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quinta-feira, 9 de agosto de 2012
O pecado e a atitude pecaminosa
"Tendes ouvido o que foi dito: Não adulterareis. Eu, porém, vos digo que todo o que põeseus olhos em uma mulher, para a cobiçar, já no seu coração cometeu adultério... E'necessário que haja escândalos, mas ai do homem por quem o escândalo vem."A atitude pecaminosa e o pecado consumado são igualmente passíveis de condenaçãopela soberana justiça do céu.Há capacidade para o mal, como há para o bem. O estado pecaminoso está incurso na leidivina, ainda mesmo que, por esta ou aquela circunstância, não se objetive o pecado.A justiça da Terra julga pelas aparências. A do céu julga segundo a reta equidade. Parao julgamento do mundo é mister que o mal se concretize para que exista e sejacondenado. Para o juízo divino, que penetra o âmago dos corações, não é istonecessário: ele constata o mal latente e o exprobra desde logo.E assim se explicam as palavras de Jesus: E' preciso que haja escândalo; mas aidaquele por quem vem o escândalo. Sim, é preciso que a maldade humana, oculta nospélagos insondáveis do Espírito, se manifeste, se mostre à luz do dia para que odelinqüente se reconheça como tal, e, suportando as conseqüências dolorosas do delito, secorrija e se converta. Enquanto a sujidade permanece escondida, o homem se julga puro;quando, porém, extravasa a lama pútrida que jazia acamada no fundo de sua alma, eledesperta para a realidade e se reconhece pecador. E' o que sucedeu com oMancebo, cuja paixão pelas riquezas mundanas Jesus tornou patente.Sendo a confissão da culpa o início da redenção, é preciso que haja escândalo, vistocomo o homem só se curva à evidência dos seus pecados quando estes se tornamostensivos, não lhe sendo mais possível dissimulá-los.Que importa que o adultério não se haja consumado, se ele existe no coração? Que importaque o homem mau não haja tirado a vida a ninguém, se ele é homicida de pensamento,se alimenta ódio contra seu próximo e se regozija com as alheias desventuras ?Quem diria que Judas seria capaz de vender a Jesus-Cristo por trinta dinheiros, senãoo mesmo Jesus, que sabia existir na alma cúpida daquele discípulo a avareza, a sedeinsaciável de ouro que, no dizer de Paulo, é a raiz de todos os males? Nesse caso,dir-se-á: porque, então, Jesus chamou Judas para o apostolado? Justamente porqueera preciso que o escândalo se verificasse, já em proveito da missão que Jesus vinhadesempenhar na Terra, já no do próprio Judas, cuja redenção teve início precisamenteapós a prática daquele crime de traição. O tremendo remorso de que se viu possuído éo atestado certo do despertar de sua consciência até ali mergulhada na embriaguez debastardas paixões.Noutro terreno menos grave, vemos Pedro, o apóstolo arrojado, cujo temperamentoardoroso tão bem se prestava a transmitir as mensagens do céu, negar três vezes o seuMestre, a despeito mesmo de haver sido por ele prevenido dessa prova pela qual deviapassar. A negação de Pedro foi, a seu turno, um escândalo; mas, era preciso que assim sucedesse para que Pedro se acautelasse contra uma ralha de seu bondoso caráter.Jesus estava certo de que Pedro podia negá-lo; porem Pedro, a parte mais interessadano caso, ignorava que de tal fosse capaz. Após a consumação do ato pecaminoso, ficou-seconhecendo melhor; e, como é sabido, do conhecimento próprio depende a obra de nossoaperfeiçoamento. Pedro, no conceito de Jesus, era o mesmo, antes e depois da negação. Estafalta, ou melhor, a capacidade de praticar ou incorrer em tal gênero de pecado, já Jesus haviadescortinado no interior daquele apóstolo.De todos estes comentos ressalta grande e proveitosíssima lição de humildade, que convém assi-nalar. Do exposto, é forçoso concluir que existe em todos nós grandes falhas de caráter,muitas e variadas capacidades de pecar. Esta convicção, do que em realidade somos, há de nostornar mais benevolentes, menos descaridosos para com as quedas alheias. Veremos com olhosmais complacentes as vitimas do crime; e, — como os acusadores da mulher adúltera, aos quaisJesus forçou reconhecer as culpas próprias — não nos sentiremos com ânimo de atirar-lhes aprimeira pedra.
