se fez ao largo; é o
amor dos egoístas, o amor dos que não compreenderam ainda o que é o
amor; é o amor do sectário fanático que ama a abstração mas desama a
realidade!
Salientando
na sua parábola essas personalidades poderosas da sua época, e cujo
exemplo é fielmente imitado pelo sacerdócio atual, quis Jesus fazer ver
aos que lessem o seu Evangelho que a santidade dessa gente não chega ao
mínimo do Reino dos Céus, ao passo que os excomungados pelas igrejas,
que praticam o bem, se acham no caminho da vida eterna. De fato, quem é o
meu próximo, se não o que necessita de meus serviços, de minha palavra,
de meus cuidados, de minha proteção?
Não
é preciso ser cristão para se saber isto que o próprio doutor da lei
afirmou em resposta à interpretação de Jesus: "O próximo do ferido foi
aquele que usou de misericórdia para com ele". Ao que Jesus disse, para
lhe ensinar o que precisava fazer a fim de herdar a vida eterna: "Vai e
faze tu a mesma coisa". O equivale a dizer: Não basta, nem é preciso ser
doutor da lei, nem sacerdote, nem fariseu, nem católico, nem
protestante, nem assistir a cultos ou cumprir mandamentos desta ou
daquela igreja, para ter a vida eterna; basta ter coração, alma e
cérebro, isto é, ter amor, porque o que verdadeiramente tem amor, há de
auxiliar o seu próximo com tudo o que lhe for possível auxiliar: seja
com dinheiro, seja moralmente ensinando os que não sabem,
espiritualmente prodigalizando afetos e descerrando aos olhos do próximo
as cortinas da vida eterna, onde o espírito sobrevive ao corpo, onde a
vida sucede à morte, onde a palavra de Jesus triunfa dos preceitos e
preconceitos sacerdotais!
Finalmente,
a Parábola do Bom Samaritano refere-se verdadeiramente a Jesus; o
viajante ferido é a Humanidade saqueada de seus bens espirituais e de
sua liberdade, pelos poderosos do mundo; o sacerdote e o levita
significam os padres das religiões que, em vez de tratarem dos
interesses da coletividade, tratam dos interesses dogmáticos e do culto
de suas igrejas; o samaritano que se aproximou e atou as feridas,
deitando nelas azeite e vinho, é Jesus Cristo. O azeite é o símbolo da
fé, o combustível que deve arder nessa lâmpada que dá claridade para a
vida eterna - a sua doutrina; o vinho é o suco da vida, é o Espírito da
sua palavra; os dois denários dados ao hospedeiro para tratar do doente,
são a caridade e a sabedoria; o mais que o "enfermeiro" gastar,
resume-se na abnegação, nas vigílias, na paciência, na dedicação, cujos
feitos serão todos recompensados. Enfim, o hospedeiro representa os que
receberam os seus ensinos e os "denários" para cuidarem do "viajante
ferido e saqueado".
Qual o ensinamento que o Mestre aí nos dá?
O
de que para entrarmos na posse da vida eterna não basta memorizarmos
textos da Sagrada Escritura. O que é preciso, o que é essencial, para a
consecução desse objetivo, é pormos em prática, é vivermos a lei de amor
e de fraternidade que ele nos veio revelar e exemplificar.
Haja
vista que o seu interpelante, no episódio em tela, é um doutor em
teologia, que provou ser versado em religião, visto que repetiu de cor,
sem pestanejar, palavra por palavra, o conteúdo dos dois principais
mandamentos divinos.
Mas...
conquanto fosse um mestre religioso e, nessa condição, conhecesse muito
bem a lei e os profetas, não estava tranqüilo com a própria
consciência; sentia, lá no íntimo da alma, que algo ainda lhe faltava.
Daí a sua pergunta: "Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida
eterna?"
Não
o martirizasse uma dúvida atroz sobre se seriam suficientes os seus
conhecimentos teológicos e os privilégios de sua crença para ganhar o
reino do céu, e não se teria ele dirigido ao Mestre da forma como o fez.
