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domingo, 25 de setembro de 2016

Massificação "A massa absorve, devora as expressões individuais e consolida as paixões perversas"



Ao tempo em que as informações se multiplicam, oferecendo o conhecimento de muitas ocorrências simultaneamente, aquelas que têm primazia nos veículos de comunicação — tragédias, excentricidades, violências e crimes, sexo em desvario, ameaças de morte e de guerra — deixam o indivíduo inseguro. 
Porque não dispõe de tempo para digerir e bem absorver as notícias, selecionando-as, abate-se com facilidade ou excita-se, armando-se emocionalmente para os enfrentamentos.
[...]Deixando-se arrastar pelo volume, massifica-se e perde o contato com a própria identidade, passando a ser apenas mais um no grupo, no qual se movimenta —trabalho, recreios, estudos, em quaisquer atividades submetendo-se ao estabelecido, ao gosto geral, à vontade alheia, às necessidades que os organizadores definem, sem o consultarem anteriormente. 
[...] A massificação deságua na desumanização, reconduzindo o ser ao anterior estágio dos impulsos e instintos básicos[...]Nela, não há liberdade plena, nem harmonia gratificante, porquanto é artificial, ruidosa, agressiva, propondo contínuo, exaustivo estado de alerta contra os seus métodos e membros igualmente violentos. A massa humana, como ser grupal, é destituída de alma, de sensibilidade. 
(...)Porque os seus membros perderam a capacidade de ser indivíduos, estouram a qualquer voz de comando, arrastados pelos que os sediciam, e assim agem, para não ficarem esmagados. Os seus tornam-se os interesses coletivos, e tudo é programado, extinguindo no homem a espontaneidade, que lhe expressa a individualidade, o nível psicológico e de consciência, no qual se encontra. [...]O ser humano é um universo com as suas próprias leis e constituição embora em harmonia com todos os demais, formando imensa família. Massificado, perde a capacidade, ou lhe é impedida, de expressar-se, de anelar e viver, conforme o seu paradigma de aspiração e progresso, pois que, do contrário, é expulso do grupo, onde não mais tem acesso. Marginalizado, deprime-se, aflige-se. Cabe-lhe, porém, amadurecer reflexões para viver no grupo sem pertencer-lhe; para estar em sociedade sem perder a sua identidade; para encontrar-se neste momento com os demais, porém, não se permitir os arrastamentos insensatos e compulsivos da massificação. [...]A aquisição da consciência de si, porém, é resultado de um esforço individual concentrado.[...]Quando defrontado com o Si profundo, o indivíduo opta por controlar e bem direcionar a máquina orgânica ao invés de ser conduzido pelos instintos prevalecentes. Esse empenho racional converte-se de imediato em desafio que o engrandece, oferecendo-lhe significado existencial, por cujo termo lutará com denodo[...]A massa absorve, devora as expressões individuais e consolida as paixões perversas. [...]Vivendo-se uma atualidade globalizadora , inevitável, pode-se no entanto, evitar a massificação, preservando-se a individualidade, sendo-se autêntico consigo mesmo, enfrentando as imposições do ego e harmonizando-as com o Self.

Fonte: Trechos do Livro "Amor Imbatível Amor" do tema Massificação.
Autor espiritual: Joana de Angelis psicografado por Divaldo Pereira Franco







domingo, 29 de maio de 2016

Transição Planetária e Auto conhecimento (...)“É imprescindível um constante renascer do indivíduo, pelo renovar da sua consciência, aprofundando-se no autodescobrimento, a fim de mais seguramente identificar-se com a realidade e absorvê-la. Esse autodescobrimento faculta uma tranqüila avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios para torná-lo melhor, alcançando assim o destino que o aguarda.”

TRANSIÇÃO PLANETÁRIA(Divaldo Pereira Franco / Espírito Manoel Philomeno de Miranda)

O que é a transição?
Período assinalado por alterações físicas e morais, para a mudança de padrão da Terra, de planeta de provas e expiações para planeta de regeneração, mundo mais feliz, com predominância do Bem.
 

Quem a anuncia?
Isaías, Enoque, Jesus (por Marcos – cap. 13 – e João – Apocalipse –, o calendário Maia, Nostradamus, diferentes Espíritos (por Allan Kardec e, posteriormente, por intermédio de diversos médiuns).
 
Em que níveis se darão os acontecimentos preconizados?
 No nível físico (clima, alterações na massa, no movimento e na inclinação do eixo da Terra, fenômenos sísmicos...), mas, sobretudo, no aspecto moral das criaturas, despertando-lhes a solidariedade, a reflexão.
 
