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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DENTRO DO LAR





         Famílias-problemas!..
         Irmãos que se antagonizam...
         Cônjuges em lamentáveis litígios...
         Animosidades entre filho e pai, farpas de ódio entre filha e mãe...
         Afetos conjugais que se desmantelam em caudais de torvas acrimônias...
         Sorrisos filiais que se transfiguram em rictos de idiossincrasias e vinditas...
         Tempestades verbais em discussões extemporâneas...
         Agressões infelizes de conseqüências fatais...
         Tragédias nas paredes estreitas da família...
         Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade...
         Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis.
         Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações violentas em cadeia de ira...
         Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados com vinagre e fel de queixas e recriminações...
         Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas!...
* * *
         É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.
         A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontâneo, mas a colheita tem impositivo de obrigatoriedade.
         O esposo negligente de ontem hoje recebe no lar a antiga companheira nas vestes de filha ingrata e maldizente.
         A nubente atormentada, que no passado desrespeitou o lar, acolhe nos braços, no presente, o esposo traído vestindo as roupas de filho insidioso e cruel.
         O companheiro do pretérito culposo se reivincula pela consangüinidade à vítima, desesperada, reencontrando-a em casa como irmão impenitente e odioso.
         O braço açoitador se imobiliza sob vergastadas da loucura encarcerada nos trajos da família.
         Desconsideração doutrora, desrespeito da atualidade.
         Insânia gerando sandice e criminalidade alimentando aversões.
         Chacais produzindo chacais.
         Lobos tombando em armadilhas para lobos.
         Cobradores reencarnados junto às dívidas, na província do instituto da família, dentro do lar.
* * *
         Acende a claridade do Evangelho no lar e ama a tua família-problema, exercitando humildade e resignação.
         Preserva a paciência, elaborando o curso de amor nos exercícios diários do silêncio entre os panos da piedade para os que te compartem o ninho doméstico, revivendo os dias idos com execrandas carantonhas, sorvendo azedume e miasmas.
         Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual.
         Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por enganos dos Espíritos Egrégios.
         Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições superlativas e os próprios desenganos.
         Solicitaste a bênção da presença dos que te cercam em casa, para librares com segurança nos cimos para onde rumas.
         Sem eles faltariam bases para os teus pés jornaleiros.
         Sem a exigência deles, não serias digno de compartilhar a vilegiatura espiritual com os Amorosos Guias que te esperam.
         São eles, os parentes severos nos trajos de verdugos inclementes, a lição de paciência que necessitas viver, aprendendo a amar os difíceis de amor para te candidatares ao Amor que a todos ama.
         A mensagem espírita, que agora rutila no teu espírito transformado em farol de vivo amor e sabedoria, é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de armistício para o campo de batalha onde esgrimas com as armas da fé e da bondade, apaziguando, compreendendo, desculpando, confiando em horas e dias melhores para o futuro...
         Apóia-te ao bastão da certeza reencarnacionista, aproveita o padecimento ultriz, ajuda os verdugos da tua harmonia, mas dá-lhes a luz do conhecimento espírita para que, também eles, os problemas em si mesmos, elucidem os próprios enigmas e dramas, rumando para experiências novas com o coração afervorado e o espírito tranqüilo.
(De “Dimensões da Verdade”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Angelis)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

CONSÓRCIO MATRIMONIAL


Eurípedes Barsanulfo, o abençoado Missionário sacramentando, nas
inesquecíveis aulas que ministrava no Colégio “Allan Kardec”, tinha por hábito conclamar os jovens discípulos a que levassem em alta consideração o compromisso matrimonial e se fizessem pais de
muitos filhos.
Sempre que se fazia propício o ensejo, o iluminado Apóstolo tornava à valiosa conclamação.
Certo dia, um aluno mais arrojado, após escutar o conselho formoso, solicitando desculpas, inquiriu o mestre:
- “Seu” Eurípedes, o senhor que tanto nos aconselha ao matrimônio, por que não se casou?
Ouve um grande silêncio na classe.
Eurípedes fitou o adolescente, demoradamente. Com os olhos nublados e a voz embargada, respondeu de maneira inesquecível:
- Eu já sou casado, meu filho. Renunciei às satisfações pessoais, a fim de associar-me com a Humanidade sofredora de todo lugar...
Se amas, encontrarás em toda parte “os filhos do Calvário” esperando por ti. Tomá-los-ás, então, como irmãos, amigos, nubentes e filhos carentes do teu carinho e do teu auxílio.
Não titubeies, na decisão, ante eles e doa-te sem qualquer receio.

sábado, 18 de agosto de 2012

Encontro de Reparação.



