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terça-feira, 15 de julho de 2014

Ressentimento [...]As pessoas são, normalmente, competitivas, no sentido negativo da palavra, desejando assenhorear­se dos espaços que lhes não pertencem e, por se en­contrarem em faixas primitivas da evolução, fazem-se injustas, perseguem, caluniam...





Entre os tormentos psicológicos alienadores, a presença do ressentimento na criatura humana tem lugar de destaque.
Injustificável, sob todos os pontos de vista, ele se instala, enraizando-se no solo fértil das emoções em descontrole do paciente, aí engendrando males que terminam por consumir aquele que lhe dá guarida.
A vida expressa-se em padrões sociais, resulta­do da condição evolutiva das criaturas que se inter-relacionam. Como é natural, porque há uma larga va­riedade de biótipos emocionais, culturais e religiosos ou não, as suas são reações compatíveis com os ní­veis de consciência em que se encontram, exteriori­zando idéias e comportamentos que lhes correspon­dem ao estado no qual se demoram.
A convivência humana é feita por meio de episó­dios conflitivos, por falta de maturação geral que fa­voreça o entendimento e a transação psicológica em termos de bem-estar para todos os parceiros. Predo­minando a natureza animal em detrimento dos valo­res espirituais e éticos, a competição e o atrevimento armam ciladas, nas quais tombam os temperamen­tos mais confiantes e ingênuos, que se deixam, logo após, mortificar.
Descobrindo-se em logro, acreditando-se traído, o companheiro vitimado recorre ao ego e equipa-se de ressentimento, instalando, nos painéis da emotivida­de, cargas violentas que terminarão por desarmoni­zar-lhe os delicados equipamentos e se refletirão na conduta mental e moral.
O ressentimento, por caracterizar-se como expres­são de inferioridade, anela pelo desforço, consciente ou não, trabalhando por sobrepor o ego ferido ao con­ceito daquele que o desconsiderou.
No importante capítulo da saúde mental, indis­pensável ao equilíbrio integral, o ressentimento pode ser comparado a ferrugem nas peças da sensibilida­de, transferindo-se para a organização somática, re­fletindo-se como distúrbios gástricos e intestinais de demoradas conseqüências.
Gastrites e diarréias inex­plicáveis procedem dos tóxicos exalados pelo ressen­timento, que deve ser banido das paisagens morais da vida.
As pessoas são, normalmente, competitivas, no sentido negativo da palavra, desejando assenhorear­se dos espaços que lhes não pertencem e, por se en­contrarem em faixas primitivas da evolução, fazem-se injustas, perseguem, caluniam. É um direito que têm, na situação que as caracterizam. Aceitar-lhes, porém, os petardos, vincular-se-lhes às faixas vibratórias de baixo teor, no entanto, é opção de quem não se resolve por preservar a saúde ou não deseja crescer emocio­nalmente.
Quando o ressentimento exterioriza as suas ma­nifestações, deve ser combatido, mental e racionalmente, eliminando a ingerência do ego ferido e ense­jando a libertação do eu profundo, invariavelmente esquecido, relegado a plano secundário.
O indivíduo, através da reflexão e do auto-encon­tro, deve preocupar-se com o desvelamento do si, identificando os valores relevantes e os perniciosos. sem conflito, sem escamoteamento, trabalhando aqueles que são perturbadores, de modo a não fa­cultar ao ego doentio o apoio psicológico neles, para esconder-se sob o ressentimento na justificativa de buscar ajuda para a autocompaixão.
O processo de evolução é incessante, e as mudan­ças, as transformações fazem-se contínuas, impulsio­nando à conquista dos recursos adormecidos no imo, o Deus interno que jaz em todos os seres.
A liberação do ressentimento deve ser realizada através da racionalização, sem transferências nem compensações egóicas.
À medida que a experiência fixa aprendizados, esse terrível gigante da alma se apequena e se dilui, desaparece, a partir do momento em que deixa de re­ceber os alimentos de manutenção pela idéia fixa e mediante o desejo de revidar, de sofrer, de ser vítima...

Livro: Ser Consciente
Divaldo / Joana de Angelis

sábado, 11 de janeiro de 2014

O Alcoolismo

O Alcoolismo

Autor: Victor Hugo (espírito)