Quando se darão?
 “Posteriormente as graves revelações por João evangelista, no seu memorável Apocalipse, vivemos já esses dias significativos, anunciadores das grandes transformações que se vêm apresentando no orbe amado.”
(Página 128 do Livro)
Qual a finalidade das grandes calamidades?
 “Convidar a criatura humana à reflexão em torno da transitoriedade da jornada carnal em relação à sua imortalidade”. P. 12 (prefácio/introdução) Quais são os sinais do novo tempo que se avizinha?
. Convulsões que sacodem o orbe, terrorismos, atrocidades. P. 41
 
“As dores atingem patamares quase insuportáveis e a loucura que toma conta dos arraiais terrestres tem caráter pandêmico, ao lado dos transtornos depressivos, da drogadição, do sexo desvairado, das fugas psicológicas espetaculares, dos crimes estarrecedores, do desrespeito às leis e à ética, da desconsideração pelos direitos humanos, animais e da Natureza... Chega-se ao máximo desequilíbrio, facultando a interferência divina, a fim de que se opere a grande transformação de que temos necessidade urgente”.
Como o plano espiritual atua e atuará na transição?
 “À semelhança das ondas oceânicas a abraçarem as praias voluptuosamente, sorvendo as rendas de espumas alvas, os novos obreiros do Senhor se sucederão ininterruptamente alterando os hábitos sociais, os costumes morais, a literatura e a arte, o conhecimento em geral, ciência e tecnologia, imprimindo novos textos de beleza que despertarão o interesse mesmo daqueles que, momentaneamente, encontram-se adormecidos”.Pág. 37
ESPÍRITOS AMIGOS: acompanhando e orientando as ocorrências; já vêm providenciando reencarnações programadas de Espíritos não comprometidos com o mal, que apressarão o progresso moral, utilizando-se do intelectual e tecnológico para promover a fraternidade entre os povos.(pág. 130)
CIENTISTAS (genética, embriologia, embriogenia): trabalham no preparo dos corpos que acolherão por algum tempo os mensageiros do amor e da misericórdia em sua peregrinação terrestre.(pág. 132)
Quais as referências sobre o quantitativo de obreiros da espiritualidade que trabalham na Grande Transição?
 .”Empenhados, conforme nos encontramos, ao lado de milhares de outros grupos de Espíritos que trabalham pela implantação dos novos tempos, especialmente na atividade preparatória da reencarnação dos luminares do passado, assim como dos nossos irmãos convidados de Alcione, acompanhamos o cerco negativo daqueles amigos referidos, tentando impedir a execução do programa em marcha”. P. 188
. Aproximadamente quinhentos obreiros retornariam ao orbe terrestre (incluindo MPM) para preparação da nova era, abrindo espaço para reencarnações em massa de habitantes de migrantes de Alcíone, com o fim de levar a Terra a alcançar o patamar de planeta de regeneração (p. 125)
. Há mais de um decênio, outros trabalhadores já planejavam, na Colônia, atividades semelhantes (o projeto é internacional e sem limites)(p. 125)
. “outras caravanas já vinham visitando a Terra com o mesmo objetivo, desde os anos da década de 1970/1980, tomando as providências compatíveis para as reencarnações valiosas. Agora, no entanto, soava o momento de intensificar o intercâmbio entre os terrícolas e os visitantes de Alcione (...)“ p. 138
"O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral. Isto porque, os espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade."
(Joanna de Angelis)
E nós? Qual deve ser a nossa participação nessa grande transformação?
“A melhor maneira, portanto de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.”
(Joanna de Angelis)
É necessário que juntamente coma Terra, abracemos os ideais de aprimoramento, e é de cada um de nós a grande responsabilidade de assumirmos os postos que irão auxiliar á grande transformação, e a colaboração nossa, é indispensável neste momento, e em meio a tantas lições magníficas da Doutrina Espírita libertadora nos traz, uma delas é que podemos sim mudar o Mundo, mas que temos que começar essa mudança bem dentro de nós, dentro de nossos lares, possibilitando a nós e aqueles que estão em nosso redor, melhores condições de alcançarmos todos a grande consciência da necessidade do “bem viver”
Vamos fazer deste mundo um planeta muito melhor, um mundo mais iluminado, com pessoas mais tolerantes, que se ajudarão mais umas ás outras, onde o bem triunfará, as pessoas serão mais caridosas, estendendo mais as mãos de auxílio umas ás outras, porém como nos ensina Joanna de Angelis, para ajudarmos o nosso planeta em sua transformação, é necessário o nosso sacrifício, para primeiro mudar a nós mesmos para que haja a nossa efetiva colaboração para a harmonia do mundo inteiro.
A Terra caminha junto de nós tentando alçar uma maturidade espiritual, e muitos momentos de transformação chegarão para nós, alunos do universo, como momentos de grandes oportunidades de crescimento.
Contudo é muito necessário que procuremos alinhar nossas melhores metas, as mais edificantes, e juntamente com a Mãe Terra, lutemos para galgarmos mais um significativo degrau rumo ás “coisas” Divinas.
É a nossa reforma íntima?
Sabedores da grande oportunidade que estamos vivenciando neste momento, devemos refletir que não existem para nós, formas mais seguras e eficazes de conquistarmos melhores resultados em nossa batalha intima, do que aquela que encontramos em nosso dia a dia.
Quantos de nós sonhamos em levar a paz pelo mundo onde houvera necessidade?
Quantos ideais traçamos para nossa vida, na ânsia de buscarmos de hora para outra , grandes conquistas para que com elas, pudéssemos ganhar o mundo?
No entanto tantas tentativas caem na frustração diante de uma realidade que parece ser bem diferente daquela que estamos inseridos no momento.
Isso muitas vezes acontece por não entendermos profundamente qual é a nossa posição e o que verdadeiramente somos capazes de realizar na condição em que nos encontramos neste momento.

