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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

CONHECENDO O LIVRO: O CÉU E O INFERNOS - CAP.VII-ESPÍRITOS ENDURECIDOS: UM ESPÍRITO ABORRECIDO------"A maioria dos Espíritos dessa categoria busca uma existência terrestre apenas como distração, e para romper a insuportável monotonia de sua existência espiritual; assim eles chegam aí muitas vezes sem resoluções tomadas para o bem, é por isso que devem recomeçar até que, enfim, o progresso real se faça sentir neles. ""

 

(Bordeaux, 1862.)

 

Este Espírito apresenta-se espontaneamente ao médium, e reclama preces.

 

1. O que vos leva a pedir preces?
– R. Estou cansado de vagar sem objetivo. 

P. – Há muito tempo que estais nessa posição? 

– R. Cento e oitenta anos aproximadamente. 

– O que fizestes na terra? 

– R. Nada de bom.

2. Qual é vossa posição entre os Espíritos? 

– R. Estou entre os entediados. 

P. – Isso não forma uma categoria. 

– R. Tudo forma categoria entre nós. Cada sensação encontra ou seus semelhantes, ou seus simpatizantes que se reúnem.

3. Por que, se não estáveis condenado ao sofrimento, permanecestes tanto tempo sem vos aperfeiçoardes? 

– R. Estava condenado ao tédio, é um sofrimento entre nós; tudo o que não é alegria é dor. 

P. – Fostes, portanto, forçado a permanecer errante contra vossa vontade? 

– R. São causas demasiado sutis para vossa inteligência material. 

P. – Tentai fazer-me compreendê-las; será um começo de utilidade para vós. 

– R. Eu não poderia, porque não tem termo de comparação. Uma vida extinta na terra deixa ao Espírito que não a aproveitou, o que o fogo deixa ao papel que consumiu: faíscas, que lembram às cinzas ainda unidas entre si o que foram e a causa do seu nascimento, ou se quiseres, da destruição do papel. Essas faíscas são a lembrança dos laços terrestres que percorrem o Espírito até que ele tenha dispersado as cinzas de seu corpo. Somente então ele se reencontra, essência etérea, e deseja o progresso.

4. Quem pode vos ocasionar o tédio de que vos queixais? 

– R. Consequência da existência. O tédio é o filho da ociosidade; eu não soube empregar os longos anos que passei na terra, sua consequência se faz sentir em nosso mundo.

5. Os Espíritos que, como vós, vagam atormentados pelo tédio, não podem fazer cessar esse estado quando querem? 

– R. Não, eles nem sempre podem, porque o tédio lhes paralisa a vontade. Eles sofrem as consequências de sua existência; foram inúteis, não tiveram nenhuma iniciativa, não encontram nenhuma ajuda entre si. Ficam abandonados a si mesmos até que a lassidão desse estado neutro os faça desejar mudar; então, à menor vontade que desperta neles, eles encontram apoio e bons conselhos para auxiliar seus esforços e perseverar.

6. Podeis dizer-me alguma coisa sobre a vossa vida terrestre? 

– R. Ah, bem pouca coisa, deves compreendê-lo. O tédio, a inutilidade, a ociosidade provêm da preguiça; a preguiça é mãe da ignorância.

7. Vossas existências anteriores não vos fizeram avançar? 

– R. Sim, todas, mas muito fracamente, pois todas foram o reflexo umas das outras. Sempre há progresso, mas tão pouco sensível, que é inapreciável para nós.

8. Aguardando que recomeceis uma outra existência, quereis vir mais frequentemente perto de mim? 

– R. Chama-me para me coagires a isso; prestar-me-ás um favor.

9. Podeis dizer-me por que vossa letra muda frequentemente? 

– R. Porque perguntas muito; isso me cansa, e preciso de ajuda.

