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domingo, 10 de janeiro de 2016

Seara do Ódio .(Um caso de Irmãos Siameses)

 "- Não! não te quero em meus braços!(...)- Mãe, deixa-me viver!.(...)A sementeira de crueldade atraíra a seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio(...)despertaram de novo na Terra, traziam o estigma do clamoroso débito em que se haviam reunido, reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne, disputando o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único, sustentando duas cabeças.""
- Não! não te quero em meus braços! - dizia a jovem mãe, a quem a Lei do Senhor conferira a doce missão da maternidade, para o filho que lhe desabrochava do seio - não me furtarás a beleza! Significas trabalho, renunciação, sofrimento...

- Mãe, deixa-me viver!... - suplicava-lhe a criancinha no santuário da consciência - estamos juntos! Dá-me a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me. Sorverei contigo a taça de suor e lágrimas, procurando redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arrimo, dar-te-ei alegria. Serei o rebento de teu amor, tanto quanto serás para mim a árvore de luz, em cujos ramos tecerei o meu ninho de paz e de esperança ...

- Não, não...

- Não me abandones!

- Expulsar-te-ei.

- Piedade, mãe! Não vês que procedemos de longe, alma com alma, coração a coração?

- Que importa o passado? Vejo em ti tão-somente o intruso, cuja presença não pedi.

- Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não me cerres a porta!...

- Sou mulher e sou livre. Sufocar-te-ei antes do berço...

- Compadece-te de mim!...

- Não posso. Sou mocidade e prazer, és perturbação e obstáculo.

- Ajuda-me!

- Auxiliar-te seria cortar em minha própria carne. Disputo a minha felicidade e a minha leveza feminil...

-Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de minha restauração...

Dia a dia, renovava-se o diálogo sem palavras, até que, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe a mãezinha cega e infortunada, constrangendo-a a beber o fel da frustração:

- Toma à sombra de onde vens! Morre! Morre!

- Mãe, mãe! Não me mates! Protege-me! Deixa-me viver...

- Nunca!

- Socorre-me!

- Não posso.

Duramente repelido, caiu o pobre filho nas trevas da revolta e, no anseio desesperado de preservar o corpo tenro, agarrou-se ao coração dela, que destrambelhou, à maneira de um relógio desconsertado...

Ambos, então, ao invés de continuarem na graça da vida, precipitaram-se no despenhadeiro da morte.

Desprovidos do invólucro carnal, proojetaram-se no Espaço, gritando acusações recíprocas.

Achavam-se, porém, imanados um ao outro, pelas cadeias magnéticas de pesados compromissos, arrastando-se por muito tempo, detestando-se e recriminando-se mutuamente...

A sementeira de crueldade atraíra a seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio.

Anos e anos desdobraram-se, sombrios e inquietantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Espírito de mulher recordou-se deles em preces de carinho e piedade, como a ofertar-lhes o próprio seio. Ambos responderam, famintos de consolo e renovação, aceitando o generoso abrigo ...

Envolvidos pela carícia maternal, repousaram enfim.

Brando sono pacificou-lhes a mente dolorida.

Todavia, quando despertaram de novo na Terra, traziam o estigma do clamoroso débito em que se haviam reunido, reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne, disputando o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único, sustentando duas cabeças.
XAVIER, Francisco Cândido. Contos e Apólogos. Pelo Espírito Irmão X. FEB.