“É imprescindível um constante renascer do indivíduo, pelo renovar da sua consciência, aprofundando-se no autodescobrimento, a fim de mais seguramente identificar-se com a realidade e absorvê-la. Esse autodescobrimento faculta uma tranqüila avaliação do que ele é, e de como está, oferecendo os meios para torná-lo melhor, alcançando assim o destino que o aguarda.”
(Joanna de Angelis- Livro Autodescobrimento)
Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço.
Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.
Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.
Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer.
A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas.
(Joanna de Ângelis)

(Psicografia de Divaldo Franco. Da obra Vigilância)
 
Fonte: http://estudostemasespiritas.blogspot.com.br/2011/06/transicao-planetariadivaldo-pereira.html

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O Bem é a Meta



Em nosso ambiente doméstico, convivendo com os familiares, que são os nossos próximos mais próximos, devemos ter como orientação íntima a construção do Bem e da Paz.
Meditemos sobre essa mensagem, com a bela página de Joanna de Ângelis.

Surge a Era Nova.
 O sol da esperança desbasta as trevas da ignorância. 
 Pequenos grupos de servidores verdadeiros do Evangelho, no silêncio da renúncia, estão levantando os pilotis sobre os quais será erguida a Era Nova. 
 Sem alarde, em luta ingente, esses corações convidados constituem segurança para o mundo melhor de amanhã. 
 Não obstante o vendaval, as ameaças do desequilíbrio e o predomínio aparente das forças da violência, o bem, corno fluido de libertação, penetra todo o organismo terrestre preparando o mundo novo. 
 Não engrossam as fileiras dos desanimados, nem aplaudem a insensatez dos perversos ou apóiam a estultícia dos vitoriosos da ilusão. 
 Quem aprendeu a confiar em Jesus põe as suas raízes na verdade. São minoria, não, porém, grupo ao abandono. 
 Todos os grandes ideais da humanidade surgem em pequeninos núcleos, que se alargam em gerações após gerações. 
 O Cristianismo restaurado, por sua vez, é a doutrina do amanhã, no enfoque espírita, porque, enquanto a mensagem de Jesus teve de destruir as bases do paganismo para erguer o santuário do amor, o Espiritismo deve apenas erigir, sobre o Cristianismo, o templo luminoso da caridade. 
 Chamados para este ministério, não duvidam, alegrando-se por ter seus nomes inscritos, como diz o Evangelho, no livro do reino dos céus e serem conhecidos do Senhor. 
 *
 Nossa Casa tem ação. É hoje reduto festivo, santuário que alberga Espíritos mensageiros da luz, oficina onde se trabalha, escola de educação e hospital de recuperação de vidas. 
 Com outros Obreiros aqui temos estado, mantendo a chama da verdade acesa – como ocorria com os antigos faróis com a flama ardente, apontando a entrada dos portos e mais tarde dando notícias dos recifes e perigos do mar. 
 *
 Filhos da alma, nunca desistam de fazer o bem, face ao aparente triunfo do mal em desgoverno, em torno de suas vidas. 
 Passada a tempestade, a luz volta a fulgir. 
 A sombra é somente ausência da claridade. Não é real. 
 Só Deus é Vida; somente o Bem é meta. 

Franco, Divaldo Pereira. Da obra:  Momentos Enriquecedores.
 Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
 Salvador, BA: LEAL, 1994

 http://www.dij.febnet.org.br/familia/mensagem/o-bem-e-a-meta/

quinta-feira, 28 de abril de 2016

A Consciência.[...]Carl Gustav Jung afirma que “a consciência não se cria a si mesma; emana de profundezas desconhecidas. Desperta gradualmente na infância e durante toda a vida desperta, a cada manhã, das profundezas do sono, surgindo de uma condição inconsciente.”