 

O guia do médium

É o trabalho da inteligência que o cansa e que nos obriga a lhe prestar ajuda para que ele possa responder às tuas perguntas. É um desocupado do mundo dos Espíritos como o foi do mundo terrestre. Trouxemo-lo para tentar tirá-lo da apatia desse tédio que é um verdadeiro sofrimento, mais penoso às vezes do que os sofrimentos agudos, pois ela pode prolongar-se indefinidamente. Consegues imaginar a tortura da perspectiva de um tédio sem fim? A maioria dos Espíritos dessa categoria busca uma existência terrestre apenas como distração, e para romper a insuportável monotonia de sua existência espiritual; assim eles chegam aí muitas vezes sem resoluções tomadas para o bem, é por isso que devem recomeçar até que, enfim, o progresso real se faça sentir neles.

fonte: Livro O Céu e o Inferno - Allan kardec.
Segunda Parte- Cap. VII - Espíritos Endurecidos 

 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Comentário do Livro Céu e o Inferno por José Herculano Pires

O CÉU E O INFERNO DE ALLAN KARDEC

O Céu e o Inferno comentado por José Herculano Pires :

Allan Kardec apresenta a verdadeira face do desejado Céu, do temido Inferno, como também do chamado Purgatório. Põe fim às penas eternas, demonstrando que tudo no universo evolui. 
Lendo-se este livro com atenção vê-se que a sua estrutura corresponde a um verdadeiro processo de julgamento. Na primeira parte temos a exposição dos fatos que o motivaram e a apreciação judiciosa, sempre serena, dos seus vários aspectos, com a devida acentuação dos casos de infração da lei. Na segunda parte o depoimento das testemunhas. Cada uma delas caracteriza-se por sua posição no contexto processual. E diante dos confrontos necessários o juiz pronuncia a sua sentença definitiva, ao mesmo tempo enérgica e tocada de misericórdia. Estamos ante um tribunal divino.
Os homens e suas instituições são acusados e pagam pelo que devem, mas agravantes e atenuantes são levados em consideração à luz de um critério superior. 
A 30 de Setembro de 1863, como se pode ver em Obras Póstumas, Kardec recebeu dos Espíritos Superiores este aviso: "Chegou a hora de a Igreja prestar contas do depósito que lhe foi confiado, da maneira como praticou os ensinamentos do Cristo, do uso que fez de sua autoridade, enfim, do estado de incredulidade a que conduziu os espíritos". Esse julgamento começava com a preliminar constituída pelo Evangelho Segundo o Espiritismo e devia continuar com O Céu e o Inferno. Dentro de dois anos, em seu número de Setembro de 1865, a Revista Espírita publicaria em sua seção bibliográfica a notícia do lançamento do quarto livro de Codificação Espírita: O Céu e o Inferno. Faltava apenas A Gênese para completar a obra da Codificação da III Revelação.
Dois capítulos de O Céu e o Inferno foram publicados antecipadamente na Revista: o capítulo intitulado Da apreensão da morte, vigorosa peça de acusação, no número de Janeiro de 1865, e o capítulo Onde é o Céu, no número de Março do mesmo ano. Apareceram ambos como se fossem simples artigos para a Revista, mas o último trazia uma nota final anunciando que ambos pertenciam a uma "nova obra que o Sr. Allan Kardec publicará proximamente". Em Setembro a obra já aparece anunciada como à venda.
Kardec declara que, não podendo elogiá-la nem criticá-la, a Revista se limitava a publicar um resumo do seu prefácio, revelando o seu conteúdo. Os capítulos antecipadamente publicados aparecem, o primeiro com o mesmo título com que saíra e o segundo com o título reduzido para O Céu. 
Estava dado o golpe de misericórdia nos dogmas fundamentais da teologia do cristianismo formalista, tipo inegável de sincretismo religioso com que o Cristianismo verdadeiro, essencial e não formal conseguira penetrar na massa impura do mundo e levedá-la à custa de enormes sacrifícios. Kardec reafirma o caráter científico do Espiritismo. Como ciência de observação a nova doutrina enfrenta o problema das penas e recompensas futuras à luz da História, estabelecendo comparações entre as idealizações do céu e do inferno nas religiões anteriores e nas religiões cristãs, revelando as raízes históricas, antropológicas, sociológicas e psicológicas dessas idealizações na formulação dos dogmas cristãos. 
A comparação do inferno pagão com o inferno cristão é um dos mais eficazes trabalhos de mitologia comparada que se conhece. A mitologia cristã se revela mais grosseira e cruel que a pagã. Bastaria isso para justificar o Renascimento. O mergulho da humanidade no sorvedouro medieval levou a natureza humana a um retrocesso histórico só comparável ao do nazi-fascismo em nosso tempo. Os intelectuais materialistas assustaram-se com o retrocesso do homem nos anos 40 do nosso século e puseram em dúvida a teoria da evolução. Se houvessem lido este livro de Kardec, saberiam que a evolução não se processa em linha reta; mas em ascensão espiralada.
Vemos assim que este livro de Kardec tem muito para ensinar, não só aos espíritas, mas também aos luminares da inteligência néo-pagã que perdem o seu tempo combatendo o Espiritismo, como gregos e romanos combateram inutilmente o Cristianismo. O processo espírita se desenvolve na linha de sequência do processo cristão. A conversão do mundo ainda não se completou. Cabe ao Espiritismo dar-lhe a última demão, como desenvolvimento natural, histórico e profético do Cristianismo em nosso tempo. 
A leitura e o estudo sistemático deste livro se impõem a espíritas e não-espíritas, a todos os que realmente desejam compreender o sentido da vida humana na Terra. Mesmo entre os espíritas este livro é quase desconhecido. A maioria dos que o conhecem nunca se inteirou do seu verdadeiro significado. Kardec nos dá nas suas páginas o balanço da evolução moral e espiritual da humanidade terrena até os nossos dias. Mas ao mesmo tempo estabelece as coordenadas da evolução futura. As penas e recompensas de após a morte saem do plano obscuro das superstições e do misticismo dogmático para a luz viva da análise racional e da pesquisa científica. É evidente que essa pesquisa não pode seguir o método das ciências de mensuração, pois o seu objetivo não é material, mas segue rigorosamente as exigências do espírito científico moderno e contemporâneo.
O grave problema da continuidade da vida após a morte despe-se dos aparatos mitológicos para mostrar-se com a nudez da verdade à luz da razão esclarecida. 

