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sábado, 4 de agosto de 2012

Poluição e Psicosfera



Autor: Joanna de Ângelis (espírito) / psicografia de Divaldo Franco

Ecólogos de todo o mundo preocupam-se, na atualidade, com a poluição devastadora, que resulta dos detritos superlativos que são atirados nos oceanos, nos rios, lagos e "terras inúteis" circunjacentes às grandes metrópoles, como o tributo pago pelo conforto e pelas conquistas tecnológicas, desde os urgentes ingredientes e artefatos para a sobrevivência, às indústrias bélicas, às de explorações novas, às "de inutilidade" que atiram fora centenas de milhões de toneladas de lixo, óleos e resíduos em todo lugar.

Além dessas, convém recordarmos a de natureza sonora, dos centros urbanos, produzindo distonias graves e contínuas...

Os mais pessimistas, porém, prevêm a possível destruição da vida vegetal, animal e hominal como efeito dos excessivos restos produzidos pelos engenhos de que o homem se utiliza, e logo o esmagarão após transformar a Terra num caos...

Mais grave, demonstram os técnicos no assunto importante, é a poluição atmosférica, graças às substancias venenosas que são expelidas pelas fábricas em forma de resíduos, pelos motores de explosão a se multiplicarem fantástica, insaciavelmente, e os inseticidas usados para a agricultura...

Voluptuoso e desconsertado por desvarios múltiplos do homem, as máquinas avançam, dirigidas pela inconcebível ganância, desbastando reservas florestais e influindo climatericamente com transformações penosas nas regiões, então, vencidas...

O espectro de calamidades não imaginados ronda e domina com segurança muitos departamentos ambientais ora reduzidos à aridez...

Cifras assustadoras denotam o quanto se desperdiça na inutilidade—embora a elevada estatística chocante dos que se estorcegam na mais ínfima miséria, rebocando-se na coleta dos montes de lixo, a cata de destroços de que possam retirar o mínimo para sobreviver!—comprovando que no galvanizar das paixões, o homem moderno, à semelhança de Narciso, continua a contemplar a imagem refletida nas águas perigosas da vaidade e do egoísmo em que logo poderá asfixiar-se, inerme ou desesperado. No entanto, irrefletido, impõe-se exigências dispensáveis, a que se escraviza, complicando a própria e a situação dos demais usuários dos recursos da generosa mãe-Terra.

Nesse panorama deprimente, e para sanar alguns dos males imediatos e outros do futuro, sugestões e programas hão surgido preocupando as autoridades responsáveis pelos Organismos Mundiais, no sentido de serem tomadas providências coletivas e salvadoras urgentes. Algumas já estão sendo postas em prática, embora em número reduzido, tais o reflorestamento; a ausência de tráfego com motores de explosão em algumas cidades uma vez por semana; a tentativa da industrialização do lixo, com aproveitamento de energia, adubos e outros; controle no uso de pesticidas na lavoura; técnicas não poluentes com o fim de gerar energia; as áreas verdes na cidades; a segurança por meio de controle das experiências nucleares, a fim de ser evitada a contaminação . . .

Afirma-se que por onde o homem e a civilização passam ficam os sinais danosos da sua jornada, em forma de aridez, destruição e morte.

As grandes Nações materialmente, estruturadas e guindadas ao ápice pela previsão futurológica de mentes e computadores que prometiam tudo resolver, fazendo soberbas e vãs as criaturas, foram surpreendidas, há pouco, pelas conseqüências gerais da própria impetuosidade, no resultado da guerra no Oriente Médio, fazendo-as parar e modificando, em muitas delas, as estruturas e programas, previsões e soberania pelas exigências do deus petróleo em que estabeleceram as bases do seu poderio e das suas glórias, decepcionadas, atônitas..

Algumas tiveram a economia abalada, padecendo crises que resultaram do gravame geral, modificando a política interna e externa, num atestado de nulidade quanto aos compromissos humanos assumidos, à segurança e precariedade das humanas forças.

Como resultado, apressam-se as negociações internacionais por acordos diplomáticos e conchavos político-econômicos, enquanto a fome, campeando desassombradamente, confirma a falência dos cálculos e das fantasias materialistas, visivelmente per turbadas no testemunho dos seus líderes em convulsas transações com que tentam reequilibrar o poderio avassalado, quando, não, perdido ..

O poder de um dia. qual efêmera glória, sempre muda de mão e local, fazendo oscilarem, mudarem de rumo os interesses e as supostas proteções, fruto, indubitavelmente, de uma poluição descuidada—a de natureza moral!

A força e a grandeza de alguns povos até há pouco mandatários da Terra cederam lugar aos potentados reais, que se demoravam desconsiderados e as exigências da fome ameaçadora e voraz os situou como as legitimas potências que são disputadas, após o deus negro: o arroz, o trigo, o milho e o sorgo cujos celeiros, quase vazios no mundo, deles necessitam com urgência para a sobrevivência dos seres

Todavia, o homem ingere e disparate mais terrível poluição, venenosa quão irrefreável graças ao cultivo de lamentáveis atitudes em que persevera e se compraz: referimo-nos à poluição mental que interfere na ecologia psicosférica da vida inteligente, intoxicando de dentro para fora e desarticulando de fora para dentro.

Estando a Terra vitimada pelo entrechoque de vibrações, ondas e mentes em desalinho, como decorrência do desamor, das ambições desenfreadas, dos ódios sistemáticos, as funestas conseqüências se faz em presentes não apenas nas guerras externas e destrutivas, mas também nas rudes batalhas no lar, na -família, no trabalho, nas ruas da comunidade, no comportamento. Intoxicado pela ira, vencido pelo desespero que agasalha, foge na direção dos prazeres selvagens nos quais procura relaxar tensões, adquirindo mais altas cargas de desequilíbrio em que se debate.