Em uma tentativa simbólica, poderíamos apresentar a consciência da seguinte maneira: em um imenso castelo (psique), com muitos cômodos e empregados, uma rosa plantada em um vaso é colocada à mesa da sala de jantar. Tudo o que a rosa (ego) conhece do castelo é a sala de jantar (consciente); tudo o que ela perceber de si mesma é o vaso (consciência); ela e o vaso são praticamente uma única personalidade, uma mesma coisa. A consciência é então a única parte da psique que é diretamente conhecida por nós, onde todas as sensações, imagens, pensamentos, sentimentos e desejos são percebidos, onde podemos observar, analisar e julgar. O ego (rosa) é, pois, o centro da consciência. Mas esse vaso e a terra nele contida não se criaram a si mesmos: a terra é parte da “grande terra”, que é ao mesmo tempo desconhecida, mas sentida como um vir-a-ser da terra contida no vaso.

Carl Gustav Jung afirma que “a consciência não se cria a si mesma; emana de profundezas desconhecidas. Desperta gradualmente na infância e durante toda a vida desperta, a cada manhã, das profundezas do sono, surgindo de uma condição inconsciente.” Com essa afirmação de Jung podemos observar que a personalidade, ao contrário do que alguns teóricos acreditavam, pode e deve modificar-se constantemente.

A consciência amadurece e desenvolve-se a cada nova experiência, a cada novo conflito. Aliás, é através do conflito que uma nova percepção da vida surge. Joanna de Ângelis (O Homem Integral) afirma: “O nascimento da consciência se opera mediante a conjunção dos contrários, como decorrência de uma variada gama de conteúdos psíquicos, que formam as impressões arquetípicas ao fazerem contato com o ego, dando surgimento à sua substância psíquica e tornando todo esse trabalho um processo de individuação.” E continua, na mesma obra: “sem essa dualidade de opostos, que leva à reflexão, no processo de individuação, não há aumento real de consciência, que somente se opera entrando em contato com os opostos e os absorvendo”.

O confronto entre opostos ocorre sempre que uma atitude consciente entra em luta com desejos inconscientes, por exemplo: uma pessoa educada com muito rigor emocional e que reprime a raiva, quando adulta em uma situação de atrito com o cônjuge fica muda e não consegue expressar sua indignação e logo depois aparece com manchas arroxeadas pelo corpo. O desejo de expressar a emoção e a atitude consciente de reprimir são opostas, e se a pessoa não encontrar um meio-termo entre guardar a raiva e expressá-la, não conseguirá crescer com essa emoção e tenderá a continuar reagindo como reagia na infância. Só o reconhecimento dos conteúdos reprimidos permite uma expansão da consciência, o que contribui para o nosso processo de individuação.

Todo o crescimento acontece de dentro para fora, e é na nossa escuridão que encontramos a luz da consciência. E, é nela que está escrita a Lei de Deus (Questão 621 do L.E.), mas, necessário se faz que essa seja a meta da nossa vida, sermos conscientes da nossa realidade como espíritos e tomarmos consciência da nossa realidade psicológica, assim poderemos compreender quem somos e qual o nosso papel nesse mundo. A Lei de Deus está na “grande terra” e a terra contida no vaso sabe que faz parte dela, embora possua sua individualidade e que depende dela para ser plena.

E para concluirmos: “O ser consciente deve trabalhar-se sempre, partindo do ponto inicial da sua realidade psicológica, aceitando-se como é e aprimorando-se sem cessar. Somente consegue essa lucidez aquele que se autoanalise disposto a encontrar-se sem máscara, sem deterioração. Para isso, não se julga, nem se justifica, não se acusa nem se culpa. Apenas descobre-se.” Joanna de Ângelis (O Ser Consciente).

Autores : Iris / Sinoti
http://www.correioespirita.org.br/categoria-de-materias/artigos-diversos/1113-a-consciencia

Lições da tristeza."tristeza não é o inverso da alegria, mas a sua ausência momentânea. É um estado que conduz à reflexão e não ao desinteresse pela vida... A tristeza, porém, é um fenômeno natural que ocorre com todas as pessoas, mesmo aquelas que vivenciam os mais extraordinários momentos de alegria. Pode ser considerada como uma pausa para a compreensão da existência".

ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga, SP(Brasil)
 