Ante
a citação feita pelo doutor da lei, daqueles dois mandamentos áureos
que sintetizam todos os deveres religiosos, disse-lhe apenas: "Faze isso
e viverás" o que equivale a dizer: aplica todas as tuas forças morais,
intelectuais e afetivas na produção do BEM, em favor de ti mesmo e do
próximo, e ganharás a vida eterna!
O
tal, porém, nem sequer sabia quem era o seu próximo! Como, pois,
poderia amá-lo conhecer a si mesmo, a fim de se tornar digno do Reino?
Jesus,
então, extraordinário pedagogo que era, serenamente, sem
impacientar-se, conta-lhe a parábola do "bom samaritano", através da
qual elucida o assunto, fazendo-o compreender que ser próximo de alguém é
assisti-lo em suas aflições, é socorrê-lo em suas necessidades, sem
indagar de sua crença ou nacionalidade. E após argüi-lo, vendo que ele
entendera a lição, conclui, apontando-lhe o caminho do céu em meia dúzia
de palavras:
- "Pois vai e faze o mesmo."
Se
a salvação dos homens dependesse realmente de "opiniões teológicas" ou
de "sacramentos" desta ou daquela espécie, como querem fazer crer os
atuais doutores da lei, não seria essa a ocasião azada, oportuna,
propícia, para que Jesus o afirmasse peremptoriamente?
Mas
não! Sua doutrinação é completamente diferente disso tudo: Toma um
homem desprezível aos olhos dos judeus ortodoxos, tido e havido por eles
como herege - um samaritano - e, incrível! aponta-o como "modelo", como
"padrão", aos que desejem penetrar nos tabernáculos eternos!
É
que aquele renegado sabia praticar boas obras, sabia amar os seus
semelhantes, e para Jesus, o que importa, o que vale, o que pesa, não
são os "credos" nem os "formalismos litúrgicos", mas os "bons
sentimentos", porque são eles que modelam idéias e dinamizam ações,
caracterizando os verdadeiros súditos do Reino Celestial.
Allan
Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz que no quadro desta
parábola é preciso separar a figura da alegoria. A homens que estavam
ainda na infância da espiritualidade, Jesus precisou utilizar-se de
imagens materiais, surpreendentes e capazes de impressionar. Mas ao lado
dessa parte acessória e figurada do quadro, há uma idéia dominante: a
da felicidade que espera o justo e da infelicidade reservada ao mau.
Jesus não fala das convenções externas da religião; simplesmente quer
exaltar a caridade, o único meio de salvação da alma.
É por esta razão que Jesus coloca o Samaritano, considerado herético, acima do ortodoxo que falta com a caridade.
Fora da caridade não há salvação
10.
Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão
encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à
sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a
houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o
facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida,
encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como
auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no
coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu
Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de
si Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume
tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não
poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a
como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo.
Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim,
meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as conseqüências, a
descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as
vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não
só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o
bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude
ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade;
para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a
despreocupação.
Meus
amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do
Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é
que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz
melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos,
observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e
verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos
praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que
pertençam. Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.).
GRAÇAS A DEUS!
Fonte :http://espiritismo-nascimento.blogspot.com.br/2011/08/parabola-do-bom-samaritano.html
Prof: Edgard
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
O HOMEM NOVO (...)Enquanto o homem não melhora, o mundo não se transforma. Inútil, pois, apelar para modificações superficiais. Temos de insistir na mudança essencial de nós mesmos.
Para
construir um mundo novo precisamos de um homem novo. O mundo está cheio de
erros e injustiças porque é a soma dos
erros e injustiças dos homens. Todos sabemos que temos de morrer, mas só nos preocupamos com o viver passageiro da
Terra. Por isso, a humanidade desencarnada que nos rodeia é ainda mais sofredora e miserável que
a encarnada a que pertencemos. "As filas de doentes que eu atendia na vida
terrena — diz a mensagem de um espírito — continuam neste lado."
Muita
gente estranha que nas sessões espíritas se manifestem tantos espíritos
sofredores. Seria de estranhar se apenas se manifestassem espíritos felizes.