Sem nos determos no exame dos fatores sócio-psicológicos causais do alcoolismo generalizado, de duas ordens são as engrenagens que o desencadeiam, - observado o problema do ponto de vista espiritual.
Antigos viciados e dependentes do álcool, em desencarnando não se liberam do hábito, antes sofrendo-lhe mais rude imposição.
Prosseguindo a vida, embora a ausência do corpo, os vícios continuam vigorosos, jungindo os que a eles se aferraram a uma necessidade enlouquecedora. Atônitos e sedentos, alcoólatras desencarnados se vinculam às mentes irresponsáveis, de que se utilizam para dar larga à continuação do falso prazer, empurrando-os, a pouco e pouco, do aperitivo tido como inocente ao lamentável estado de embriaguez.
Os que lhes caem nas malhas, tornam-se, por isso mesmo, verdadeiros recipientes por meio dos quais absorvem os vapores deletérios, caindo, também, em total desequilíbrio, até quando a morte advém à vítima, ou as Soberanas Leis os recambiam à matéria, que padecerá das dolorosas injunções constritoras que lhe impõe o corpo perispiritual...
Normalmente, quando reencarnados, os antigos viciados recomeçam a atividade mórbida, servindo, a seu turno, de instrumento do gozo infeliz, para os que se demoram na Erraticidade inferior...
Outras vezes, os adversários espirituais, na execução de uma programática de desforço pelo ódio, induzem os seus antigos desafetos à iniciação alcoólica, mediante pequenas doses, com as quais no transcurso do tempo os conduzem à obsessão, desorganizando-lhes a aparelhagem físio-psíquica e dominando-os totalmente.
No estado de alcoolismo faz-se muito difícil a recomposição do paciente, dele exigindo um esforço muito grande para a recuperação da sanidade.
Não se afastando a causa espiritual, torna-se menos provável a libertação, desde que, cessados os efeitos de quaisquer terapêuticas acadêmicas, a influência psíquica se manifesta, insidiosa, repetindo-se a lamentável façanha destruidora...
A obsessão, através do alcoolismo, é mais generalizada do que parece.
Num contexto social permissivo, o vício da ingestão de alcoólicos torna-se expressão de status, atestando a decadência de um período histórico que passa lento e doído.
Pelos idos de 1851, porque enxameassem os problemas derivados da alcoolofilia, Magno Huss realizou, por vez primeira, um estudo acurado da questão, promovendo um levantamento dos danos causados no indivíduo e alertando as autoridades para as conseqüências que produz na sociedade.
Os que tombam na urdidura alcoólica, justificam-lhe o estranho prazer, que de início lhes aguça a inteligência, faculta-lhes sensações agradáveis, liberando-os dos traumas e receios, sem se darem conta de que tal estado é fruto das excitações produzidas no aparelho circulatório, respiratório com elevação da temperatura para, logo mais produzir o nublar da lucidez, a alucinação, o desaparecimento do equilíbrio normal dos movimentos...
Inevitavelmente, o viciado sofre uma congestão cerebral intensa ou experimenta os dolorosos estados convulsivos, que se tornam perfeitos delírios epilépticos, dando margem a distúrbios outros: digestivos, circulatórios, nervosos que podem produzir lesões irreversíveis, graves.
A dependência e continuidade do vício conduz ao delirium tremens, resultante da cronicidade do alcoolismo, gerando psicoses, alucinações várias que culminam no suicídio, no homicídio, na loucura irrecuperável.
Mesmo em tal caso, a constrição obsessiva segue o seu curso lamentável, já que, não obstante destrambelhadas as aparelhagens do corpo, o espírito encarnado continua a ser dominado pelos seus algozes impenitentes em justas de difícil narração...
Além dos danos sociais que o alcoolismo produz, engendrando a perturbação da ordem, a queda da natalidade, a incidência de crimes vários, a decadência econômica e moral, é enfermidade espiritual que o vero Cristianismo erradicará da Terra, quando a moral evangélica legítima substituir a débil moral social, conveniente e torpe.

Ao Espiritismo cumpre o dever de realizar a psicoterapia valiosa junto a tais enfermos e, principalmente, a medida preventiva pelos ensinos corretos de como viver-se em atitude consentânea com as diretrizes da Vida Maior.

Livro: Calvário de Libertação. Psicografia de Divaldo Franco

domingo, 2 de junho de 2013

DEFESA CONTRA OBSESSÃO


Irmão x
 
Doía ver o irmão Maurício Tessi, prostrado, na crise aguda de artrite reumatóide. Orava, sofria, esperava.
A dor espraiava-se de um dos joelhos intumescido, assaltando o corpo.
Acompanhando-lhe a mãezinha desencarnada, Dona Etelvina, que nos fora devotada amiga na Terra, partilhávamos a oração, enquanto a equipe de enfermeiros espirituais atuava com recursos curativos do nosso plano de ação.
Finda a tarefa de auxílio, ergueu-se a velha amiga e perguntou, respeitosamente, ao dirigente da turma:
– Meu amigo, posso, na condição de mãe, saber por que motivo tanto demora a definitiva recuperação de meu filho?
O interpelado disse apenas:
– Sem dúvida. Aqui está o registro das reações dele nos dias últimos...
E com a exatidão de um técnico, no setor de trabalho que lhe é próprio, sacou da pasta pequena folha de papel em que nos foi possível, de imediato, ler as seguintes indicações, simples e expressivas, que se interrompiam justamente no dia de nossa presença, no quarto humilde:
 
MAURÍCIO TESSI
36 anos no corpo físico.
DOENÇA – Providenciai.
FASE – Experimentação.
MÉRITO INDIVIDUAL POR SERVIQO À COMUNIDADE, ATÉ OS PRIMEIROS SINTOMAS DA MOLÉSTIA – Nenhum.
MOTIVO – Defesa contra obsessão e loucura.
AUXÍLIO A RECEBER – Socorro em bases de magnetismo curativo, somente para a sustentação de forças orgânicas e alívio controlado, até a melhora espiritual positiva.
HISTÓRICO – Os amigos e benfeitores do interessado, residentes nas Esferas Superiores, depois de lhe endossarem a presente reencarnação, observaram-lhe a tendência para estragar, de modo completo, a oportunidade recebida. Preocupados, solicitaram seja ele mantido em condições enfermiças, conforme os remanescentes das dívidas cármicas que ainda carrega no extrato corpóreo. Assim agiram para evitar-lhe a indesejável associação com Espíritos infelizes, procedentes de suas existências passadas, caídos, desde muito tempo, em processos de vampirização e criminalidade, com os quais o beneficiário vinha, a pouco e pouco, se acomodando.
 
ANOTAÇÕES DE 4 A 28 DE JANEIRO DE 1967
 
DATAS DE OBSERVAÇÃO            ESTADO FÍSlCO              CONDIÇÕES ESPIRITUAIS
 
 
 
4                                        Crise                           Fé, oração, humildade.
5                                        Melhora                       Tranquilidade, teimosia.
6                      Grande melhora           Agressividade, pensamentos escusas. Obsessores perto.
7                                        Crise                           Obediência, conformação, gentileza.
8                                        Crise aguda                  Elevação moral, prece.
9                                   Crise aguda   Nobres promessas de serviço ao próximo, altura mental.
10                                      Melhor                         Bom humor, rebeldia.
11                   Grande melhora             Intolerância, idéias menos dignas, obsessores atraídos.
12                                      Grande melhora             Desequilíbrio, obsessores no aposento.
13                                      Crise                           Serenidade.
14                                      Crise agravada              Emoções superiores.
15                                      Crise aguda                  Fé comovente, simpatia, generosidade.
16                                      Melhora                       Calma, irritação.
17                         Grande melhora             Pensamentos inconfessáveis, obsessores próximos.
18                                      Grande melhora             Obsessores dominando.
19                                      Crise                           Obsessores repelidos.
20                                      Crise aguda                  Confiança em Deus.
21                          Crise Aguda                 Votos de trabalho santificante, planos de caridade.
22                                      Melhora                       Marasmo, azedume.
23                                  Grande melhora             Idéias lastimáveis, obsessores interessados.
24                                      Grande melhora             Obsessores na aura, caos intenrior.
25                                     Crise                           Brandura, confiança.
26                                      Crise aguda                  Afabilidade, benevolência.
27                                 Crise aguda                  Doçura, lucidez, piedade para com os outros.
28       Crise aguda                   Formosa renovação íntima. Raios de luz em momentos de prece.
 