  A criatura humana, normalmente, combate e evita a tristeza, como se esse sentimento fosse algo proibido ou que nos situasse num nível evolutivo primário, inferior, bem como pelo medo que se tem da instalação da depressão.
Essa conceituação equivocada leva o indivíduo a dissimular, porque, em muitos momentos existenciais, estará enfrentando um problema grave e tenderá a esconder a tristeza interior, apresentando falsos sorrisos, o que lhe trará um desgaste físico e emocional, na medida em que conviverá com essa dualidade, a aparência exterior diversa da realidade íntima.
O espírito Joanna de Ângelis, na obra “Atitudes Renovadas” (Capítulo 5), através do médium Divaldo Pereira Franco, escreve uma bela mensagem sobre a tristeza, apresentando-nos seu real conceito e efeitos.
A referida benfeitora assevera-nos que a tristeza não é o inverso da alegria, mas a sua ausência momentânea. É um estado que conduz à reflexão e não ao desinteresse pela vida... A tristeza, porém, é um fenômeno natural que ocorre com todas as pessoas, mesmo aquelas que vivenciam os mais extraordinários momentos de alegria. Pode ser considerada como uma pausa para a compreensão da existência.
Dessa forma, mostra-se perfeitamente natural que nós, os cristãos (espíritas, católicos, evangélicos, protestantes...), diante de algumas situações da vida, vivenciemos a emoção da tristeza.
Haverá, basicamente, dois tipos de situações que nos propiciam a experimentar a tristeza.
A primeira situação decorre dos problemas existenciais, como, por exemplo, a traição do cônjuge ou de um amigo, um filho nas experiências da droga, o diagnóstico de uma doença grave, a perda de um emprego, a morte de um ente querido e outras.
Há algumas pessoas que diante dessas ocorrências buscam as fugas psicológicas através do álcool, das drogas ilícitas ou do sexo casual. Haverá outros que mantêm um estado de alegria permanente, sorrindo para tudo, o que representa um quadro patológico de alienação da realidade.
Em ambas as situações, haverá um agravamento do estado espiritual e emocional do indivíduo, que lhe trará comprometimentos morais e profunda infelicidade.
Por mais equilibrado que estejamos, é natural que a tristeza apareça quando enfrentamos as citadas situações externas e permaneça até a resolução parcial ou total do impasse.
A segunda situação, de âmbito interno, se desdobra a partir do momento em que identificamos que aquilo que estamos fazendo da nossa vida não é o correto ou o que se gostaria de realizar.
Normalmente isso ocorre quando se desperta para os valores do evangelho, para o verdadeiro sentido da vida, e percebe-se o tempo perdido e os equívocos, a nos trazer certa tristeza.
Também pode ocorrer quando se percebe a falha na escolha da atividade profissional, que nos faz infeliz, triste, e deseja-se mudar de área, o que, para muitos, constitui-se num desafio incomum.
Anote-se que nas duas hipóteses, externas e internas, a tristeza, para ser produtiva e eficiente, deve apresentar algumas características.
Deve ser transitória, isto é, não devemos nos acomodar na tristeza, porque, com o decorrer do tempo, essa emoção poderá intensificar-se e converter-se num estado depressivo, com danos existenciais mais graves, podendo culminar no suicídio direto ou indireto, ou no denominado suicídio moral, quando a pessoa se nega a viver e não se permite qualquer conquista na esfera do bem.
Assim sendo, ao experimentar a tristeza, devemos continuar a frequentar o templo religioso, mantendo nossa vinculação com Deus através da prece, da reflexão religiosa, do bem ao próximo, da fé no futuro, o que nos fortalecerá para o enfrentamento dos problemas.
É comum as pessoas se afastarem da religião quando se deparam com o sofrimento, abrindo campo para a ampliação da tristeza e para a maior dificuldade na resolução dos desafios pessoais.
À luz do Espiritismo, não podemos ignorar a interferência espiritual inferior, pois Espíritos ainda imperfeitos poderão criar sintonia conosco a partir da tristeza descontrolada, criando maiores embaraços em nossa vida.
Registre-se, ainda, que podemos nos socorrer dos médicos da mente, nos ramos da psicologia e da psiquiatria, que nos ajudarão no enfrentamento da situação desafiadora, prescrevendo remédios, se necessário.   
A terapia dos passes, do evangelho no lar, da água fluidificada também se constituirão em hábitos eficientes a nos fortalecer o ânimo e a resignação.
A tristeza transitória, enquanto dure, não pode ser o quadro emocional predominante, haveremos de buscar momentos de esperança, de confiança em Deus, de alegria por outras conquistas, de convivência social saudável, sob pena de descontrole da situação, porquanto a tristeza se intensificará de tal forma, que passará a ser um estado permanente.
Com o Espiritismo também aprendemos a manter a fé na vida futura, pois certos problemas não dependem apenas de nós para serem solucionados. Por exemplo, um filho na droga que insiste em manter essa escolha. Obviamente que isso trará certa tristeza, mas também haveremos de ter alegrias na vida, e agiremos como semeadores, amando esse filho sem cessar, confiando que nenhum investimento de amor é perdido, de forma que nesta ou em futuras reencarnações, essa alma querida despertará para a verdade e o bem.
Fica evidente que a visão da reencarnação minimiza nossa tristeza, ante a confiança no futuro.
Convém destacar, também, que a tristeza bem compreendida trará efeitos positivos e saudáveis.
Na destacada lição do livro “Atitudes Renovadas”, Joanna de Ângelis fala acerca das reflexões positivas da tristeza, que nos permitirão refazer experiências... , trabalhando o indivíduo para a renovação interior e a conquista de valores mais profundos e significativos do que os existentes e consumidores... Fenômeno psicológico transitório, deve ceder lugar à reflexão, ao despertamento e à valorização dos tesouros morais, culturais e espirituais. A tristeza sem lamentações, sem queixas, sem ressentimentos, é, pois, psicoterapêutica...
Com efeito, ao vivenciarmos essa tristeza nas lidas cotidianas, devemos fazer uma pausa acompanhada de silêncio interior, para que as reflexões terapêuticas possam fluir do íntimo, convidando-nos à renovação moral e comportamental.
É de bom alvitre enfatizar que não se deve cultivar a tristeza como necessária para o discernimento a cada instante ou em toda parte. Não estamos estimulando a tristeza, mas apenas compreendendo seu verdadeiro significado, até porque a mensagem do evangelho é de alegria.
Ademais, Joanna de Ângelis nos lembra que Jesus, em algumas ocasiões, chorou de tristeza ao contemplar a loucura humana e o seu desequilíbrio, mas sorriu, também, quando choraram aqueles que O foram ver no sepulcro.
A tristeza serena de Jesus revelava que Ele veio para auxiliar a criatura humana a encontrar o caminho do amor, da autoiluminação, ciente de que a terapia do tempo e da dor a todos corrigirá.
Finalizo o artigo com uma frase de Joanna para nossa reflexão: Não cultives a tristeza nem fujas dela, aceitando-a, quando se te apresentar e retirando o melhor resultado da oportunidade de reflexão que te proporcione. Com esse comportamento estarás experienciando atitudes renovadas.  

