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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Aprendendo com o livro dos espíritos questão 106

 
A.K.: 106. Sexta classe. ESPÍRITOS BATEDORES E PERTURBADORES. - Estes Espíritos, propriamente falando, não formam uma classe distinta pelas suas qualidades pessoais. Podem caber em todas as classes da terceira ordem. Manifestam geralmente sua presença por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar, etc. Afiguram-se, mais do que outros, presos à matéria. Parecem ser os agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, quer atuem sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros, quer nas entranhas da terra. Reconhece-se que esses fenômenos não derivam de uma causa fortuita ou física, quando denotam caráter intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem produzir tais fenômenos, mas os de ordem elevada os deixam, de ordinário, como atribuições dos subalternos, mais aptos para as coisas materiais do que para as coisas da inteligência; quando julgam úteis as manifestações desse gênero, lançam mão destes últimos como seus auxiliares.
 
Miramez

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 103

 
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O médium encarnado, ou mesmo as pessoas que não tenham as faculdades desenvolvidas, devem ter cuidados com pensamentos zombeteiros que lhes surjam à mente de vez em quando. Examinando o que chega, podem constatar de onde vem esse trabalho. É o vigiar em evidência para não cair em tentações. Infelizmente, são centenas de médiuns que são enganados por Espíritos levianos, por faltarem nestes medianeiros, instruções que correspondem às posições na Doutrina dos Espíritos. A mistificação na área mediúnica é um fato. Os espíritas principalmente os médiuns de todos os níveis, devem se instruir, e, sem perda de tempo, se educar. Sem essas duas forças, eles não saem do engano e são cortejados por Espíritos levianos, por cegos, que acabam induzindo os dirigidos à maior cegueira.

Miramez

sábado, 11 de maio de 2013

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 102

 
 
O Espírito impuro somente idealiza o mal, e nisto procura homens de sua estirpe, para que a sua convivência seja em perfeita harmonia, e transmite para seu instrumento as suas ideias de vingança, de ódio, de maledicência, enfim, de todos os tipos de discórdia. Devemos ter cuidado com os Espíritos impuros, para não sermos influenciados por eles e não cairmos na ordem dos escandalosos, é melhor que nos conscientizemos de que, se a natureza não dá saltos, eles somente entenderão a verdade com o passar dos tempos, é necessário que tenhamos paciência, sem conivência; que tenhamos tolerância, sem apoio às ideias maléficas. Eles precisam mais de serem educados pelo exemplo, pelo trabalho e pela oração, que traduz perfeitamente o perdão das ofensas. Oremos por eles, na mais pura fraternidade!
A Terra está cheia de Espíritos dessa classe, pois nela predomina sempre o mal, por existirem mais Espíritos impuros que Espíritos elevados. Aos trabalhadores da verdade, nós pedimos que não esmoreçam na luta, porque a luz sempre espanca as trevas. Vamos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, seja qual for esse próximo, porque no passar dos dias e anos, os Espíritos que sejam da mais baixa escala, mudarão e despertarão para a luz do entendimento. O Mestre dos mestres veio à Terra para modificá-los e entregou-Se à sua fúria como sendo vencido, para vencê-los pelo Seu amor. Todos conversamos uns com os outros por quaisquer meios, despejando o que temos de dentro para fora, e quem escuta se encontra em melhor posição para analisar quem é o que está falando. Geralmente, as pessoas pensam que o que fala mais na Terra é sábio. Como se enganam! O mais sábio é o que sabe falar bem.
O objetivo dos Espíritos impuros é guerra em todas as linhas que a discórdia possa manifestar. Mesmo ouvindo e sentindo os frutos da colheita, deles se esquecem imediatamente, por sentirem fome de inferioridade. Eis porque estamos empenhados no livro espírita; mais livros e sempre livros, porque o livro educador não discute: ensina no silêncio, de modo que o leitor aprende também no silêncio, devido à consciência registrar o estímulo com mais eficiência, e os assuntos serem leis estabelecidas por Deus. A verdade está em primeiro lugar para ser anotada. Entrementes, os que já têm o costume de trabalhar dentro de si mesmo, querendo melhorar suas próprias condições de vida, devem continuar nesse exercício, por não existir outro caminho para a libertação. O maior valor do homem é procurar a sua própria educação. O aprimoramento deve ser a primeira meta do estudante da verdade. Quem desconhece os seus próprios erros, errando, é o cego da parábola, e quem guia cego sem ter luz própria, é pior do que o guiado.
Miramez

