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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 24

 
 
Diferenciamos o Espírito das outras coisas pelo fator inteligência, que comanda a razão, pelo livre arbítrio na escolha do mais conveniente. Entretanto, se estudarmos a natureza mais profundamente, notaremos inteligências esplendendo em todos os seus reinos, como, por exemplo, no próprio corpo humano, onde há o trabalho inteligente no mundo celular, que é o metabolismo. Já tivestes oportunidade de estudar a vida de uma árvore na sua feição mais rica de valores? Nela existe uma força inteligente comandando seu ciclópico corpo, dividido em trilhões de partículas obedientes a um comando. A razão, a inteligência do homem, certamente que marca um passo a mais na evolução da mônada espiritual, movendo o corpo físico, o que não quer dizer que somente ele tem inteligência. São atributos do Espírito todos os dons, como em tudo existe reflexo dormindo e desabrochando como sendo a luz de Deus, dentro de tudo que existe.

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 25

 

 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 24

 
 
Diferenciamos o Espírito das outras coisas pelo fator inteligência, que comanda a razão, pelo livre arbítrio na escolha do mais conveniente. Entretanto, se estudarmos a natureza mais profundamente, notaremos inteligências esplendendo em todos os seus reinos, como, por exemplo, no próprio corpo humano, onde há o trabalho inteligente no mundo celular, que é o metabolismo. Já tivestes oportunidade de estudar a vida de uma árvore na sua feição mais rica de valores? Nela existe uma força inteligente comandando seu ciclópico corpo, dividido em trilhões de partículas obedientes a um comando. A razão, a inteligência do homem, certamente que marca um passo a mais na evolução da mônada espiritual, movendo o corpo físico, o que não quer dizer que somente ele tem inteligência. São atributos do Espírito todos os dons, como em tudo existe reflexo dormindo e desabrochando como sendo a luz de Deus, dentro de tudo que existe.
 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

“Se alguém me Servir, meu Pai o Honrará”


Rodolfo Calligaris
“Em verdade, em verdade vos digo: se grão de trigo que cai na terra não morrer, ficará só;
mas, se ele morrer, produzirá muito fruto.
Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem aborrece a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna.
Se alguém me quiser servir, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo.
Se alguém me servir, meu Pai o honrará”.
(João, 12:24-26.)
Há que se distinguirem no homem duas coisas bem diferentes: a individualidade e a personalidade.
Individualidade é a centelha emanada de Deus, cujo destino é evoluir do átomo ao infinito.
Personalidade é o conjunto de elementos psicossomáticos que caracterizam a pessoa, ou cada uma das encarnações da centelha espiritual.
A individualidade permanece para todo o sempre, é imortal; a personalidade dura apenas a existência corpórea, do nascimento à morte.
A personalidade é, por assim dizer, apenas um capítulo da história do ser; a individualidade é a obra em elaboração, à qual se vão acrescentando sempre novos capítulos. Em cada permanência na Terra, cumpre-nos adquirir as experiências que ela pode ensejar ao desenvolvimento de nosso Espírito, preparando-nos pouco a pouco para a escalada a planos a vez mais altanados.
Lamentavelmente, apesar de quase todos dizermos espiritualistas e apregoarmos nossa fé na vida eterna, poucos nos conduzimos de conformidade com tais convicções.
O que vemos, por toda a parte, é um desinteresse generalizado pelas questões espirituais e um apego total, absoluto, às coisas materiais. É uma negligência completa pelo que diz respeito ­à edificação da individualidade, enquanto tudo se sacrifica ao comprazimento da personalidade. ­
Ao invés de envidarmos sérios esforços no sentido de «sermos» hoje um pouco melhores que fomos ontem, pois que desse desenvolvimento espiritual é que há de resultar a nossa felicidade no dia de amanhã, cuidamos apenas “ter” mais dinheiro, mais fama, mais prestigio social, esquecendo-nos de que estas coisas, gratas à nossa personalidade, não constituem ­patrimônio efetivamente nosso, não nos acompanharão além da sepultura e, pois, de nada valerão na esfera da espiritualidade.
Por afeiçoar-nos em demasia à “vida neste mundo”, que passa, célere, para encerrar-se melancolicamente sob sete palmos de chão, deixamos ­de cultivar as virtudes cristãs, tesouro que a traça não corrói, o ladrão não rouba e a ferrugem não desgasta» — única moeda capaz de assegurar-nos o ingresso nas regiões ditosas do Mundo Maior.
Como diz o texto evangélico em tela, se o grão de trigo não morrer, isto é, não se desfizer da camada cortical que encerra o embrião, não germinará e conseqüentemente não poderá multiplicar-se.
Semelhantemente, para que nossa individualidade logre repontar, crescer e produzir maravilhosos frutos de altruísmo, mister se faz seja rompida a casca grossa do personalismo egoísta que a envolve.
Para consegui-lo, um só meio existe: seguir o exemplo do Mestre incomparável, entregando-nos a uma vivência de abnegação, exercitando-nos nas tarefas de auxílio ao próximo.
Amando e servindo nossos irmãos em humanidade, estaremos amando e servindo ao Cristo, pois, conforme sua afirmação, cada vez que assistimos a um desses “pequeninos” é a ele próprio que o fazemos.
Quem se ache empenhado nesse trabalho, continue, persevere. Embora o mundo o ignore ou não lhe reconheça os méritos, no devido tempo “o Pai celestial o honrará”.
(Revista Reformador de março de 1966)