Autoria de Alessandro de Viana, retirado do site o consolador
 http://www.oconsolador.com.br/ano5/241/alessandro_paula.html

sábado, 14 de novembro de 2015

OBREIROS DA VIDA

Enquanto soam as melodias da esperança, cantando a música do trabalho nos ouvidos da vida, porfia na fidelidade ao dever.
Enquanto a Terra se reverdece e uma primavera brota do caos das dissipações generalizadas, prenunciando o largo dia do Senhor, prossegue em atividade.
Enquanto as perspectivas sombrias do desastre e da guerra campeiam, curva-te ante as leis de seleção que realizam o Ministério Divino, a fim de modificar a estrutura do Orbe na sua inevitável transformação para Mundo Regenerador. E não obstante a ingente tarefa a que és convocado, sê daqueles que adquirem dignidade no culto da reallzação nobre produzindo em profundidade e com a perfeição possível.
Armado como te encontras, com os sublimes instrumentos do discernimento e da razão, sobre a estrutura de fatos inamovíveis, sê dos que edificam o santuário da paz universal sôbre os pilotis da renúncia, vencendo as ambições desmedidas e as vaidades Injustificáveis.
Não te importes saber donde vieste, não te convém examinar o que és; interessa-te em observar o que produzes e o que deixas de produzir.
Se os teus celeiros de luz se encontram abarrotados pelos grãos da Misericórdia ou com o feno inútil que os transformou em depósito de treva e de dissensões a responsabilidade é tua.
Se até ontem padronizaste o comportamento pelo equívoco, não te é lícito doravante repetir enganos e insistir em engodos. Vives na Terra o instante definitivo da grande batalha e Jesus necessita de alguns estóicos servidores que a Ele se entreguem totalmente, para o combate final.
*
Estão espalhadas em vários pontos do Planeta as fortalezas da esperança onde se resguardam os lidadores do amanhã.
Convém ressaltar que o Senhor nos reuniu a todos, não pelo império caprichoso do acaso, nem pela ingestão mirabolante do descuido, ou pela contingência precária das nossas manifestações gregárias alucinadas, mas por uma pré-determinação de Sua sabedoria, que nos convocou, devedores e credores reunidos, cobradores inveterados e calcetas para a regularização dos débitos pesados a fim de nos reajustarmos à lei sublime do Amor, longe das subalternidades das paixões. Não permitamos, assim, que medrem sentimentos inferiores na nossa gleba de luz, não deixemos que o descuido de uns ou a invigilância de outros nos supreendam no pôsto do nosso combate, transcorridas tantas lutas, assinaladas pelas ações nobres, após tantos anos de perseverança no dever, depois de tantas esperanças que fomos obrigados a adiar e tantas ilusões que asfixiamos na realidade da vida.
Não disseminemos os grãos da desídia nem deixemos que a semente nefária da emotividade subalterna desenvolva em nosso lar, em nossa família ampliada, os gérmens virulentos das manifestações amesquinhantes, capazes de nos enfermarem o organismo ciclópico da alma, tombando-nos adiante e deixando-nos na retaguarda.
Todos nós, nós todos, somos peças importantes quão valiosas das determinações divinas neste momento azado e estamos sob vigilância rigorosa da fatuidade e da idiossincrasia, sofrendo a pressão das fôrças baixas da animalidade, que pretendem conspirar contra o espírito do Cristo, que vive dentro de nós, em tôrno de nós, conduzindo-nos a todos.
É necessário não negligenciar atitude, não ceder ao mal e orar, orar sempre.
Não há porquê recearmos, sejam quais forem as conjunturas, mesmo as aparentemente adversas que nos sitiem, pois não temos sequer um motivo falso para sob êle nos albergarmos justificando a ausência da excelsa misericórdia Divina que nos protege, que nos ampara, aquiescendo nas negociatas da usurpação e do êrro, da frivolidade e do conúbio com a insensatez. Não estamos diante de uma gleba cuidada por "meninos espirituais".
Assim sendo, melhor seria que nos alijássemos espontâneamente do dever, a que nos constituamos pedra de tropêço na Obra do Cristo, neste momento de decisão.
Impõe-se examinar as suas disposições para adquirires maioridade espiritual nas tuas decisões imortalistas, diante das tarefas assumidas com o Senhor, na pauta do teu progresso espiritual, com a visão colocada no futuro dilatado.
*
Esforça-te, vencendo o adversário oculto que reside na plataforma do eu enfêrmo, e, combatendo-o aguerridamnente com as armas superiores do amor e da perseverança, não recalcitres mais, não te permitas a negligência da ociosidade, nem o sonho utópico do prazer chão que obscurece os painéis da alma e entorpece as aspirações para vôos mais altos.
Como as "más palavras, corrompem os costumes", os pensamentos frívolos intoxicam o espírito.
Um dia, o sublime Espírito do Cristo desceu à Terra para fundar um Reino e atirou os alicerces da sua construção na alma humana dando início à edificação de um País como jamais alguém houvera sonhado - O Reino dEle está em todos nós, pedras angulares que nos tornamos, do edifício da esperança, para a futura humanidade feliz.
Enquanto raia nova aurora para o homem melhor, levanta-te obreiro da Vida para o trabalho sublime do Reino de Deus que já está na Terra e no qual te encontras engajado desde ontem para o breve término, quando o Senhor tomará das tuas e das nossas mãos alçando-nos, pelas asas da prece, à plenitude vitoriosa do espírito vencedor da matéria e da morte.
*
"Pois digno é o trabalhador do seu salário". Lucas: capítulo 10º, versículo 7.
*
"Á cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para a frente: a lei dos mundos é a do progresso". Fénelon (Poitiers, 1861.). Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 1º — Item 10, parágrafo 3.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 4.