Basta olharmos ao nosso redor — e também para dentro de nós mesmos — para
vermos de que barro é feita a criatura humana em nosso planeta. Fala-se muito
em fraude e mistificação no Espiritismo, como se ambas não estivessem em toda
parte, onde quer que exista uma criatura humana. Espíritos e médiuns que
fraudam são nossos companheiros de plano evolutivo, nossos colegas de fraudes
cotidianas.
O
Espiritismo está na Terra, em cumprimento à promessa evangélica de Consolador,
para consolar os aflitos e oferecer a verdade aos que anseiam por ela. Sua
missão é transformar o homem para que o mundo se transforme. Há muita gente
querendo fazer o contrário: mudar o mundo para mudar o homem.
O
Espiritismo ensina que a transformação é conjunta e recíproca, mas tem de
começar pelo homem.
Enquanto o homem não melhora, o mundo não se transforma.
Inútil, pois, apelar para modificações superficiais. Temos de insistir na
mudança essencial de nós mesmos. (grifo nosso)
O homem
novo que nos dará um mundo novo é tão velho quanto os ensinos espirituais do
mais remoto passado, renovados pelo Evangelho e revividos pelo Espiritismo. Sem
amor não há justiça e sem verdade não escaparemos à fraude, à mistificação, à
mentira, à traição. O trabalho espírita é a continuação natural e histórica do
trabalho cristão que modificou o mundo antigo. Nossa
luta é o bom combate do apóstolo Paulo: despertar as consciências e libertar o
homem do egoísmo, da vaidade e da ganância. (grifo nosso)
"Os
anos não nos dão experiência nem sabedoria — dizia o vagabundo de Knut Hamsun —
mas nos deixam os cabelos horrorosamente grisalhos." É o que vemos no
final desse poema bucólico da Noruega que é "Um Vagabundo Toca em Surdina". Knut Hamsun era um
individualista e sobretudo um lírico do individualismo. Mas o homem que se abre
para o altruísmo sabe que as verdades do indivíduo são geralmente moedas
falsas, de circulação restrita.
A verdade
maior — ou verdadeira — é a que nasce do contexto social, da usina das
relações, onde o indivíduo se forma pelo contato com os outros.
Os anos
não trazem apenas os cabelos brancos — trazem também a experiência, mestra da
vida, e com ela a sabedoria. E no dia a dia da existência que o homem vai modelando
aos poucos a sua própria argila, o barro plástico de que Deus formou o seu
corpo na Terra. Cada idade, afirmou Léon Denis, tem o seu próprio encanto, a sua própria beleza. É
belo ser jovem e temerário, mas talvez seja mais belo ser velho e prudente,
iluminado por uma visão da vida que não se fecha no círculo estreito das
paixões ilusórias. O homem amadurece com o passar dos anos.
A vida
tem as suas estações, já diziam os romanos. À semelhança do ano, ela se divide
nas quatro estações da existência que são: a primavera da infância e da
adolescência, o verão da mocidade e outono da madureza e o inverno da velhice.
Mas também à semelhança dos anos, as vidas se encadeiam no processo da
existência, de maneira que as estações se renovam em cada encarnação. Viver,
para o individualista, é atravessar os anos de uma existência. Mas viver, para
o altruísta, é atravessar as existências palingenésicas, as vidas sucessivas,
em direção à sabedoria. O branquear dos cabelos não é mais do que o início das
nevadas do inverno. Mas após cada inverno voltará de novo a primavera.
A
importância dos anos é, portanto, a mesma das léguas numa caminhada em direção
ao futuro.
Cada novo
ano que surge é para nós, os caminheiros da evolução, uma nova oportunidade de
progresso que se abre no horizonte. Entremos no ano novo com a decisão de
aproveitá-lo em todos os seus recursos.
Não
desprezemos a riqueza dos seus minutos, das suas horas, dos seus dias, dos seus
meses. Cada um desses fragmentos do ano constitui uma parte da herança de Deus
que nos caberá no futuro.
Fonte: O Homem
Novo de J. Herculano Pires * 13 /58
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