terça-feira, 9 de julho de 2013

O romance que já estava escrito

O romance que já estava escrito PDF Imprimir E-mail
Escrito por Herminio C. Miranda   
Há dois meses vínhamos trabalhando em nossas atividades mediúnicas, junto de determinada instituição espiritual, quando se manifestou uma entidade feminina, em pranto. Segundo apuramos depois, vinha de uma existência de irresponsabilidades e crimes contra a natureza humana. Fora uma bela mulher que usou seus encantos pessoais para escravizar pessoas aos seus caprichos e às suas ânsias. Os homens estendiam-lhe seus mantos para que ela passasse sobre eles, explicou. Levava-os ao desespero, ao alcoolismo e até a última degradação da sarjeta. Casamento? De forma alguma! Precisava gozar a vida.
Filhos? Nem pensar! Por isso, rejeitava-os sistematicamente quando ocorria qualquer gravidez, sempre indesejável e inoportuna.
Ao praticar quase uma dezena de abortos, estava convicta de livrar-se para sempre daquele desagradável “contratempo”. Ignorava que em cada gravidez estava presente um espírito reencarnante, interessado em viver e necessitado de uma existência na carne, a fim de realizar alguma tarefa essencial ao seu processo evolutivo.
Os pequenos fetos arrancados pela violência de seu belo corpo eram prontamente destruídos e logo esquecidos, mas os espíritos, não. Ficaram à sua espera no mundo espiritual para cobrar-lhe, um dia, o assassinato de que haviam sido vítimas.
Depois de muito penar pelos escuros planos da dor, fora recolhida pela instituição de que vínhamos cuidando e que começava a desarticular-se irremediavelmente, por causa do afastamento de seus dirigentes. Não que tivesse resolvido seus problemas pessoais, pelo contrário, dado que, longe de ter iniciado o resgate de suas antigas faltas, continuava a assumir mais responsabilidades ao cometer novos desatinos, pelos quais também teria de responder um dia. Pelo menos tinha, ali, certa “proteção”, a troco dos seus serviços, colaborando para que os objetivos desagregadores das sombras fossem eventualmente alcançados.
Desmantelada a comunidade, contudo, restaram a ela apenas duas opções:
assumir, finalmente, suas responsabilidades cármicas e enfrentar as dificuldades do resgate ou ficar novamente entregue às aflições e incertezas do que a Codificação Espírita caracteriza como estado de erraticidade.
Decidiu pelo trabalho da reconstrução de seu atormentado espírito, com todos os seus riscos e sofrimentos, carências e frustrações. Foi honesta conosco ao enfatizar que não era com alegria que resolvera aceitar a pesada carga. A palavra adequada para ela nem era aceitação. Se pudesse, tudo faria para livrar-se daquilo ou, pelo menos, atenuar um pouco o peso que, de repente, parecia ter desabado sobre ela, mas reconhecia, no fundo, que não tinha alternativa. O caminho era aquele mesmo; ela própria o escolhera, ao precipitar-se no abismo de suas paixões.
Teve, contudo, um gesto de grandeza, demonstrando que já começava nela o processo da regeneração. Referindo-se às inúmeras mulheres que continuam a praticar abortos sucessivos, sugeriu-nos:
_ Conta para elas essas coisas, conta. Conta o que está me esperando… Vai falar com elas aí! Vai, fala e escreve. Por que você não faz isso? Conta!
Fala!
Essa história é, portanto, um recado que estou transmitindo em nome e a pedido de alguém que sabe.”
“Esta história é, portanto, um recado que estou transmitindo em nome e a pedido de alguém que sabe. Ao conversar conosco, naquela noite, já há algum tempo se encontrava recolhida pelos trabalhadores do bem, a uma comunidade de recuperação. O diálogo que se lê, a seguir, é a fiel transcrição da nossa conversa. A primeira fala é dela, e estava em pranto logo que se manifestou.
_ Não me leva! Não me leva pra lá! Eu não quero ir! Eu não tenho onde ficar!
_ Tem sim. Todos nós estamos guardados em Deus. Todos temos para onde ir.
Ninguém será jogado fora.
_ Nunca tive nada de meu. Nunca tive pra onde ir. E agora, não quero ir para lá também. Não quero! Não quero ir pra lá pra nascer de novo… Que eu vou ganhar aí, no mundo?
_ Você vai ganhar aquilo que perdeu. As coisas que você fez errado, vai ter oportunidade de fazer de novo, de acertar. Vai ser recebida por pessoas que querem te ajudar…
_ Será que querem mesmo? Toda vida fui recebida por pessoas que queriam saber o que podiam tirar de mim.
_ Sim, mas havia alguma razão para que isso acontecesse dessa maneira, não é, minha filha? Você não acha que a pessoa que concordou em receber você como filha, quer ajudar? Você conhece a pessoa?
_ Não conheço, não. (Não é verdade isto, como veremos).
_ Você já sabe quem vai recebê-la?
_ Não sei quem vai, eu sei é que…
_ Talvez você não esteja compreendendo bem isso aí.
_ O que eu não estou compreendendo? Estou compreendendo agora…
_ Você não queria? Preferia continuar assim como está? É isso?
_ Não sei o que eu preferiria, não. Às vezes acho que vai ser bom nascer de novo… Você esquece… todo mundo te pega no colo porque você é um neném. Até você lembrar de novo, já descansou um bom tempo.
Refere-se, portanto, à terrível pressão das lembranças desagradáveis, dos remorsos dolorosos, das angústias do ser que se reconhece culpado e contempla, desalentado, a penosíssima tarefa da recuperação espiritual.
_ È que você tem muitas agonias no espírito – diz o doutrinador -, mas a Lei é generosa e pacificadora. Ela nos concede o esquecimento exatamente para que possamos recomeçar tudo de novo.
_ Às vezes eu acho que deveria ser bom, mas quando penso em tudo quanto vou ter que passar… que me disseram lá que eu vou ter que passar…
_ Pois é, minha irmã, mas a gente está devendo à Lei… É preciso passar por essas coisas para aprender. Você não acha? É preciso ter paciência. Você precisa aceitar isso. Se fôssemos perfeitos, bonzinhos, caridosos, não estaríamos passando por tantas coisas, não é? Você está lembrando de uma vida em que foi maltratada, foi espoliada, mas não se lembra das outras, quando foi a sua vez de espezinhar, de maltratar…
_ Eu não acho que fosse uma pessoa capaz de fazer isso. Eu não acho…
_ Por que você acha, então, que a Lei lhe pediu isso?
_ Não interessa a Lei de Deus! Interessa é o que vou ter de passar por isso e ponto final!
_ Sei, minha querida. Mas não é só. Interessa saber que você vai ficar boa.
Você não é uma pessoa má. Você não faria mais aquilo que fez.
_ Como é que você diz que eu fiz? Você sabe o que eu fiz?
_ Se você passou pelas coisas que passou, é porque devia.
_ Outra vez! Ter de viver de novo, ter que… aguentar tudo!
_ Você já conversou sobre isso com os nossos companheiros?
_ Já, já… Mais de uma vez.
_ E o que foi programado para você? Quais são seus planos a respeito dessa existência?
_ Eu não tenho planos, está entendendo? Não tenho muita escolha, não.
_ Sim, mas o que você vai fazer? Vai nascer pobre, com dificuldades, ou como será? Algum lar já deve estar programado para você.
_ É. Vou nascer numa família de uns dez filhos ou oito. Então minha mãe vai morrer e eu vou ter que criar esse bando de crianças! (Fala destacando certas palavras para dar-lhes ênfase especial).”
“_ Sim, mas isso não é uma oportunidade muito boa para você?
_ Não vou poder me casar porque estou criando irmãos. Não vou poder estudar porque estou criando irmãos. Não vou passear, não vou me divertir… Vou ficar dentro de casa cuidando de irmãos…
_ Sim, mas esses irmãos não são escolhidos ao acaso, não é? São seres ligados a você. São pessoas às quais você deve esse favor, esse compromisso, essa oportunidade. Em algum ponto de suas vidas passadas, você tirou alguma coisa delas.
_ Sabe? Desgraçada a mulher que não usa bem o sexo!
_ É. Isso é verdadeiro, sim. Você tem razão.
_ Desgraçada dela! Quer dizer, não vou casar, mas vou ter que sustentar criança, vou ter que tomar conta de crianças… Vou ter que ser mãe das crianças! Só porque fiz alguns abortinhos…
_ Só porque?…
_ Qual a mulher que não fez um aborto na vida?
_ Pois é, minha filha, mas você acha isso certo?
_ Eu, quando fiz, achava. Achava que era!
_ Hoje você não acha, mas o erro ficou lá, de alguma forma.
_ E eu que não dou para esse negócio de ser mãe! Você já imaginou?
_ Você terá que aprender, irmã.
_ Não dou pra isso. Eu nunca quis filho, justamente por causa disso.
_ É, mas a sua mãe teve você…
_ Aí foi problema dela. Ela quis… Eu não quis ter nenhum e não tive. Não tem escolha. Tem?
_ Tem a escolha e tem a responsabilidade também, não é?
_ Agora, não. Ou você aceita isso, ou então continua na vida que quiser.
Quer dizer… Eu não tenho mais a vida que eu quiser, porque onde eu estava com os meus amigos, não dá mais. Então você fica entre a cruz e a caldeirinha…
_ A não ser a penosa reencarnação que estava programada para ela, a única opção viável agora seria uma indefinida fase de agonias, vagando sem rumo pela vastidão dos mundos de desarmonia e de angústia, perseguida implacavelmente pelos adversários que a insensatez criou para ela. Ante tais perspectivas, ambas assustadoras e aflitivas, o mal menor ainda era a reencarnação que, sem ser compulsória, apresentava-se como única alternativa aceitável.