Aprendendo com o Livro dos Espírios questão 101

 
 
Essa classe de Espíritos a que O Livro dos Espíritos chama de Espíritos imperfeitos, é de uma extensão imensurável na Terra. Dela fazem parte tipos diferentes de entidades, com sentimentos variáveis do mal. Desde o brincalhão até o belicoso, que ora faz parte de todos os movimentos das armas em todo o mundo, investidos com a capa de defesa e de justiça. Pode-se observar que, de vez em quando, aparecem na mente pensamentos indesejados, que o bom senso fala não terem nascido dos próprios sentimentos. Eles vêm de alguma classe desses Espíritos inferiores, porque lhes sobra muito tempo e a prática lhes desenvolveu a razão, para a perturbação na comunidade da Terra. Ignoram que são sementes que eles deverão colher mais cedo ou mais tarde, no mesmo ambiente em que semearam. Pelos pensamentos que surgirem na mente, pode-se portanto, analisar de onde eles vieram, qual a fonte que os estruturou...
Os Espíritos chamados de inferiores não têm, evidentemente, completa culpa de serem assim, observando o despertamento gradativo das almas. E esse empuxo espiritual constitui uma lei. Contudo, fica em nossas mãos aproveitar a luzinha que for nascendo em nosso coração, para o nosso próprio bem, e é essa luz nascente que o mundo espiritual se dispôs, em nome do Criador, a alimentar, para que o candidato desperte e se conscientize dos seus próprios deveres ante seus compromissos. A palavra despertar é muito adequada para essas entidades, porque Deus, na Sua criação universal, nada esqueceu ao criar os Espíritos. Em todos nós existem todas as qualidades espirituais, esperando o tempo e a nossa compreensão para crescer, como cresceram os anjos. Estes também vieram de onde viemos, como partimos do mesmo ambiente divino dos Espíritos primitivos.