(José Herculano Pires, na introdução de O Céu e o Inferno)

CONHECENDO O LIVRO: O CÉU E O INFERNO - CAP.VII - ESPÍRITOS ENDURECIDOS : Angèle, nulidade sobre a terra---"Sem defeitos sérios, mas sem qualidades, ela fez a infelicidade do marido, perdeu o futuro de seus filhos, arruinou o bem-estar deles por sua incúria e sua preguiça. Falseou o julgamento e o coração deles, primeiro pelo seu exemplo, depois abandonando-os aos cuidados dos domésticos que nem mesmo tomava o cuidado de escolher. Sua vida foi inútil para o bem e por isso mesmo culpada, pois o mal nasce do bem negligenciado.""

 
(Bordeaux, 1862.)
 
Um Espírito se apresenta espontaneamente ao médium sob o nome de Angèle.

1. Vós vos arrependeis de vossas faltas? – R. Não.
– Então por que vindes a mim?
– R. Para fazer uma tentativa.
– Então não sois feliz?
– R. Não.
– Estais sofrendo?
– R. Não. – O que vos falta então?
– R. A paz.

Observação: Certos Espíritos não consideram como sofrimentos senão os que lhes lembram as dores físicas, embora convindo que seu estado moral é intolerável.
 
2. Como pode faltar-vos a paz na vida espiritual?
– R. Um arrependimento do passado.
P. – O arrependimento do passado é um remorso; vós vos arrependeis então?
– R. Não; é por temor do futuro. 
P. – Que temeis vós?
– R. O desconhecido.
3. Quereis dizer-me o que fizestes em vossa última existência? Isso talvez me ajude a vos esclarecer.
– R. Nada. 
4. Em que posição social estáveis?
– R. Média.
P. – Fostes casada?
– R. Casada e mãe.
P. – Cumpristes com zelo os deveres dessa dupla posição?
– R. Não; meu marido me aborrecia, meus filhos também.
5. Como se passou vossa vida?
– R. A divertir-me enquanto solteira, a aborrecer-me casada.
P. – Quais eram vossas ocupações?
– R. Nenhuma.
P. – Então quem cuidava de vossa casa? – R. A doméstica.
6. Não é nessa inutilidade que é preciso procurar a causa de vossos arrependimentos e de vossos temores?
– R. Talvez tenhas razão.
P. – Não basta convir. Quereis, para reparar essa existência inútil, ajudar os Espíritos culpados que sofrem à vossa volta?
– R. Como?
– Ajudando-os a se aperfeiçoarem pelos vossos conselhos e vossas preces.
– R. Não sei rezar.
P.  – Nós o faremos juntos, aprendereis; quereis? –
R. Não.
P. – Por quê?
– R. A fadiga.  
 