A poluição mental campeia livre, favorecendo o desbordar daquela de natureza moral, fator primacial para as outras que são visíveis e assustadoras

O programa, no entanto, para o saneamento de tão perigoso estado de coisas, já foi apresentado por Jesus, o Sublime Ecólogo que em a Natureza, preservando-a, abençoando-a, dela se utilizou, apresentando os métodos e técnicas da felicidade, da sobrevivência ditosa nos incomparáveis discursos e realizações de que inundou a História, estabelecendo as bases para o reino de amor e harmonia, sem fim, sem dores, sem apreensões...

Nunca reagiu o Mestre—sempre agiu com sabedoria

Jamais se permitiu ferir -- deixou-se, porém crucificar,

Nenhuma agressão de Sua parte—facultou-se, no entanto, ser agredido.

Por onde passou, deixou concessões de esperança, bálsamo de reconforto, amenidade e paz. Seus caminhos ficaram floridos pelas alegrias e abençoados pelos frutos da saúde renovada.

Rei Solar, fez-se servo humilde de todos, mantendo-se inatingido, embora o ambiente em que veio construir a Vida Nova para os tempos futuros..

Repassa-Lhe a sublime trajetória.

Busca-O!

Faze uma pausa na terrível conjuntura em que te encontras e recorda-O.

Para toda enfermidade, Ele tem a eficiente terapia; para as calamidades destes dias, Ele tem a solução.

Ama e serve, portanto, como possas, quanto possas, quando possas.

A Terra sairá do caos que a absorve e voltarão o ar puro, a água cristalina, a relva repousante, o trinar dos pássaros, o fulgor do sol e o faiscar das estrelas em nome do Pai Criador e de Jesus, o Salvador Perene de todos nós.

Texto retirado do livro Após a Tempestade,

Considerações de Emmanuel sobre Paulo de Tarso

Considerações de Emmanuel sobre Paulo de Tarso

Autor: Emmanuel

CONSIDERAÇÕES DE EMMANUEL SOBRE PAULO DE TARSO

Não são poucos os trabalhos que correm mundo, re­lativamente à tarefa gloriosa do Apóstolo dos gentios. É justo, pois, esperarmos a interrogativa: — Por que mais um livro sobre Paulo de Tarso? Homenagem ao grande trabalhador do Evangelho ou informações mais detalhadas de sua vida?

Quanto à primeira hipótese, somos dos primeiros a reconhecer que o convertido de Damasco não necessita de nossas mesquinhas homenagens; e quanto à segunda, responderemos afirmativamente para atingir os fins a que nos pro pomos, transferindo ao papel humano, com os recursos possíveis, alguma coisa das tradições do pla­no espiritual acerca dos trabalhos confiados ao grande amigo dos gentios.

Nosso escopo essencial não poderia ser apenas reme­morar passagens sublimes dos tempos apostólicos, e sim apresentar, antes de tudo, a figura do cooperador fiel, na sua legitima feição de homem transformado por Jesus-Cristo e atento ao divino ministério. Esclarecemos, ainda, que não é nosso propósito levantar apenas uma biografia romanceada. O mundo está repleto dessas fichas educa­tivas, com referência aos seus vultos mais notáveis. Nosso melhor e mais sincero desejo é recordar as lutas acerbas e os ásperos testemunhos de um coração extraordinário, que se levantou das lutas humanas para seguir os passos do Mestre, num esforço incessante.

As igrejas amornecidas da atualidade e os falsos de­sejos dos crentes, nos diversos setores do Cristianismo, justificam as nossas intenções.

Em toda parte há tendências à ociosidade do espí­rito e manifestações de menor esforço. Muitos discípulos disputam as prerrogativas de Estado, enquanto outros, distanciados voluntariamente do trabalho justo, suplicam a proteção sobrenatural do Céu. Templos e devotos entre­gam-se, gostosamente, às situações acomodatícias, prefe­rindo as dominações e regalos de ordem material.

Observando esse panorama sentimental é útil recor­darmos a figura inesquecível do Apóstolo generoso.

Muitos comentaram a vida de Paulo; mas, quando não lhe atribuíram certos títulos de favor, gratuitos do Céu, apresentaram-no como um fanático de coração res­sequido. Para uns, ele foi um santo por predestinação, a quem Jesus apareceu, numa operação mecânica da graça; para outros, foi um espírito arbitrário, absorvente e rís­pido, inclinado a combater os companheiros, com vaida­de quase cruel. Não nos deteremos nessa posição extremista. Queremos recordar que Paulo recebeu a dádiva santa da visão gloriosa do Mestre, às portas de Damasco, mas não podemos esquecer a declaração de Jesus relativa ao sofrimento que o aguardava, por amor ao seu nome.

Certo é que o inolvidável tecelão trazia o seu ministé­rio divino; mas, quem estará no mundo sem um ministério de Deus? Muita gente dirá que desconhece a própria tarefa, que é insciente a tal respeito, mas nós poderemos responder que, além da ignorância, há desatenção e muito capricho pernicioso. Os mais exigentes advertirão que Paulo recebeu um apelo direto; mas, na verdade, todos os homens menos rudes têm a sua convocação pes­soal ao serviço do Cristo. As formas podem variar, mas a essência ao apelo é sempre a mesma. O convite ao ministério chega, ás vezes, de maneira sutil, inesperada­mente; a maioria, porém, resiste ao chamado generoso do Senhor. Ora, Jesus não é um mestre de violências e se a figura de Paulo avulta muito mais aos nossos olhos, é que ele ouviu, negou-se a si mesmo, arrependeu-se, tomou a cruz e seguiu o Cristo até ao fim de suas tarefas materiais. Entre perseguições, enfermidades, apodos, zombarias, desilusões, deserções, pedradas, açoites e encarcerament os, Paulo de Tarso foi um homem intrépido e sincero, caminhando entre as sombras do mundo, ao encontro do Mestre que se fizera ouvir nas encruzilhadas da

sua vida. Foi muito mais que um predestinado, foi um realizador que trabalhou diariamente para a luz.