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 100

 
A.K.: 100. OBSERVAÇÕES PRELIMINARES. - A classificação dos Espíritos se baseia no grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se. Esta classificação, aliás, nada tem de absoluta. Apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido. De um grau a outro a transição é insensível e, nos limites extremos, os matizes se apagam, como nos reinos da Natureza, como nas cores do arco-íris, ou, também, como nos diferentes períodos da vida do homem. Podem, pois, formar-se maior ou menor número de classes, conforme o ponto de vista donde se considere a questão. Dá-se aqui o que se dá com todos os sistemas de classificação científica, que podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a inteligência. Sejam, porém, quais forem, em nada alteram as bases da ciência. Assim, é natural que inquiridos sobre este ponto, hajam os Espíritos divergido quanto ao número das categorias, sem que isto tenha valor algum. Entretanto, não faltou quem se agarrasse a esta contradição aparente, sem refletir que os Espíritos nenhuma importância ligam ao que é puramente convencional. Para eles, o pensamento é tudo. Deixam-nos a nós a forma, a escolha dos termos, as classificações, numa palavra, os sistemas.
Façamos ainda uma consideração que se não deve jamais perder de vista, a de que entre os Espíritos, do mesmo modo que entre os homens, há os muito ignorantes, de maneira que nunca serão demais as cautelas que se tomem contra a tendência a crer que, por serem Espíritos, todos devam saber tudo. Qualquer classificação exige método, análise e conhecimento aprofundado do assunto. Ora no mundo dos Espíritos, os que possuem limitados conhecimentos são, como neste mundo, os ignorantes, os inaptos a apreender uma síntese, a formular um sistema. Só muito imperfeitamente percebem ou compreendem uma classificação qualquer. Consideram da primeira categoria todos os Espíritos que lhes são superiores, por não poderem apreciar as gradações de saber, de capacidade e de moralidade que os distinguem, como sucede entre nós a um homem rude com relação aos civilizados. Mesmo os que sejam capazes de tal apreciação podem mostra-se divergentes, quanto às particularidades, conformemente aos pontos de vista em que se achem, sobretudo se se trata de uma divisão, que nenhum cunho absoluto apresente. Lineu, Jussieu e Tournefort tiveram cada um o seu método, sem que a Botânica houvesse em conseqüência experimentado modificação alguma. É que nenhum deles inventou as plantas, nem seus caracteres. Apenas observaram as analogias, segundo as quais formaram os grupos ou classes. Foi assim que também nós procedemos. Não inventamos os Espíritos, nem seus caracteres. Vimos e observamos, julgamo-los pelas suas palavras e atos, depois os classificamos pelas semelhanças, baseando-nos em dados que eles próprios nos forneceram.
 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Amor e Família em Novos Tempos."...Por isso, no Espiritismo o amor não é instinto (necessidade orgânica) nem desejo ou simples fazer sexual (sensorialidade) mas a aspiração suprema de beleza e espiritualidade nas perspectivas da transcendência..."(...)a Educação, que tem de renovar os seus conceitos básicos sobre o seu objeto, o educando. Em primeiro lugar a educação familial, que deve basear-se na afetividade, nas relações de amor e compreensão entre pais e filhos. Educação com violência é domesticação. O mundo da criança não é o mesmo do adulto e este tem de descer a esse mundo, voltar à sua própria infância para não esmagar a infância dos filhos..." ...Kardec ensina que a criança, embora tenha o seu passado em geral lamentável, nasce vestida com a roupagem da inocência para tocar o coração dos pais e despertar-lhes o amor e a ternura, de que ela necessita para o desenvolvimento das suas potencialidades humanas. Se fazemos o contrário, despertamos na criança o seu passado de erros e depois a condenamos por seus instintos. Essa tese kardeciana é hoje dominante nos meios pedagógicos..."



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Amor e Família em Novos Tempos