 
A irmã Etelvina restituiu a folha de notas, entre serena e triste, agradecendo ao prestimoso cooperador:
– Obrigada, amigo. Maurício é meu filho. Antes, contudo, tanto ele e eu, quanto vós, somos filhos de Deus. E a Lei do Senhor foi criada para o bem de nós todos.
Em seguida, nosso grupo dispersou-se, mas permaneci longo tempo, junto ao enfermo, tentando meditar em minhas próprias necessidades e aproveitar a lição.
 
  Do livro Aulas da Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

 

terça-feira, 7 de maio de 2013

O LEPROSO PURIFICADO

CAPÍTULO VIII
O LEPROSO PURIFICADO

O LEPROSO PURIFICADO
1 - E depois que Jesus desceu do monte foi muita a gente do povo que o seguiu.
2 - E eis que vindo um leproso o adorava, dizendo: Se tu queres, Senhor, bem me podes limpar.
3 - E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Pois eu quero. Fica limpo. E logo ficou limpa toda a sua lepra.
4 - Então lhe disse Jesus: Vê, não o digas a alguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e faze a oferta que ordenou Moisés, para lhes servir de testemunho a eles.
Fascinados pela amorosa mensagem de Jesus, muita gente o seguia. Todavia, cumpre dividir em duas classes os que seguem Jesus: a uma classe pertencem os que o seguem com os lábios, sem jamais o sentirem no coração; estes falam, mas não praticam. A outra classe é constituída pelos que seguem Jesus, esforçando-se o mais possível para viverem segundo os ensinamentos dele.
Dada a extraordinária elevação moral de Jesus e ao seu perfeito conhecimento das leis divinas, fácil lhe era movimentar poderosos recursos fluídicos, com os quais efetuava as curas. É de se notar, contudo, que o paciente devia estar em posição de receber a cura que implorava. Uma das condições que melhor predispunha o doente a merecer a cura que tanto ambicionava, era alimentar uma fé viva, que pudesse atrair o fluxo magnético que Jesus irradiava.
Aqui vemos o leproso criar a condição favorável, pois diz ao Mestre: - "Se tu queres, bem me podes curar."
É como se ele afirmasse a Jesus: "A minha fé em tua ação é muito grande; o resto depende de tua vontade, Senhor."
E Jesus, notando que o leproso estava suficientemente preparado pela fé, respondeu-lhe: "Quero." Isto é: "Agora que estás regenerado, eu posso curar-te."
A lepra pertence à categoria das moléstias expiatórias. É um dos mais dolorosos, porém, dos mais enérgicos remédios para livrar a alma de pesados débitos contraídos em existências passadas. No tribunal da justiça divina, o castigo é sempre proporcional à falta cometida. Por isso, os que são tocados por tão terrível enfermidade, é porque têm grandes contas a liquidar. Em primeiro lugar deverão dar graças ao Pai pela sublime oportunidade de resgate, que sua misericórdia lhes proporciona; depois, encherem-se de fé, paciência, coragem e resignação. Quando a vontade de Deus os chamar novamente para o mundo espiritual, deixarão na terra o miserável corpo que lhes servia de cárcere e de tormentos; e seus espíritos, purificados das manchas dos crimes das encarnações anteriores, resplandecerão luminosos e felizes.
Jesus, ao curar o leproso, não contrariou as leis divinas.
As leis de Deus são imutáveis. Aconteceu que o leproso, pela sua resignação à Vontade Divina, tinha expiado suficientemente seus erros, purificando-se espiritualmente. E Jesus, vendo a fé de que o leproso estava possuído, fez com que a cura de seu espírito se refletisse em seu corpo físico.
Neste trecho aprendemos também que as expiações, isto é, os castigos não são eternos. Não há castigos eternos. O fim de uma expiação depende unicamente da força de vontade de cada um. Conformar-se com a situação em que se acha, é o primeiro passo para a cura do espírito, cura essa que, no momento oportuno, se refletirá infalivelmente no corpo físico. O leproso soube sofrer resignadamente e, como recompensa e exemplo, mereceu a cura que Deus lhe enviou por meio de Jesus.
O CENTURIÃO DE CAFARNAUM
5 - Tendo porém entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião, fazendo-lhe esta súplica.
6 - E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa doente com uma paralisia e padece muito com ela.
7 - Respondeu-lhe então Jesus: Eu irei e o curarei.
8 - E respondendo o centurião, disse: Senhor, eu não sou digno de que entres na minha casa; porém, manda-o só com a tua palavra e o meu criado será salvo.
9 - Pois eu também sou um homem sujeito a outro, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: Vai acolá, ele vai; e a outro: Vem cá, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.
10 - E Jesus, ouvindo-o assim falar, admirou-se e disse para os que o seguiam: Em verdade vos afirmo, que não achei tamanha fé em Israel.
11 - Digo-vos, porém, que virão muitos do Oriente e do Ocidente e que se sentarão à mesa com Abrahão e Isaac e Jacob no reino dos céus.
12 - Mas que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.
13 - Então disse Jesus ao Centurião: Vai e faça-se segundo tu creste. E naquela mesma hora ficou são o criado.
Observemos aqui a humildade com que o centurião se dirige a Jesus. Essa humildade transparece não só das palavras do centurião, como também do fato de ele, um superior, interceder por um inferior, seu servo.
A humildade é o característico da fé sincera. Os que sabem ser verdadeiramente humildes, muito recebem; porque a humildade abre as faculdades receptivas da alma, colocando-a em posição de merecer o auxílio divino.
Nos versículos 11 e 12, Jesus quer dizer que as leis divinas, até aí conhecidas somente do povo hebreu, no futuro seriam conhecidas e praticadas por todos os povos da terra. Esta profecia de Jesus se cumpre em nossos dias. O monoteísmo que era uma crença somente dos filhos de Israel, espalhou-se pela terra inteira. E hoje a humanidade civilizada já adora o Deus único, tornado conhecido em nosso planeta, por meio do povo israelita. E o Evangelho do Mestre já espalha sua claridade por todas as nações.
Os filhos do reino simbolizam aqueles que conhecem as leis divinas, mas não as praticam. E Jesus os adverte de que sofrerão as conseqüências dolorosas de seu endurecimento perante as leis do Senhor.
A SOGRA DE PEDRO
14 - E tendo chegado Jesus à casa de Pedro, viu que a sogra dele estava de cama e com febre.
15 - E tocou-lhe na mão e a febre a deixou e ela se levantou e se pôs a servi-los.
16 - Sobre a tarde porém lhe puseram diante muitos endemoninhados; e ele com sua palavra expelia os espíritos e curou todos os enfermos.
17 - Para se cumprir o que estava anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.
Os endemoninhados aqui referidos eram pessoas obsidiadas; e Jesus, com sua palavra, afastava os espíritos obsessores.
Nas épocas de renovação espiritual da humanidade, multiplicam-se os casos de obsessões, como prova da imortalidade da alma. Foi o que aconteceu no tempo de Jesus: a Providência Divina permitiu as manifestações dos espíritos para chamar a atenção dos homens sobre a realidade da sobrevivência da alma, conforme Jesus ensinava.
Nos tempos modernos em que o Espiritismo por seu turno intensifica o trabalho de espiritualização do mundo, novamente se manifestam os espíritos, provando as verdades espirituais. E as manifestações mais comuns são as obsessões, que avivam a curiosidade do povo sobre os problemas da alma.