_ Eram seus amigos? Pergunta o doutrinador.
_ Eram, sim, meus amigos. Então, vou ter que ir, vou ter que nascer, vou ter que cuidar desse bando de crianças. Vou criar mesmo! Quando a mãe morrer, o último vai ser um bebê. Acabou de nascer, ela morre… E eu vou criar todo mundo. Você já viu?
_ Você não acha que é uma oportunidade de mostrar que sabe fazer alguma coisa? Quando você terminar essa existência, se houver cumprido direitinho suas tarefas, sua consciência estará em paz. Na próxima vida, depois dessa, você já não terá mais esses compromissos. Vai ter oportunidade de ser feliz, ter o seu marido, seu lar, sua casa… o que você desejar, enfim.
_ Você já imaginou que destino triste?
_ Sei, minha querida. Mas você poderia ter aceitado essas crianças quando tinha condições, e não quis, não é? Não precisava ser triste. Se eles tivessem sido seus filhos, naquela outra vida, você não teria tido grandes dificuldades. Você não dispunha de recursos? Na ocasião em que podia você não quis. Agora…
_ Sabe para onde vou ter que ir? Disseram que vou ter que ir para a Argentina, porque lá é que está o pessoal todo. Tenho que ir… E o pior é que vou ser uma moça bonita. Os homens vão querer casar comigo e eu não vou poder casar. Nenhum vai querer aceitar aquele bando de crianças.
_ Quem sabe não aparece um companheiro que queira?
_ Não! Está lá!… Não. Já sei que não vou. Já me disseram: “Você não vai casar. Se casar, vai complicar tudo!”
_ Então, veja bem. Você rejeitou essas crianças quando poderia tê-las aceito, com muito maior facilidade. Não quis. É direito seu…
_ É. Eu andei fazendo uns abortozinhos… Mas eu… não é porque eu não gostava; eu não podia ter filhos!
_ Como não podia?
_ Não podia… Eu não queria casar. Eu queria uma vida livre. Quer dizer…
_ Então, você escolheu, tomou uma decisão e a responsabilidade ficou.
_ Mas eu nunca achei que fosse uma coisa tão ruim assim.
_ Você não achou, mas a Lei sabe que era. E hoje você sabe que é tão grave que vai precisar fazer um sacrifício maior para se recompor.
_ Mas, então, por que… (para, hesita, pensa). Ah!, não. A moça disse lá. Eu
perguntei: “Então por que eu não caso e eles não vêm como meus filhos?” Eles me disseram que há uns tão revoltados comigo que nunca vingariam como filho.
Entende? Não iam conseguir. Eu também ia rejeitar e eles me rejeitariam e iria ser uma confusão danada! Então, vindo com outra mãe, eu vou ser irmã e isso é diferente.
_ É. Você vê como tudo é lógico e direitinho…
_ Que lógico? Sei lá… Não estou pensando nisso. Estou pensando no problema em si. É, podiam ser meus filhos, porque aí eu casava e teria alguém para me sustentar, para me dar uma vida melhor. Você já imaginou? Eu vou trabalhar que nem uma desesperada!
_ O trabalho não mata ninguém, minha irmã. Pelo contrário, ocupar as mãos com algum trabalho digno…
_ Não vou ocupar, não, vou esfolar…
_ Não importa. Depois que você abandonar esse corpo, seu espírito estará em paz, estará redimido, pelo menos quanto a esse aspecto.
_ Pois é, mas será que eu vou aguentar? E que vou ter que… Eu, uma criança ainda… Você imagina? Já estou vendo o drama todo na minha frente.
_ Mas, minha querida, não há outro caminho. É esse aí que você tem que aceitar. É por ali mesmo que você tem de passar. Você não quis passar da outra vez, que era mais fácil, vai passar agora que é difícil. É como se você tivesse de fazer uma caminhada com um belo dia de sol, e você não quis.
Agora vai fazer com chuva mesmo.
_ Eu disse pra eles: “Então porque não faz o seguinte: o meu futuro pai não casa com outra mulher, para ter uma madrasta para cuidar? E eu vou ajudar a cuidar das crianças…”
_ Isso não resolveria os problemas ali. Você tem de assumir a responsabilidade que rejeitou da outra vez…
_ Lavar, passar e ainda costurar a máquina!
_ Não é vexame nenhum isso aí…
_ Eu, uma escrava daquele bando de crianças…
_ Se você os tivesse aceitado da outra vez, eles iriam crescer e ajudar, quando você fosse mais velha. Iriam trabalhar… Talvez você terminasse a vida em perfeita paz e conforto.
_ Não sei, não. Por que a gente…
_ É. Você tem razão. Por que a gente erra, não é? Uma pena…
_ Não é porque a gente erra, não. Não estou dizendo isso. Meu deus do céu, como é que você fica? Você vai para o mundo, o mundo tem uma porção de coisas que são atraentes, que você quer. Você é uma mulher bonita, você… ué!
Você não tem que viver? A gente tem os instintos… Você tem que viver. Por que Deus criou essas coisas?
_ Está muito bem. Mas você pode exercer seus instintos, atender suas solicitações, mas não precisa matar ninguém, não é , minha irmã?
_ Que matei? Aborto não é matar ninguém!
_ É um assassinato. Não há diferença. A criatura não pode nem defender-se.
_ Engraçado! No meio disso tudo, desse bando de crianças… até me mostraram lá um  “retrato”, tem um menino… um só… que eu não vou ter problema com ele.
Ele gosta de mim. De onde ele gosta de mim, não sei. Ainda não apurei isso.
Ele gosta de mim. Então, dizem que ele pediu, ele quer vir… É o segundo irmão: eu, depois ele, porque assim ele vai ajudar.
_ Que bom! Já vai melhorar um pouco o sofrimento.
_ Ah, que nada! Acontece que ele está pedindo isso. É diferente. Eu, não: eu tenho que aceitar, contra a minha vontade. Porque, vou lhe falar com toda franqueza, se fosse para dizer “Você escolhe”, eu não ia, não. Não ia, porque tenho minhas dúvidas se vou aguentar um negócio desses. É um “negócio” muito pesado. Não estou acostumada com isso. Eu tive uma vida de princesa, de rainha, com todo mundo… Quer dizer, não fui princesa ou rainha, foi uma vida de princesa, de rainha, todo mundo fazendo o que eu queria, com os homens ali, botando a capa no chão pra eu pisar por cima e passar… Agora, de repente… Quer dizer, estou acostumada com isso… Nunca usei minhas mãos para lavar roupa. Agora, você já imaginou? Eu tenho que lavar roupa, com as minhas mãos! Com estas mãos aqui… Vou ter que ficar numa máquinam costurando. Vou ter que criar calos. Tudo por causa de irmão! Vou ter uma raiva danada deles! Tenho medo!
_ Se cometer tolice, você vai complicar-se ainda mais. Olhe que aí não vai ser mais caminhar na chuva, não; vai ser muito pior.
_ Por que isso? Será que você não “dava” um jeito? Você conhece eles lá (os nossos amigos espirituais). Você não pode pedir pra eles… “maneirar” um pouquinho o negócio pra mim? Vai lá, fala, pede… Diz que eu sou sua parenta, sua conhecida… qualquer coisa.
_ Você acha que eu vou chegar lá pregando mentira?
_ Mas você não diz que sou sua irmã? Então! Você podia ir lá falar…
“_ Minha filha, você sabe lá? Se fossem cobrar tudo mesmo, aí, sim, você não iria aguentar.
_ Mas você não acha que isso é demais?
_ Não. Não acho.
_ Puxa! Que você está pensando? São dez crianças! São nove porque eu sou o dez… Vou ser mãe de nove crianças.
_ Imagine se fossem 30 ou 40…
_ É, você é doido mesmo…
_ Imagine se você tivesse que nascer cega ou paralítica, ou surda…
_ Ah, pelo menos ia ter alguém que cuidasse de mim.
_ Não sei. Muita gente passa a vida toda cega, sem ter quem cuide. A solidão é uma coisa terrível, minha irmã. Afinal de contas, você vai ter uma família. Quando eles crescerem, mesmo que não te retribuam, vai haver um para te ajudar, amar e respeitar. Vai partilhar com você essas agonias todas. Mas, quem sabe, mesmo entre eles, os outros sete ou oito, alguns
pensem: “Essa irmã sacrificou-se. Eu não gostava dela, mas, afinal de contas, ela foi boa para a gente.”
_ Não está com jeito, não. Do jeito que eu vejo, vai ser tudo um bando de ingratos, que vão fazer de mim gato e sapato. Isso é que eu acho.
_ Se você usar sua inteligência, sua capacidade de amar, poderá transformá-los em seres que te amem.
_ E a minha vida de moça?
_ Isso é tão importante assim? Você teve uma vida de moça e não a utilizou corretamente. Você mesma disse aí, no princípio, que não usou bem os seus encantos. Usou-os para dominar, para corromper, enfim, para fazer tudo quanto veio à cabeça.
_ Isso tudo é tão complicado! Se a gente soubesse a confusão que dá, não faria certas coisas. Vou lhe contar, não faria mesmo!
_ Veja bem. Você sabe agora. Agora você está sabendo.
_ Pois é, mas agora que eu sei, é tarde. Vou ter que aguentar. E tem mais, eu não lhe falei. Vou ter um pai, não é? Mas esse pai vai ser um alcoólatra.
Disseram-me que, numa outra vida, eu fiz dele um alcoólatra. Ele teve um desgosto e deu de beber, beber… e acabou morto, numa sarjeta, por minha causa, porque se apaixonou por mim. Agora, que mulher pode ter culpa se um homem se apaixona por ela? Eu tenho culpa? Se amanhã você se apaixona por mim… Vamos ver. O que eu vou fazer? Você se apaixonou porque quis. Mas aí, deixa eu contar, pra você ver o quadro como é preto. Então, vou ter esse pai, que vai ser outra carga em cima de mim. Quer dizer, vou ter que ficar com o peso todo, porque ele vai chegar em casa bêbado. Vou ter que ajudar, vou ter que… Ó meu Deus! Parece coisa de novela, não parece? Parece história de folhetim. Se contar, ninguém acredita. E eu vou… Quer dizer… É um romance que já está escrito. Já foi escrito! Mostraram-me tudo lá. E um romance que já está escrito!