Ninguém colocou melhor o problema da família do que Allan Kardec, pois não se apoiou apenas na pesquisa das aparências formais, mas penetrou na substância da questão, no plano das causas determinantes. Por isso nos oferece um esquema tríplice das formações familiais do nosso tempo, a saber:
a)   a família carnal, formada a partir dos clãs primitivos, evoluindo nas miscigenações raciais, através de inumeráveis conflitos ao longo das civilizações progressivas, na fermentação dialética do amor e do ódio. Os grupos assim formados subdividem-se, nas reencarnações progressivas, em inumeráveis subgrupos, que também crescerão e se subdividirão na temporalidade, ou seja, na imensa esteira do tempo, que, segundo Heedegger, acolhe o espírito. São essas as famílias consangüíneas, que se desfazem com a morte.
b)  a família mista, carnal e espiritual, em que os conflitos do amor e do ódio entram em processo de solução, nos reajustamentos das lutas e experiências comuns, definindo-se e ampliando-se as afinidades espirituais entre diversos grupos, absorvendo elementos de outras famílias, nas coordenadas da evolução coletiva. O condicionamento familial, nas relações endógenas e necessárias da vivência em comum, quebra a pouco e pouco as arestas do ódio e das antipatias, restabelecendo na medida do possível as relações simpáticas que se ampliarão no futuro. A desagregação provocada pela morte permitirá reajustes mais eficazes nas sucessivas reencarnações grupais.
c)   a família espiritual, resultante de todos esses processos reencarnatórios, que aglutinará os espíritos afins no plano espiritual, nas comunidades dos espíritos superiores que se dedicam ao trabalho de assistência e orientação aos dois tipos familiais anteriores, mesclando-as de elementos que nelas se reencarnam para modificá-las com seu exemplo de amor e dedicação ao próximo. Essa família não perece, não se desfaz com a morte, crescendo constantemente para a formação de Humanidades Superiores. É fácil, usando-se as medidas da Escala Espírita em O Livro dos Espíritos, identificar-se nas famílias terrenas a presença de vários tipos descritos na referida escala, percebendo-se claramente as funções que exercem no processo evolutivo familial.
A concepção espírita da família, como se vê, é muito mais complexa e de importância muito maior que a das religiões cristãs, que conferem eternidade e inviolabilidade ao sacramento do matrimônio, mas não podem impedir que, na morte, o marido vá parar nas garras do Diabo, a esposa estagiar no Purgatório e os filhos inocentes curtir a sua orfandade nos jardins do céu. A concepção jurídica e terrena da família não vai além dos interesses materiais de uma existência. O mesmo se dá com a concepção sociológica, que faz da família a base da sociedade, ambas perecíveis e transitórias. As pessoas que acusam o Espiritismo de aniquilar a família através da reencarnação revelam a mais completa ignorância da Doutrina ou o fazem por má-fé, na defesa de interesses religiosos-sectários.
A família nasce do amor e dele se alimenta. Não é apenas a base da sociedade, mas de toda a Humanidade. É na família que as gerações se encontram, transmitindo suas experiências de uma para outra. Combater a instituição familial, negar a sua necessidade e a sua eficácia no desenvolvimento dos povos e dos mundos é revelar miopia ou cegueira espiritual, em cultura ou desequilíbrio mental e psíquico, falta de ajustamento à realidade, esquizofrenia não raro catatônica. Isso é evidente no estado de alienação em que essa atitude se manifesta, em pessoas amargas, ressentidas ou extremamente pretensiosas, que desejam mostrar-se originais. Em geral, são criaturas carentes de afetividade. Quando se desligam da família natural ligam-se a grupos de criaturas afins, engajam-se em outras famílias ou tornam-se misantropas destinadas à neurastenia ou à loucura. O instinto gregário da espécie é uma exigência da evolução humana, a que ninguém pode furtar-se sem pagar pelo seu egoísmo.
Os ideólogos da solidão individual esquecem-se de que todas as tentativas nesse sentido fracassaram ao longo da História. Esparta morreu de inanição por falta de relações familiais, enquanto Atenas cresceu e projetou-se num futuro glorioso, pela solidez de seu sistema familial. Roma caiu nas mãos dos bárbaros quando suas famílias se entregaram à degeneração. Os próprios nômades jamais dispensaram o seu sistema de famílias ambulantes. Anarquistas e socialistas delirantes, que sonhavam com sociedades anti-sociais, formadas de indivíduos avulsos e dotadas de grandes depósitos de crianças avulsas – os filhos do Estado – morreram protegidos pelo carinho dos familiares. Robinson Crusoé é a imagem do homem arrebatado ao seu meio, sem perspectivas. Sartre, que rompeu com a tradição familial e demonstrou os inconvenientes da convivência, fazendo uma tentativa de misantropia estóica, nunca dispensou a companhia de Simone de Beauvoir e o cosmopolitismo parisiense, formulou o célebre veredicto: Os outros são o inferno, mas jamais os dispensou. Escrevia no Café de Fiori e quando visitou a URSS exigiu a inclusão no programa oficial de horas de solidão absoluta, mas nessas horas se ralava inquieto, segundo o testemunho de Simone. O homem é relação e a família é o meio de relação em que ele absorve a seiva humana que o faz homem.