Justiça Humana e Justiça Divina


Rodolfo Calligaris
O capítulo II da Constituição Brasileira, que trata “dos direitos e das garantias individuais”, em seu art. 141, § 30 e 31, consagra dois princípios altamente humanitários, que vale a pena analisar e comparar com dois dogmas fundamentais das igrejas ditas cristãs.
Reza o citado § 30: “Nenhuma pena passará da pessoa do delinqüente.”
Isto quer dizer que no Brasil, como de resto em todos os países civilizados do mundo, qualquer pena (punição que o Estado impõe ao delinqüente ou contraventor, por motivo de crime ou contravenção que tenha cometido, com a finalidade de exemplá-lo e evitar a prática de novas infrações) só poderá recair sobre o culpado, não podendo, em hipótese alguma, alcançar outra(s) pessoa(s).
Exemplifiquemos: se um indivíduo cometer um crime, pelo qual seja sentenciado a uns tantos anos de prisão celular, mas venha a escapulir, sem que as autoridades policiais consigam apanhá-lo, ou faleça antes de haver cumprido toda a pena, não pode o Estado trancafiar um seu parente (filho, neto, etc.) para que cumpra ou resgate o final do castigo imposto a ele, criminoso.
Aliás, se o fizesse, passaria a si mesmo um atestado de despotismo e provocaria os mais veementes protestos, pois repugna às consciências esclarecidas admitir que “o inocente pague pelo pecador”.
Essa noção de intransferibilidade de méritos e deméritos, já a tinham os profetas do Velho Testamento. O cap. 18 de Ezequiel, v. g., versa exclusivamente esse ponto. Ali se diz que se um homem for bom e obrar conforme a equidade e a justiça, mas venha a ter algum filho ladrão, que derrame sangue ou cometa outras faltas abomináveis, este terá que arcar com as conseqüências de seus delitos, de nada lhe valendo as boas qualidades paternas.
Da mesma sorte, se um homem não guardar os preceitos divinos, se for um grande pecador, mas o filho “não fizer coisas semelhantes às que ele obrou”, não responderá pelos desacertos do pai. E conclui (v. 20):
“A alma que pecar, essa morrerá: o filho não carregará com a iniqüidade do pai, e o pai não carregará com a iniqüidade do filho; a justiça do justo será sobre ele, e a impiedade do ímpio será sobre ele.”
Claríssimo, pois não?
No entanto, tomando por base uma alegoria do Gênesis (cap. 3), cuja interpretação foge ao objetivo deste trabalho, — a Teologia engendrou e vem sustentando, através dos séculos, o dogma do “pecado original”, segundo o qual todos os homens, gerações pós gerações, inclusive aqueles que virão a nascer daqui a séculos ou milênios, são atingidos inexoravelmente por uma falta que não é sua!
Ora, mesmo que a referida alegoria bíblica (tentação de Eva e queda do homem) fosse um fato histórico, real, que culpa teríamos nós outros, da desobediência praticada por “nossos primeiros pais” num passado cuja ancianidade remonta à noite dos tempos?
Se a responsabilidade pessoal é princípio aceito universalmente; se nenhum Código Penal do mundo admite que se puna alguém por um crime praticado por seus ancestrais; como poderia Deus castigar-nos por algo de que não fomos participantes, ou melhor, que teria ocorrido quando nem sequer existíamos?
Não é possível!
Se Deus nos criasse, mesmo, com esse estigma, expondo-nos, conseqüentemente, às muitas misérias da alma e do corpo, por causa do erro de outrem, então a Justiça Divina seria menos perfeita que a justiça humana, posto que esta, como vimos, não permite tal aberração.
Como é óbvio, o Criador hão pode deixar de ser soberanamente justo e bom, pois sem esses atributos não seria Deus. E como o dogma do “pecado original” não se coaduna com a Bondade e a Justiça Divinas, não há como fugir à conclusão, de que é falso e insustentável, sendo cada um responsável apenas pelos seus próprios atos, e não pelos deslizes de’ seus avoengos, ainda que eles se chamem Adão e Eva...
(Revista Reformador de abril de 1965)