O Mestre chama-o, da sua esfera de claridadeS imor­tais. Paulo tateia na treva das experiências humanas e responde: — Senhor, que queres que eu faça?

Entre ele e Jesus havia um abismo, que o Apóstolo soube transpor em decênios de luta redentora e cons­tante.

Demonstrá-lo, para o exame do quanto nos compete em trabalhO próprio, a fim de Ir ao encontro de Jesus, é o nosso objetivo.

Outra finalidade deste esforço humilde é reconhecer que o Apóstolo não poderia chegar a essa possibilidade, em ação isolada no mundo.

Sem Estevão, não teríamos Paulo de Tarso. O gran­de mártir do Cristianismo nascente alcançou influência muito mais vasta na experiência paulina, do que podería­mos imaginar tão-só pelos textos conhecidos nos estudos terrestres. A vida de ambos está entrelaçada com miste­riosa beleza. A contribuição de Estevão e de outras per­sonagens desta história real vem confirmar a necessida­de e a universalidade da lei de cooperação. E, para ve­rificar a amplitude desse conceito, recordemos que Jesus, cuja misericórdia e poder abrangiam tudo, procurou a companhia de doze auxiliares, a fins de empreender a re­novação do mundo.

Aliás, sem cooperação, não poderia existir amor; e o amor é a força de Deus, que equilibra o Universo.

Desde já, vejo os críticos consultando textos e com­binando versículos para trazerem á tona os erros do nosso tentame singelo. Aos bem-intencionados agradecemos sin­ceramente, por conhecer a nossa expressão de criatura falível, declarando que este livro modesto foi grafado por um Espírito para os que vivam em espírito; e ao pedan­tismo dogmático, ou literário, de todos os tempos, recorremos ao próprio Evangelho para repetir que, se a letra mata, o espírito vivifica.

Oferecendo, pois, este humilde trabalho aos nossos irmãos da Terra, formulamos votos para que o exemplo do Grande Convertido se faça mais claro em nossos cora­ções, a fim de que cada discípulo possa entender quanto lhe compete trabalhar e sofrer, por amor a Jesus-Cristo.



Pedro Leopoldo, 8 de julho de 1941.


Do livro Paulo e Estevão. Pelo Espírito Emmanuel.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

O Médium

O Médium

Autor: Léon Denis

A mediunidade apresenta variedades quase infinitas, desde as mais vulgares formas até as mais sublimes manifestações. Nunca é idêntica em dois indivíduos, e se diversifica segundo os caracteres e os temperamentos. Em um grau superior, é como uma centelha do céu a dissipar as humanas tristezas e esclarecer as obscuridades que nos envolvem.


Quanto mais desenvolvidos forem no médium o saber, a inteligência, a moralidade, mais apto se tornará para servir de intermediário às grandes almas do Espaço.



A boa mediunidade se forma lentamente, no estudo calmo, silencioso, recolhido, longe dos prazeres mundanos e do tumulto das paixões, pois, a mediunidade é uma delicada flor que, para desabrochar, necessita de

acuradas precauções e assíduos cuidados. Exige o método, a paciência, as altaa aspirações, os sentimentos nobres, e, sobretudo, a terna solicitude do bom Espírito que a envolve em seu amor, em seus fluidos vivificantes.

Assim, é deveras importante para o médium obter a proteção de um Espírito bom, adiantado, que o guie, inspire e preserve de qualquer perigo.

Na maior parte das vezes é um parente, um amigo desaparecido que desempenha ao pé dele essas funções. Um pai, uma mãe, uma esposa, um filho, se adquiriram a experiência e o adiantamento necessários, podem nos dirigir no delicado exercício da mediunidade. Mas o seu poder é proporcionado ao grau de elevação a que chegaram.
Dignos de louvor são os médiuns que, por seu desinteresse e fé profunda, têm sabido atrair, como uma espécie de aliados, os Espíritos de escol, e participar de sua missão. Para fazer baixar das excelsas regiões esses Espíritos, para os decidir a mergulhar em nossa espessa atmosfera, é preciso oferecer-lhes aptidão, notável qualidade.
Seu ardente desejo de trabalhar na regeneração do gênero humano torna, entretanto, essa intervenção muito menos rara do que se poderia imaginar. Centenas de Espíritos superiores pairam acima de nós e dirigem o movimento Espírita, inspirando os médiuns, projetando sobre os homens de ação as vibrações de sua vontade, a fulguração do seu próprio gênio.

É aí que se manifesta a ação benéfica e salutar da prece. Pela prece humilde, breve, fervorosa, a alma se dilata e dá acesso às irradiações do divino foco.A prece, para ser eficaz, não deve ser uma recitação banal, uma fórmula decorada, senão antes uma solicitação do coração, um ato da vontade, que atrai o fluido universal, as vibrações do dinamismo divino. Ou deve ainda a alma projetarse, exteriorizar-se por um vigoroso surto e, consoante o impulso adquirido, entrar em comunicação com os mundos etéreos.
Assim, a prece rasga uma vereda fluídica pela qual sobem as almas humanas e baixam as almas superiores, de tal modo que uma íntima comunhão se estabeleça entre umas e outras, e o espírito do homem seja iluminado e fortalecido
pelas centelhas e energias despedidas das celestiais esferas.





E muitas vezes, o médium é chamado a exercer suas aptidões em círculos impregnados de fluidos impuros, de inarmônicas vibrações, que reagem sobre o seu organismo e lhe produzem desordens e perturbações. Deve perseverar, orar e seguir em frente com fé inabalável!