Não há interesse maior para a criatura humana no mundo que o seu semelhante, porque é nele que nos realizamos.
Uma paisagem solitária é um motivo edênico de contemplação, e quando alguém aparece, como Sartre observou, imediatamente nos tira a liberdade e nos transforma em objeto. Mas o próprio ato de objetivar-nos permite-nos recuperar a nossa subjetividade dispersada na paisagem. Essa dinâmica de projeção e retroação revela ao mesmo tempo a natureza dialética do ser, estável no soma e instável na psique. Dessa dialética resulta a síntese total da consciência estética, em que o real objetivo e o irreal subjetivo se fundem na percepção estética do amor.
Por isso, no Espiritismo o amor não é instinto (necessidade orgânica) nem desejo ou simples fazer sexual (sensorialidade) mas a aspiração suprema de beleza e espiritualidade nas perspectivas da transcendência. A superação de objetivo e subjetivo se resolve na globalidade do Amor. Por isso o Apóstolo João, no seu Evangelho, define o Ser Supremo na conhecida frase: Deus é Amor. As definições da Filosofia como Amor da Sabedoria (Pitágoras) e Sabedoria do Amor (Platão) revelam a intuição, já na Antiguidade, dessa total globalidade do Amor que o Espiritismo viria explicar mais tarde. O desenvolvimento dessa globalidade se processa na família, em que a afetividade desabrocha para a posterior floração do Amor no processo existencial. As famílias a e b da teoria kardeciana, que explicitamos em nosso esquema, preparam o ser, projetado na existência, para a odisséia das almas viajoras de Plotino, que vão subir e descer pela escada de Jacó nas reencarnações sucessivas, em busca do arquétipo da família e, em que as famílias desse padrão superior se integrarão progressivamente no plano divino das humanidades espirituais que constituirão no Infinito a Humanidade Cósmica. Essa a razão por que René Hubert, filósofo e pedagogo francês contemporâneo, sustenta que os fins da Educação consistem no estabelecimento, na Terra, da República dos Espíritos, através da Solidariedade de consciências.
A Educação Familial é o germe afetivo e puro de que decorre todo o processo educacional do homem. Com o amparo da família, na solidariedade doméstica do lar, por mais obscuro e humilde, é que se realiza a fotossíntese inicial da atmosfera de solidariedade e amor das gerações que modelam o futuro. Cabe aos espíritas implantar na Terra uma nova Educação, com base nos dados da pesquisa espírita e segundo o esquema da Pedagogia Espírita. Essa Pedagogia, iniciada por Hubert (que não é espírita) fundamenta-se nos princípios doutrinários do Espiritismo e destina-se a preparar as novas gerações para a Era Cósmica que se aproxima. Os professores espíritas de todos os graus do ensino têm um dever supremo a cumprir, nesta fase de transição do nosso planeta: procurar compreender os princípios educacionais do Espiritismo e trabalhar pelo desenvolvimento da Educação Espírita.
Estamos entrando na Era Cósmica, numa seqüência natural do desenvolvimento da Era Tecnológica. tudo se encadeia no Universo, como assinala O Livro dos Espíritos. Com o avanço científico e técnico dos últimos séculos, e particularmente do nosso, a Terra amadureceu para a conquista do espaço sideral. O impacto de nossos primeiros contatos com outros mundos já produziu profundas modificações, de que ainda não demos conta, em mundividência. As pesquisas espaciais continuam, ampliando a nossa visão da realidade cósmica. Uma nova civilização está surgindo aos nossos olhos, sob os nossos pés e sobre as nossas cabeças. Mas para que isso aconteça, sem perdermos de todo o equilíbrio cultural, já bastante abalado, temos de cuidar seriamente da renovação de nossos instrumentos culturais básicos, a saber:
a)   a Economia, que deve tornar-se universal, rompendo os diques e as barreiras de um mundo pulverizado, para lhe dar a unidade necessária e a flexibilidade possível para o atendimento dos povos e de suas camadas diversificadas, afastando do planeta os privilégios e os desperdícios, a penúria e a fome. A civilização humana e perfeita, ensina O Livro dos Espíritos, é aquela em que ninguém morre de fome. A duras penas, a nova mentalidade econômica já está se definindo em todas as nações civilizadas, mas o egoísmo das camadas privilegiadas ainda impede a compreensão das exigências de fraternidade e humanismo dos novos tempos.