          Encontro de Reparação
          O diálogo, na praça ensolarada, no qual a mulher adúltera foi compreendida por Jesus, tornou-se um esperado escândalo.

          Surpreendentemente, o Mestre não censurou o delito, recomendando a lapidação da equivocada, nem a liberou de responsabilidade, considerando-a inocente.

          Reportou-se, isto sim, à leviandade dos acusadores que se encontravam incursos no mesmo crime.

          Tal atitude havia desconcertado os intrigantes e vingadores gratuitos, que se rebelavam contra a terrível chaga do organismo social, que é o adultério, esquecidos de que, ao lado da caída encontrava-se o comparsa que tombara no mesmo erro.

          Passada a surpresa e debandada a multidão sedenta de sangue, e porque a sós, com a infortunada, o Senhor recomendou-lhe que não voltasse a pecar a fim de que não lhe acontecesse mal pior, conforme era habitual.

          Naquela noite, no entanto, quando o episódio já esmaecia, inclusive, entre os discípulos, a mulher, decidida a imprimir novo rumo à existência, procurou o Amigo Divino, na residência que O acolhia ...

          Demonstrando, no constrangimento que exteriorizava, todo o drama, e sofrimento maceradores, solicitou e conseguiu uma entrevista com Aquele graças a cuja interferência tivera a vida poupada.

          Compreendendo a angústia que a apunhalava, o Senhor ensejou-lhe o início da conversa de edificação, saudando-a com carinho e sem afectação.

          - Rogo perdão - disse ela reticente - por vir perturbar-Vos a paz.

          - A verdadeira paz - retrucou-lhe, calmo - é a que flui do coração aclimatado ao culto do dever, que nada perturba.

          "Fala, tranquila e te ouvirei... "

          - Sinto-me aturdida - ripostou-Lhe em pranto - sem saber que rumo dar à minha existência. Lutei muito antes de tombar... O sedutor rondou-me os passos como lobo voraz, ante a presa invigilante ...

          "Meu esposo, passados os primeiros dias da novidade conjugal, retornou às noitadas alegres, deixando-me em solidão... Enferma da alma e carente de bondade, permiti-me envenenar por tormentos que não merecem compaixão.

          "Com sede de ternura, embriaguei-me de concupiscência e ansiosa pela água pura do amor, chafurdei no lodaçal dos desejos doentios. O resultado foi a tragédia ...

          "Abandonada e sem lar, agora padeço o desprezo e a zombaria geral, não sabendo que rumo seguir, nem como agir.

          "Peço-Vos um roteiro e uma lâmpada acesa de


          esperança, a fim de prosseguir... "

          Jesus penetrou naquela alma, ansiosa e sofrida, nela encontrando as dores da Humanidade através dos tempos e considerou, bondoso:

          - A paciência e a confiança em Deus serão as duas providências iniciais que te facultarão a cura e a renovação da saúde. Cometido o erro, ele passa a pesar na economia social e a sobrecarregar a consciência culpada.

          "Não são de importância o que os outros pensam de nós e a cobrança, pela impiedade, com que .desejam fazer justiça. O problema íntimo é vital, e somente quando o homem se reintegra no concerto da ordem, do bem, é que pode fruir de tranquilidade.

          "Arma-te de humildade e confia no amanhã.

          "A memória do povo é fraca e passa rápida em relação às virtudes do próximo. Todavia, é firme, clara e duradoura de referência às faltas alheias, sempre recordadas com o ácido da acusação e os acepipes da malícia.

          "O exemplo decorrente do arrependimento se transforma na defesa do equivocado, que assim repara perante o Pai, ante si mesmo e a sociedade, o engano perpetrado."

          - Para onde irei, agora? - inquiriu, vencida ..

          - As aves dos céus têm ninho, as serpentes e feras os seus covis, mas o filho do Homem não tem onde se agasalhar, vivendo sob a abóbada estrelada e avançando na direcção do Infinito ...

          "Assim, busca a oportunidade de reparação e adapta-te à situação actual, aguardando o amanhã com a disposição de quem compreende o prejuízo a si mesmo causado, ao arrojar fora o hoje ...