Dessa forma, o médium colhe o fruto de seus perseverantes esforços; recebe dos Espíritos elevados à consagração de sua faculdade amadurecida no santuário de sua alma, ao abrigo das sugestões do orgulho. Se guarda em seu coração a pureza de ato e de intenção, virá, com a assistência de seus guias, a se tornar cooperador utilíssimo na obra de regeneração que eles vêm realizando.

A mediunidade de efeitos físicos é geralmente utilizada por Espíritos de ordem vulgar. Requer continuo e atento exame. É pela mediunidade de efeitos intelectuais – inspiração – que habitualmente nos são transmitidos os ensinos dos Espíritos elevados. Para produzir bons resultados, exige conhecimentos muito extensos. Quanto mais instruído e dotado de qualidade moral é o médium, maiores recursos facilita aos Espíritos.

O importante para o médium, dissemos mais acima, é assegurar-se uma proteção eficaz. O auxílio do Alto é sempre proporcionado ao fim que rias propomos, aos esforços que empregamos para o merecer. Somos auxiliados, amparados, conforme a importância das missões que nos incumbem, tendo-se em vista o interesse geral. Essas missões são acompanhadas de provas, de dificuldades inevitáveis, mas sempre reguladas conforme as nossas forças e aptidões.

Desempenhadas com dedicação, com abnegação, as nossas tarefas nos elevam na hierarquia das almas. Negligenciadas, esquecidas, não realizadas, nos fazem retrotrair a escala de progresso. Todas acarretam responsabilidades. Desde o pai de família que incute em seu filho as noções elementares do bem, o preceptor da mocidade, o escritor moralista, até o orador que procura arrebatar as multidões às culminâncias do pensamento, cada um tem sua missão a preencher.
Não há mais nobre, mais elevado cargo que ser chamado a propagar, sob a inspiração das potências invisíveis, a verdade pelo mundo, a fazer ouvir aos homens o atenuado eco dos divinos convites, incitando-os à luz e à perfeição. Tal é o papel da alta mediunidade.

Livro: No Invisível

TURVAMENTO MENTAL

TURVAMENTO MENTAL
A mente é a casa grande da alma, onde ela se apoia para muitas realizações
concernentes à vida. O turvamente mental inferioriza os centros de força, retarda
suas voltagens e antipatiza com os fluidos vigorantes da vida. As ondas, que se
despendem pelo sistema vorticoso, anelam-se com o magnetismo exudado dos
sentimentos em decadência, e fazem até mesmo paralisar muitos campos
menores de energia, provocando, em muitos casos, enfermidades de difícil
diagnóstico.
Quando somos frequentemente atacados por pensamentos fixos, devemos atentar
para esse alarme, pois indica que nos abeiramos do turvamente das ideias. São
notas dissonantes na área mental. E essa situação desagrega o sorriso
espontâneo, infecunda os bons sentimentos e cria dúvidas acerca da felicidade. E
a medicina ocupa-se desse estado de alma, classificando-o em variadas neuroses
e estados depressivos, que os medicamentos, por vezes, aliviam aparentemente,
desarmonizando outros órgãos.
A cura se processa com o tempo, aliado à fé; e a ciência, no amanhã, certificar-seá
de que, mudando o modo de pensar do enfermo, os centros conglutinados de
energias, deteriorados em vários pontos do sistema nervoso, vão perdendo forma
e se esvaindo pelo sistema de excreção voluntária do cinetismo bio-orgânico. A
excrescência mental surge da demora das ideias nos vales imundos do ódio, da
vingança e da maledicência, não se falando de outras ramificações inferiores que
a ignorância enceta. A efervescência moral limpa os céus da mente, desde que se
apoie na lógica configurada pelo equilíbrio.
A tisnadura mental nasce do magnetismo inferior. As negras emoções fazem com
que os pensamentos segreguem o lixo contundente. E os pontos mais atacados
no corpo físico são as glândulas endócrinas, por serem pontos sensíveis de alto
teor de atração psíquica. O sistema nervoso é logo banhado por afluxo de
energias queimadas, que o córtex amplifica e derrama em todos os filamentos
compostos de neurônios, que retornam à mente com dramas incalculáveis, em
detrimento da própria alma. E as glândulas, nesse estado, sendo visitadas por
agentes deturpadores, segregam hormônios, acrescentando elementos corrosivos
que, por sua vez, perturbam todo o metabolismo da coletividade celular.
Vê-se que não compensa uma mente negativa. É bom que tenhamos coragem
para enfrentar os problemas que surgem dentro de nós, no campo imenso da
mente, educando os nossos impulsos, corrigindo as más tendências e
transmutando os sentimentos indignos em reaçôes saudáveis e em intenções
aprimoradas diante de Deus.
Já pensastes na energia que perdemos todos os dias em pensamentos
improfícuos e ideias desajustadas? Porventura já meditastes no aproveitamento
dessa força pêlos métodos ensinados por Jesus? Então vamos pensar nisto e
aplicar todos os conceitos do Cristo, pois é através desse esforço permanente que
o próprio Mestre achará, abertas, as portas da consciência para nos visitar.
Se por acaso vos encontrardes no leito, obedecendo às reaçôes das ações
praticadas, ou por processo direto da evolução, e achar que são inconvenientes as
diretrizes que anunciamos, estais completamente enganado. A vida é um estirão
eterno. O leito de dor é apenas um fenómeno que estimula em nós a percepção,
em vários ângulos. Nota-se que o aprendizado na dor é mais completo. Começai
assim mesmo, em qualquer circunstância em que vos encontrardes.
Qualquer hora é momento para começar a educação. A disciplina é ponto alto
naquele que quer ser companheiro do Divino Amigo. Não deixeis a vossa mente
se apagar por displicência. Vós tendes o poder de ser mais vivo do que sois.
Deixai a letargia imposta pela ignorância e alcançai a claridade espiritual de que o
progresso é portador. através das vossas próprias mãos. Trabalhemos contra a
poluição, nossa e da humanidade, com os recursos que o Senhor nos
proporcionou, na dignidade do Evangelho, para nos livrarmos do turvamente
mental nosso e dos nossos semelhantes.