Quanto à profecia de Isaías, ela se refere à parte moral da doutrina de Jesus. Ensinando-nos as leis divinas e como praticá-las, Jesus nos deu o remédio que livra nossa alma de doenças e enfermidades morais, que nesta ou nas futuras encarnações arruinariam, a saúde de nosso corpo.
Quanto à sogra de Pedro, ela foi curada pelo passe, tão comum hoje em dia nos Centros Espíritas.
COMO DEVEMOS SEGUIR A JESUS
18 - Ora, vendo-se Jesus rodeado de muito povo, mandou-lhes que passassem para a banda d'além do lago.
19 - Então chegando-se a ele um escriba, lhe disse: Mestre eu seguir-te-ei para onde quer que fores.
20 - Ao que Jesus lhe respondeu: As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos; porém o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
21 - E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, deixa-nos ir primeiro enterrar a meu Pai.
22 - Mas Jesus lhe respondeu: Segue-me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos.
Seguir a Jesus é renunciar à cobiça, à inveja, à maledicência, ao ódio, à concupiscência, à cólera, à violência, aos vícios, aos maus hábitos, as más palavras, aos maus pensamentos e aos maus atos.
Seguir a Jesus é não se apegar excessivamente aos bens deste mundo, com prejuízo dos bens espirituais.
Seguir a Jesus é esquecer-se de si mesmo, em benefício dos outros.
Conhecendo que o escriba queria segui-lo, mas ainda carregado das vaidades do mundo, Jesus lhe respondeu como se lhe dissesse: "Eu, neste mundo, renunciei a tudo; como queres seguir-me se não te sujeitas a renunciar a nada?"
Os que já compreendem a imortalidade da alma sabem que a morte não existe. Quem já chegou a este grau de compreensão é um vivo, porque despertou para a realidade. Os que não compreendem a imortalidade da alma e julgam que a morte é o fim de tudo, estes são os verdadeiros mortos espirituais.
Dizendo Jesus ao discípulo que o seguisse, pois os mortos cuidariam do morto, quis dizer-lhe: "Tu que já sabes que a morte não existe, porque te importas tanto com ela? Deixa que se interessem pela morte os que não compreendem a verdadeira vida."
JESUS APAZIGUA A TEMPESTADE
23 - E entrando ele numa barca, o seguiram seus discípulos.
24 - E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de modo que a barca se cobria das ondas e entretanto ele dormia.
25 - Então se chegaram a ele seus discípulos e o acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos.
26 - E Jesus lhes disse: Porque temeis, homens de pouca fé? E levantando-se pôs preceito ao mar e aos ventos e logo se seguiu uma grande bonança.
27 - E os homens se admiraram, dizendo: Quem é este que os ventos e o mar lhe obedecem?
As chamadas forças cegas da natureza não existem. Em todos os departamentos que regulam a vida na face ela terra, depararemos sempre com cooperadores espirituais. Falanges de espíritos em evolução trabalham ativamente, zelando pela manutenção dos reinos da natureza: o mineral, o vegetal e o animal. Os fenômenos atmosféricos também são presididos por plêiades de espíritos, sob orientação superior, encarregados de manterem o equilíbrio planetário.
Nem sempre compreendemos o porquê dos fenômenos, que muitas vezes causam verdadeiras calamidades em determinadas regiões do mundo. Mas o Espiritismo nos ensina que não há efeito sem causa. Por conseguinte, os fenômenos tais como; tempestades, terremotos, maremotos, inundações, são orientados por entidades espirituais, em obediência a desígnios divinos, visando o apressamento da evolução não só do planeta, como também das populações atingidas.
Jesus aqui não fez milagre ao apaziguar a tempestade.
Usou apenas de seu conhecimento das forças que regem o Universo e de sua superioridade moral para ordenar aos orientadores invisíveis da atmosfera, que fizessem cessar a tempestade.
Todavia, de cada trecho do Evangelho podemos tirar proveitosos ensinamentos morais. O espírito, quando se entrega às paixões terrenas, desencadeia em seu íntimo terrível tempestade moral: a ambição o perturba, o ódio o maltrata, os vícios o escravizam, o orgulho o sufoca, seu coração se torna um mar tempestuoso. Para aplacar semelhantes tempestades da alma, o recurso é invocar a proteção de Jesus, e conformar-se com seus ensinamentos. E a consciência que se debatia qual mar encapelado e revolto, começa a abrandar, e suave paz assenhoreia-se do coração. E depois, com o coração sereno e a consciência tranqüila, o espírito regenerado exclama satisfeito: "Verdadeiramente Jesus aplaca as tempestades."
OS ENDEMONINHADOS GERASENOS
28 - E quando Jesus passou à outra parte do lago, ao país dos gerasenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, que saíam dos sepulcros, em extrema fúria, de tal maneira, que ninguém ousava passar por aqueles caminhos.
29 - E gritaram logo ambos, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?
30 - Ora em alguma distância deles andava uma manada de porcos pastando.
31 - E os demônios o rogavam, dizendo: Se nos lanças daqui, manda-nos para a manada dos porcos.
32 - E ele lhes disse: Ide. E saindo eles se foram aos porcos e no mesmo ponto toda a manada correu impetuosamente somente por um despenhadeiro a precipitar-se no mar; e todos morreram afogados nas águas.
33 - E os pastores fugiram; e vindo à cidade, contaram tudo, e o sucesso dos que tinham sido endemoninhados.
34 - E logo toda a cidade saiu a encontrar-se com Jesus; e quando o viram, pediram-lhe que se retirasse do seu termo.
É comum depararmos com espíritos obsessores que não sentem o menor desejo de se regenerarem nem de deixarem suas vítimas. Quando doutrinados, imprecam contra quem os chama ao reto caminho e tudo fazem para não escutarem palavras de bom senso. Nestes casos, o doutrinador deve possuir grande força moral para ser obedecido. É o que nos ensina esta passagem evangélica: os espíritos obsessores não puderam desobedecer a Jesus; porém, como não tinham vontade de se corrigirem, acharam mais fácil atormentar os porcos do que aproveitar a oportunidade de melhoria que Jesus lhe oferecia.
Como a cura dos obsidiados lhes custou a perda dos porcos, os pastores se revoltaram. Estes pastores simbolizam duas espécies de indivíduos: os que dão mais valor às coisas terrenas do que às espirituais e os que recebem graças espirituais e não sabem reconhecê-las. Os primeiros só vêem a matéria e repelem sistematicamente qualquer tentativa que vise despertá-los para a espiritualidade. Os segundos jamais se lembram de agradecer a Providência Divina pelo que recebem, como os gerasenos que não se mostraram agradecidos a Jesus, pela cura de seus endemoninhados. É verdade que Jesus não está à espera de agradecimentos, pois que cada um sempre receberá de acordo com seus merecimentos; contudo, o saber agradecer e ser reconhecido é prova de humildade e de elevação espiritual.
É digno de notar-se o exemplo de tolerância que Jesus nos dá: ao ser convidado a retirar-se das terras dos gerasenos, Jesus não alterca com eles nem lhes lança em rosto o benefício que tinha feito aos obsidiados que sofriam; respeita-lhes a incompreensão, perdoa-lhes a ingratidão e retira-se.
Eliseu Rigonatti
O Evangelho dos Humildes