Instrução do guia do médium.
 
 Nós damos-te instruções pondo-te sob os olhos os diversos graus de sofrimento e de posição dos Espíritos condenados à expiação em consequência de suas faltas.
Angèle era uma dessas criaturas sem iniciativa, cuja vida é tão inútil para os outros quanto para elas mesmas. Amando apenas o prazer, incapaz de procurar no estudo, no cumprimento dos deveres da família e da sociedade essas satisfações do coração que são as únicas que podem dar encanto à vida, porque pertencem a todas as idades, ela não pôde empregar seus jovens anos senão em distrações frívolas; depois, quando os deveres sérios chegaram, o mundo havia feito o vazio em torno dela, porque ela havia feito o vazio no seu coração. Sem defeitos sérios, mas sem qualidades, ela fez a infelicidade do marido, perdeu o futuro de seus filhos, arruinou o bem-estar deles por sua incúria e sua preguiça. Falseou o julgamento e o coração deles, primeiro pelo seu exemplo, depois abandonando-os aos cuidados dos domésticos que nem mesmo tomava o cuidado de escolher. Sua vida foi inútil para o bem e por isso mesmo culpada, pois o mal nasce do bem negligenciado. Compreendei bem todos que não basta abster-vos das faltas: é preciso praticar as virtudes que lhes são opostas. Estudai os mandamentos do Senhor, meditai sobre eles, e compreendei que, se eles vos colocam uma barreira que vos detém à beira do mau caminho, eles vos forçam ao mesmo tempo a voltar atrás para tomar o caminho oposto que leva ao bem. O mal é oposto ao bem; portanto, aquele que o quer evitar deve entrar no caminho oposto, sem o quê sua vida é nula; suas obras estão mortas e Deus nosso pai não é o Deus dos mortos, mas o Deus dos vivos.

P. Posso vos perguntar qual fora a existência anterior de Angèle? A última devia ser sua consequência.

R. Ela havia vivido na preguiça beata e na inutilidade da vida monástica. Preguiçosa e egoísta por gosto, ela quis tentar a vida de família, mas o Espírito progrediu muito pouco. Ela repeliu sempre a voz íntima que lhe mostrava o perigo; o declive era suave, ela preferiu deixar-se ir a fazer um esforço para se deter no início. Hoje ela ainda compreende o perigo que existe em se manter nessa neutralidade, mas não se sente com força para tentar o menor esforço para daí sair. Orai por ela, despertai-a; forçai seus olhos a se abrirem para a luz: é um dever, não negligencieis nenhum.
 O homem foi criado para a atividade: atividade de espírito, é sua essência; atividade do corpo, é uma necessidade. Preenchei, portanto, as condições de vossa existência, como Espírito destinado à paz eterna. Como corpo destinado ao serviço do Espírito, vosso corpo não é senão uma máquina submetida à vossa inteligência; trabalhai, cultivai então a inteligência, a fim de que ela dê uma impulsão salutar ao instrumento, que deve ajudar o Espírito a cumprir sua tarefa; não lhe deis repouso nem trégua, e lembrai-vos de que a paz à qual aspirais não vos será dada senão depois do trabalho; portanto, durante todo o tempo em que tiverdes negligenciado o trabalho, todo esse tempo durará para vós a ansiedade da espera.
Trabalhai, trabalhai sem cessar; cumpri todos os vossos deveres sem exceção; cumpri-os com zelo, com coragem, com perseverança, e vossa fé vos sustentará. Aquele que cumpre com consciência a tarefa mais ingrata, mais vil em vossa sociedade, é cem vezes mais elevado aos olhos do Altíssimo, do que aquele que impõe essa tarefa aos outros e negligencia a sua. Tudo consiste em degraus para subir ao céu: não os quebreis, pois, sob vossos pés, e contai que estais cercados de amigos que vos estendem a mão, e apoiam aqueles que põem sua força no Senhor. 