Horizontes da Mente
João Nunes Maia/ Miramez

O PODER DA PALAVRA

O PODER DA PALAVRA
A palavra é uma melodia soberana entre as outras. Tem a magia ativa de explicar
as demais e a primazia de enriquecer todas as qualidades do homem. Ela é um
dom, por excelência, com que Deus premiou as criaturas. O poder da palavra
atravessa as fronteiras do entendimento humano, e alcança regiões onde vivem
os anjos. Por intermédio da alocução, podemos emitir ondas sonoras psíquicas
em harmonia perfeita, de modo a conduzir leis e mensagens como se faz pelo
rádio, televisão etc. Todavia, o poder do verbo paira acima dos aparelhos
materiais, por encontrar recursos na própria natureza, a qual lhe confere maiores
possibilidades de expansão, em todos os seus ângulos de domfnio.
É certo que, para esse mister, a alma tem de ser adestrada na ciência da
comunicação espiritual, e dominar a energia que usa com toda a dinâmica, a fim
de conseguir um rendimento maior no uso da palavra. Os sons, articulados pêlos
místicos, são como poemas interligados ao ritmo da música, do micro e do
macrocosmo. Quando alcança-mos essa sintonia, propomos a nós mesmos a
realização de maravilhas.
As antigas iniciações, na Caidéia e no Egito, na índia e na China, montavam um
esquema de educação da palavra, para que o candidato pudesse usá-la como
santo e como sábio, como discípulo da verdade e como místico. Alguns deles, ao
chegarem em determinada equação na harmonia das coisas, e perceberem a
interestrutura dos corpos, conseguiam, com o poder da palavra, desintegrar as
formas mais duras da matéria, como também reuni-las na sua área anterior.
A mente tem de ser bem-educada, trabalhando em conexão perfeita com o verbo,
pois são duas correntes de forças que se ajustam para atingir os mesmos fins. Um
orador famoso só o é pelo dom, e esse dom é constituído por qualidades
exercitadas durante muitas reencarnaçôes, aprimoradas em vidas sucessivas, que
lhe outorgaram o completo domínio da palavra e, certamente, das massas que o
ouvem.
O intelecto desenvolvido é um acessório de grande utilidade para a harmonia da
palavra, facilitando a comunicação com os outros. Ninguém faz o orador, nem o
cantor, nem artista algum. Eles já nascem com tais e quais dons, como herança
do passado, ao qual estão ligados, pela lei do esforço e do trabalho.
A palavra ritmada na dimensão evangélica tem o poder de curar, de ensinar, de
acordar as almas esquecidas do valor de servir. Um exemplo: Jesus, o Mestre dos
mestres, na arte divina de usar o verbo, de usar a mente e de usar as mãos, curou
milhares de enfermos, levantando dezenas de paralíticos, e fazendo erguerem-se
muitos do leito da morte.
E esse poder, verdadeiramente. Ele, o Cristo de Deus, transmite para todas as
criaturas, na escola do Evangelho, proporcionando a assimilação dos conceitos
nele depositados, como bênçãos dos céus e força de Deus. A evolução espiritual
é uma porta que nos abre para a aquisição divina do poder da palavra.
Já notastes o quanto um clínico ajuda um enfermo com uma palavra de ânimo? Já
percebestes o poder da palavra de um sacerdote, pastor, ou semelhante, para as
massas que escutam, atentamente, com sede de saber e de consolo? De um
professor, de um político, ou general? E, acima de tudo, os pais de família? Eis
por que ela tem de ser bem estruturada, analisada, selecionada, para depois ser
posta em uso, com a cadência da alegria e a postura do amor.
O progresso deve muito à palavra, e a palavra é filha do progresso. Antes de
falardes a alguém, pensai, em primeiro lugar, na tranquilidade, pois assim
injetareis, na estrutura sonora, os vossos sentimentos. E quem vos ouve será
envolvido pêlos fluidos que projetais, acalmando-lhe os nervos, aliviando-lhe as
dores que porventura sentir, dotando-o de paz e tranquilidade consciencial. Eis
uma caridade que podereis fazer todos os dias. E o maior beneficiado sereis vós
mesmos.
Ao conversardes com um enfermo, não deixeis que ele influencie vossa mente
com pensamentos negativos. Arregimentai as vossas forças, pensai na saúde,
despertai a alegria no íntimo, vivei um pouco no amor e falai a ele, ou a eles, com
toda a convicção de que estais, realmente, transmitindo saúde, alegria e
esperança a todo o seu organismo físico e espiritual. Assim, sereis ajudado por
inteligências invisíveis, porque elas encontrarão abertas as portas do vosso
coração, por serdes úteis aos semelhantes. Eis aí os princípios da ciência de
curar, com o bom uso da palavra e com a vigorosa força da mente.