domingo, 8 de novembro de 2015

Terapia da oração


Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os fatores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.
A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.
Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.
A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.
O ser material é condensação do energético, real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objetivo essencial da evolução. Desarticulando-se, ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparos nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.

O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.
A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.
A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.
Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.
Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde e sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.

O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.
O pessimista auto destrói -se, enquanto o otimista auto - sustenta-se.
Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.
Aqueloutro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo. Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até sua extinção.

A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.
Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, logrará o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.
Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.



Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro Momentos Enriquecedores

sábado, 9 de agosto de 2014

O ADOLESCENTE E A RELIGIÃO





          A religião desempenha um papel importante na formação moral e cultural do adolescente, por propiciar-lhe a visão da imortalidade, dilatando-lhe a compreensão em torno da realidade da vida e dos seus objetivos essenciais.
          A religião é portadora de significativa contribuição ética e espiritual no desenvolvimento do caráter e na afirmação da personalidade do jovem em desenvolvimento.
          Através dos seus postulados básicos, o educando nela haure a consciência de si e o começo do amadurecimento dos valores significativos, que se lhe incorporarão em definitivo, estabelecendo-lhe paradigmas de comportamento para toda a existência. Mesmo quando, na fase adulta, por esta ou aquela razão, a religião é contestada, ou colocada em plano secundário, ou mesmo combatida, nos alicerces do inconsciente permanecem os seus paradigmas que, de uma ou outra forma, conduzem o indivíduo nos momentos de decisão significativa ou quando necessita mudar de rumo, ressurgindo informações arquivadas que contribuirão para a decisão mais feliz.
O adolescente traz em si o arquétipo religioso, que remanesce das experiências de outras reencarnações, o que o leva à busca de Deus e da imortalidade do Espírito, de forma que, reencontrando a proposta da fé, assimila-a com facilidade, no início, graças aos seus símbolos, mitos e lendas, do agrado da vida infantil, depois, através das transformações dos mesmos, que passam pelo crivo da razão e se vão incorporar ao seu cotidiano, auxiliando na distinção do que deve realizar, assim como daquilo que não lhe é lícito fazer, por ferir os direitos do seu próximo, da vida e a Paternidade de Deus.
É relevante o papel da religião na individuação do ser, que não permite a dissociação de valores morais, culturais e espirituais, reunindo-os em um todo harmônico que lhe proporciona a plenitude.
Na adolescência, os ideais estão em desabrochamento, abrindo campo para os postulados religiosos que, bem direcionados, norteiam com segurança os passos juvenis, poupando o iniciante nas experiências humanas a muitos dissabores e insucessos nas diferentes áreas do comportamento, incluindo aquele de natureza sexual.
Não será por intermédio da castração psicológica, da proibição, mas do esclarecimento quanto aos valores reais e aos aparentes, aos significados do prazer imediato e à felicidade legítima, futura, predispondo-o à disciplina dos desejos, ao equilíbrio da conduta, que resultarão no bem-estar, na alegria espontânea sem condimentos de sensualidade e de servidão aos vícios. Simultaneamente, a proposta religiosa esclarece que o ser é portador de uma destinação superior, que lhe cumpre enfrentar, movimentando os recursos que lhe jazem latentes e convocando-o para o auto-aprimoramento.