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 65

 
 
O princípio vital tão comentado em O Livro dos Espíritos nasce, como ele mesmo afirma, do fluido universal, que se transforma criando aspectos diferentes, de acordo com as mais variadas necessidades. Ele toma características múltiplas, de conformidade com o corpo onde passa a atuar. Já falamos alhures da sua relevância ao contato com a matéria, sensibilizando-a, desde quando esta se encontre amadurecida para tal empreendimento, o de demonstrar vida na feição da própria vida. Entretanto, ele não faz isso por si só, por faltar-lhe a inteligência capaz de programar os fatos nas linhas da harmonia. Espíritos de alta hierarquia espiritual dedicados à co-criação, almas altamente sábias, comandam toda essa explosão de vida, dentro dos preâmbulos traçados pela inteligência Divina e Soberana.
Nada se faz por acaso na construção universal. Tudo é planejado e seguido por inteligências superiores, que assistem e comandam os fenômenos da natureza, a que chamamos de evolução, e que o progresso nos faz crer como sendo despertamento espiritual das coisas e dos homens, senão dos Espíritos livres da matéria pesada. Ainda temos muito que aprender na escola da vida. Por enquanto estamos balbuciando as primeiras letras do alfabeto universal. Mesmo aquele que sabe mais, descobre logo que pouco sabe a respeito da vida, ou mesmo do próprio corpo que lhe serve de instrumento. Os maiores cientistas do mundo, que conhecem a biologia na Terra, professores de alta qualidade nas universidades, que ensinam aos seus alunos com a empáfia dos Doutores da Lei, sofrem todos os tipos de enfermidades orgânicas, por desrespeitarem as próprias leis biológicas da harmonia que sustentam e dão vida ao complexo humano.
Enquanto a humanidade confiar somente em pílulas, injeções e xaropes, ela continuará doente, porque todos os meios de equilíbrio orgânico e psíquico estão ao alcance das mãos, na natureza e dentro de cada um, no seu íntimo, esperando o despertamento da criatura, no que tange a sua própria felicidade. Esse princípio vital que se afiniza no mundo interatômico do organismo, emprestando-lhe movimentos ritmados, é o mesmo, como sendo força magnética em abundância, espraiada no universo, captada pela mente adestrada neste campo de saber, e que poderá ser usada para o equilíbrio e a paz de todas as criaturas, como também é sempre usada por mentes desequilibradas, para a desarmonia, na feitura de guerras permanentes. Contudo, cada um responde pelo que faz dessas bênçãos de Deus. Mas, é bom que se saiba que esse agente vital sempre se modifica de acordo com o lugar, as intenções e o caráter do corpo que ocupa. Nunca é o mesmo frente a variadas circunstâncias. A transformação é lei universal em todos os mundos e em todos os reinos.
 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Terapia do Passe (...)"– Preciso de um passe. Estou muito irritado, com os nervos em frangalhos. Tive uma discussão homérica com minha esposa. Quase chegamos a vias de fato. Dificilmente será beneficiado, porquanto espera pelo passe para eliminar a irritação, sem compreender que é preciso evitar a irritação para receber o passe"...