          "A negligência do esposo ingrato e leviano não constitui respaldo para que assumisses compromisso infeliz semelhante. E porque ele é doente também, vivendo num organismo comunitário alienado do amor, não tem condições de distender-te a mão amiga, quando dele necessitas e conforme de ti no futuro igualmente dependerá.

          "A vida é feita de permutas, que facilitam a felicidade para todos, sem cujo concurso faz-se mais difícil.

          "Segue, porém, renovada pela certeza do triunfo, porquanto todo aquele que se levanta da queda, encontra apoio na fé e na luta para firmar-se.

          "O Pai Criador não desampara filho algum e vela, devotado, por todos."

          Fazendo-se um silêncio natural, profundo e tocante, foi a mulher quem o arrebentou, rogando:

          - Permiti-me, seguir-Vos, na minha pequenez, e dai-me a Vossa bênção.

          Jesus envolveu a sofredora em uma onda de ternura ímpar, e, erguendo-a, pois que, comovida, se Lhe prosternara aos pés, concluiu:

          - Vai, filha, e não sofras mais. Aqueles que se arrependem e buscam ensejo de redenção, encontram-no. Há sempre um lugar no rebanho do amor para as ovelhas que retornam e desejam avançar.

          "Onde quer que vás, eu estarei contigo e a luz da verdade, no archote do bem brilhará à frente, clareando o teu caminho."

          No céu silencioso, a sinfonia dos astros espalhava luz cintilante, apontando o futuro.

          *

          Dez anos depois, na cidade de Tiro, uma casa humilde de aspecto e rica de amor, recolhia peregrinos cansados e enfermos sem ninguém.

          Uma mulher, que traía na face desgastada vestígios de grande beleza em decadência, reunia ali os infelizes, limpava-lhes as chagas e falava-lhes de Jesus.

          Tornara-se, por isso, querida e respeitada por todos.

          Num cair de tarde amena, chegou, trazido por mãos piedosas, um homem chagado, em extrema penúria, quase morto sob o fardo de mil vicissitudes.

          Recolhido com carinho, teve as úlceras lavadas e aliviadas com unguentos medicamentosos, recebendo caldo reconfortante das mãos da caridade.

          Quando se recobrou um pouco do desalento que o vitimava, ouviu a mensagem de encorajamento, em nome de Jesus, enunciada com unção e carinho pela desconhecida benfeitora.

          Emocionado, e quase sem vitalidade, indagou interessado:

          - Esse Jesus a quem vos referis é o galileu que foi crucificado em Jerusalém?

          - Sim, é Ele mesmo. Morreu por nós, mas volveu ao nosso convívio para nunca mais deixar-nos.

          - E vós O conhecestes para terdes a certeza de que os Seus ensinos são verdadeiros?

          - Sim, eu O conheci oportunamente, quando a mim Ele salvou-me ...

          - Também eu tive a honra de O conhecer - respondeu o moribundo, quase sem forças - mas não soube beneficiar-me. A vós Ele salvou, mas, eu, egoísta e mau, O detestei, afastando-me da Sua presença, confuso e amargurado.

          - Que vos fez Ele para que fugísseis, magoado?

          - Salvou a minha mulher que adulterara contra mim e não me concedeu uma palavra, sequer, de consolação. Não pude compreendê-lO, então.

          "Abandonei a companheira a quem eu infelicitara com os meus vícios e envenenei-me de dor.

          "Passados os anos e havendo despertado para a verdade, tenho-a buscado em vão por toda parte, até que a doença me devorou o corpo e aqui estou... "

          Embargada pelas emoções em desenfreio, naquele momento, a mulher recordou-se da praça e do diálogo, à noite, com o Mestre, um decénio antes, reconheceu o companheiro do passado e sem dizer-lhe nada, segurou-lhe a mão suavemente e o consolou:

          - O arrependimento do erro, a confiança em Deus e a paciência são os primeiros passos para a reparação de qualquer delito.

          "Deus é amor, e, Jesus, por isso mesmo nunca está longe daqueles que O querem e buscam.

          "Agora durma em paz enquanto eu velo, porquanto, nós ambos já O encontramos ... "


          
Pelos caminhos de Jesus -  Divaldo Pereira Franco – Amélia Rodrigues

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Entrevista com Raul Teixeira sobre família .


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Escrito por Raul Teixeira   
VIOLÊNCIA NO LAR
Por que tanta violência entre pais e filhos?

