O Livro dos Espíritos - Farol a indicar caminhos
A. Merci Spada Borges
A
história das civilizações se perpetua através dos livros,
proporcionando o enriquecimento histórico e cultural dos povos. O livro,
cada vez mais lido, torna-se instrumento atuante sobre a mente humana.
Os livros tanto podem enriquecer, ampliar, libertar, quanto deturpar ou
escravizar consciências. Portanto, é necessário valorizar aqueles que
dignificam o homem.
Sob a luz abençoada do Consolador, O livro dos espíritos comemora 156 anos a iluminar consciências. Segundo publicação do próprio Codificador:
Contém a doutrina completa, como a ditaram os próprios Espíritos, com toda a sua filosofia e todas as suas consequências morais. É a revelação do destino do homem, a iniciação no conhecimento da natureza dos Espíritos e nos mistérios da vida de além-túmulo. Quem o lê compreende que o Espiritismo objetiva um fim sério, que não constitui frívolo passatempo.
Seu conteúdo se distribui em quatro partes; os temas, adredemente escolhidos, são desenvolvidos de forma muito original: perguntas e respostas. É uma disposição que facilita agradavelmente a leitura e o seu entendimento.
A primeira edição dessa obra monumental foi revelada ao público a 18 de abril de 1857. Não foi por acaso que essa data ficou gravada nos anais do Espiritismo. Tão importante se tornou que, na atualidade, foi instituída como Dia Nacional do Espiritismo.
O êxito do lançamento foi esplêndido. A primeira edição esgotou-se rapidamente. Em março de 1860, após revista, corrigida e ampliada, foi lançada a segunda edição, com seu conteúdo e formato definitivos. Completou-se, dessa forma, o primeiro livro da Codificação Espírita em toda sua amplitude filosófica e moral.
O Espírito Baluze, em comunicação mediúnica e espontânea, faz referência a esse estandarte do Espiritismo:
E quando tantas esperanças não pedem senão para se espalhar,quando tantas outras regiões estão, como essa, numa prostração mortal, desejamos que, em todos os corações, em todos os recantos perdidos deste mundo, penetre O livro dos espíritos. Só a doutrina que ele encerra será capaz de mudar o espírito das populações [...].3 (Destaque nosso.)
Em 1868, ao ser lançada A gênese,Allan Kardec ressalta em suas páginas:
O livro dos espíritos só teve consolidado o seu crédito, por ser a expressão de um pensamento coletivo, geral. Em abril de 1867,completou o seu primeiro período decenal. Nesse intervalo, os princípios fundamentais, cujas bases ele assentara, foram sucessivamente completados e desenvolvidos, por virtude da progressividade do ensino dos Espíritos.
Nenhum, porém, recebeu desmentido da experiência; todos,sem exceção, permaneceram de pé, mais vivazes do que nunca, enquanto que, de todas as ideias contraditórias que alguns tentaram opor-lhe, nenhuma prevaleceu[...].4 (Destaque nosso.)
Tão importante se tornou O livro dos espíritos que os jornais da época se apressaram a publicar artigos favoráveis sobre essa obra monumental:
O livro dos espíritos, do Sr.Allan Kardec, é uma página nova do grande livro do infinito, e estamos persuadidos de que um marcador assinalará essa página. Ficaríamos desolados se pensassem que acabamos de fazer aqui um anúncio bibliográfico; se pudéssemos supor que assim fora, quebraríamos a nossa pena imediatamente. Não conhecemos absolutamente o autor, mas confessamos abertamente que ficaríamos felizes em conhecê-lo. Aquele que escreveu a introdução que inicia O livro dos espíritos deve ter a alma aberta a todos os sentimentos nobres.[...]
A todos os deserdados da Terra,a todos os que caminham e caem, regando com suas lágrimas o pó da estrada, diremos:
Lede O livro dos espíritos; isso vos tornará mais fortes. Também aos felizes, aos que pelos caminhos só encontram os aplausos da multidão ou os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai-o; ele vos tornará melhores.5 (Destaques nosso.)
Chegara o momento em que o eminente trabalhador deveria retornar ao lar espiritual. Completara galhardamente a missão a que viera: a Codificação estava estruturada no Pentateuco Consolador. Tendo o grande missionário desencarnado, foi publicada a sua biografia, de que extraímos o seguinte excerto:
Data do aparecimento de O livro dos espíritos a fundação do Espiritismo que, até então, só contara com elementos esparsos, sem coordenação, e cujo alcance nem toda gente pudera apreender. A partir daquele momento, a doutrina prendeu a atenção dos homens sérios e tomou rápido desenvolvimento. Em poucos anos, aquelas ideias conquistaram numerosos aderentes em todas as camadas sociais e em todos os países. Esse êxito sem precedentes decorreu sem dúvida da simpatia que tais ideias despertaram, mas também é devido, em grande parte, à clareza com que foram expostas e que é um dos característicos dos escritos de Allan Kardec.6 (Destaque nosso.)