Vinde a nós


(Envio da Sra. Cazemajoux, médium de Bordeaux.)
O Espiritismo é a aplicação da moral evangélica, pregada pelo Cristo em toda a sua pureza, e os homens que o condenam, sem conhecê-lo, são pouco sábios. Com efeito, por que qualificar de superstição, de fraudes, de sortilégios, de demonomania coisas que o vulgar bom senso faria aceitar se quisesse estudá-las? A alma é imortal: é o Espírito. A matéria inerte é o corpo perecível, despojando-se de suas formas, para não se tornar, quando o Espírito o deixou, senão um montão de podridão sem nome. E encontrais lógica, vós que não credes no Espiritismo, que esta vida que, para a maioria dentre vós, é uma vida de amargura, de dores, de decepções, um verdadeiro purgatório, que não haja outro objetivo senão o túmulo! Desenganai-vos; vinde a nós, pobres deserdados dos bens, das grandezas e dos gozos terrestres, vinde a nós e sereis consolados vendo que as vossas dores, as vossas privações, os vossos sofrimentos, devem vos abrir as portas dos mundos felizes, e que Deus, justo e bom para todas as suas criaturas, não nos experimenta senão para o nosso bem, segundo esta palavra do Cristo. Bem-aventurados aqueles que choram, porque serão consolados. - Vinde, pois, incrédulos e materialistas; alinhai-vos sob a bandeira onde estão escritas, em letras de ouro, estas palavras: Amor e caridade para os homens que são teus irmãos; bondade, justiça, indulgência de um pai grande e generoso para os Espíritos que criou, e que ele eleva para si por caminhos seguros, embora vos sejam desconhecidos; a caridade, o aperfeiçoamento moral, o desenvolvimento intelectual, vos conduzirão para o autor e o senhor de todas as coisas.
Não vos instruímos senão para que trabalheis, ao vosso turno, em divulgar essa instrução; mas, sobretudo, fazei-o sem azedume; sede pacientes e esperai. Lançai a semente; a reflexão e a ajuda de Deus a farão frutificar, primeiro por um pequeno número que fará como vós, e pouco a pouco, o número dos obreiros aumentando, os fará esperar depois das sementes uma boa e abundante colheita.
FERDINAND,