ador • Dezembro 2006
Transfusão de energias, o passe magnético é um recurso milenar, usado desde as culturas mais remotas, com resultados surpreendentes, em favor da saúde humana.
Foi largamente empregado por Jesus. Dotado de potencial incomparável, o Mestre curava insidiosos
males do corpo e da alma.
Multidões o buscavam, atraídas muito mais pelos prodígios que operava sem que se atentasse à excelência
de seus princípios.
Algo semelhante ocorre na atualidade com o Espiritismo. As pessoas comparecem ao Centro Espírita como quem vai a um hospital, em busca de cura para males variados.
Expositores costumam evocar velho adágio, que até parece versículo evangélico:
Quem não vem pelo amor, vem pela dor.
Raros procuram a Doutrina movidos pelo amor ao conhecimento.
A dor é bem o Sino de Deus a nos convocar para o exercício de religiosidade. Quando plange, insistente, a alma se põe genuflexa, com disposição até para enfrentar os preconceitos ditados pela ignorância,
em busca de cura para seus males.
E situa-se o Centro Espírita como hospital, num primeiro momento, escola depois; por último,
abençoada oficina de trabalho para aqueles que perseveram na freqüência, acordados para os objetivos
do mergulho na carne, definidos na questão 132, de O Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta
qual o objetivo da encarnação dos Espíritos.
Responde o mentor espiritual:
Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.
Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca
na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia
com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É
assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
O mentor espiritual que assistia Kardec enfatiza as maravilhosas oportunidades de progresso e
de participação na obra da Criação, que Deus nos oferece na experiência humana, utilizando essa
máquina incomparável que é o corpo humano.
Por mau uso, a desgastamos e desarranjamos freqüentemente.
Em nosso socorro, a Misericórdia Divina mobiliza infinitos recursos para o “conserto”.
Dentre eles, o maravilhoso passe magnético.
Imperioso, porém, alertar os beneficiários de que sua eficiência obedece a dois fatores primordiais:
O primeiro é a capacidade do passista, subordinada não tanto ao conhecimento da mecânica do serviço, mas, sobretudo, à pureza de seus sentimentos e ao desejo de servir.
Passista distraído do empenho de renovação e que desenvolve essa atividade como um assalariado,
interessado nos benefícios que receberá, sem cogitar dos benefícios que deve prestar, jamais será um
instrumento confiável da Espiritualidade.
Noutro dia perguntaram-me se alguém assim pode prejudicar o paciente.
Só se houver intencionalidade.
Se o passista, com raiva do paciente, impuser-lhe as mãos a afirmar, em pensamento:
– Quero que você se dane! Que fique doente e morra!
Assustador, amigo leitor?
Não se preocupe. Seria apenas uma vibração negativa, do mesmo teor deletério de quem grita,
xinga, ofende, capaz de causar embaraços ao objeto dela, mas considerado aqui o fator sintonia.
Se o “bombardeado” tem um comportamento equilibrado, habituado à oração, a cultivar a serenidade,
não será afetado.
E esteja sossegado. Ninguém se dispõe a participar do serviço do passe com a intenção de prejudicar
desafetos.
Considerando que a assistência espiritual é sempre monitorada e sustentada por mentores espirituais,
as deficiências humanas podem ser superadas, desde que seja cumprida a outra condição: a receptividade
do paciente. O aproveitamento depende de seu empenho por colocar-se em sintonia com o serviço.
Para que isso ocorra, é importante que nas palestras doutrinárias seja explicado aos interessados
o que é o passe, como funciona e quais as condições necessárias a fim de que surta efeito.
Cuidados indispensáveis:
 Disciplina das emoções.
No atendimento fraterno:
– Preciso de um passe. Estou muito irritado, com os nervos em frangalhos. Tive uma discussão
homérica com minha esposa.
Quase chegamos a vias de fato.
Dificilmente será beneficiado, porquanto espera pelo passe para eliminar a irritação, sem compreender
que é preciso evitar a irritação para receber o passe.
 Atenção às palestras.
Fala-se de Espíritos obsessores que procuram neutralizar com o sono a assimilação de esclarecimentos
capazes de subtrair os participantes à sua influência.
Pode acontecer, mas na maior parte das vezes o que ocorre é o desinteresse. São freqüentadores
que vêem o recinto das palestras como uma sala de espera de atendimento médico, situando-se em
modorrento alheamento, que favorece o sono.
 Silêncio e contrição.
Favorecendo a eficiência do serviço, os centros espíritas tendem a realizar o atendimento magnético após
o trabalho doutrinário, nas chamadas câmaras de passe.
Enquanto espera, há quem aproveite para confraternizar com amigos e conhecidos ali presentes, abordando,
não raro, assuntos que não interessam à economia do ambiente, favorecendo uma quebra de sintonia
que vai tornar menos eficiente o passe.
Melhor o silêncio, com leitura de algo edificante ou a meditação em torno dos temas abordados
pelos expositores.
Duas observações de Jesus, endereçadas às pessoas beneficiadas por suas curas, devem merecer
nossa atenção.
 Tua fé te salvou!
Os cuidados a que nos referimos favorecem a sintonia do paciente com o passista, mas a receptividade, a possibilidade de assimilar plenamente os benefícios oferecidos, depende da
confiança plena, da certeza absoluta de que estamos nos submetendo a uma terapia capaz de nos
beneficiar.
As curas operadas por Jesus não constituíam o prêmio da fé.O
Mestre não curava porque as pessoa acreditavam nele, mas porque as pessoas sintonizavam com seus
poderes.
Oportuno recordar o exemplo da mulher hemorroíssa, que se curou de uma hemorragia uterina de doze anos simplesmente tocando em suas vestes, movida pela convicção de que seria beneficiada.
 Vai e não peques mais para que te não suceda pior!
Voltamos aqui à questão do uso. Se nossos males são decorrentes da má utilização da máquina
física, de nada valerá o “conserto”, se insistimos no mesmo comportamento.
Com o tempo o passe parece “perder a força”, já não traz os benefícios desejados, e o paciente
acaba buscando outro Centro, mais forte, sem noção de que os
Benfeitores espirituais estabelecem limites à sua ação.
Se constatam que os beneficiários não se conscientizam quanto à necessidade de superar mazelas
e imperfeições, deixam que o Sino de Deus continue a repicar, até que superem a “sonolência” e despertem
para os objetivos da existência humana.

