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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

MENSAGEM AO MUNDO PAGÃO


"E EU LHE MOSTRAREI QUANTO DEVE PADECER PELO MEU NOME". (ATOS, 9:16)
Decorrido algum tempo após a crucificação de Jesus Cristo, o pequeno grupo de apóstolos dedicou-se à tarefa de disseminação da Boa Nova, procurando levar a mensagem cristã a todo o povo judeu. Entretanto, a mensagem revelada, que os apóstolos julgavam ter um sentido local, que acreditavam ser apenas dirigida ao povo de Israel e jamais apregoada aos demais povos, tinha de ultrapassar os limites acanhados daquela nação, para ser projetada no tempo e no espaço, atingindo os povos do chamado mundo pagão.

Os apóstolos de Jesus não estavam em condições de encetar tarefa de tamanha envergadura, uma vez que não se haviam ainda desvencilhado de muitos dogmas e de antigas tradições, sendo isso suficiente para evitar que ultrapassassem os limites estreitos do judaísmo. A prova mais cabal dessa assertiva está contida em Atos, 11:1-3, onde vemos o apóstolo Pedro ser acerbamente criticado por seus companheiros, pelo fato de haver contribuído para a conversão de um gentio: o centurião Cornélio.

Apenas um homem estava em condições de levar a Mensagem do Cristo a esses povos: Paulo de Tarso. Entretanto, o jovem tarsense estava num campo oposto, e
o Cristo o convocou por meio de retumbante manifestação espiritual, na Estrada de Damasco.

O chamamento de Paulo foi decisivo e o convocado obedeceu sem hesitações, sem indagações e sem condições. Fez apenas uma interrogação: Senhor, que queres que eu faça? Não formulou nenhuma das perguntas que qualquer um de nós comumente faria, em condições idênticas:

— Como e onde começar?
— Com que facilidades contarei?
— Poderei confiar na ajuda irrestrita do Alto?
— Quem me assessorará?
— Como enfrentarei os meus antigos amigos do Sinédrio?
— Aceitarão os gentios as minhas palavras?
— Prestar-se-ão a ouvir-me os filósofos gregos?
— Não será a minha pregação obstada pelas autoridades romanas?
— Porventura serei preso? Nesse caso quem me libertará?
— Quem será o meu sucessor na eventualidade de um fracasso?
— Não será ousadia demais combater a circuncisão, a idolatria e outras tradições?
— Onde haurirei as instruções necessárias?

Após receber a visita de Ananias e ter sido introduzido por Barnabé no grupo de apóstolos, Paulo de Tarso passou a percorrer os núcleos cristãos. Fundou centros de divulgação onde eles não existiam e deu nova vida àqueles que estavam ainda incipientes, para tanto, enfrentou acerba resistência, foi ultrajado, perseguido, vilipendiado, chegando mesmo a ser apedrejado. Nada disso arrefeceu o seu ânimo.

Não bastasse a resistência dos homens, intensificou-se o trabalho pernicioso dos Espíritos do mal: e um mensageiro das trevas trespassou-o de forma idêntica a um espinho na carne, acerca do qual Paulo teve de orar a Jesus, por três vezes, para que fosse desviado do seu caminho (II Cor. 12:7-8).

E Paulo falou e escreveu aos Hebreus, aos Tessalonicenses, aos Colossenses, aos Filipenses, aos Efésios, aos Gálatas, aos Coríntios e aos Romanos.

— Defendendo a pureza doutrinária do Cristianismo, debateu-se com o próprio apóstolo Pedro (Epístola aos Gálatas, 2:11);
— A fim de revelar o Deus Verdadeiro, foi ao Areópago, para discutir com os filósofos epicureus e estóicos;
— Para combater o mediunismo descontrolado e interesseiro, desmascarou Élimas (Atos, 13:6-9);
— Demonstrando os inconvenientes do personalismo, profligou a atitude de Apoio (I Cor. 3:1-9);
— Tentando extirpar a idolatria do seio do povo, defrontou-se com Demétrio (Atos, 19:24-30);

— No afã de implantar as verdades de uma nova doutrina, atraiu sobre si o ódio e a inimizade dos seus antigos companheiros, inclusive dos principais dos sacerdotes;
— Com o objetivo de levar a palavra do Cristo até Roma, apelou para ser julgado na capital do Império.