Livro: Em torno do Mestre- Vinícius
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terça-feira, 7 de agosto de 2012
Prece Para Resistir a Uma Tentação
Para Resistir a Uma Tentação
20. Prefácio _ Todo mau pensamento pode ter duas origens: a nossa própria imperfeição espiritual, ou uma funesta influência que age sobre ela. Neste último caso, temos a indicação de uma fraqueza que nos expõe a essas influências, e portanto de que a nossa alma é imperfeita. Dessa maneira, aquele que falir não poderá desculpar-se com a simples influência de um Espírito estranho, desde que esse Espírito não poderia levá-lo ao mal, se o encontrasse inacessível à sedução.
Quando temos um mau pensamento, podemos supor que um espírito malfazejo nos sugere o mal, cabendo-nos inteira liberdade de ceder ou resistir, como se estivéssemos diante da solicitação de uma pessoa viva. Devemos ao mesmo tempo imaginar o nosso Anjo Guardião ou Espírito Protetor, que por sua vez combate em nós essa influência má, esperando com ansiedade a decisão que vamos tomar. Nossa hesitação em atender ao mal é devida à voz do Bom Espírito, que se faz ouvir pela nossa consciência.
Reconhece-se um mau pensamento quando ele se distancia da caridade, que é a base de toda moral verdadeira; quando vem carregado de orgulho, vaidade e egoísmo; quando a sua realização pode causar algum prejuízo a outra pessoa; quando, enfim, nos propõe fazer aos outros o que não quereríamos que os outros nos fizessem. (Caps. XXVIII, nº 15 e XV, nº 10).
21. Prece _ Deus Todo-Poderoso, não me deixeis sucumbir à tentação de cair no erro! Espíritos benevolentes que me protegeis, desviai de mim este mau pensamento, e dai-me a força de resistir à sugestão do mal. Se eu sucumbir, merecerei a expiação da minha falta nesta mesma existência e em outra, porque sou livre para escolher.
Copyright 2004 - LAKE - Livraria Allan Kardec Editora
(Instituição Filantrópica) Todos os Direitos Reservados
20. Prefácio _ Todo mau pensamento pode ter duas origens: a nossa própria imperfeição espiritual, ou uma funesta influência que age sobre ela. Neste último caso, temos a indicação de uma fraqueza que nos expõe a essas influências, e portanto de que a nossa alma é imperfeita. Dessa maneira, aquele que falir não poderá desculpar-se com a simples influência de um Espírito estranho, desde que esse Espírito não poderia levá-lo ao mal, se o encontrasse inacessível à sedução.
Quando temos um mau pensamento, podemos supor que um espírito malfazejo nos sugere o mal, cabendo-nos inteira liberdade de ceder ou resistir, como se estivéssemos diante da solicitação de uma pessoa viva. Devemos ao mesmo tempo imaginar o nosso Anjo Guardião ou Espírito Protetor, que por sua vez combate em nós essa influência má, esperando com ansiedade a decisão que vamos tomar. Nossa hesitação em atender ao mal é devida à voz do Bom Espírito, que se faz ouvir pela nossa consciência.
Reconhece-se um mau pensamento quando ele se distancia da caridade, que é a base de toda moral verdadeira; quando vem carregado de orgulho, vaidade e egoísmo; quando a sua realização pode causar algum prejuízo a outra pessoa; quando, enfim, nos propõe fazer aos outros o que não quereríamos que os outros nos fizessem. (Caps. XXVIII, nº 15 e XV, nº 10).
21. Prece _ Deus Todo-Poderoso, não me deixeis sucumbir à tentação de cair no erro! Espíritos benevolentes que me protegeis, desviai de mim este mau pensamento, e dai-me a força de resistir à sugestão do mal. Se eu sucumbir, merecerei a expiação da minha falta nesta mesma existência e em outra, porque sou livre para escolher.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Vida e Valores (O problema da tentação)
Existe
uma dificuldade no ser humano, que é necessário parar muitas vezes para
refletir a respeito. É a dificuldade das tentações. Afinal de contas,
que fenômeno é esse?