Horizontes da Mente
João Nunes Maia ditado por Miramez

ENFERMO INTELIGENTE

ENFERMO INTELIGENTE
O enfermo no leito se encontra como onerado perante todos, abatido diante da
vida. Parece um devedor sem remissão. É, pois, o instante de reagir, como doente
inteligente, aceitando os fatos, sem que esses fatos o tornem um covarde.
Amigo enfermo, colocai-vos na posição de defesa, mas aquela que não entristece,
que não reclama, que não revolta, que não inveja. É a luta interna na vossa
mente, renovando conceitos na base das recomendações do Cristo de Deus.
Se vos sentirdes aniquilado, compactuareis com as forças dessa natureza. Se a
angústia vos ronda o coração e cederdes a essa opressão, estareis vos colocando
ao lado do desânimo. Se os problemas morais invadem o vosso convívio, ateando
fogo em vossos sentimentos, lembrai-vos de que o perdão e o amor saio as
melhores defesas, como água divina que apaga todas as investidas inferiores, na
qualidade de combustível em chama.
A dor, de certo modo, é uma mensageira acessível à amálgama que se lhe queira
dar. Já pensastes o quanto podeis ser útil, aquecido por ela? Aqueles que por
amizade ou dever vos visitam, podem estar mais doentes que vós e, por vezes,
são impressionáveis ao ouvir a voz da vossa experiência. Se souberdes envolvêlos
na fé, na paciência, no amor, na esperança, na alegria, sairão dali fortalecidos,
multiplicando a mensagem de ânimo onde quer que forem.
No leito, podeis meditar com mais eficiência nos próprios erros e corrigi-los,
fazendo a mente sair da escuridão e instalando nela a luz, pela consciência. O
enfermo inteligente, quando alia essa qualidade ao coração, é sobretudo uma
alma introjetada, que encontra Deus em si mesmo, conhecendo a hora profética
de arrancar o joio na abundante lavoura da mente, deixando o trigo maduro
florescer como alimento para tudo e para todos.
Existe um amparo extraordinário nas horas das vossas provas difíceis. É a prece.
No entanto, é imprescindível saber fazê-la. Em páginas anteriores, deixamos
muito claro o valor da oração e como se portar para fazê-la com proveito.
Considerando que a súplica é um pedido do filho para o Pai, já pensastes quanto
o genitor recebe, através do pedido, todo o carinho, toda a humildade, toda a fé,
toda a gratidão e, acima de tudo, a esperança com alegria? Esse filho recebe
mais, porque sabe dar de si mesmo e já granjeou experiências nos embates do
mundo.
Se por acaso vos encontrais no leito, com enfermidade de qualquer espécie, não
abandoneis a fé e não desconfieis das leis. Deus é justo, bom e misericordioso. A
enfermidade é, pois, uma valorosa oportunidade de conhecer-vos a vós mesmos e
entrardes no mundo íntimo, como operários de Deus. Vereis que o trabalho interno
é mais profícuo.
Não peçais doenças. Todavia, se ela bater em vossa porta, não vos desespereis
também. Nada ocorre por acaso. Milhares de olhos, como testemunhas de Deus,
estão nos vendo. Milhares de ouvidos, como registros do Senhor, nos ouvem a
todos. O Cristo é o nosso companheiro invisível, que nos segue, lado a lado. E,
quando o discípulo estiver pronto. Ele, o Mestre, aparecerá, frente a frente, porque
dessa forma, não teremos mais vergonha da Sua magnânima presença.
A fé anula a dor e a dor, igualmente, desperta em nós a fé. Avancemos, pois, com
Jesus e por Jesus em todas as direções que as nossas necessidades espirituais
acharem conveniente.

Horizontes da Mente
João Nunes Maia ditado por Miramez

MÉDICO IDEAL

MÉDICO IDEAL
O médico ideal é o clínico idealista, que estudou não para ser somente um
terapeuta, como também um sacerdote. O ganho, para ele, está em segundo
plano e, em primeiro, o prazer de aliviar os enfermos. Ser médico é ter o dom de
curar, é participar da grande falange do bem no seio da humanidade. E o melhor
médico é aquele que conhece as essências das religiões, que sabe, por
experiência, da grande ajuda que os espíritos superiores lhe dão na órbita da
medicina. Com essa consciência, será mais ajudado.
É bom que o clínico se familiarize com a psicologia em todos os seus detalhes,
testando experiências e analisando casos, meditando nos fenômenos, para que a
sua intuição favoreça todos os diagnósticos. Milhares de anos de trabalho da
ciência comprovam a eficiência da palavra, como prefácio do doutor antes do
exame, pois o doente, frente ao médico, abre suas sensibilidades de modo
extraordinário, como oportunidade para o preparo psicológico. A palavra envolvida
de ânimo, de fé, de confiança faz reagir o metabolismo orgânico, favorecendo,
assim, o campo do energismo dos medicamentos. O doente é como um imã, e as
palavras do clínico, como fagulhas de ferro. Eis porque todo o cuidado é pouco,
nas conversações de médico para enfermo. O terapeuta nunca deve estar com a
cara fechada, pois o gesto que fizer estará transmitindo energia compatível com
seus modos.
Desanuviai vossa mente, doutor, antes de qualquer visita aos que padecem.
Juntamente com os recursos que a ciência possui, usai o autodomínio, a autosugestão,
primeiramente para vós mesmos, de coragem, de alegria e de amor,
pois quando pensardes nessas qualidades superiores, já estareis transmitindo, por
ondas espirituais, as irradiações equivalentes ao estado de espírito em que vos
encontrais. Purificai a vossa mente com pensamentos nobres. Elevai as vossas
ideias, para que elas sirvam em todas as direções.
E com esse labor divino, os que sofrem ganham muito, mas, na verdade, o mais
beneficiado sois vós. Compadecei-vos dos que estão usando o leito de dor, não
com lágrimas desapropriadas nem com sentimentos inadequados ao momento,
mas com aquela compaixão que transborda benevolência, carinho, afeto.
Quem vos ouve tornou-se criança, diminuiu-se perante a vossa sabedoria, para
que vós crescêsseis, empregando recursos, medindo experiências, meditando no
vasto campo de medicamentos, para que ele, o doente, seja curado. E por que
não usar os meios possíveis ao vosso alcance? A medicina é uma esperança para
os que sofrem, e a medicina aliada à fé, é, como diz Paulo, "a substância da coisa
pensada", a cura.
Os filhos de Deus que vieram ao mundo com a missão de curar assumiram
compromissos sérios diante da consciência. Analisai e senti as responsabilidades.
Mesmo sendo médico, amanhã precisareis do vosso colega, no leito da dor ou da
despedida.
Doutor, o médico ideal é aquele que tem como companhia invisível o médico de
todos os médicos - o Cristo. Complementai a vossa ciência de curar o corpo físico
com a ciência de curar a alma, que encontrareis as equações de todos os
problemas físicos e espirituais dos vossos pacientes.
O homem na Terra precisa muito mais de amor que propriamente de remédios,
muito mais de amor que de alimentos, muito mais de amor que de vestes.
Cooperai, meu filho, nessa transfusão divina, e dai aquilo que estiver ao vosso
alcance, mas dai o que puderdes, de imediato, que, com isso, todos os outros
recursos que tiverdes não falharão, por encontrarem a alma na esperança
positiva.