Dissimulações Humanas

Revista Espírita 1860-Agosto

(méd., senhora Costel.)
Eu vos falarei da necessidade singular que têm os melhores Espíritos de se misturar sempre com coisas que lhes são as mais estranhas; por exemplo, um excelente comerciante não duvidará um instante de sua aptidão política, e o maior diplomata porá do amor-próprio para decidir as coisas mais frívolas. Esse erro, comum a todos e a todas, não tem outro móvel senão a vaidade e esta não tem senão necessidades factícias; para o toucador, para o espírito, mesmo para o coração, ela procura, antes de tudo o falso, vicia o instinto do belo e do verdadeiro; conduz as mulheres a desnaturarem a sua beleza; persuade os homens a procurarem precisamente o que lhes é mais nocivo. Se os Franceses não tivessem esse erro, seriam, uns os mais inteligentes do mundo, os outros os mais sedutores de Evas conhecidos. Não tenhamos, pois, essa absurda humildade; tenhamos a coragem de sermos nós mesmos; de carregar a cor de nosso Espírito, como a de nossos cabelos. Mas os tronos desabarão, as repúblicas se estabelecerão, antes que um Francês leviano renuncie às suas pretensões à gravidade, e uma Francesa às suas pretensões à solidez; dissimulação contínua, onde cada um toma o costume deu ma outra época, ou mesmo, muito simplesmente, ode seu vizinho; dissimulação política, dissimulação religiosa, onde todos, arrastados pela vertigem, vos procurais perdidamente, não encontrando nesse tumulto nem o vosso ponto de partida, nem o vosso objetivo.
Delphine de girardin.

I- Remorsos e arrependimentos.


Estou feliz por vos ver todos reunidos pela mesma fé e o amor de Deus Todo-poderoso, nosso divino senhor. Possa ele sempre vos guiar num bom caminho, vos cumular com seus benefícios, o que fará se vos tornar dignos disso.
Amai-vos sempre uns aos outros como irmãos; prestai-vos um apoio mútuo, e que o amor ao próximo não seja para vós uma palavra vazia de sentido.
Lembrai-vos de que a caridade é a mais bela das virtudes, e que, de todas, é a mais agradável a Deus; não somente essa caridade que dá um óbolo aos infelizes, mas aquela que vos faz compadecer de nossos irmãos infelizes; que vos faz partilhar suas dores morais, aliviar os fardos que os oprimem, a fim de lhes tornar a dor menos viva e a vida mais fácil.
Lembrai-vos de que o arrependimento sincero obtém o perdão de todas as faltas, tanto a bondade de Deus é grande, o remorso nada tem de comum com o arrependimento. O remorso, meus irmãos, é já o prelúdio do castigo; o arrependimento, a caridade, a fé, vos conduzirão às felicidades reservadas aos bons Espíritos.
Ouvireis a palavra de um Espírito superior, bem amado de Deus; recolhei-vos, e abri vosso coração às lições que ele vos dará.
UM ANJO GUARDIÃO.

Revista Espírita 1860 - Maio

A preguiça


Revista Espírita, junho de 1858
Dissertação moral ditada por São Luís à senhorita Hermance Dufaux
(5 de maio de 1858)

l

Um homem saiu de madrugada e foi para a praça pública para ajustar trabalhadores. Ora, ele viu dois homens do povo que estavam sentados de braços cruzados. Foi a um deles e o abordou dizendo: "Que fazes tu aqui?" e este tendo respondido: "Não tenho trabalho", aquele que procurava trabalhadores lhe disse: "Tome tua enxada, e vá para o meu campo, sobre a vertente da colina, onde sopra o vento sul; cortarás a urze e revólveres o solo até que a noite chegue; a tarefa é rude, mas terás um bom salário." E o homem do povo carregou a enxada sobre os ombros, agradecendo-lho em seu coração.
O outro trabalhador, tendo ouvido isso, se ergueu do seu lugar e se aproximou dizendo: "Senhor, deixai-me também ir trabalhar em vosso campo;" e o senhor tendo dito a ambos para segui-lo, caminhou adiante para lhes mostrar o caminho. Depois, quando chegaram à beira da colina, dividiu a obra em duas partes e se foi dali.
Depois que partiu, o último dos trabalhadores que havia contratado, primeiramente pôs fogo nas urzes do lote que lhe coube em partilha, e trabalhou a terra com o ferro de sua enxada. O suor jorrou do seu rosto sob o ardor do sol. O outro o imitou primeiro murmurando, mas se cansou cedo do seu trabalho, e cravando sua enxada sob o sol, sentou-se perto, olhando seu companheiro trabalhar.
Ora, o senhor do campo veio perto da noite, e examinou a obra realizada, e tendo chamado a ele o obreiro diligente, cumprimentou-o dizendo: "Trabalhaste bem; eis teu salário," e lhe deu uma peça de prata, despedindo-o. O outro trabalhador se aproximou também e reclamou o preço de sua jornada; mas o senhor lhe disse: "Mau trabalhador, meu pão não acalmará tua fome, porque deixaste inculta a parte de meu campo que te havia confiado;" não é justo que aquele que nada fez seja recompensado como aquele que trabalhou bem; e o mandou embora sem nada lhe dar.