O Sr. Camille Flammarion fez um discurso emocionante junto ao túmulo de Kardec:
[...] Quando, pelo ano de 1850,as manifestações, novas na aparência, das mesas girantes,das pancadas sem causa ostensiva,dos movimentos insólitos de objetos e móveis começaram a prender a atenção pública, determinando mesmo, nos de imaginação aventureira, uma espécie de febre, devida à novidade de tais experiências, Allan Kardec, estudando ao mesmo tempo o magnetismo e seus singulares efeitos, acompanhou com a maior paciência e clarividência judiciosa as experimentações e as tentativas numerosas que então se faziam em Paris. Recolheu e pôs em ordem os resultados conseguidos dessa longa observação e com eles compôs o corpo de doutrina que publicou em 1857, na primeira edição de O livro dos espíritos. Todos sabeis que êxito alcançou essa obra, na França e no estrangeiro. Havendo atingido a 16a edição, tem espalhado em todas as classes esse corpo de doutrina elementar [...].7 (Destaque nosso.)
Doze anos depois de seu lançamento,precisamente em maio de 1869, após a desencarnação do amorável Codificador, O livro dos espíritos alcançou sua décima sexta edição francesa. E, nos dias atuais, após 156 anos de divulgação, a obra basilar da Codificação já foi traduzida para as mais diversas línguas do mundo, entre elas o japonês. O livro dos espíritos é o alicerce sólido, a pedra angular dessa consoladora Doutrina, revivescência do Evangelho de Jesus.8
Referências:
1KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad. Guillon Ribeiro. 80. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2012. pt. 1, cap. 3, Do
método, it. 35.
2______. Revista espírita: jornal de estudos psicológicos, ano 3, n. 3, p. 154 e 155, mar. 1860. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 3. ed.
2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. À venda O livro dos espíritos – Segunda edição.
3______. ______. ano 9, n. 5, p. 199, mai.1866. Trad. Evandro Noleto Bezerra.2. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Lembrança retrospectiva de um Espírito.
4______. A gênese. Trad. Guillon Ribeiro,52. ed. 5. reimp. Rio de Janeiro: FEB,2012. Introdução, p. 16.
5______. Revista espírita: jornal de estudos psicológicos. ano 1, n. 1, p. 64 e 65,jan. 1858. Trad. Evandro Noleto Bezerra.
4. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011.
A Doutrina Espírita, p. 64 e 65.
6______. ______. ano 12, n. 5, p. 188 e 189, mai. 1869. Trad. Evandro Noleto Bezerra.3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
Biografia do sr. Allan Kardec.
7______. ______. p. 197. Discursos pronunciados junto ao túmulo. O espiritismo e a ciência.
8WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec – Pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação. 4. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1998. v. 3, cap. 1, As obras espíritasde Allan Kardec.
Sob a luz abençoada do Consolador, O livro dos espíritos comemora 156 anos a iluminar consciências. Segundo publicação do próprio Codificador:
Contém a doutrina completa, como a ditaram os próprios Espíritos, com toda a sua filosofia e todas as suas consequências morais. É a revelação do destino do homem, a iniciação no conhecimento da natureza dos Espíritos e nos mistérios da vida de além-túmulo. Quem o lê compreende que o Espiritismo objetiva um fim sério, que não constitui frívolo passatempo.
Seu conteúdo se distribui em quatro partes; os temas, adredemente escolhidos, são desenvolvidos de forma muito original: perguntas e respostas. É uma disposição que facilita agradavelmente a leitura e o seu entendimento.
A primeira edição dessa obra monumental foi revelada ao público a 18 de abril de 1857. Não foi por acaso que essa data ficou gravada nos anais do Espiritismo. Tão importante se tornou que, na atualidade, foi instituída como Dia Nacional do Espiritismo.
O êxito do lançamento foi esplêndido. A primeira edição esgotou-se rapidamente. Em março de 1860, após revista, corrigida e ampliada, foi lançada a segunda edição, com seu conteúdo e formato definitivos. Completou-se, dessa forma, o primeiro livro da Codificação Espírita em toda sua amplitude filosófica e moral.
O Espírito Baluze, em comunicação mediúnica e espontânea, faz referência a esse estandarte do Espiritismo:
E quando tantas esperanças não pedem senão para se espalhar,quando tantas outras regiões estão, como essa, numa prostração mortal, desejamos que, em todos os corações, em todos os recantos perdidos deste mundo, penetre O livro dos espíritos. Só a doutrina que ele encerra será capaz de mudar o espírito das populações [...].3 (Destaque nosso.)
Em 1868, ao ser lançada A gênese,Allan Kardec ressalta em suas páginas:
O livro dos espíritos só teve consolidado o seu crédito, por ser a expressão de um pensamento coletivo, geral. Em abril de 1867,completou o seu primeiro período decenal. Nesse intervalo, os princípios fundamentais, cujas bases ele assentara, foram sucessivamente completados e desenvolvidos, por virtude da progressividade do ensino dos Espíritos.