b)  a Moral, que tem de romper os seus padrões envelhecidos de egoísmo e sociocentrismo, moldados em preconceitos de vaidade, ambição e prepotência, para elevar-se a novos padrões de humanismo, respeito por todos os direitos humanos, até hoje sempre espezinhados na Terra dos Homens, essa expressão de Saint-Exupéry que é um novo chamado à nossa consciência em termos evangélicos. Altruísmo – interesse pelos outros – humildade, fraternidade, tolerância e compreensão, amor, são essas as novas palavras de uma moral realmente cristã. A violência terá de ser expulsa da Terra dos Homens, com seu cortejo de brutalidades. É necessário que o conceito de não-violência se transforme na marca do homem, no signo que o distingue do bruto, do primata inconsciente. A honra e a dignidade humanas são incompatíveis com a estupidez dos broncos, inamissíveis num sistema de civilização. Como adverte Fredric Wertham, a violência é um câncer social, que corrói e destrói toda a estrutura de uma civilização. O homem verdadeiramente homem deve ter vergonha e horror da violência. Ser violento é ser amoral, pois quem não respeita os outros não respeita a si mesmo.
c)   a Educação, que tem de renovar os seus conceitos básicos sobre o seu objeto, o educando. Em primeiro lugar a educação familial, que deve basear-se na afetividade, nas relações de amor e compreensão entre pais e filhos. Educação com violência é domesticação. O mundo da criança não é o mesmo do adulto e este tem de descer a esse mundo, voltar à sua própria infância para não esmagar a infância dos filhos. As pesquisas entre os povos selvagens mostraram que a essência da educação é o amor. Sem amor não se educa, deforma-se. Nos povos selvagens a educação não foi deformada pela idéia do pecado, pelo mito da queda do homem, que envolvera o mundo de violências redentoras capazes de aterrorizar um brutamontes, quanto mais uma criança. Kardec ensina que a criança, embora tenha o seu passado em geral lamentável, nasce vestida com a roupagem da inocência para tocar o coração dos pais e despertar-lhes o amor e a ternura, de que ela necessita para o desenvolvimento das suas potencialidades humanas. Se fazemos o contrário, despertamos na criança o seu passado de erros e depois a condenamos por seus instintos. Essa tese kardeciana é hoje dominante nos meios pedagógicos. Como dizia Gandhi, não se pode levar uma criatura ao bem pelos caminhos do mal. Os povos selvagens são mais civilizados que os povos civilizados, no tocante a esse problema, pois intuem com pureza e ingenuidade o verdadeiro sentido da educação. Educar é um ato de amor, diz Kerchensteiner em nossos dias, endossando o pensamento de todos os grandes pedagogos e educadores da Grécia antiga e do mundo moderno, a partir de Rousseau.
Mas a Educação Espírita tem ainda uma função essencial a desenvolver: o desenvolvimento das faculdades paranormais do educando, preparando-o para as atividades cósmicas da nova era. O Espiritismo foi o revelador dessas faculdades humanas que o passado confundiu com manifestações doentias ou sobrenaturais. O Espiritismo foi a primeira Ciência a mostrar experimentalmente esse engano fatal, de que resultou para a Humanidade terríveis tragédias. Cento e trinta anos antes das descobertas parapsicológicas nesse sentido, a Ciência Espírita demonstrou que as funções anímicas e psico-anímicas da criatura humana eram normais, pertenciam à própria natureza do homem. As pesquisas atuais no Cosmos revelaram que o desenvolvimento das faculdades psi é indispensável ao bom êxito das incursões no espaço sideral. A Educação Espírita é a única que pode enfrentar essas exigências dos novos tempos, cuidando do desenvolvimento dessas faculdades de maneira racional, sem os prejuízos dos falsos conceitos e dos temores infundados das formas de educação religiosas e leigas do nosso tempo.
Cabe assim ao Espiritismo renovar totalmente a cultura atual, reestruturar a Civilização Tecnológica nos rumos da Civilização do Espírito. Esse o fardo leve do Cristo que pesa sobre a consciência de todos os espíritas verdadeiros, nesta hora do mundo, e particularmente sobre a consciência dos educadores espíritas. Nessa civilização o amor não será fonte de decepções, desajustes e tragédias. A Família não se estruturará em preconceitos provindos dos tempos de barbárie, mas na moral evangélica pura, feita de amor e respeito pelas exigências da vida. O amor verdadeiro e espontâneo, puro como água da fonte, livre de interesses secundários, fará da família a fonte de amor que elevará a Terra na Escala dos Mundos. Isto não é sonho nem profecia, é o programa espírita para o Mundo de Amanhã, e que cabe aos espíritas realizar a partir de hoje, sem perda de tempo.
Curso Dinâmico do Espiritismo
Herculano Pires