E assim Paulo percorreu as cidades do mundo pagão, as comunidades dos gentios: foi à Beréia, à Macedônia, passou pela Síria, pela Cilicia, por Icônio, Listra, Derbe, Antioquia, Chipre e dezenas de outras cidades. Encetou três grandes viagens missionárias e voltou a Jerusalém, onde foi preso, julgado e remetido sob escolta até Roma, onde sofreu as agruras de úmidas prisões, frio e fome, e onde, por fim, foi sacrificado.

Na passagem evangélica sobre a Conversão na Estrada de Damasco, o vocábulo Vaso significa médium, intermediário, pois assim como o vaso recebe o perfume e irradia do seu odor para todos os lados, Paulo recebeu, via mediúnica, os consoladores ensinamentos de Jesus e os transmitiu a todos os povos.

Paulo de Tarso foi, portanto, o exemplo vivo do discípulo que obedece, sem aquilatar dos percalços do caminho, sem medir as oposições e sem temer as represálias e até a própria morte do corpo.
Paulo A. Godoy
Crônicas Evangélicas

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Espírita: Não se Turbe o Vosso Coração


ADILTON PUGLIESE
“No mundo tereis aflições. Eu porém venci o mundo e, comigo, também vencereis.” (João,
16:33.)
“Não se turbe o vosso coração, crede em Deus, crede também em mim.” (João, 14:1.)