Nenhum, porém, recebeu desmentido da experiência; todos,sem exceção, permaneceram de pé, mais vivazes do que nunca, enquanto que, de todas as ideias contraditórias que alguns tentaram opor-lhe, nenhuma prevaleceu[...].4 (Destaque nosso.)
Tão importante se tornou O livro dos espíritos que os jornais da época se apressaram a publicar artigos favoráveis sobre essa obra monumental:
O livro dos espíritos, do Sr.Allan Kardec, é uma página nova do grande livro do infinito, e estamos persuadidos de que um marcador assinalará essa página. Ficaríamos desolados se pensassem que acabamos de fazer aqui um anúncio bibliográfico; se pudéssemos supor que assim fora, quebraríamos a nossa pena imediatamente. Não conhecemos absolutamente o autor, mas confessamos abertamente que ficaríamos felizes em conhecê-lo. Aquele que escreveu a introdução que inicia O livro dos espíritos deve ter a alma aberta a todos os sentimentos nobres.[...]
A todos os deserdados da Terra,a todos os que caminham e caem, regando com suas lágrimas o pó da estrada, diremos:
Lede O livro dos espíritos; isso vos tornará mais fortes. Também aos felizes, aos que pelos caminhos só encontram os aplausos da multidão ou os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai-o; ele vos tornará melhores.5 (Destaques nosso.)
Chegara o momento em que o eminente trabalhador deveria retornar ao lar espiritual. Completara galhardamente a missão a que viera: a Codificação estava estruturada no Pentateuco Consolador. Tendo o grande missionário desencarnado, foi publicada a sua biografia, de que extraímos o seguinte excerto:
Data do aparecimento de O livro dos espíritos a fundação do Espiritismo que, até então, só contara com elementos esparsos, sem coordenação, e cujo alcance nem toda gente pudera apreender. A partir daquele momento, a doutrina prendeu a atenção dos homens sérios e tomou rápido desenvolvimento. Em poucos anos, aquelas ideias conquistaram numerosos aderentes em todas as camadas sociais e em todos os países. Esse êxito sem precedentes decorreu sem dúvida da simpatia que tais ideias despertaram, mas também é devido, em grande parte, à clareza com que foram expostas e que é um dos característicos dos escritos de Allan Kardec.6 (Destaque nosso.)
O Sr. Camille Flammarion fez um discurso emocionante junto ao túmulo de Kardec:
[...] Quando, pelo ano de 1850,as manifestações, novas na aparência, das mesas girantes,das pancadas sem causa ostensiva,dos movimentos insólitos de objetos e móveis começaram a prender a atenção pública, determinando mesmo, nos de imaginação aventureira, uma espécie de febre, devida à novidade de tais experiências, Allan Kardec, estudando ao mesmo tempo o magnetismo e seus singulares efeitos, acompanhou com a maior paciência e clarividência judiciosa as experimentações e as tentativas numerosas que então se faziam em Paris. Recolheu e pôs em ordem os resultados conseguidos dessa longa observação e com eles compôs o corpo de doutrina que publicou em 1857, na primeira edição de O livro dos espíritos. Todos sabeis que êxito alcançou essa obra, na França e no estrangeiro. Havendo atingido a 16a edição, tem espalhado em todas as classes esse corpo de doutrina elementar [...].7 (Destaque nosso.)
Doze anos depois de seu lançamento,precisamente em maio de 1869, após a desencarnação do amorável Codificador, O livro dos espíritos alcançou sua décima sexta edição francesa. E, nos dias atuais, após 156 anos de divulgação, a obra basilar da Codificação já foi traduzida para as mais diversas línguas do mundo, entre elas o japonês. O livro dos espíritos é o alicerce sólido, a pedra angular dessa consoladora Doutrina, revivescência do Evangelho de Jesus.8
Referências:
1KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad. Guillon Ribeiro. 80. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2012. pt. 1, cap. 3, Do
método, it. 35.
2______. Revista espírita: jornal de estudos psicológicos, ano 3, n. 3, p. 154 e 155, mar. 1860. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 3. ed.
2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. À venda O livro dos espíritos – Segunda edição.
3______. ______. ano 9, n. 5, p. 199, mai.1866. Trad. Evandro Noleto Bezerra.2. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Lembrança retrospectiva de um Espírito.
4______. A gênese. Trad. Guillon Ribeiro,52. ed. 5. reimp. Rio de Janeiro: FEB,2012. Introdução, p. 16.
5______. Revista espírita: jornal de estudos psicológicos. ano 1, n. 1, p. 64 e 65,jan. 1858. Trad. Evandro Noleto Bezerra.
4. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011.
A Doutrina Espírita, p. 64 e 65.
6______. ______. ano 12, n. 5, p. 188 e 189, mai. 1869. Trad. Evandro Noleto Bezerra.3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
Biografia do sr. Allan Kardec.
7______. ______. p. 197. Discursos pronunciados junto ao túmulo. O espiritismo e a ciência.
8WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec – Pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação. 4. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1998. v. 3, cap. 1, As obras espíritasde Allan Kardec.