MONOD.

fonte: Livro O Céu e o Inferno - Allan Kardec.
Segunda Parte - Cap. 7 - Espíritos Endurecidos.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A Importância de O Livro dos Médiuns :"(...)Se fazer escola é procurar nesta ciência um objetivo útil e aproveitável para a Humanidade, teremos motivo para nos lisonjearmos com essa censura; mas uma tal escola não tem necessidade de outro chefe senão do bom senso das massas e da sabedoria dos bons Espíritos, que a criariam sem nós; por isso, declinamos a honra de tê-lo fundado, felizes, nós mesmos, em nos alinhar sob a sua bandeira..."

A Importância de O Livro dos Médiuns - Allan Kardec


O Livro dos Médiuns
Revista Espírita, janeiro de 1861

Esta obra, anunciada há muito tempo, mas cuja publicação foi retardada pela sua importância, aparecerá de 5 a 10 de janeiro, na cada dos Srs. Didier & Cia., livreiros editores, cais dos Augustins, no 35 (1-(1) Encontra-se igualmente no escritório da Revista Espírita, rua Sainte-Anne n' 59, passagem Sainte-Anne. Um volume grande in-18 de 500 páginas, Paris, 3 fr.50, franco para o correio. 4 fr.). Ela forma o complemento de O Livro dos Espíritos e encerra a parte experimental do Espiritismo, como o primeiro contém a sua parte filosófica. Procuramos, nesse trabalho, fruto de uma longa experiência e de laboriosos estudos, esclarecer todas as questões que se prendem à prática das manifestações; ele contém, segundo os Espíritos, a explicação teórica dos diversos fenômenos e das condições nas quais podem se produzir; mas a parte concernente ao desenvolvimento e ao exercício da mediunidade foi, sobretudo, de nossa parte, o objeto de uma atenção toda especial.

O Espiritismo experimental está cercado de muito mais dificuldades do que se crê geralmente, e os escolhos que aí se encontram são numerosos; é o que causa tantas decepções entre aqueles que dele se ocupam sem terem a experiência e os conhecimentos necessários. Nosso objetivo foi de premunir contra esses escolhos, que não são sempre sem inconvenientes para quem se aventure com imprudência sobre este terreno novo. Não poderíamos negligenciar um ponto tão capital, e o tratamos com um cuidado igual à sua importância.

Os inconvenientes nascem, quase sempre, da leviandade com que se trata uma questão tão séria. Os Espíritos, quaisquer que sejam, são as almas daqueles que viveram, e no meio dos quais estaremos, infalivelmente, de um instante para outro; todas as manifestações Espíritas, inteligentes ou outras, têm, pois, por objeto nos colocar em relação com essas mesmas almas; se respeitamos os seus restos mortais, com mais forte razão devemos respeitar o ser inteligente que sobreviveu, e que lhe é a verdadeira individualidade; se fazer um jogo das manifestações é faltar com esse respeito que reclamaremos, talvez, para nós mesmos amanhã, e que jamais se viola impunemente.

O primeiro momento da curiosidade causada por esses fenômenos estranhos passou; hoje que se lhe conhece a fonte, guardemo-nos de profaná-la com divertimentos inoportunos, e esforcemo-nos para neles haurir o ensinamento próprio para assegurar a nossa felicidade futura; o campo é bastante vasto, e o objetivo bastante importante, para cativar toda a nossa atenção. E para fazer o Espiritismo entrar neste caminho sério que todos os nossos esforços tenderam até este dia; se esta nova obra, em fazendo-o melhor compreendido ainda, pode contribuir para impedir de desviá-lo de sua destinação providencial, estaremos largamente pagos pelos nossos cuidados e nossas vigílias.