Richard Simonetti.
O Reformador-Dezembro de 2006

domingo, 20 de janeiro de 2013

DESAJUSTAMENTOS...."Nunca é demais afirmar que a paz começa em nós e por nós..."


Antecedendo nossa reunião pública, trocávamos idéias sobre os desajustamentos e
perturbações a que somos levados, nos tempos que atravessamos. Concluímos que os
antagonismos e as lutas espirituais vão crescendo nos lares e grupos familiares e explodem
nos contatos públicos, exigindo muita compreensão e serenidade da parte dos que possam
auxiliar a sustentação da tranqüilidade geral. Destacávamos o apoio providencial dos
conhecimentos espíritas para não perder a esperança, quando chamados às tarefas
doutrinárias.
Iniciada a reunião, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu a estudo o item 5 do capítulo
IX. Vários comentaristas expressaram-se com muita oportunidade sobre o texto.
Complementando as tarefas da noite, Emmanuel compareceu com a página “Diante da Paz”.
DIANTE DA PAZ
Emmanuel
Nunca é demais afirmar que a paz começa em nós e por nós.
Os pacificadores, porém, são aqueles que aceitam em si o fogo das dissensões, de modo a
extingui-lo com os recursos da própria alma, doando tranqüilidade a todos aqueles que lhes
compartilham a marcha.
Quanto puderes, distribui o alimento da concórdia, reconhecendo que a bênção da paz é
desdobramento do pão de cada dia.
Emissários do Bem, domiciliados na Vida Maior, desenvolvem empreendimentos de paz em
todas as direções no mundo, mas precisam de cooperadores fiéis que lhes interpretem a obra
benemérita, ao lado das criaturas.
Se aderiste a essa campanha bendita, auxilia-os em bases de entendimento e serviço.
***
Onde a palavra seja convocada ao socorro fraterno, fala auxiliando e, se o mal aparece por
desequilíbrio de forças, conturbando situações, corrige o mal com amor, limitando-lhe a
influência ou curando-lhe as feridas.
Se agressões repontam à frente, considera que as enfermidades ocultas atacam em todos os
lugares e ampara a vítimas de semelhantes arrastamentos, na certeza de que a tolerância,
agindo construtivamente, é a terapêutica que nos presume a todos contra os assaltos da
violência.
Se a injúria escarnece, capacita-te de que a crueldade é sinônimo de alienação mental e usa o
perdão por exaustor das trevas que invadem o raciocínio daqueles que se perdem nos
labirintos da delinqüência.
Faze silêncio onde o silêncio consiga apagar desavenças e acusações e, quanto possível,
transforma-te no ponto terminal de qualquer processo de incompreensão, capaz de degenerar
em perturbação ou loucura.
***
Onde estiveres, abençoa.
Naquilo que penses, mentaliza o melhor.
No que digas, harmoniza os outros quanto possas.
No que faças, constrói sempre para o bem geral.
19
***
Nunca nos esqueçamos de que o Príncipe da Paz, na Terra, nasceu em clima de decepções,
viveu através de hostilidades permanentes, serviu entre adversários gratuitos e selou o próprio
trabalho sob a vitória aparente dos perseguidores; mas, supostamente vencido, o Cristo de
Deus, de século e século, cada vez mais intensamente, é o fiador da concórdia entre as nações,
erguendo-se por doador de paz genuína ao mundo inteiro.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O JUGO LEVE


"Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei." - Mateus, (cap. XI, v. 28)
Jesus humanizado é o grande médico das almas, que as conhecendo em profundidade, apresenta a terapia recuperadora, ao tempo que oferece a libertadora, que evita novos comprometimentos. Conhecendo a causalidade que desencadearia as aflições que as geraram, propõe como recurso melhor para a total liberação do seu contingente perturbador a conquista da luz interna, superando toda a sombra que campeia nas consciências.

Essa claridade incomparável capaz de anular todos os prejuízos e evitar novas projeções de sofrimentos é o cultivo do amor, sustentado pela oração que se converte em canal de irrigação da energia que procede de Deus e vitaliza a criatura humana. Com esse recurso incomparável, a docilidade no trato com o semelhante permite que as Forças espirituais que promanam das imarcescíveis regiões da plenitude alcancem a intimidade daquele que ora, nele produzindo o milagre da harmonia e da claridade interior permanentes.
O Homem-Jesus, absolutamente lúcido e conhecedor do SELF que Lhe mantinha a organização humana não havendo qualquer espaço sombra, o lado escuro que devesse ser penetrado, a fim de erradicar mazelas, desde que o houvera superado em experiências multifárias nas Esferas Superiores de onde provinha.

Encarnando-se na Terra, não fugiu ao confrontos com as imposições dominantes entre os Seus coevos, mantendo-se imperturbável, mas não insensível aos seus desmandos e irreflexões, loucuras e infantilidades evolutivas, razão porque procurava extirpar do cerne das vidas que O buscavam os agentes geradores das aflições que as esmagavam, e os levavam à hediondez, ao crime, à mentira, ao ódio, novos desencadeadores de futuras inquietações. O Seu fardo se fazia leve, porque estruturado em claridade diamantina, sem qualquer contingente de tormento, ensejando o alívio imediato ao penetrar na projeção do Seu pensamento irradiante que cindia toda treva.