(Trecho do livro As mil faces da realidade espiritual, escrito por Herminio C. Miranda - Ed.CEAC)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PlANEJAMENTO FAMILIAR, ABORTO, BEBÊ DE PROVETA,Vasectomia...


Entrevistando Chico Xavier


50 -Direito de Planejar

ME - O casal tem o direito de programar o número de filhos em sua própria casa?

Diz Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos” que o homem deve corrigir tudo 
aquilo que possa ser contrário à natureza. Hoje, dividem-se as opiniões, mas à 
frente da problemática da nossa civilização, à frente dos impositivos da 
educação e da assistência à família, nós, pessoalmente, acreditamos que o 
casal tem direito de pedir a Deus inspiração, de rogar a Jesus as sugestões 
necessárias para que não venha a cair em compromissos nos quais os 
cônjuges permaneçam frustrados.
Somos filho de família numerosa. Pessoalmente sou descendente de uma 
família de 15 irmãos, mas, de 20 anos para cá, a vida no planeta tem sofrido 
muitas alterações, e devemos estudar o planejamento com muito respeito à 
vida e conseqüentemente a Deus, em nossos deveres uns para com os outros, 
e não cairmos, em qualquer calamidade por omissão ou deserção dos nossos
deveres. (julho de 1974).


51 Pílula, Anticoncepcional Aperfeiçoado
MN - Chico, muitos companheiros acreditam que as respostas às perguntas 693, 693ª e 694 de “O Livro dos Espíritos” não facultam aos espíritas a possibilidade de planejarem as suas famílias.
O que pensa a respeito?

Diz Allan Kardec, na questão 693 de “O Livro dos Espíritos”: ‘Deus concedeu 
ao homem sobre todos os seres vivos um poder de que ele deve usar sem 
abusar”.
De nossa parte, cremos que o problema do planejamento familiar está afeto 
ao livre-arbítrio dos casais, de vez que, segundo pensamos, cada casal precisa 
saber o que faz, de modo que a família se forme para cooperar na realização 
do bem de todos e devido a todos.
Segundo os Benfeitores Espirituais, a ciência terrestre aperfeiçoará de tal 
modo os anticoncepcionais que serão eles usados sem quaisquer riscos para a 
saúde humana, de modo que a Terra se liberte das calamidades do aborto e a 
fim de que o livre-arbítrio funcione, presidindo as responsabilidades dos 
parceiros das relações afetivas, que precisam usar a própria consciência nos
compromissos que assumam. (abril de 1982)


MN - É lícito o uso de anticoncepcionais?


Estamos diante de um problema em que os conceitos da Ciência e da vida 
familiar devem ser por nós todos respeitados. Esperemos que o tempo nos 
faça sentir as vantagens dos anticoncepcionais, compreendendo-se, porém, 
que os anticoncepcionais não estarão chegando a Terra sem finalidade justa. 
(julho de 1974)


52- Vasectomia
MN - E o problema da vasectomia? Você acha que os homens devem realizar esse tipo de operação para impedir a procriação?


Não é aconselhável. Não devem fazer, porque a mulher terá sempre um
meio de retomar a sua capacidade criativa. A mulher é dotada de recursos que 
o homem não tem.
Tenho notado que a vasectomia traz uma profunda angústia ao homem, 
porque parece que ele lesou um patrimônio que lhe pertencia, o dom de criar.
Os homens que conheço e que se submeteram a esse tipo de intervenção não 
têm alegria de viver. Não se deve violentar os processos da natureza. A mulher 
pode utilizar-se de outros processos, mas o homem não. (novembro de 1982)



53- Afronta à Vida


FW - Há mães solteiras que abortam por temor a uma moral, ou convenção social muito rigorosa frente a tal condição materna. O que poderia dizer-nos acerca de tais preconceitos que induzem, pressionam ou indiretamente favorecem o aborto?



Pensamos, como os Amigos Espirituais, que a existência de mães solteiras 
sempre dignas do nosso maior respeito, envolve a existência de pais que não 
deveriam estar ausentes.
Compreendemos a legitimidade das convenções sociais, veneráveis em 
seus fundamentos, mas entendemos que não nos será lícito menosprezar, em 
tempo algum, aqueles que não conseguiram se lhes ajustar aos preceitos.
Sabendo que o aborto, mesmo legalizado no mundo, é uma falha nossa na 
Terra, estamos certos de que ninguém deveria praticá-lo, seja no regime das 
convenções humanas ou fora delas. Cremos, desse modo, que uma legislação 
surgirá no futuro em favor da mulher, que tendo confiado um dia em alguém,
teve coragem de não abandonar a criatura indefesa que esse alguém lhe 
trouxer à vida. Aguardemos, assim, providências humanitárias, em que os 
homens mais responsáveis criem por si disposições legais magnânimas, 
baseadas na justiça da vida, com que venham a sanar a falta deixada pelos 
outros homens, nossos irmãos, que se fizeram pais, sem consciência mais 
ampla das obrigações que assumiram. (agosto de 1976)


Dr. Rossi (CEU) - Na China já está sendo utilizado um medicamento que, quando ingerido nas primeiras semanas, provoca o aborto sem necessidade de intervenção cirúrgica. O que você pensa disso?