Este trabalho, não o dissimulamos, levantará mais de uma crítica de parte daqueles a quem constrange a severidade dos princípios, e daqueles que, vendo a coisa de um outro ponto de vista, já nos acusam de querer fazer escola no Espiritismo. Se fazer escola é procurar nesta ciência um objetivo útil e aproveitável para a Humanidade, teremos motivo para nos lisonjearmos com essa censura; mas uma tal escola não tem necessidade de outro chefe senão do bom senso das massas e da sabedoria dos bons Espíritos, que a criariam sem nós; por isso, declinamos a honra de tê-lo fundado, felizes, nós mesmos, em nos alinhar sob a sua bandeira, e não aspirando senão um a modesto título de propagador; se lhe fosse necessário um nome, escreveríamos em seu frontispício: Escola do Espiritismo moral e filosófico, e para ela convidaríamos todos aqueles que têm necessidade de esperanças e de consolações. ALLAN KARDEC. 
 
 
Fonte:http://sociedadecaminhodapaz.blogspot.com.br/2010/09/importancia-de-o-livro-dos-mediuns.html


domingo, 28 de dezembro de 2014

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 161



QUESTÃO 161 - O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos

CAPÍTULO III
DA VOLTA DO ESPÍRITO, EXTINTA A VIDA CORPÓREA, À VIDA ESPIRITUAL

Separação da alma e do corpo

161. Em caso de morte violenta e acidental, quando os órgãos ainda se não enfraqueceram em conseqüência da idade ou das moléstias, a separação da alma e a cessação da vida ocorrem simultaneamente?

“Geralmente assim é; mas, em todos os casos, muito breve é o instante que medeia entre uma e outra.”


FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IV

Questão 161 comentada
CAPÍTULO 08
0161/LE
A ALMA E A MORTE VIOLENTA

No caso de morte violenta, a alma entra em grande perturbação espiritual, por lhe faltar o tempo necessário para meditar no transe da desencarnação e ele não se processar gradativamente. No entanto, há casos em que o Espírito não perde a consciência, seja qual for a sua morte, por se encontrar em grau de evolução suficiente, o que garante a sua lucidez espiritual. Porém, em quase todas as mortes por desastre, a alma fica em estado de sono, como permanece ligada aos restos por tempo variável. Há casos, também, em que a criatura padece em um leito por anos a fio e, quando desencarna, fica ainda ligada ao corpo em estado deprimente, e quando se desliga dele, continua a residir na própria casa, por apego aos bens materiais.
Não se pode fazer uma escala definitiva da desencarnação, mostrando aos homens um só padrão, porque isso varia de pessoa para pessoa. Se queres saber o que pode acontecer contigo na desencarnação, examina a vida que levas, que terás um retrato do que pode ocorrer. Se desejas um desenlace suave, uma partida com vitória para o mundo da verdade, não deixes de lado o trabalho de reforma íntima, em que o Cristo pode despertar todos os teus valores morais, no coração e na inteligência.
Desta forma, meu irmão, mesmo que morras de morte violenta, estarás amparado pela tua conduta esquecida de erros morais, onde a caridade tem o poder de te iluminar por dentro do coração. Se queres ser feliz, faze aos outros o que desejas para ti mesmo, que a justiça não te deixará sofrer. Entretanto, a violência permanente que usas nos pensamentos, nas palavras e, por vezes, nas obras que fazes. Quando as tuas palavras violam a lei de harmonia, elas tisnam o magnetismo sublimado que Deus te deu para conversar, para pensar e para agir. Aí, sofrerás as conseqüências da tua ignorância. Em muitos casos, a criatura pode estar andando, trabalhando e vivendo, e estar morta, por não compreender as leis de Deus. Quando as compreende, é necessário compreender as leis de Deus. Quando as compreende é necessário vivê-las, para que a paz possa estabelecer a tranqüilidade de consciência.
Se estiveres bem contigo mesmo, no clima do amor e da caridade ensinada pelo Cristo, em qualquer modalidade que a vida escolher para a tua desencarnação, irás bem, por estares bem com a consciência em Jesus, sob as bênçãos do Criador. Não fazer aos outros o que não queremos para nós é o começo da nossa libertação espiritual. O Evangelho é o inspirador divino, que nunca erra nas suas indicações e não nos deixa permanecer nas faltas.
Se queres morrer bem, e no momento exato, não te esqueças do Senhor Jesus. Ele nos ajuda em todos os transes e, para tanto, nos deixou o exemplo no próprio Calvário, bem como em toda a Sua vida Ele exemplificou o amor em toda a Sua existência, como garantia para a humanidade. Com o Cristo, a morte deixa de existir e passamos a viver no céu, onde estivermos, pois Ele é a vida