Raul – No capítulo da violência entre pais e filhos, deparamo-nos com adversários que reencarnam-se no mesmo conjunto doméstico, para atenderem ao serviço da recuperação de si mesmos, desfazendo rastros odientos e frustrações afetivas com o esforço devido; no entanto, ao lado desta realidade, conhecemos a indiferença e o abandono a que muitos filhos são relegados por seus pais, despertando velhos antagonismos, de conseqüências imprevisíveis.

Há que buscar-se o equilíbrio que o Evangelho de Jesus ensina. Aquele que mais compreender, sirva, oriente, perdoe, a fim de diminuir-se a onda de violência entre pais e filhos. Não esqueçamos, entretanto, que o abandono dos filhos, o ato de relegar-se sua orientação a escolas e a terceiros, a imposição sem explicação educativa, o fato de permitir aos filhos usos perigosos; apenas para não incomodar-se, não deixam de ser, à luz do Espiritismo, tenebrosos atos de violência, com os que atraiçoamos a confiança da Divindade, e que deveremos ajustar em tempos do futuro, e muitas vezes, de um futuro a iniciar-se hoje mesmo.

FILHOS ADOTIVOS
Os filhos adotivos: quando e como os pais devem falar a verdade?

Raul – Desde que são adotados, deverão sabê-lo. Não há porque aguardar que cresçam. Os filhos adotivos convivem muito bem com a revelação que lhes é feita, se feita com atenção e com ingredientes de carinho, sem a intenção de magoar, de ferir. Alegar-se-á a desencarnação dos verdadeiros pais ou a impossibilidade deles para criá-los, por insuperáveis dificuldades. Deixem-nos sentir que são amados, respeitados como filhos realmente, e nenhum problema advirá além das marcas com que a provação já os assinalou.

SEPARAÇÕES NO MATRIMÔNIO
A que se deve o número cada vez maior de separações no matrimônio?

Raul – Deve-se ao fato de não ter sido levado em conta a lei divina, conforme anota Allan Kardec, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XXII, item 5.

Os problemas de intolerância, a liberalidade da formação do caráter, o despreparo para as responsabilidades do casamento, o orgulho soez e seus afins, representam elementos danosos a atentarem contra os lares de fracos alicerces.

DIVÓRCIO E FILHOS
Quando o divórcio é iminente como fica a situação dos filhos?

Raul – A situação do divórcio do casal, com raríssimas exceções, perturba muito os filhos. Seja pela divisão emocional que se processa, seja pelo caráter odiento em que se estriba, os filhos ficam como que sufocados num clima desestruturador, desde a iminência, desde as conversas, as querelas, as friezas ou os desrespeitos.

Melhor seria que os casais se pudessem compreender melhor, evitando que essas aves implumes e dependentes, que são os filhos, caiam do ninho desfeito ou mal mantido, perturbando-se ao invés de avançar para Deus, em clima de segurança.

FILHOS ENVOLVIDOS COM DROGAS
Qual deve ser o comportamento dos pais, quando os filhos estão envolvidos com drogas?

Raul – O do esclarecimento lúcido, sem emoções desequilibradas, mostrando que eles, os filhos, são os primeiros e grandes lesados. A persistir o envolvimento, nenhum pai responsável e que ame seus filhos, deverá negar-se a conduzi-los a tratamento médico, ou médico e psicológico, com profissionais de comprovada confiança e, se necessário, pelo nível de descontrole a que cheguem ou pelos perigos para os implicados ou para a própria família, a internação em competente clínica. É bom que lembremos que, em tais casos, o paciente não tem que decidir se vai ou não internar-se, uma vez que já demonstrou não estar sabendo utilizar seu livre-arbítrio para o bem de si e dos que o rodeiam.

Ao lado do atendimento de profissionais, a oração e o tratamento da fluidoterapia espírita, em muito contribuirá para desfazer-se o quadro tormentoso, considerando-se a insuflação obsessiva que costuma estar presente em situações desse gênero.

INFLUÊNCIA DA TV
Como você vê a influência da televisão no lar?

Raul – Na atualidade são poucas as emissoras e programações de televisão que apresentam material de boa qualidade educativa ou divertimentos saudáveis para quem os vê. Quando não é o noticiário tendencioso e escandaloso, é a violência que, como um vírus, penetra e adoece o organismo doméstico, acompanhado por algumas novelas que apresentam tanta “realidade”, que conseguem desequilibrar, transtornar os de mentalidade mais frágil. Urge adotemos uma postura analítica perante as programações.