Sempre que faço qualquer referência ao aborto, lembro-me da utilidade do 
anticoncepcional como elemento de socorro às necessidades do casal. As 
duas criaturas querem a união, mas não estão em condições de realizarem 
esse ideal; nesse caso, a anticoncepção viria em seu auxílio.
Se minha mãe, quando me esperava, repleta de doenças, quisesse me e
xpulsar, não sei o que seria de mim.
Se há anticoncepcional, por que promover a morte de criaturas nascituras ou 
em formação? Com uma terra tão imensa para ser lavrada e aproveitada, é 
impossível aplaudir o aborto. Somente podemos entender o aborto terapêutico 
quando a vida materna está ameaçada. Lembro-me de minha mãe sofrendo 
por minha causa, e não posso aplaudir. (novembro de 1988)


FW - Existe no Congresso Nacional um projeto legalizando o aborto no Brasil. Seria oportuna uma campanha nacional colhendo manifestações de pessoas e grupos posicionados contra essa legalização?


Não digamos «campanha nacional” porque semelhante legenda está’ 
suscetível de acordar críticas destrutivas em torno do assunto, criando longos 
debates improdutivos.
Consideramos obra de benemerência social o trabalho que se possa efetuar 
para conhecimento dos senhores legisladores e outras autoridades, tanto 
quanto para informação às mulheres, para que colaborem a fim de que a 
legalização do aborto no Brasil ou em qualquer outro país do mundo seja 
frustrada em benefício da maternidade e em louvor da criança.


O serviço dessa natureza, a nosso ver, deve ser realizado com seriedade e 
respeito, porque ele, de qualquer modo, na hipótese da legalização referida, na 
nossa opinião não sofrerá alterações quaisquer, por qüanto além do aborto 
delituoso ser medida inaceitável para o campo de atividades espíritas-cristãs, é, 
acima de tudo, uma afronta às leis naturais da vida. (outubro de 1983)


FW - Já existe uma injeção, à base de ácidos que aplicada diretamente no útero da gestante mata o feto, queimando-o. Que dizer dessa prática?


O processo a que se refere a pergunta — no caso do aborto delituoso —
é comparável a um assassinato na intimidade do corpo feminino. (setembro de 
1983)


FW - Os espíritos abortados perdoam quem pratica, consente ou induz ao aborto?

Não nos seria possível especificar as atitudes da criatura humana nos 
problemas do aborto delituoso. A esfera dos espíritos desencarnados,  
profundamente vinculados à existência, é semelhante à faixa de ação dos 
homens, propriamente considerada. Temos irmãos desencarnados aptos a 
perdoar a irresponsabilidade da mulher ou do homem que pratica ou incentiva 
o aborto delituoso. Existem, também, aqueles outros que influenciam
negativamente na gestação e no desenvolvimento da criança nascitura, em 
lastimáveis processos de obsessão. (setembro de 1983)*


* Nesse mesmo dia, no pátio do Grupo Espírita da Prece, Augusto César Vanucci e sua equipe de artistas apresentava a Chico Xavier a peça Além da Vida, que tem também entre seus quadros um esclarecimento contra o aborto. Eram três horas do amanhecer de domingo, quando o médium Chico Xavier fez a prece de encerramento, todos de mãos dadas, público e artistas. Antes e depois do espetáculo, conversei muito com Vanucci sobre algo novo que surge de forma criativa no Brasil: a arte comoveículo de divulgação do kardecismo consolador. (FW)

MN - Chico, o aborto, está sendo liberado em quase todo o mundo. Você acredita realmente nas tendências cristãs do povo brasileiro para rechaçar uma medida como esta?


Felizmente parece que, no Brasil, pelo menos a maioria das autoridades 
(sejam elas de caráter administrativo ou religioso) é contrária a essa 
calamidade de legalização do aborto.
Acreditamos que em muitos países, talvez pelo interesse em conter a 
explosão demográfica, determinados setores apoiaram ou apóiam o aborto 
legalizado. Mas acreditamos que essas nações voltarão a fazer uma 
reconsideração de comportamento em relação ao assunto, porque em qualquer 
ocasião de conflito internacional a questão do incentivo à maternidade é 
largamente praticado, porque em todos os setores surge logo o estímulo ao 
nascimento de muitas criaturas. Como estamos no Ocidente, sem grandes
guerras desde 1945, em nos referindo à vida ocidental propriamente 
considerada, muitas nações estão achando a legalização do aborto um triunfo 
para as nossas irmãs, as mulheres, mas acreditamos que esses países, 
futuramente, voltarão a fazer uma revisão dessa legislação.
Na condição de cristãos, não podemos apoiar o aborto, que seria um crime 
sempre cometido com absoluta impunidade entre as paredes domésticas.
Acreditamos que o anticoncepcional é um recurso que nos foi concedido na 
Terra pela Divina Providéncia para que a delinqüéncia do aborto seja sustada, 
uma vez que a criatura humana, por necessidade de revitalização de suas 
próprias forças orgânicas, naturalmente precisará do relacionamento sexual,
entre os parceiros que estão compromissados no assunto, mas usarão esse 
agente anticoncepcional para que o crime do aborto seja devidamente evitado 
em qualquer parte do mundo.
Mais hoje, mais amanhã, as nações entrarão em acordo a esse respeito, 
porque não é possível que estejamos exterminando crianças absolutamente 
personificadas, formadas, vivas, com o apoio das autoridades que nos 
governam. É absolutamente impossível aplaudir uma coisa dessas. (junho de
1980)


54- Bebê de Proveta, Escolha de Sexo e Útero de Empréstimo
FW - O que dizer da interferência do homem na intimidade do genes, experimentando desenvolver a vida humana em tubos de ensaio, da seleção e cruzamento em provetas, dos úteros alugados, do desequilibro biológico pela escolha de sexo da futura criança?


Compreendemos que a Ciência, na Terra, dispõe de meios para qualquer 
experimentação nos setores da genética. Os Instrutores Espirituais afirmam, 
entretanto, que esse tipo de experimentação deve merecer o máximo cuidado 
da parte de quantos se encarregam da orientação do mundo. Para evitar 
incursões na teratologia, com evidente menosprezo da personalidade humana;
e afim de coibir abusos que funcionariam em prejuízo do equilíbrio espiritual 
nos grupos sociais da Terra, devemos pedir o amparo da Providência Divina, 
para que a inteligência do homem espere mais alguns séculos afim de entrar 
no assunto. (agosto de 1976)


FW - Ser concebido dentro de uma proveta de laboratório significaria para o nascituro — e ou para seus pais — uma provação a ser aceita e superada?


Consideramos o assunto com sadio otimismo, desde que o óvulo fertilizado 
em proveta, com o apoio de autoridades respeitáveis, para a implantação no 
claustro feminino revele senso de maturidade espiritual na mulher que assume 
a maternidade consciente, em plenitude de responsabilidade entre a vida que
passa a acalentar no próprio regaço. (setembro de 1978)


FW - A circunstância de ser concebido artificialmente, e só dois dias e meio depois ser transportado para o últero materno, significaria para o espírito que vai nascer desse recurso de manipulação científica alguma limitação espiritual para o bebê?