Essas orientações do Mestre, pronunciadas de forma substantiva, têm profundo
significado nos dias atuais. Aliás, em todas as épocas os discípulos sinceros,
os que elegeram as cruzes de seus desatinos como forma purificadora e reabilitadora
perante as leis de
Deus, debruçaram-se sobre essas palavras, desde os antigos pergaminhos,
passando pela maravilha das impressões tipográficas, até os dias modernos,
quando a tecnologia nos possibilita as gravações eletrônicas, o computador e a
Internet.
A partir do momento em que lançou as bases da sua missão, cujas diretrizes
viriam a constituir os Evangelhos, Jesus sabia que as reações mais diversas ocorreriam,
desafiando a Boa Nova. A Alegre Mensagem, esperada havia séculos,
atrairia para ela os corações simples, os que estavam cansados de sofrer, os
adeptos sinceros, que se deixariam imolar pela sua verdade e propagação. Contudo,
o preconceito e o poder da época levantariam armas contra a palavra libertadora,
gerando pânico e temor.
A pregação do Mestre, nos primeiros momentos, ao mesmo tempo que comovia
e atraía seguidores de Sua Causa, que se sensibilizavam com o Seu Verbo
amoroso e esclarecedor, em outros acendia as labaredas da raiva e do despeito,
pois não aceitavam, orgulhosos uns, vaidosos outros, a proposta de mudanças íntimas.
Mas as bases do Cristianismo eram irreversíveis e para ele atrairiam não só
os simples, mas também grandes intelectuais da época, a exemplo do Moço de
Tarso, fariseu e cidadão de Roma, cuja primeira fase na História é caracterizada
como “perseguidor dos cristãos”. Mas, uma vez interpelado pelo Mestre, no famoso
momento na estrada de Damasco, deixa-se seduzir pela força da personalidade
ímpar de Jesus e, então, passa à segunda fase de sua existência, dedicando-se à
causa da novel Doutrina, tornando-se o Apóstolo dos Gentios. As suas cartas estão
impregnadas de relatos de lances heróicos, de lutas, de ameaças e sofrimentos, de
humilhações e constrangimentos provocados por parte daqueles que se tornaram
adversários cruéis das verdades novas.
São passados vinte séculos e o que vemos nos dias atuais? O Cristianismo
consolidando-se como o maior conjunto de religiões do mundo civilizado, com cerca
de 2,1 bilhões de seguidores. Contudo, seus adeptos se afastaram da verdadeira
substância da mensagem primitiva, mantendo-se longe do autêntico sentido dos
ensinamentos de Jesus. A mão do homem deturpou a pureza do Evangelho primitivo,
criando, também, uma estrutura teológica que jamais o Cristo praticou ou sugeriu.
Sabia Ele, porém, que seria assim, e, em sublime momento, nos derradeiros
dias de sua missão, promete que não deixaria a Humanidade órfã, sobretudo os de
boa vontade, os de coração sincero; Ele rogaria ao Pai para, mais tarde, enviar o
Consolador.
Há quase um século e meio, em Paris, este fato aconteceu e, como no tempo
dEle, que não foi reconhecido — até mesmo pelo Precursor dos seus passos, que
enviou dois de seus seguidores para interpelá-lo, se Ele era, realmente, o Cristo
citado nas Escrituras, como narram Mateus (11:2-6) e Lucas (7:18-23): “— És tu
aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” E ouvem, da boca do Mestre, a
incontestável confirmação, pela evidência dos fatos que Ele opera à vista dos discípulos
atônitos e maravilhados: “Ide contar a João o que vistes, e ouvistes: os cegos
vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos
são ressuscitados, aos pobres é anunciado o Evangelho. Bem-aventurado é
aquele que não se escandalizar de mim” — também o Espiritismo ainda não foi
percebido como o retorno de Jesus aos caminhos da Terra, e essa volta triunfal fez
sua apresentação, mostrando suas credenciais no prefácio escrito pelo Espírito de
Verdade em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em 1864: “Os Espíritos do Senhor,
que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao
receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e,
semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos
cegos.”1
Antes, em 19 de setembro de 1861, visitando os grupos espíritas lioneses,
Allan Kardec, repetindo Jesus, através de instrutivo discurso, diz o que tem feito o
Espiritismo: “Impediu inúmeros suicídios, restabeleceu a paz e a concórdia em
grande número de famílias, tornou mansos e pacientes homens violentos e coléricos,
deu resignação àqueles em quem faltava, reconduziu a Deus os que o desconheciam,
destruindo-lhes as idéias materialistas, verdadeira chaga social que
aniquila a responsabilidade moral do homem. Eis o que ele tem feito, o que faz
todos os dias, o que fará mais e mais, à proporção que se espalhar.”2 (Destacamos.)
Quando se apresenta como a Terceira Revelação das Leis de Deus, quando
diz que veio restaurar os erros que foram introduzidos nos Evangelhos, e “que todas
as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as
trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos3, o Espiritismo é anatematizado,
é recusado, é combatido pelo fanatismo dos que alimentam pensamentos preconceituosos,
semelhantes àqueles animados pelos escribas e doutores da lei do
tempo do Cristo.
Por isso, destemido, intimorato, o Espiritismo também declara aos seus
adeptos: Não se turbe o vosso coração, repetindo Jesus, em cujo pensamento está
a viga mestra dos seus postulados.
Tanto Jesus como o Espiritismo foram enviados pelo Pai, sendo o segundo
um pedido do Nazareno ao Criador de todas as coisas: “Eu rogarei a meu Pai para
que vos envie o Consolador.”
Os espíritas estamos, desta forma, credenciados por Deus e por Jesus e confirmados
pela obra granítica de Allan Kardec, a quem devemos a nossa designação.
E, assim amparados, AVANCEMOS! Sem temor de espécie alguma. l
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1 e 3 — KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 110. ed. Rio de Janeiro:
FEB — 1995 — p. 23.
2 — WANTUIL, Zêus. THIESEN, Francisco. Allan Kardec, volume II. 2. ed. Rio de
Janeiro: FEB — 1982, p. 215.

Revista O Reformador Julho de 2000