CANUTO ABREU
O MAIOR PESQUISADOR ESPÍRITA BRASILEIRO
(1892 - 1980)
Biografia de Canuto Abreu:
Silvino Canuto Abreu nasceu em Taubaté, Estado de
São Paulo, no dia 19 de janeiro de 1892.
Formou-se em Farmácia aos 17 anos de idade, pela
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, na qual também concluiu, em 1923, o curso de Medicina.
Bacharelou-se, ainda, em Direito da Universidade
do Rio de Janeiro.
Dr. Canuto logo cedo acostumou-se aos fenômenos
mediúnicos, encarando-os como fatos normais em sua vida já que, segundo ele, toda a família era
constituída de médiuns.
Entretanto, foi levado definitivamente ao
Espiritismo pelos fenômenos provocados, em sua própria casa, pelo espírito Afonso Moreira, com o
concurso da médium Maria Leopoldina Barros, conhecida como Mariquita.
Afonso Moreira fora antigo amigo de seu pai e
manifestava-se assobiando, conversando baixinho (fenômeno de voz direta), provocada batidas nas
portas e janelas, além de aumentar ou diminuir a luz do lampião de gás de xisto betuminoso, comum
nas casas daquela época.
Tais fenômenos duram aproximadamente cinco meses,
após o que o Espírito Afonso Moreira despediu-se, informando que ia ser levado para um lugar que
desconhecia.
Entretanto, ainda uma vez manifestou-se, abrindo a
porteira do curral e libertando o gado que lá estava, em virtude de ter ficado bastante zangado com
a irmã do Dr. Canuto que, ouvindo-o bater na porta não a abriu, embora sabendo que se trata dele.
Dr. Canuto Abreu possuía vasta cultura e sua biblioteca, especializada em metapsíquica,
parapsicologia e assuntos correlatos, composta por mais de 10.000 volumes, é o atestado veemente da
sua cultura.
Na esfera teológica, empreendeu entre outros
trabalhos, a versão direta dos Evangelhos gregos, tomando por base o mais antigo manuscrito do Novo
Testamento.
Pesquisou nas bibliotecas do Museu Britânico, do
Vaticano e na Biblioteca Nacional de Paris. Profundo conhecedor do Espiritismo no Brasil e no mundo,
escreveu, quando ainda circulava a revista "Metapsíquica", vários artigos abordando fatos ocorridos
no Brasil, detendo-se com profundeza de detalhes na atuação do Dr. Bezerra de Menezes.
Em 1957, quando da comemoração do primeiro
centenário de "O Livro dos Espíritos", o Dr. Canuto Abreu fez publicar, em edição bilíngüe, referida
obra, tal qual foi lançada pelo Codificador.
Silvino Canuto Abreu e J. Herculano Pires, à
esquerda, compondo a mesa no evento dos 100 anos de O Livros dos Espíritos.
O Espiritismo muito lhe deve pelo muito que fez em
favor da divulgação dos seus postulados e pelo incomparável esforço em favor das pesquisas que
formam sua parte histórica. Dr. Silvino Canuto Abreu desencarnou na cidade de São Paulo, no dia 2 de
maio de 1980.
"Seu desencarne representa uma lacuna nas fileiras
do Espiritismo, difícil de ser preenchida, a não ser com a profunda saudade que ele deixou no
coração de seus familiares e amigos".
Bibliografia: Anuário Espírita 1981 Folha
Espírita - Julho de 1980 - Palavras do Dr. Hernani Guimarães Extraído de "A Caminho da Luz", nº 61,
maio/ 81.
Canuto Abreu no
Congresso Espírita de 2004
Nas comemorações do bicentenário de
Allan Kardec, realizadas em Paris em outubro de 2004, ocorreu um fato muito curioso. No congresso
internacional preparado para homenagear o nascimento Codificador registrou-se a presença de centenas
de representantes de diversos países – a maioria brasileiros – e de médiuns de grande prestígio no
movimento espírita brasileiro. Uma grande expectativa estava no ar. Que personalidades espirituais
se manifestariam naquele evento histórico? Talvez os Espíritos que colaboraram na Codificação e na
Sociedade Espírita de Paris? Talvez Chico Xavier, Emmanuel, André Luiz, Herculano Pires? Ou então
Amélie Boudet ou mesmo o próprio Allan Kardec? Nenhum deles. Muitos participantes confessaram uma
certa decepção e surpresa com a manifestação já aguardada do Espírito Léon Denis, mas poucos
esperavam uma comunicação de Canuto Abreu, um dos maiores admiradores e divulgadores da obra de
Kardec e que caiu no esquecimento e na desconsideração de muitos espíritas.