Não vemos qualquer limitação espiritual para o bebê, de vez que o processo 
da reencarnação para o espírito experimenta menos riscos, porqüanto estará 
sob o apoio mais completo da responsabilidade humana.


FW - A fecundação e criação de bebês de proveta em série, quem sabe até em escala industrial, o que representa uma hipótese possível, não trará para a humanidade problemas psíquicos e espirituais de envergadura imprevisível?


A evolução moral dos povos não permitirá a criação de semelhante indústria, ou o homem estará rebaixando o nível de conhecimento superior em que se 
encontra, com perigosos comprometimentos para a humanidade inteira.


FW - Sabendo-se que nada no Universo acontece por acaso, e sim que tudo obedece aos planos e à permissão do Alto, é razoável deduzirmos que os espíritos que devem vir à luz ao nosso Mundo por este caminho são previamente preparados para esta via de nascimento?


Sim, quando a Ciência na Terra, iluminada pela bênção da fé na imortalidade 
puder intervir no auxílio, realmente digno, ao trabalho da genética no campo 
humano, sem nenhuma disposição para extravagâncias e abusos através de 
experimentações absolutamente desaconselháveis, a implantação do óvulo 
fertilizado no claustro da mulher responsável evitará muitos desastres na 
reencarnação, especialmente os que se referem ao aborto sem justificativas.


FW - Quais, então, são os perigos presentes e futuros que essa manipulação dos gens pode gerar à vida nos dois planos da matéria?


O materialismo inteligente e cruel, sem qualquer idéia de Deus e da 
imortalidade da alma, é o perigo que ameaça a manipulação dos recursos 
genéticos sem responsabilidade, mas devemos confiar nos homens de bom 
senso e de espírito humanitário que, através das legislações dignas, podem e 
devem coibir quaisquer abusos suscetíveis de aparecer no campo das 
pesquisas de caráter delituoso e inconseqüente. Confiemos no amparo e na 
inspiração dos Mensageiros do Cristo, em auxílio das coletividades humanas.
(Respostas de Emmanuel)


55-Mãe de Aluguel
FW - Aluguel de úteros maternos é uma realidade a ser alcançada
brevemente por cientistas e pesquisadores.
Procede mal uma mulher que, por necessidade econômica e material, alugue seu útero para a gestação de um óvulo fecundado que não lhe pertence? Tal subterfúgio ou recurso extra não traria conseqüências ao nascituro?

As mães incapazes de amamentar os próprios filhos recorrem aos préstimos 
de companheiras que as assessoram nesse mister ou aproveitam outros 
recursos para a alimentação dos recém-natos. Quando a mulher se dispõe a 
ser mãe, consciente e digna do elevado encargo de se responsabilizar por 
determinadas vidas, sem possibilidades próprias para isso, julgamos justo que 
uma companheira, se possível, tome a si o trabalho de gestar, em favor dela, o 
filho ou os filhos que essa mulher digna da maternidade consciente se propõe 
receber nos próprios braços.


FW - Transgredirá a lei moral de Deus a mulher solteira que queira ter filhos sem o intercurso sexual com seu companheiro masculino, ou seja, engravidando através da inseminação artificial?


No caso, o problema é estritamente de natureza consciencial. (setembro de
1978)


MN - Quando a mãe de aluguel dá à luz uma criança deficiente e a mãe que a encomendou não a aceita, como resolver o impasse do ponto de vista legal e espiritual? Nesse particular, a adoção deve ser incentivada, tendo em vista o número de rejeições constatadas, isto é, a devolução das crianças adotadas?


O assunto nos parece demasiadamente complexo, porque se assumo 
determinado compromisso, a meu ver, não deve existir algo que me impeça a 
obrigação de cumpri-lo.
Não entendo rejeição, em matéria de dever voluntariamente procurado ou 
aceito. Diante, porém, da insegurança compreensível de muita gente, que 
vacila ante os resultados das próprias escolhas, cremos que a Justiça entrará 
na solução dos problemas em foco, afim de que ninguém faça a alguém 
joguete dos caprichos a que se afeiçoem. (novembro de 1983)
Do livro “Lições de Sabedoria 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vida e Valores (O anticoncepcional)



A Dra. Susan Blackmore, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, juntamente com o Dr. Colin Blackwell, estabeleceram suas visões a respeito do anticoncepcional. Sim, a respeito da pílula.

E, nas falas de ambos, conseguimos ler que eles interpretam a pílula anticoncepcional como tendo sido um grandíssimo movimento revolucionário na década de 1960, que teve o poder, teve o condão de dar liberdade às práticas sexuais.

Asseveram que o anticoncepcional deu à mulher essa possibilidade de dirigir seu corpo e não permitir a fecundidade, quando não tivesse nela qualquer interesse.

Foram mostrando como é que o anticoncepcional mexeu na maneira como a mulher era vista no contexto social. A visão machista da mulher foi forçada a sofrer alterações de monta.

Também lembraram que, graças ao incremento dos anticonceptivos, a mulher pôde ocupar o lugar que lhe cabia e que lhe era negado, no contexto social.

O anticoncepcional igualmente promoveu uma grandíssima revolução na questão que era bastante discutida sobre a divisão do trabalho. O que cabia à mulher, o que cabia aos homens.

Ao longo de muitas décadas, desde a de 1960, essa questão do anticoncepcional ganhou bastante destaque. No entanto, desde a década de 1940, bioquímicos, químicos trabalharam buscando uma solução para o que chamavam de grave problema das relações sexuais: a procriação.

E, a partir disso, na América do Norte, nos Estados Unidos, os pesquisadores trataram de investigar um produto à base da testosterona, o hormônio masculino, para que houvesse uma pílula para os homens. E isso porque eram os homens tradicionalmente, historicamente, que tinham uma vida mais liberada, que tinham uma vida mais solta, mais libertina. Então, seria válido, pensavam eles, criar-se uma pílula para os homens.

O que acontece é que, depois da pílula criada e em fase de testes, os pesquisadores foram a muitos presídios norte-americanos e ofereceram aos presidiários, com a devida autorização da Justiça, a oportunidade de eles servirem de cobaia ao uso da pílula, sob a condição de que receberiam indultos e, até mesmo, liberações totais de suas penas.

Ao longo das consequências, os pesquisadores notaram algo que não esperavam. Em função dos órgãos sexuais masculinos serem externos, aquele produto gerou sobre os homens, primeiro, uma impotência precoce; depois, uma retração do órgão genital.

Pode-se bem perceber que os pesquisadores interromperam ali o trabalho. Não era conveniente, à época, criar-se uma pílula para o homem, capaz de produzir tamanho desastre na autoestima masculina.

Então, se voltaram para a mulher, cujos órgãos sexuais são internos e à base de estrogênio, de progesterona, ainda em quantidades nada científicas, apresentaram as primeiras pílulas. As primeiras mulheres que se decidiram por usá-las, se saíram muito mal.