Quase
sempre, na problemática das tentações, fazemos um juízo de nós mesmos, e
damos uma má interpretação das coisas, das nossas possibilidades.
Às
vezes, avaliamos a nossa condição acima do devido, supervalorizamos
possibilidades nossas, juramos que não cederemos em determinadas
questões, que não cairemos em determinadas circunstâncias, e acabamos
por adotar posturas às quais fomos levados pela tentação.
Por
vezes, temos a tentação de trair, de trair um amigo, de trair a esposa,
de trair o marido, de trair uma pessoa que nos é cara. Por que essa
tentação nos ocorre?
Às
vezes, temos a tentação de furtar. Sim, de furtar. E essa tentação se
manifesta desde a cleptomania, em que pessoas furtam coisas de lojas, de
mercados, até o imposto de renda fraudado. É um furto. Sim, é um furto.
Temos
a tentação de beber. Começamos com a primeira taça e juramos que
ficaremos sóbrios, que daremos conta de dirigir o carro, e juramos...
Temos a tentação de experimentar a droga, uma vez só, uma vezinha só, seja um pó, uma pedra de craque, uma taça de alcoólico. Uma vezinha só. Não, eu me garanto.
É
a tentação, alguma coisa que nos impulsiona a fazer algo que não
estamos muito certos da nossa capacidade de resistir, não podemos
garantir quanto à nossa resistência. Mas fazemos.
A
temeridade quando tomamos de um veículo, pisamos no acelerador e saímos
em disparada: a tentação da velocidade, de bater o próprio recorde. A
roleta russa, a roleta mineira, tantas tragédias por causa dessa
tentação.
A
tentação da libido, de procurar, de sondar, de cobiçar alguém que já
seja comprometido, exatamente pelo prazer do inusitado. São tentações
perigosas.
É
muito importante verificar que, no mundo em que vivemos, precisamos ter
cuidado com esse fenômeno terrível que nos arrasta a situações muito
complexas no território da tentação.
É
muitíssimo importante pensar como Jesus Cristo nos orientou. Em todas
as vezes que Se dirigiu ao nosso Pai Celeste, nos ensinou buscar
recursos contra a tentação.
Na oração dominical, o chamado Pai Nosso, há um momento em que o Mestre nos ensina a rogar ao Pai: Não nos deixes cair na tentação, ou não nos deixes cair em tentação.
A proposta viver na Terra
é necessária, é indispensável. Viver no mundo nos enriquece. As
experiências com nosso próximo, com nosso semelhante, as experiências na
relação com as coisas, com os fenômenos naturais, isso tudo nos
enriquece, mas é importante que não nos deixemos arrastar pelas
tentações.
Os
Bons Espíritos dizem que não existe um arrastamento irresistível. Se
fosse irresistível, ninguém teria culpa de cair sob seu peso. Mas,
existem arrastamentos aos quais nos permitimos em nome da tentação,
porque sempre fazemos uma má interpretação das nossas possibilidades,
temos um juízo indevido das nossas condições e quando vemos, tombamos
nesse abismo terrível que se chama tentação.
É
importante, porém, que neste capítulo, que neste campo, passemos a ter a
proposta de Jesus Cristo em mente: oração e vigilância. É importante
que se aprenda a orar, fazer essa ponte com o Divino; mas ter
vigilância, o cuidado conosco mesmos.
Não
há razão para orarmos, orarmos, somente orarmos e não prestar atenção
nos caminhos por onde estamos trafegando, porque as tentações são
perigosas e, a qualquer momento nos podem derrubar.
* * *
Nesse
capítulo das tentações, existe algo que não devemos perder de vista.
Não podemos dizer que foi o demônio que nos atentou, que Satanás é que
nos arrastou.
Não
temos como dizer que foram as más companhias que nos arrastaram ao mal,
que foram os maus colegas, os maus companheiros, como é comum
escutarmos nas conversas cotidianas da Humanidade. Atribuímos sempre aos
outros o nosso insucesso.Quando são coisas boas, a estrela é nossa.
Claro
que temos que parar e refletir que, nesse território das tentações,
existe algo do que não podemos esquecer, a nossa volição. Sim, a nossa
vontade.
Não fazemos nada que não esteja de acordo com a nossa vontade. A tentação exatamente mexe nesse território da vontade.