Mensagem de Canuto Abreu no Congresso Espírita de
2004
Allan Kardec!
Este nome é um marco de um tempo novo. É uma legenda de luz e de força moral que edifica um tempo
especial de regeneração humana, e que, ao longo de mais de seis décadas, esteve no mundo das formas
para materializar os ensinamentos do Mundo Etéreo, junto às almas terrenas.
Alma de escol, sem embargo, Allan Kardec veio ao
planeta para representar no campo físico a Equipe Luminosa do Espírito da Verdade, que jorrava
claridade sobre o orbe sob a ação venturosa do Cristo Excelso.
Nesse tempo em que o Espiritismo está no mundo,
como esplendente Sol diluindo os miasmas da longa noite moral humana, ainda que pouco a pouco, são
incontáveis aqueles que vêm recebendo o sustento para viver com entusiasmo, a motivação para
prosseguir nas árduas lutas, sem pensar em fugir dos proscênios dificultosos dessas graves
experiências das sociedades terrenas.
Quantos se arredaram das idéias suicidas, pelo
entendimento de que ninguém morre essencialmente?
Quantos desistiram do abortamento por terem
admitido o acinte que tal coisa representa contra as divinas leis de Deus?
Quantos se decidiram por manter iluminada por
Jesus a estrutura do lar, ao verificarem sua importância para o progresso familiar?
Quantos se dedicaram a estudar as leis da vida e a
estudar-se, anelando o entendimento e a melhoria de si mesmos?
Quantos abriram mão dos preconceitos de raça, de
cor da epiderme, de gênero, de cultura e tantos outros, libertando-se dessa forma de ignorância que
se demora no seio das sociedades?
Quantos que se esforçam por servir, por amar,
desejosos de se tornarem cada vez mais úteis no campo da existência?
Quantos hão renunciado às pressões do homem-velho,
na corajosa busca dos valores do homem-novo, conforme as considerações do Apóstolo Paulo?
Quantos sofrem e choram seus tormentos de agora,
conscientes quanto às razões desses complexos dramas, sem se permitir murchar pelo desânimo, ante a
visão lúcida que o Espiritismo enseja?
Hoje, quando reconhecemos, na Pátria Espiritual,
os inúmeros equívocos que costumamos cometer, quando caminhantes da vilegiatura corporal, vale
considerar a importância de fazer com que a gloriosa informação da Codificação penetre nossa
intimidade, a fim de que respiremos esse portentoso pensamento espírita, convertendo-o em nossa real
filosofia de vida, o que nos capacitará para a conquista da felicidade.
Quantos que ainda supõem que é possível ser
espírita sem ajustar a própria existência aos preceitos da Codificação, e que se enganam com essa
suposição?
Quantos que ainda crêem na ventura post-mortem
longe dos esforços para a superação de limitações e obstáculos encontrados nas vias mundanas, e que
se frustram no além?
Acho-me sob intensa emoção. Lutamos, durante um
tempo longo, junto aos valorosos Benfeitores do nosso Movimento Espírita Internacional, para que
este momento fosse corporificado aqui, nos campos fluídicos da alma francesa. E o Senhor da Vida
no-lo consentiu. Mais do que isso, destacou eminentes Numes de vários países para formar a
coordenação deste evento, a efeméride do IV Congresso Espírita Mundial, sob a inspiração do próprio
Codificador.
Cabe-nos vibrar, então, ao se fecharem as cortinas
deste Congresso, certos de que suas luzes não se apagarão. Os elementos energéticos que absorvemos
aqui, resguardados por luminosos Prepostos de Jesus, acompanhar-nos-ão como inspiração para os
trabalhos futuros e como medicação valiosa para que, daqui para a frente, logremos o fortalecimento
da alma para estudar, para amar e servir, mais conscientes dos nossos deveres para conosco, para com
Jesus e para com a vida, agora aclarada em seus fundamentos pelos ensinamentos do Espiritismo que,
vitorioso no mundo, impulsiona-nos a ter maior clareza e penetração da razão, ao mesmo tempo que,
dedicados ao bem, possamos ser felizes.
Deixo o meu abraço emocionado a todos quantos
vibraram, vibram e vibrarão com essa realização bendita no solo francês, e a todos desejo paz e
muita luz junto à Seara do Espiritismo.
Servidor de todos, agradecido e vibrante,
Silvino Canuto Abreu
(Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira,
por ocasião da sessão de encerramento do IV Congresso Espírita Mundial, em 05.10.2004, Paris-França)
Fonte:http://www.autoresespiritasclassicos.com/autores%20espiritas%20classicos%20%20diversos/Canuto%20Abreu/Canuto%20Abreu.htm