Comentário de Miramez por João Nunes Maia

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 160



QUESTÃO 160 - O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos

CAPÍTULO III
DA VOLTA DO ESPÍRITO, EXTINTA A VIDA CORPÓREA, À VIDA ESPIRITUAL

Separação da alma e do corpo

160. O Espírito se encontra imediatamente com os que conheceu na Terra e que morreram antes dele?

“Sim, conforme à afeição que lhes votava e a que eles lhe consagravam. Muitas vezes aqueles seus conhecidos o vêm receber à entrada do mundo dos Espíritos e o ajudam a desligar-se das faixas da matéria. Encontra-se também com muitos dos que conheceu e perdeu de vista durante a sua vida terrena. Vê os que estão na erraticidade, como vê os encarnados e os vai visitar.”

FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IV

Questão 160 comentada
CAPÍTULO 07
0160/LE
REVENDO ENTES QUERIDOS

A alma, ao atravessar o portal do túmulo, geralmente encontra os que lhe foram caros na Terra, bem como aqueles que a guiaram nos roteiros espirituais; no entanto, nem sempre isso acontece, devido a sua posição na escala espiritual. Compete a cada criatura trabalhar no seu aperfeiçoamento enquanto encarnada, aliviando o seu fardo e clareando sua mente para ter a felicidade de encontrar os seus parentes e amigos no limiar do túmulo. Por outro lado, nem sempre os seus parentes estão preparados para assistir a sua desencarnação e dar-lhe assistência. Tudo é relativo, na pauta da vida a que nos submetemos viver, mas, quando os que se foram antes estão bem postos no mundo dos Espíritos e os que desencarnam estão bem em consciência, eis que é uma festa de luz, onde o coração manifesta toda a alegria, com a evolução da própria vida.
Procuremos, pois, conhecer a Nosso Senhor Jesus Cristo, por ser Ele o caminho por onde encontramos as maiores alegrias da vida. Ele é a porta por onde nunca erramos as diretrizes que nos levam à paz. Ele é a verdade que sempre nos liberta da ignorância com todos os seus aspectos de infortúnios.
Podemos rever os nossos parentes e amigos que já passaram para o mundo dos Espíritos, sendo que, dos mais elevados, recebemos a ajuda para nos fortalecer, e aos mais infortunados prestamos auxílio, mesmo que eles não nos vejam.
Deus, a Bondade Absoluta, proporciona segurança a todos os Seus filhos. Criou o Senhor o Sol que sustenta a vida na Terra e mesmo em alguns planos do Espírito; no entanto, criou igualmente filtros para abrandarem a luz, de modo que ela não nos causasse danos nas condições de Espíritos ainda necessitados. Toda a natureza carrega consigo defesas que o amor de Deus sustenta, para que a vida vibre com todo o seu fulgor e harmonia.
No plano do Espírito, as defesas são as mesmas: somente recebemos o que merecemos. A justiça rege o universo, sustentando a paz em todos os ângulos. As criaturas recebem, do amor do Criador, a misericórdia capaz de aliviar todos os que sofrem, dotando-os de esperança rumo ao futuro. A nossa alegria é grandiosa ao atravessarmos o túmulo e encontrarmos do outro lado os nossos entes queridos nos esperando com ansiedade, para nos transmitir as lições sublimes de todas as suas experiências no mundo da verdade. Esse aconchego nos dá mais vida e faz crescer sobremodo a esperança, de sorte que as promessas crescem para o futuro, por reconhecermos que a morte não existe, que somente a vida brilha em todos os sentidos do Universo. A Doutrina dos Espíritos é um coadjuvante desta felicidade. Essa escola muito ajuda a alma na transição da Terra para o mundo dos Espíritos.
Não percas tempo, meu irmão. Procura melhorar, melhorando-te por dentro, corrigindo faltas e aprimorando idéias, iluminando sentimentos e trabalhando no bem comum, para que, no momento da mudança da Terra para o mundo espiritual, sejas iluminado e possas encontrar todos os companheiros que já regressaram e que estão em condições festejar a tua vitória.