Temos vontade de fazer, embora queiramos depois inculpar a terceiros, jurar que foram as más companhias, mas nós temos vontade.
É importante saibamos que, quando temos vontade de fazer determinada coisa, mesmo que essa coisa seja negativa, acabamos por fazer.
Jesus Cristo nos diz: Buscai e achareis, pedi e obtereis, batei e abrir-se-vos-á.
Mas Ele não nos diz em que porta deveremos bater. Qualquer porta em que
batermos, ela se nos abrirá; qualquer coisa que pedirmos, receberemos; o
que buscarmos, acharemos.
Se encontrarmos um espinho e sairmos procurando de onde ele veio, não haverá outra solução: vamos nos deparar com o espinheiro.
Se acharmos uma flor, um perfume, e sairmos buscando de onde vieram, esbarraremos num jardim, indubitavelmente.
E,
nessa área é que temos que pensar nas influenciações espirituais
negativas, que se aproveitam de nossas brechas morais, de nosso
consentimento interior, de nossa vontade, e somam o seu desejo à nossa
vontade.
Aí
entramos na faixa das obsessões, das perturbações espirituais. Há
muitas entidades devotadas ao mal, na postura de anti-Cristos e que
querem fazer com que aqueles que estejam no caminho do bem se percam, para deles zombar, para retardar o seu caminho, o seu passo pela vida afora.
Cabe recordar o ensinamento de Cristo para que oremos e vigiemos.
A vigilância corresponde a este estado de prestar sempre atenção nas consequências do que vamos fazer.
Temos
liberdade? Temos liberdade. Mas, até onde? Até quando? Com que
intensidade? Porque tudo aquilo que semearmos, isso mesmo colheremos. As
entidades negativas vão nos provocando a vaidade, o orgulho, a
presunção, para nos fazer cair moralmente, para nos fazer tombar
espiritualmente. As tentações têm suas raízes na nossa intimidade.
Digamos
que uma pessoa passe pela porta de um bar, mas não tenha vícios de
alcoólicos. O bar para ela será como uma vitrine qualquer de garrafas
coloridas. Mas, se ela tiver o vício, qualquer garrafa, qualquer vitrine
de bar lhe será uma tentação tremenda, exercerá sobre ela uma
grandíssima tentação.
Alguém que não seja consumista inveterado pode passar por qualquer loja, pode ver o que for e passará tranquilo, olhará, tocará e sairá. Contudo, para quem tem essa compulsão interior para gastar, qualquer coisa será motivo para gastar.
Logo,
a tentação não está do lado de fora, a tentação está dentro de nós. A
tentação reside em nós. É aquela bagagem ainda não doutrinada, ainda não
disciplinada, é aquela situação ainda não arranjada devidamente em
nossa intimidade.
Isso
provoca em nós uma instigação. O alcoólatra se sente atraído, atentado
para o álcool. O gastrônomo se vê atentado pela comida e se torna
glutão, e a glutonaria é um campo aberto para entidades viciosas
explorarem a capacidade do indivíduo, até que ele adoeça, até que ele
passe mal, até que se perca.
Para
quem carrega em si a tormenta sexólatra, para quem aprendeu a
desrespeitar a sexualidade, homens, mulheres, crianças, velhos,
cadáveres, tudo entra no campo da sua tentação sexual, porque ele
carrega em si essa matriz negativa.
Para
quem aprendeu a se disciplinar, a se respeitar, a ver, por exemplo, a
sexualidade como algo nobre e digno, sabe respeitar a esposa dos outros,
o marido das outras, o namorado das outras, sabe respeitar os corpos
alheios porque respeita o seu próprio.
A tentação tem esse componente terrível existindo dentro de nós, coabitando conosco, vivendo em nossa intimidade.
É
por essa razão que, em cada momento de nossas existências, apelando
para o ensinamento de Jesus de Nazaré, estaremos sim, fazendo as nossas
preces, seja qual for a nossa crença, fazendo nossa elevação de
pensamento, se assim preferirmos, mas sem deixar de vigiar os nossos
passos, para onde estão indo nossos pensamentos e como estamos
desenvolvendo os nossos atos.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 111, apresentado por Raul Teixeira,
sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro
de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 5 de abril de 2009.
Em 16.07.2009.
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