Quando o adolescente não encontra os paradigmas da religião, torna-se amargo e inapto para enfrentar desafios, fugindo com facilidade para a rebeldia ou o sarcasmo, portas de acesso à delinqüência e ao desespero.
Não descartamos os males produzidos pela intolerância religiosa, pelo fanatismo de alguns dos seus membros, sacerdotes e pastores, mas essas são falhas humanas e não da doutrina em si mesma. A interpretação dos conteúdos religiosos sofre os conflitos e dramas pessoais daqueles que os expõem, mas, no seu âmago, todos preconizam o amor, a solidariedade, o perdão, a humildade, a transformação moral para melhor, a caridade, que ficam à margem quando as paixões humanas tomam posse das situações de relevo e comando, fazendo desses indivíduos condutores espirituais, que pensam pelos fiéis, conduzindo—os com a dureza dos seus estados neuróticos e frustrações Lamentáveis, tornando a religião uma caricatura perniciosa dela mesma ou um instrumento de controle da conduta e da personalidade dos seus membros.
A religião objetiva, essencialmente, conduzir ou reencaminhar a criatura ao Criador, auxiliando-a a reconhecer a sua procedência divina, que ficou separada pela rebeldia da própria conduta, graças ao livre-arbítrio, à opção de ser feliz conforme o seu padrão imediatista, vinculado ao instinto, em detrimento da sublimação dos desejos, que permitiriam alcançar a paz de consciência.
Direcionada ao adolescente, a religião marcha com ele pelos labirintos das perquirições e deve estar aberta a discutir todas as colocações que o perturbam ou o despertam, de tal forma que se lhe torne auxiliar valiosa para as decisões livres que deve assumir, de maneira a estar em paz interior.
Nas frustrações naturais, que ocorrem durante o desenvolvimento adolescente, a religião assume papel relevante, explicando a necessidade do enfrentamento com os desafios, que nem sempre ocorrem com sucesso, ao mesmo tempo explicando que a dificuldade de hoje se torna vitória de amanhã. Felizmente, hoje, a visão religiosa impõe que a conduta conformista deve ceder lugar ao comportamento espiritual combativo, mediante o qual o fiel se resolve por assumir atitudes coerentes diante das ocorrências, ao invés de as aceitar sem discussão, o que sempre gerou conflito na personalidade.
Nesse sentido, o Espiritismo, explicando a anterioridade do Espírito ao corpo, a sua sobrevivência à morte física, o mecanismo das reencarnações, demonstra que a luta é o clima ideal da vida e ninguém cresce sem a enfrentar. A resignação não significa aceitar o insucesso, o desar de maneira passiva, porém compreendê-los, investindo valores para superá-los na próxima oportunidade. A realização, não conseguida neste momento, logo mais será realizada, desde que não se demore na aceitação mórbida da ocorrência infeliz.
Estimulando os potenciais internos do ser, conduz às possibilidades que podem ser aplicadas com coragem, programando e reprogramando atividades que lhe ensejem a felicidade, que é a meta da existência terrena.
A sua proposta de salvação não se restringe à vida após a vida, mas à liberação dos conflitos atuais, deixando de lado o caráter redentorista de muitas doutrinas do passado, para
despertar no jovem e em todas as pessoas o interesse pela auto-superação dos atavismos e das paixões que os mantêm encarcerados nos desajustes da emoção.
A religião espírita dinamiza o interesse humano pelo seu auto-aprimoramento, trabalhando-lhe o mundo íntimo, para que, consciente de si, eleve-se aos patamares superiores da existência, sem abandonar o mundo no qual se encontra em processo de renovação.
Os grandes quesitos que aturdem o pensamento são eqüacionados de maneira simples, através da sua filosofia otimista, impulsionando o adepto para a frente, sem saudades do passado, sem tormentos pelo futuro.
Adentrando-se pelos postulados da religião espírita, o adolescente dispõe de um arsenal valioso de informações para uma crença racional, que enfrenta o materialismo na sua estrutura, usando os mesmos argumentos que a ciência pode oferecer, ciência que, por sua vez, é, também, a Doutrina Espírita.

Fonte : Livro Adolescência e Vida / Joana de Angelis