O costume de dialogarem os esposos, pais e filhos, os irmãos entre si, discutindo esse ou aquele aspecto do que viram e ouviram, auxiliará, sobremaneira, a que se forme um critério seletivo, seja individual, seja da equipe familiar, quando se chegue a um consenso positivo.

Por outro lado, percebemos que os indivíduos que põem no ar a ganga intelectual em forma de programas e atrações, são os elementos das famílias perturbados em si mesmos, vaidosos ou de moralidade cediça, o que nos permite destacar a importância, ainda mais, da educação que a família pode oferecer.

FAMÍLIA ATUAL
Sob que aspecto a família atual está mais descuidada?

Raul – Ao que podemos contemplar, a família acha-se, de um modo geral, descuidada nos mais diversificados aspectos da vida, considerando-se o seu papel de “escola das almas”, e a primeira escola por sinal dos que chegam no mundo terreno. Entretanto, as raízes atormentadoras de tanto desajuste familiar, vemos na vivência materialista, sem as noções básicas quanto ao Espírito imortal, a descrença em Deus, embora a maioria professe rituais e cultos variados e vazios de conteúdo mais profundo acerca da vida.

É aí que o conhecimento da reencarnação, da lei de causa e efeito, conforme ensina o Espiritismo, pode despertar os pais, os filhos, esposos, para que reflitam acerca das responsabilidades graves que têm, em face das relações familiares, com vistas ao futuro de alegrias e de paz.

MÃES QUE TRABALHAM
Mãe que trabalha fora do lar prejudica a educação dos filhos?

Raul – Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec recebe dos Espíritos a informação de que a paternidade é uma verdadeira missão e, mais do que isto, que é um grandíssimo dever e que envolve, mais do que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro, conforme notamos na questão 582. Acredito que a questão grave não seja a situação em que a mãe precisa trabalhar fora do lar, mas sim, como fará ela a necessária compensação, quando ao lar retorna.

É certo que admitimos que a ausência da mãe sempre provocará, sobre os filhos pequenos, processos de carências que ninguém suprirá devidamente. De acordo com o tipo de Espírito, essas carências poderão atingir índices altos de transtornos na formação da personalidade infantil, a desaguar nos desajustes da adolescência, quando não corrigidos a tempo.

Faze-se, assim, importante que a mãe que trabalhe fora de casa, empreenda maiores esforços para envolver a criança, atendê-la, entendê-la, ajudá-la em seus trabalhos escolares, dialogando sempre. Enfim, torna-se imprescindível que os pais, e particularmente a mãe, conversem com as crianças sobre as razões ponderáveis.

Não deverão os pais, em chegando ao lar, fixarem-se nas intermináveis novelas, em leituras de jornais delongadas, irritando-se com a aproximação ou solicitação dos pequenos, aos quais, antes deveriam buscar para aconchegá-los.

Nesses casos, depois que os pais cheguem em casa, eles próprios superarão o cansaço para cuidarem, com atenção e carinho, dos filhos que ficaram sem eles durante todo o dia, ou grande parte do dia. Os finais de semana, igualmente, deverão ser passados junto dos filhos, aproveitados na companhia deles, salvo em casos de necessidade imperiosa que determina o contrário.

Necessário se faz renunciar a alguns prazeres e divertimentos, enquanto os filhos disto careçam, a fim de formá-los no equilíbrio para o futuro, agindo dentro da orientação espírita, de acordo com o que nos lembra a Codificação Espírita.

EDUCAÇÃO SEXUAL
No mundo atual vemos aumentar o desequilíbrio no campo sexual. Até que ponto os pais têm influência na educação do sexo?

Raul – O sexo, representando uma das potências das quais se vale o Espírito, para progredir e cooperar com Deus na Obra universal, não encontrará equilíbrio, enquanto outras áreas do ser não forem bem trabalhadas pela educação superior. Jamais encontraremos sexualidade equilibrada em indivíduos egoístas, vaidosos, irascíveis, orgulhosos, violentos, mentirosos e usurpadores. Assim, no dizer do Espírito Joanna de Ângelis, a família deve educar seus filhos para Deus, para que, então, o todo se encaminhe para a faixa da harmonia.

A morigeração dos hábitos, o respeito à vida em todas as suas dimensões, o cuidado de si mesmo, a sinceridade de uma religião profunda, farão com que a família cresça conduzindo seus filhos para Deus, com suas energias de criação, de características sexuais, ajustadas ao respeito, à dignidade, ao bem geral.