Horizontes da Mente
João Nunes Maia ditado por Miramez

PENSAMENTO DA GESTANTE

PENSAMENTO DA GESTANTE
Na hora em que a mulher se propõe a ser mãe, deve mudar completamente muitos dos seus hábitos. Além disso, deixar alguns vícios, se os tiver, visto que vai servir de exemplo a seus filhos, marido e parentes, por mudar de posição, ocupando um lugar de destaque nos pensamentos que irão condicionar a mente
de quem a vê e certamente a admira.
Mas é bom que a reforma não fique somente no exterior, mas atinja as
profundezas da mente, removendo sentimentos inadequados, e não deixando
surgir ideias que não dão confronto com a verdade e com o amor. Os pensamentos sentem facilidade de deslizar no campo da mente, ao encontro de outros da sua estirpe, e avolumar condições, posto que o próprio ambiente em que se vive ganhará, por ficar impregnado das belezas espirituais, de vibrações
magnéticas positivas.
A alma escolhida a reencarnar, pelas vias materiais de que dispõe, será beneficiada pelo clima espiritual formado pela futura genitora. A alegria, por exemplo, vibra as fibras mais íntimas do coração, harmonizando os nervos, o cérebro etc. E esse estado de alma avança fora da mãe, por laços invisíveis a ela
própria, e atinge o espírito que se dispôs a tornar-se seu filho.
Assim acontece com o amor. E assim ocorre com as outras disposições elevadas
da mente. Procedendo ao contrário, o resultado não é preciso descrever. É a
crucificação do ente querido antes de nascer. A mulher que vai ser mãe e o espírito prestes a tomar a forma física por seu intermédio, em muitos casos,
formaram um convénio de reconciliação ou de amparo a outros, que lhes podem
suceder. E a mulher, se quer assegurar um ambiente favorável ao seu futuro
bebé, é bom que se abstenha do fumo, do álcool em excesso e, principalmente,
que faça uma filtragem nas conversações, mormente no período da gravidez.
O espírito a reencarnar, antes da concepção e, no percurso da sua formação, alia
suas sensibilidades às da mãe, de modo a sentir tudo aquilo que ela sente, como,
igualmente, a mate é influenciada pelo seu irmão em Cristo, que vai se tornar
criança no mundo. É uma verdadeira simbiose de pensamentos. Não generalizando, em muitos casos, os cônjuges se antipatizam quando a esposa dá sinal de concepções. É que o espírito reencarnante, por vezes, alimenta ódio do ser que vai lhe servir de pai, ou este, na profundeza da inconsciência, guarda ódio
daquele que vem como seu filho, para o reparo das dívidas.
Os filhos, tanto quanto os pais, se reúnem em um lar para lapidar os sentimentos,
perante a consciência, armazenando experiências que poderão transmutar em
paz, em futuras etapas.
A mulher em estado interessante pode ser considerada duas personalidades em um corpo só. Ela é o médium da vida física, é a indústria das vestes carnais, para que o espírito possa se materializar na Terra. Ela é o solo fecundo, onde o homem
deposita a semente divina, e a sua mente constitui o jardineiro que cuidará com desvelo do rebento a surgir das suas entranhas - a árvore humana.
É bom que vos lembreis, mulher-mãe, que podereis fazer muito pelo vosso filho antes de nascer. A vida que viveis no tempo da sua formação se plasmará irreversivelmente no seu cosmo orgânico, acompanhando, em muitos casos, toda a sua existência. As variações de influências obedecem à escala de evolução da alma.
A futura mãe, quando consciente das coisas espirituais, sentirá reaçôes estranhas
aos seus sentimentos, cabendo-lhe analisar que provêm daquele que vai nascer.
E, se a razão determinar que são ideias negativas, compete a ela reagir imediatamente, com pensamentos ao contrário, para que ele sinta a tranquilidade e esperança na situação coagida em que se encontra. Eis uma grande caridade.
É salutar que a leitura evangélica, nesses casos, seja feita diariamente, acompanhada de bom entendimento, fé e ânimo.