Os problemas de mama, os cânceres abundaram até que, ao longo do tempo, a própria farmacologia, a bioquímica foram ajustando os níveis de estrogênio, de progesterona para que os médicos, ao conhecer o funcionamento orgânico de suas pacientes, pudessem indicar essa ou aquela pílula.

Deste modo, o problema grave foi atenuado, mas cada mulher responde por si, em virtude do uso que faça indiscriminado ou não, de anticonceptivos.

Não há dúvida de que a mulher tem o direito de se proteger, de se cuidar, mas não apenas em termos corporais.

*   *   *

O cuidado com o corpo é fundamental. Nenhuma mulher tem a obrigação de reproduzir aleatoriamente, reproduzir por reproduzir. Ela tem direito a se cuidar, tem o dever de se cuidar.

 Nada obstante, a mulher obedece a um programa no plano da Divindade. Lemos em O livro dos Espíritos, uma pergunta que é dirigida aos Imortais a respeito da missão do homem e da mulher: Qual é a mais importante para o Criador?

E a resposta incisiva das Entidades Espirituais, que orientam o planeta, é que a missão que Deus concedeu à mulher é superior àquela concedida ao homem, porque é a mulher que o educa.

Dessa maneira, começamos a perceber que seria lamentável se a mentalidade feminina descesse para esses patamares e fizesse com que a mulher se convertesse meramente numa máquina de fazer sexo. Cabe a ela a procriação, sem dúvida, mas cabe a ela o amor.

A mulher é essencialmente mãe, mesmo quando não tenha filhos do seu próprio corpo. A mulher é essencialmente mestra, professora. É essencialmente orientadora.

A natureza, nas mãos de Deus, fez com que a mulher tivesse uma sensibilidade maior. Então, qualquer produto químico que no organismo do homem realize um determinado efeito, em razão da sensibilidade feminina, no seu organismo, esse efeito será mais drástico.

É por essa razão que, quando percebemos esse uso indiscriminado de pílulas, desde as meninas novas até suas mães, até mulheres maduras, apenas para evitar-se a gravidez, lamentamos profundamente.

Porque naturalmente pensamos que a pílula, o anticoncepcional, não deveria existir apenas com esse propósito. Originalmente mesmo, o anticoncepcional surgiu para equilibrar o ciclo menstrual das mulheres. Não era chamado de anticoncepcional.

Os médicos descobriram que, ao regularizar o ciclo feminino, também agia sobre a hipófise, provocando sobre essa glândula um estado orgânico na mulher como se ela estivesse grávida. E, a partir daí, ela simulando essa gravidez, impede o amadurecimento de novos óvulos.

Essa era a função do anticoncepcional, como elemento utilizável pelas mulheres: fazer com que o organismo simulasse o tempo todo que a mulher está num estado de gestação, pela não ação da hipófise. Verificamos que a mulher simula, durante um longuíssimo tempo, algo que não é real e, obviamente, haverá consequências sobre o seu organismo.

Muitas alegam: Mas foi recomendação do meu médico!

Mas a orientação médica desses dias, com as exceções louváveis, é uma orientação materialista.

Grande número de facultativos não admite a existência da alma, do ser espiritual, não admite que nós sejamos Espíritos e que não estamos na Terra apenas para fazer sexo pelo sexo.

O sexo, ao lado da função procriadora, deve alimentar as almas que se unem pelos vínculos do respeito e do amor.

Deve servir para os grandes feitos da inteligência, para iluminar as criaturas e esses hormônios trocados, esses elementos trocados, do psiquismo de um para o psiquismo de outro, tem um endereço mais alto, que é a felicidade íntima da criatura.

É por essa razão que, quando o homem visita o bordel, o lupanar, para apenas auferir o prazer sensorial, aquilo não o satisfaz e ele tem que voltar de novo, como alguém que, na sede, decidir-se por beber água do mar. Pela sua salinidade, ela não sacia a sede.

É a partir disso então que, diante do anticoncepcional tão desbragadamente utilizado, vale a pena pensar que a mulher tem uma função diante das Leis Divinas. Usando ou não o contraceptivo, pensar que ela é a grande geradora da vida, a grande colaboradora de Deus, pelo mundo afora.



Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 198, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.

Programa gravado em agosto de 2009.

Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 15.08.2010.                                                                                           Em 16.11.2010.
      