FILHOS E CENTRO ESPÍRITA
Qual a atitude dos pais, quando os filhos não aceitam o encaminhamento ao Centro Espírita?

Raul – Se são filhos emancipados, com vida própria, caberá aos pais o respeito à sua condição e escolha. Entretanto, o mesmo não poderá ocorrer com os filhos menores, totalmente dependentes dos pais. É uma questão de coerência. Aos pais, neste caso, caberá persuadir, sem violência, mas com seriedade e severidade, para que participem da doutrina que auxilia o lar a manter-se em franco clima de progresso e de trabalho.

Os que perante Deus são incumbidos de dar o alimento, o calçado e a veste, a escola e o cobertor, por que não ensejariam aos filhos a opção do conhecimento espírita?

Mesmo que mais tarde, emancipados, se afastem do caminho espiritista, estarão lançadas as sementes da verdade, que um dia, germinarão, ainda que seja sob chuvas de testemunhos difíceis ou entre os ciclones de dores acerbas, ou, ainda, ante as exigências da alma, na sua sede de comunhão com Deus.


Entrevista concedida por Raul Teixeira em Catanduvas-SP, reproduzida pelo Jornal Mundo Espírita de agosto de 1986, retirada do endereço: http://www.raulteixeira.com/noticias.php

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

NO REINO DOMÉSTICO do Livro Cartas e Crônicas

32 - NO REINO DOMÉSTICO
Você, meu amigo, pergunta que papel desempenhará o Espiritismo, na ciência das relações
sociais, e, muito simplesmente, responderei que, aliado ao Cristo, o nosso movimento
renovador é a chave da paz, entre as criaturas.
Já terá refletido, porventura, na importância da compreensão generalizada, com respeito à
justiça que nos rege a vida, e à fraternidade que nos cabe construir na Terra?
A sociologia não é a realização de gabinete. É obra viva que interessa o cerne do homem, de
modo a plasmar-lhe o clima de progresso substancial.
Reporta-se você ao amargo problema dos casamentos infelizes, como se o matrimônio fosse
o único enigma na peregrinação humana, mas se esquece de que a alma encarnada é
surpreendida, a cada passo, por escuros labirintos na vida de associação.
Habitualmente, renascem juntos, sob os elos da consangüinidade, aqueles que ainda não
acertaram as rodas do entendimento, no carro da evolução, a fim de trabalharem com o
abençoado buril da dificuldade sobre as arestas que lhes impedem a harmonia. Jungidos à
máquina das convenções respeitáveis, no instituto familiar, caminham, lado a lado, sob os
aguilhões da responsabilidade e da traição, sorvendo o remédio amargoso da convivência
compulsória para sanarem velhas feridas imanifestas.
E nesse vastíssimo roteiro de Espíritos em desajuste, não identificaremos tão somente os
cônjuges infortunados. Além deles, há fenômenos sentimentais mais complexos. Existem
pais que não toleram os filhos e mães que se voltam, impassíveis, contra os próprios
descendentes. Há filhos que se revelam inimigos dos progenitores e irmãos que se
exterminam dentro do magnetismo degenerado da antipatia congênita, dilacerando-se uns
aos outros, com raios mortíferos e invisíveis do ódio e do ciúme, da inveja e do despeito,
apaixonadamente cultivados no solo mental.
Os hospitais e principalmente os manicômios apresentam significativo número de enfermos,
que não passam de mutilados espirituais dessa guerra terrível e incruenta na trincheira
mascarada sob o nome de lar. Batizam-nos os médicos com rotulagens diversas, na esfera
da diagnose complicada; entretanto, na profundez das causas, reside a influência maligna da
parentela consangüínea que, não raro, copia as atitudes da tribo selvagem e enfurecida.
Todos os dias, semelhantes farrapos humanos atravessam os pórticos das casas de saúde
ou da caridade, à maneira de restos indefiníveis de náufragos, perdidos em mar tormentoso,
procurando a terra firme da costa, através da onda móvel.
Não tenha dúvida.
75
O homicídio, nas mais variadas formas, é intensamente praticado sem armas visíveis, em
todos os quadrantes do Planeta.
Em quase toda a parte, vemos pais e mães que expressam ternura, ante os filhos
desventurados, e que se revoltam contra eles toda vez que se mostrem prósperos e felizes.
Há irmãos que não suportam a superioridade daqueles que lhes partilham o nome e a
experiência, e companheiros que apenas se alegram com a camaradagem nas horas de
necessidade e infortúnio.
Ninguém pode negar a existência do amor no fundo das multiformes uniões a que nos
referimos. Mas esse amor ainda se encontra, à maneira do ouro inculto, incrustado no
cascalho duro e contundente do egoísmo e da ignorância que às vezes, matam sem a
intenção de destruir e ferem sem perceber a inocência ou a grandeza de suas vítimas.
Por isso mesmo, o Espiritismo com Jesus, convidando-nos ao sacrifício e à bondade, ao
conhecimento e ao perdão, aclarando a origem de nossos antagonismos e reportando-nos
aos dramas por nós todos já vividos no pretérito, acenderá um facho de luz em cada
coração, inclinando as almas rebeldes ou enfermiças à justa compreensão do programa
sublime de melhoria individual, em favor da tranqüilidade coletiva e da ascensão de todos.
Desvelando os horizontes largos da vida, a Nova Revelação dilatará a esperança, o estímulo
à virtude e a educação em todas as inteligências amadurecidas na boa vontade, que
passarão a entender nas piores situações familiares pequenos cursos regenerativos, dandose
pressa em aceitá-los com serenidade e paciência, de vez que a dor e a morte são
invariavelmente os oficiais da Divina Justiça, funcionando com absoluto equilíbrio, em todas
as direções, unindo ou separando almas, com vistas à prosperidade do Infinito Bem.
Assim, pois, meu caro, dispense-me da obrigação de maiores comentários, que se fariam
tediosos em nossa época de esclarecimento rápido, através da condensação dos assuntos
que dizem respeito ao soerguimento da Terra.
Observe e medite.
E, quando perceber a imensa força iluminativa do Espiritismo Cristão, você identificará Jesus
como sendo o Sociólogo Divino do Mundo, e verá no Evangelho o Código de Ouro e Luz, em
cuja aplicação pura e simples reside a verdadeira redenção da Humanidade.