II

Eu vos digo, a força não foi dada ao homem, e a inteligência ao seu espírito, para que consuma seus dias na ociosidade, mas para que seja útil aos seus semelhantes. Ora, aquele cujas mãos sejam desocupadas e o espírito ocioso será punido, e deverá recomeçar sua tarefa.
Eu vos digo, em verdade, sua vida será lançada de lado como uma coisa que não foi boa em nada, quando seu tempo se tiver cumprido; compreendei isto por uma comparação. Qual dentre vós, se há em vosso pomar uma árvore que não produz bons frutos, não dirá ao seu servidor Cortai essa árvore e lançai-a ao fogo, porque seus ramos são estéreis. Ora, do mesmo modo que essa árvore será cortada por sua esterilidade, a vida do preguiçoso será posta de lado porque terá sido estéril em boas obras.

18 Ciúme


Tipificando insegurança psicológica e desconfiança sistemática, a
presença do ciúme na alma transforma-se em algoz implacável do ser. O
paciente que lhe tomba nas malhas estertora em suspeitas e verdades, que
nunca encontram apoio nem reconforto.
Atormentado pelo ego dominador, o paciente, quando não consegue
asfixiar aquele a quem estima ou ama, dominando-lhe a conduta e o
pensamento, foge para o ciúme, em cujo campo se homizia a fim de entregarse
aos sofrimentos masoquistas que lhe ocultam a imaturidade, a preguiça
mental e o desejo de impor-se à vitima da sua psicopatologia.
No aturdimento do ciúme, o ego vê o que lhe agrada e se envolve apenas
com aquilo em que acredita, ficando surdo à razão, à verdade.
O ciúme atenaza quem o experimenta e aquele que se lhe torna alvo
preferencial.
O ciumento, inseguro dos próprios valores, descarrega a fúria do estágio
primitivista em manifestações ridículas, quão perturbadoras, em que se consome.
Ateia incêndios em ocorrências imaginárias, com a mente exacerbada pela
suspeita infeliz, e envenena-se com os vapores da revolta em que se rebolca,
insanamente.
Desviando-se das pessoas e ampliando o círculo de prevalência, o ciúme
envolve objetos e posições, posses e valores que assumem uma importância
alucinada, isolando o paciente nos sítios da angústia ou armando-o com
instrumentos de agressão contra todos e tudo.
O ciúme tende a levar sua vítima à loucura.
O ego enciumado fixa o móvel da existência no desejo exorbitante e
circunscreve-se à paixão dominadora, destruindo as resistências morais e
emocionais, que terminam por ceder-lhe as forças, deixando de reagir.
Armadilha do ego presunçoso, ele merece o extermínio através da
conquista de valores expressivos, que demonstrem ao próprio indivíduo as
suas possibilidades de ser feliz.
Somente o self pode conseguir essa façanha, arrebentando as algemas a
que se encontra agrilhoado, para assomar, rico de realizações interiores, superando
a estreiteza e os limites egóicos, expandindo-se e preenchendo os
espaços emocionais, as aspirações espirituais, vencidos pelos gases
venenosos do ciúme.
Liberando-se da compressão do ciúme, a pouco e pouco, o eu profundo
respira, alcança as praias largas da existência e desfruta de paz com alguém
ou não, com algo ou nada, porém com harmonia, com amor, com a vida.

O Ser Consciente
Divaldo/Joana de Angelis