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Aborto e Justiça Divina


"O aborto provocado, mesmo diante de regulamentos humanos que o permitem, é um crime perante as Leis de Deus. "- Emmanuel (Leis de Amor, Cap. XI)
*
O Espírito Emmanuel nos fala deste hediondo crime:
"Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza... Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação. "(Religião dos Espíritos, Cap. 17)
*
"A insensibilidade humana na prática do aborto cruel mostra quanto estamos distantes das Leis Divinas, ainda mais quando as instituições dos códigos humanos criam leis aprovando o direito à mulher de negar a continuidade da vida a um ser que está desenvolvendo-se dentro de seu próprio organismo. "
*
"O aborto provocado destrói não somente o corpo do bebê, mas também o santuário divino das formas humanas na mulher."
*
"O aborto provocado não será crime ante a Justiça Divina, quando se tem por finalidade salvar a vida da mãe, quando seu organismo não possuir condições de dar seqüência ao desenvolvimento fetal. Vejamos em "O Livro dos Espíritos" a Questão 359:"
"Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvara segunda?
"Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe."
*
"As conseqüências imediatas do aborto delituoso logicamente se refletem, primeiro e em maior grau, no organismo fisiopsicossomático da mulher, pois abortar é arrancar violentamente um ser vivo do claustro materno. "
*
"O centro genésico, que é o santuário das energias criadoras do sexo e tem sua contraparte na organização perispiritual da mulher, com a prática do aborto condenável sofre desequilíbrios profundos, ainda desconhecidos da ciência terrena. O Espírito André Luiz em seu livro "Evolução em Dois Mundos" descreve os resultados no mundo psíquico da mulher que comete o aborto delituoso: "
"É dessa forma que a mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de prudução a tempo certo ." (Evolução em Dois Mundos, Cap. XIV - Parte II)
*
"O crime do aborto não é simplesmente o de destruir um corpo que está se formando, mas também o de interferir no direito do Espírito reencarnante que realmente está dando vida ao feto, pois a partir do momento da concepção, o Espírito passa a atuar profundamente no crescimento do embrião. Analisemos o que nos esclarecem os Espíritos Superiores em "O Livro dos Espíritos" , na Questão 344: "
"Em que momento a alma se une ao corpo? "
"A união começa na concepção mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus. "
*
"Como na organização fetal existe um Espírito administrando o seu crescimento em simbiose mental com a mãe, em realidade já é o dono desse corpo em formação, e em sã consciência a mulher gestante não poderá dizer que é dona do feto e faz dele o que lhe aprouver, pois ela já está trabalhando em parceria com um Espírito, filho de Deus como ela mesma, e com os mesmos direitos de possuir um corpo e de voltar à Terra. "
*
"A mulher que cometeu aborto delituoso passa a sofrer conseqüências desagradáveis imediatas em seu próprio organismo, seja pelo surgimento de enfermidades variadas ou pelos processos sombrios da obsessão, em virtude da antipatia nascida no Espírito reencarnante, que vê seu tentame frustrado. Meditemos nas explicações de Emmanuel: "
"O aborto oferece conseqüências dolorosas especiais para as mães?
Resposta - O aborto oferece funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo cáncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam em aflitivos processos de obsessão. "(Leis de Amor, Cap. IV)
*
"Deus nos deixa com o livre-arbítrio para decidirmos se cometeremos ou não o hediondo crime do aborto, uma vez que somos responsáveis pelos nossos próprios atos. Mas Deus não dá a ninguém o direito de eliminar a vida de um ser que está em formação no organismo materno, pois este direito somente Ele o possui. Quem está patrocinando o renascimento de qualquer criança, antes de tudo, é DEUS. "
*
"A maior luz e a maior força de Amor na maternidade é a de DEUS. "
*
"A organização física e os elementos genésicos femininos e masculinos são criação de DEUS e todo o processo e formação da criança no ventre materno está sob a diretriz de Suas Leis. A participação da mulher na maternidade não é absoluta, mas parcial, pois a maior pertence a DEUS. Nossos filhos, antes de tudo, são filhos de DEUS, como esclarece o Espírito Emmanuel: "
"A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus. "(O Consolador , Pergunta 189)
*
"Observamos que, no processo expiatório do aborto cruel, as conseqüências mais infelizes permanecerão sempre com a mulher, quando sua prática nasce de sua única decisão. O remorso virá, mais cedo ou mais tarde, cobrando o reajuste. E também as reações psíquicas negativas do Espírito que deveria ser o futuro filho são resultantes quase que naturais, após o extermínio intra-uterino. André Luiz assim descreve o estado íntimo do Espírito frustrado em sua reencarnação:
"Isso ocorre não somente porque o remorso se lhe entranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e de desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino. (Evolução em dois Mundos , Cap. XIV - Parte II)
*
"Retira-se violentamente o organismo fetal do ventre materno, eliminando a vida física, mas não se consegue destruir o Espírito reencarnante, o qual, muitas vezes, permanece profundamente arraigado à tessitura perispirítíca da frustrada mãe, provocando os desequilíbrios mentais e dis unções orgânicas as mais diversas."
*
"Não podendo extinguir-se a simbiose psíquica com a mesma brevidade com que se elimina a vida em gestação no ventre materno, sua natureza de permuta magnética muda-se totalmente, porque o Espírito reencarnante transforma-se no seu mundo íntimo, que antes era de alegria e esperança, para as emoções traumatizadas de desapontamento, ódio e vingança, por não concordar com a destmição de seu organismo em formação. Geralmente são Espíritos sofredores com grandes problemas a enfrentar e resolver, a quem as mães insensíveis, em geral, devem muito em virtude dos compromissos afetivos espezinhados em vidas passadas, e que agora a bênção da reencarnação chama para o reajuste do destino."
"É preferível deixá-los reencarnar e ser para nós filhos-problemas, trazendo lutas incessantes para o lar, pois os sofrimentos serão muito menores do que se estivessem no mundo espiritual, cultivando perseguição implacável, pelos fios da obsessão atormentadora. Em manuel em o livro "Vida e Sexo" nos esclarece:"
"Se, porém, quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potenciais, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje - e isso ocorre bastas vezes, em todas as comunidades da Terra - inimigos recalcados que se nos entranham a vida Intima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimentos e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e inquietação. "(Vida e Sexo , Lição 17)
*
"As conseqüências desagradáveis do aborto delituoso podem ser imediatas e a longo prazo, principalmente para a mulher, seja no seu corpo físico, na atual existência, seja na vida espiritual após a morte, e também na próxima encarnação. Já analisamos o problema da obsessão por parte do Espírito reencamante que não pôde ser um filho na Terra. Vejamos agora as enfermidades na organização física da mulher, tendo como causa a prática do aborto. Esses desequilíbrios, que têm começo nesta existência, seguirão por muito tempo na organização psicossomática da mulher que engendrou o aborto cruel. Os desajustamentos do centro genésico no penspírito da mulher irão refletir-se em enfermidades graves do corpo físico, ao longo da existência terrena: "
"Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso. A mulher que o promove ou que venha a cometer semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos estes com os quais muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. E, então, que se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais. "(Ação e Reação, Cap. XV)
*
"Na vida corpórea, dificilmente percebemos que nossas enfermidades são resultados positivos de nossos deslizes diante da Lei Divina, mas na Vida Espiritual cada Espírito vê, sente e vive em si mesmo os reflexos negativos de seus pensamentos enfermiços, emoções inferiores e ações criminosas, praticadas na existência humana irresponsável. A miséria moral se estampa perfeitamente no mundo mental e tem como conseqüência a desorganização e a deformidade do corpo espiritual. E o que acontece com as mulheres que praticaram o aborto com plena liberdade e consciência do que estavam fazendo, segundo as declarações de André Luiz: "
"O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesa-maternidade mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante carregando uma chaga que a todo instante se denuncia. "(Evolução em Dois Mundos, Cap. XIV - Parte II)
*
"Para a mulher que praticou o aborto, injustificadamente, os sofrimentos continuarão na próxima encarnação, através dos desequilíbrios psíquicos diversos, enfermidades do útero e a grande frustração pela impossibilidade de gerar filhos. Mesmo a mulher que praticou o aborto, após já ter concebido o primeiro ou o segundo filho, receberá, na próxima encarnação; os sintomas perturbatórios de seu crime, justamente depois do primeiro ou do segundo filho, período exato em que praticou o aborto na existência anterior. Diversos problemas que sofrem hoje as mulheres no exercício da maternidade têm suas causas profundas nos deslizes do passado, que hoje surgem no corpo físico como reflexo positivo da desorganização perispirítica."
"Em razão disso, nem sempre a mulher recupera a saúde, afetada por esses transtornos, somente com o uso de medicamentos e hábeis cirurgias da medicina terrestre, pois há que resgatar em si mesma, à custa de muitos sofrimentos, suportados com fé e abnegação, os crimes do ontem, para aprender a valorizar, respeitar e amparar a vida dos filhos que Deus temporariamente lhe entrega nas mãos."
*
"Todos aqueles que induzem ou auxiliam a mulher na eliminação do nascituro possuem também a sua culpabilidade no ato criminoso: maridos ou namorados que obrigam as esposas, médicos que estimulam e o realizam, enfermeiras e parteiras inconscientes. Para a justiça humana, não há crime, nem processo, nem punição, na maioria dos casos, mas para a JUSTIÇA DIVINA todos os envolvidos no ato criminoso sofrerão as conseqüências sombrias, imediatas ou a longo prazo, de acordo com o seu grau de culpabilidade. Emmanuel nos esclarece bem isso:"
"O aborto oferece conseqüências dolorosas especiais para os pais? Resposta - Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos percalços e sombras da vida espiritual de esferas inferiores. "(Leis de Amor, Pergunta 04)
BARCELOS, Walter. Sexo e Evolução. FEB. Trechos extraídos do Livro Sexo e Evolução.