Chico Xavier / Irmão X

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Uniões Enfermas


Se te encontras nas tarefas da união conjugal, recorda que ora a execução dos encargos em dupla é a garantia de tua própria sustentação.
Dois associados no condomínio da responsabilidade na mesma construção.
Dois companheiros compartilhando um só investimento.
*
Às vezes, depois dos votos de ternura e fidelidade, quando as promessas se encaminham para as realizações objetivas, os sócios de base da empresa familiar encontram obstáculos pela frente.
Um deles terá adoecido e falta no outro a tolerância necessária.
Surge a irritação e aparece o ressentimento.
Em outras ocasiões, o trabalho se amplia em casa e um deles foge à cooperação.
Surge o cansaço e aparece o desapreço.
Hoje - queixas.
Adiante - desatenções e lágrimas.
Amanhã - rixas.
Adiante ainda - amarguras e acusações recíprocas.
Se um dos responsáveis não se dispõe a compreender a validade do sacrifício, aceitando-o por medida de salvação do instituto doméstico, eis a união enferma ameaçando ruptura.
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Nesse passo, costumam repontar do caminho laços e afinidades de existências do pretérito convidando esse ou aquele dos parceiros para uniões diferentes. E será indispensável muita abnegação para que os chefes da comunhão familiar não venham a desfazer, de todo, a união já enferma, partindo no rumo de novos ajustes afetivos.
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Entende-se claro que o divórcio é lei humana que vem unicamente confirmar uma situação que já existe e que, se calamidades da alma pendem sobre a casa, não se dispõe de outra providência mais razoável para recomendar, além dessa. Entretanto, se te vês nos problemas da união enferma e, principalmente se tens crianças a proteger, tanto quanto se te faça possível, mantém o lar que edificaste com as melhores forças do espírito.
Realmente, os casamentos de amor jamais adoecem, mas nos enlaces de provação redentora, os cônjuges solicitaram, antes do berço terrestre, determinadas tarefas em regime de compromisso perante a Vida Infinita. E, ante a Vida Infinita convém lembrar sempre que os nossos débitos não precisam de resgate, a longo prazo, pela contabilidade dos séculos, desde que nos empenhemos a solve-los em tempo curto, pelo crediário da paciência, a serviço do amor.
Pelo Espírito Emmanuel
XAVIER, Francisco Cândido. Caminhos de Volta. Espíritos Diversos. GEEM.