Comentários de Miramz por João Nunes Maia


Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 159



QUESTÃO 159 - O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos

CAPÍTULO III
DA VOLTA DO ESPÍRITO, EXTINTA A VIDA CORPÓREA, À VIDA ESPIRITUAL

Separação da alma e do corpo

159. Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no mundo dos Espíritos?

“Depende. Se praticasse o mal, impelido pelo desejo de o praticar, no primeiro momento te sentirás envergonhado de o haveres praticado. Com a alma do justo as coisas se passam de modo bem diferente. Ela se sente como que aliviada de grande peso, pois que não teme nenhum olhar perscrutador.”

FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IV

Questão 159 comentada
CAPÍTULO 06
0159/LE
CHEGANDO AO ALÉM

A alma, quando chega ao Além, ao deixar o corpo físico, pode sentir-se feliz ou constrangida, dependendo do modo de vida que levou. O Evangelho é instrumento de salvação para todos nós, pois nos induz a uma moral sadia; os seus conceitos são de luz, nos mostrando e nos ajudando a modificar os pensamentos, as idéias, a palavra e a própria vida, copiando a vida de Jesus em todos os seus aspectos de nobreza.
O céu começa na Terra. Se queremos alcançá-lo, trabalhemos em nós mesmos, cortando as arestas e procurando transformar todos os nossos impulsos inferiores em virtudes, do porte das que foram ensinadas e vividas por Nosso Senhor Jesus Cristo. O desleixado na moral sofre as conseqüências do seu desleixo, mas o que viveu trabalhando para o seu auto-aprimoramento recebe, ao chegar ao Além, o prêmio dos seus esforços, e a luz de Deus dar-lhe-á a luz da vida.
O justo é exaltado em todos os tempos, seja onde for. O homem honesto é louvado e acreditado na Terra e no Céu. Ninguém perde por ser trabalhador, justo e caridoso. Esse homem é, pois, o ganhador de sempre; porém, a criatura que não observa as leis criadas por Deus e zeladas por seus vigilantes, sofre sempre por sua cegueira. Não devemos deixar para melhorar depois da desencarnação: isso é ignorância e perda de tempo. Comecemos logo que sentirmos necessidade. Qualquer esforço no sentido de melhorar moralmente é válido e é nesse gesto que as luzes começarão a acender em nossos corações, refletindo-se nas nossas consciências.

A lei das vidas sucessivas deve ser pesquisada porque é nela que se encontra a chave que nos dá a compreensão necessária, e que nos leva a nos esforçar todos os momentos por nossa melhoria moral, e na conduta do dia a dia. Coloquemos o Evangelho em nossa vida, que passaremos a melhorar. A consciência registra tudo o que se faz, e quando se escreve nela o que está em desacordo com a vontade de Deus,
os reflexos surgem por muitos meios, que chamamos de tristeza, medo, desespero, violência, orgulho, vaidade, egoísmo, fazendo com que a ignorância domine nossos passos. Eis aí a infelicidade da alma, criada por ela mesma.
Não esperes chegar ao Além para cuidar das coisas do Espírito; não faças isso! Começa agora mesmo, onde estiveres. Toda hora é hora de começar. Examina o que és, examina o que pensas, examina o que fazes na vida e, se tiveres algo para modificar, modifica-o sempre comparando com os ensinamentos de Jesus, que nunca errarás o caminho, pois Ele é a estrada dos homens, é a vida e a verdade. Diante de todos os esforços do bem, Ele criará em teu coração uma luz que, brilhando, não te deixará perder os passos na direção Daquele que sempre nos guiou. Procura leituras de livros decentes. O homem que não gosta de leituras, demora a compreender as próprias leis que o dirigem.
Deus nos ajuda por meios diferentes, mas constantes, e Jesus não nos abandona: usa todos os recursos possíveis para nos despertar para a vida do Além, mesmo quando nos movemos na carne. É certo que, fazendo o mal, não nos interessando pelo bem do próximo, esquecendo de amar a Deus sobre todas as coisas, como nos ensinou Jesus, ao chegarmos ao Além, pelos processos da morte do corpo, a tristeza e o arrependimento parecerão nos matar de novo.

Comentário de Miramez por João Nunes Maia