Livro: Horizontes da Mente
João Nunes Maia ditado por Miramez

SEMEAR ALEGRIA

Cirurgia Moral João Nunes Maia

24 - SEMEAR ALEGRIA
A alegria é conquista reservada somente aos homens, no distrito da Terra.
Nos animais, ela se manifesta no seu princípio rudimentar, sem a beleza e o conforto que se
expressa no coração humano.
A alegria é um dom grandioso, é uma semente de luz que Deus depositou
nos sentimentos dos seres humanos, deixando meios para que Seus filhos dessem crescimento
a essa virtude que tanto nos agrada. Vamos colocar a alegria como uma semente e fazê-la
crescer na nossa lavoura interna.
A criatura que não faz uso da alegria está sujeita a ver a tristeza invadir
seu peito e desfazer os mais renomados valores da vida. Esse bem-estar de que falamos está,
de certa forma, ligado às coisas espirituais. Certamente que esse prazer é um dom marcadamente
do espírito; no entanto, ele é crescente ao infinito, tem variados degraus para subir na
sua escala interminável.
Estamos fazendo um esforço ingente para levar aos nossos irmãos encarnados
alguns traços de iniciação nos tesouros da alma. A nossa maior intenção é que tu entres
na senda do aprimoramento espiritual e que, pelo conhecimento, possas subir mais depressa
pela rampa da vida, da vida perfeita, realizando o trabalho destinado a ti.
Queremos que todos compreendam que, no Universo, tudo é alegria, por
ser alegria a harmonia vibrante em todos os ângulos da criação. Quando endereçares a alguém
a palavra, seja a quem for, deixa falar primeiro o coração, com o contentamento que
lhe é próprio. Aos enfermos e às crianças devemos nos dirigir de modo próprio aos estágios
das almas que nos ouvem, pois se nossos lábios não exprimirem o nosso bem-estar através
de nossas palavras, estaremos estragando o tempo e menosprezando aquilo que Deus nos
deu por amor e que deve ser doado com prazer.
Deves disseminar, por onde fores, as sementes da alegria, com a pureza
que nasce dos sentimentos mais elevados da vida, porque se é dando que recebemos, a lei
nos garante a colheita daquilo que estamos plantando.
A criatura triste envelhece com mais facilidade e cria, em torno de si, um
ambiente de sombra, de modo a afastar todos os que queiram aproximar-se e que, por vezes,
estejam querendo ajudar.
O espírito triste é espírito morto. Procura promover meios de infundir alegria
aos outros, sem te esqueceres de que ela deve ser moldada nos mais profundos princípios
da verdade. O contentamento cristão é o mais recomendado para a nossa paz e para a
nossa saúde.
O perdão é mais fácil no ambiente da alegria. A alma introvertida, que não
é capaz de doar pelo menos alegria aos outros, bem como a egoísta, perde as sensibilidades
que dispõem o espírito a compreender. Enquanto nós não descobrirmos a nós mesmos no
emaranhado sistema de intolerância em que vivemos, pleno de orgulho e egoísmo, de ódio e
de inveja, enquanto não nos dispusermos a reformar essas atitudes, operando esses tumores
inconvenientes através da cirurgia moral, perderemos tempo no tempo que passa e sofremos
as conseqüências da própria ignorância.
Plantemos, pois, a alegria no nosso coração e nos nossos irmãos que andam
conosco no mesmo caminho, que seremos felizes.

COMO VIVER COM OS OUTROS

Cirurgia Moral- João Nunes Maia/ Lancellin
9 - COMO VIVER COM OS OUTROS
A ciência mais difícil que até hoje encontramos foi a de viver em conjunto,
e o mais interessante é que precisamos desse intercâmbio para viver. A lei nos condicionou a
essas necessidades biológicas e espirituais.
A própria vida perde o sentido se nos isolarmos das criaturas. Elas têm algo
que não possuímos e nós doamos a elas certos estímulos que a natureza lhes negou. Vemos
nisto a presença de Deus, levando-nos ao amor de uns para com os outros. E assim
aprendemos a amar por Amor.
A sociedade cada vez mais se aprimora, desde quando seus membros passam
a se respeitar mutuamente, entrosando as qualidades e desfrutando da fraternidade na
convivência. A sociedade é, pois, a flor do aprimoramento humano. No entanto, essa sociedade
não pode existir sem o lar. Ela se desarmoniza se deixar de existir a família, que é o
sustentáculo da harmonia que pode ser desfrutada pelos homens, em todos os rumos dos
seus objetivos.
Se queres paz em teu lar, começa a respeitar os direitos dos que convivem
contigo. Se romperes a linha divisória dos direitos alheios, afrontarás a tua própria paz.
Quem somente impõe suas idéias, passa a ser joguete dos pensamentos dos outros, às vezes,
sem perceber. Estuda a natureza humana, pelos livros e pela observação, que a experiência
te dirá os caminhos a tomar e a conduta a ser seguida. Vê como falas a quem te ouve e como
ouves a quem te fala e, neste auto-aprendizado, as lições serão guardadas em lugares de
que a vida sabe cuidar.
Não gastes teu tempo em palavras que desagradam, nem em horas de silêncio
que desapontam. Procura usar as oportunidades no bom senso que equilibra a alma.
Procura conversar com os outros na altura que eles já atingiram. Isso não é disfarce, é respeito
às sensibilidades, é sentir-te irmão de todos em todas as faixas da vida. Ao encontrares
uma criança, não passas a ser outra para que ela te entenda? Assim deves fazer nas dimensões
da vida humana em que te encontras.
A felicidade depende da compreensão, que gera Caridade, que gera Amor.
Conviver com os outros é, realmente, uma grande ciência, é a ciência da vida. Fomos feitos
para viver em sociedade. Se recusarmos, atrofiamo-nos e disso temos provas observando as
plantas que frutificam mais em conjunto; as pedras, que dão mais segurança quando amontoadas,
e os animais, que sempre andam em convivência. Tudo se une para a maior grandeza da criação.
Essas lições não são somente para os encarnados. Os espíritos, na erraticidade,
igualmente obedecem a essa grande regra de viver bem. Nós nos unimos em todas as
faixas a que pertencemos, no entusiasmo do bem, que nos dá a vida. Aprendamos, pois, a
conviver, a entender e respeitar os nossos irmãos que trabalham e vivem conosco, que tudo
passará a ser, para nós, motivo de felicidade, onde enxergaremos somente o Amor.
Contrariar as leis que nos congregam é desagregar a nossa própria paz. E para aprender a viver bem com os outros, necessário se faz que nos eduquemos em todos os sentidos, que nos aprimoremos em todas as virtudes. Sem esse trabalho interior, será difícil alcançar a paz imperturbável no reino do coração.