N'Ele estavam os recursos valiosos para a saúde espiritual, conseqüentemente, de natureza moral, emocional, física.. O ser humano é o somatório das suas aspirações e necessidades, mas também o resultado de como aplica esses recursos que o podem escravizar ou libertar. A predominância da sombra ou do lado escuro, é efeito compreensível da ignorância ou do acumpliciamento com o crime, derivado da preservação dos instintos primários em predominância no seu comportamento.

Enquanto não seja diluída essa sombra, facultando o entendimento das responsabilidades e dos compromissos que favorecem o progresso, mais se aturde na escuridão aquele que deseja encontrar rumos que não são visíveis. A sua existência se torna um pesado fardo para conduzir, um tormento mental e conflitivo na consciência entenebrecida. O amor, que significa conquista emocional superior, rompe a densidade da ignorância enquanto a oração dilui as espessas ondas escuras que envolvem o discernimento.

Mediante o amor, o ser descobre o sentido existencial, tornando-se humano, isto é, adquirindo sentimento de humanidade com libertação da alta carga de animalidade nele prevalecente, compreendendo a necessidade de compartilhar com o seu irmão o que tenha, mas também de repartir quanto o enriquece. Através da oração identifica-se com outras ondas psíquicas e impregna-se de energias saturadoras de paz, bem como enriquecedoras de alegria de viver e de crescer no rumo da plenitude.

A soberba, filha dileta do egoísmo, que lhe faculta atribuir-se um valor que ainda não possui, cede lugar à humildade que o ajuda a visualizar a grandeza da Vida e a pequenez em que ainda se debate, incitando-o à coragem e à abnegação, como o devotamento às causas de enobrecimento em que se engajará, buscando os objetivos reais agora vislumbrados e fascinantes.

Toda a terapêutica proposta por Jesus é libertadora, total e sem recuo. Ele não se detém à borda do problema, mas identifica-o, despertando o problematizado para que não reincida no erro, no comprometimento moral com a consciência, a fim de que não lhe aconteça algo pior, quais sejam a amargura sem consolo, a expiação sem alternativa, o impositi vo do resgate compulsório.

Esse Homem singular sempre foi peremptório na proposta da decisão de cada um, respeitando o livre-arbítrio, o direito de escolha que é inalienável, definindo os rumos da felicidade terrena, que prosseguiriam no reino dos Céus, ou demonstrando que através do sofrimento resignado, bem vivido, já se devassavam as fronteiras do reino, embora ainda no mundo físico.
Essa visão de profundidade define o Messias nazareno como a Luz que veio ao mundo e o mundo a recusou, preferindo a densidade do nevoeiro envolvente e alucinante. Sóbrio e austero, sem dureza ou crueldade, sempre compassivo mas não conivente, demonstrou pelo exemplo como viver-se em equilíbrio e morrer-se em serenidade, mesmo que através de qualquer flagício imposto.

Ninguém houve que mantivesse tanta serenidade na alegria da pregação da Boa Nova, sem a exaltação que tisna a beleza do conteúdo da Mensagem ou receio de que ela demorasse a se implantar no coração da Humanidade, não importando o tempo que fosse necessário, o que, realmente, é de significado secundário. O Espírito é eterno e a relatividade temporal é sempre sucedida pela sua perenidade.

Feliz aquele que opta por experimentar o bem-estar no momento em que respira e entende; desditoso aquele que, conhecendo a forma para tornar-se pleno posterga a oportunidade, aguardando os impositivos inevitáveis da sujeição e do sofrimento para resolver-se pelo adquirir o que rejeitara anteriormente.

Sob outro aspecto, Ele nunca se apresentou como solucionador de problemas, antes invitou a todos a fazerem a sua parte, a se responsabilizarem pelos próprios deveres, tornando-se o Educador que sempre se fez compreender, nunca transferindo responsabilidades que a cada qual pertecem,como mecanismos falsos para atrair ou gerar proselitismo em torno da Sua pessoa.

Diferindo de todos os demais homens, não se revestiu de aspecto excêntrico ou tomou atitudes aberrantes para chamar a atenção, mantendo-se sempre o mesmo, preservando o critério da seleção natural pelo mérito de cada discípulo que se Lhe associasse ao Ministério.

Era compreensível, portanto, que a c
omunidade judaica do Seu tempo, e a sociedade quase em geral de todos os tempos, não aceitassem o Seu método. Acostumados que se encontram os homens ao vazio do comportamento moral às concessões da mentira e da bajulação, aos esconsos compromissos seletivos, viam-nO e ainda O vêem alguns indivíduos como um violador dos costumes - infelizes, é certo - que predominam nas consciências ensombradas de governantes insensatos e das massas desgovernadas.

Não obstante, Ele permaneceu fiel ao Seu compromisso, sem o alterar para iludir ou arrebanhar simpatizantes. Sua austeridade e misericórdia conquistavam naturalmente sem promessas mentirosas, nem concessões inúteis, dando o primeiro sinal para o despertar para a Verdade, passo indispensável para futuras revoluções internas que seriam operadas no cerne de cada qual.

É incomparável Jesus, o responsável pelo fardo leve, em razão da Sua autoridade moral, ainda não totalmente reconhecida pela psicologia profunda, como o Homem de palavras claras, de ensinamentos sem dubiedades, de vivência sem recalques ou fugas.

Veio instruir e consolar mediante o exemplo de dedicação, jamais se acomodando ao modus vivendi e operandi, abrindo sulcos novos no solo dos corações para neles ensementar as palavras seguras e medicamentosas para a preservação da saúde e da vida. Ante os desafios mais vigorosos e as situações mais inclementes, não desistir dos ideais de beleza, não ceder espaço ao mal, não negociar com as sombras, permanecendo-se verdadeiro, luminoso, de consciência reta, decidido - eis a Sua proposta, conforme Ele próprio a viveu.

Sendo o Caminho, único, aliás, para chegar-se a Deus, não teve outra alternativa senão afirmar: - Vinde a mim, todos que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.
Joanna De Ângelis

Livro: Jesus e o Evangelho