“O médium, em meio
dessas correntes contrárias, experimenta uma opressão, um mal-estar
indefinível, sente-se mesmo, às vezes, como que paralisado, sucumbido.” Léon
Denis (No Invisível)
O
bom êxito das reuniões mediúnicas repousa numa série de fatores que se conjugam
para chegar-se ao resultado almejado.
Não raras vezes as reuniões têm
comprometido o seu rendimento, harmonia e qualidades dos trabalhos sem que os
participantes atinem com o motivo de tais dificuldades. Vários detalhes são
lembrados para justificar os embaraços e, consequentemente, iniciativas são
providenciadas para saná-los.
Entretanto, existe um fator nem
sempre valorizado e que pode ser a causa da queda de produção e qualidade dos
trabalhos mediúnicos. Esse fator é a afinização que deve existir entre todos os
participantes. Afinização que gera confiança, harmonia, entrosamento e amizade.
Afinização que cria, nos instantes consagrados ao intercâmbio com os
desencarnados, uma espécie de “tensão” favorável às comunicações.
Os pensamentos e sentimentos dos
integrantes da sessão, estando em determinadas freqüências vibratórias
adequadas ao labor da mediunidade é que propiciarão o ambiente necessário para
a realização de trabalhos equilibrados e produtivos.
Muitos dirigentes de sessões
atribuem o fraco resultado à falta de concentração e recomendam, várias vezes,
no decorrer das atividades que os presentes se mantenham concentrados de
maneira firme e constante. Pode acontecer, porém, que um membro do grupo esteja
firmemente concentrado, fixando-se mentalmente em Jesus, no bem e na caridade e
ao mesmo tempo duvide ou desconfie da autenticidade da comunicação transmitida
por determinado médium. Ou critique, intimamente, a doutrinação que está sendo
efetuada; se isto ocorrer o equilíbrio da corrente vibratória estará
comprometido.
Quanto mais coeso for o grupo,
quanto mais se unir no estudo e na prática mediúnica melhores resultados
poderão ser alcançados.
Todavia, se houver entre os
presentes pensamentos divergentes, sentimentos de melindres, ciúmes,
desconfiança será impossível conseguir-se êxito. Tais estados íntimos
negativos, tornando-se uma constante, produzem vibrações discrepantes,
desarmônicas, podendo gerar, no transcurso da sessão, formas-pensamento que
atrairão entidades inferiores, abrindo brechas
que irão desequilibrar as tarefas programadas.
Por outro lado, como afirma Léon
Denis, o médium em meio a esse tipo de vibrações sente-se confuso, vacila e
duvida, quando não lhe advém um mal-estar súbito, inexplicável.
É imprescindível mencionar ainda,
que os obsessores interessados em obstar os trabalhos visam freqüentemente os
participantes da equipe, procurando semear entre eles a discórdia, a inveja, o
personalismo e outros estados negativos, de maneira tão sutil e disfarçada que a maioria não percebe.
Comumente se atribui aos médiuns as
dificuldades no intercâmbio espiritual,
esquecendo os demais membros do grupo de analisar a sua própria
participação.
A participação individual, todavia,
é deveras importante nas tarefas da
mediunidade e passa, desde a preparação que antecede as atividades até por uma
concentração firme, que estabeleça um certo padrão vibratório favorável a todo
o conjunto dos trabalhos, assim
permanecendo até o final da reunião.
Além disso, se houver entre os
participantes uma interação fraterna e amorosa que gera confiança, bem-estar,
prazer de trabalhar em equipe, alegria pelo reencontro semanal, tudo isso
favorece o intercâmbio com o mundo espiritual.
É nessa linha de raciocínio que chegamos
à responsabilidade de cada integrante.
Responsabilidade que
vai muito além da atuação durante os trabalhos; responsabilidade que inclui
também o tipo de sentimentos e pensamentos que cada um emite visto que refletem um estado interior que
antecede e subsiste às reuniões.
Mesmo entre pessoas afinizadas
muitas arestas precisam ser superadas, visto que o labor em equipe tem
características especiais que nem todos alcançam de imediato ou a ele se
ajustam. Mesmo os grupos com larga experiência e reconhecida interação
vibratória não estão livres de sofrer, em algum momento e sob certas
circunstâncias, o assédio de entidades malévolas e se desestruturar em razão
disso.
Cientes e conscientes de tais
possibilidades compete aos participantes de equipes mediúnicas uma constante
vigilância, a prática da auto-análise individual e também da avaliação em grupo
a fim de ser detectadas a tempo as investidas das sombras.
Manoel Philomeno de Miranda,
Espírito, aconselha aos grupos mediúnicos atividades extras no campo da
caridade, convivência e ajuda mútua na esfera do cotidiano pois que o serviço
no bem confere maior resistência às influências negativas, enquanto a
convivência fraterna faculta maior estreitamente nos laços de afinidade entre
todos.
E, sobretudo, que cada um se revista
da couraça da fé e do escudo da prece, cultivando no coração a caridade e a
humildade, perseverando sempre pois que os serviços na seara espírita
representam a nossa mais sagrada oportunidade de redenção.
Suely Caldas Schubert
Fonte:http://suelycaldasschubert.webnode.com.br/artigos/
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