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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Regiões Umbralinas



Regiões Umbralinas


Realmente, existem regiões espirituais próximas à Crosta cuja paisagem é desoladora, regiões onde prevalece a sombra , como projeção mental do remorsos dos irmãos desencarnados que habitam transitoriamente... São regiões de penumbra, onde prevalece o sofrimento e onde  os espíritos libertos do corpo vagueiam , á procura de si mesmos... . Regiões inóspitas, arenosas por vezes, pantanosas outras tantas, onde os companheiros desencarnados expiam as suas faltas entre lamentações e recriminações que não cessam...
Homens e mulheres que deixaram o corpo, desnorteados, praticaram crimes, fizeram sofrei, foram injustos, espezinharam, comprometeram a felicidade do semelhante... Homens e mulheres fora do corpo que se recusam a subir, porque o arrependimento lhes pesa de maneira excessiva e os prende à retaguarda, como se ansiassem por voltar atrás para reparar os males praticados...
Espíritos que se tornam prisioneiros de mentes poderosas porém desprovidas de qualquer impulso generoso...Espíritos intelectualizados que caíram sucessivas vezes por suas artimanhas inconfessáveis e que lutam nas paragens espirituais para se manterem como estão; fogem à reencarnação, não desejam esclarecimento, porquanto o esclarecimento os colocaria diante de si mesmos para indispensável reparação; inutilmente lutam contra os Desígnios Superiores e permanecem em situação estacionária por longo tempo.
Muitos desses irmãos, aos quais nos referimos, se arrastam nas regiões de sofrimento que interpenetram a Terra, não claro, por dezenas de anos, ocultam-se na noite ou fogem à claridade solar, não conseguindo fitar nada que lhes lembre uma réstia de luz; não ousam pronunciar o nome de Deus, balbuciam palavras de desespero entrecortadas de blasfêmias e gritos de revolta, erguem os punhos, socando o ar, como se estivessem desafiando a Divindade, cospem para o alto, como se ansiassem, de novo, por cuspir na face imaculada dp Senhor, qual outrora os homens fizeram antes de setenciá-Lo à morte ignominiosa na cruz. São regiões extensas, nebulosas, regiões e muitos relâmpagos e trovoes mas nenhuma chuva, solo estéril por vezes, charcos habituados por aves de rapina e outros espíritos, praticamente sepultados vivos em lama até o pescoço, como se estivessem se debatendo numa luta infindável, para não serem tragados de vez...
Evidentemente, a região espiritual que descrevemos não é uma criação de Deus, que apenas criou o belo, de Deus, que tão somente disse;” Faça-se a luz, e a luz se fez....”Essas regiões purgatoriais, que começam aqui mesmo , nas vizinhanças do solo terrestre, são criadas pelas mentes enfermiças no corpo e, principalmente, fora do corpo, que se agrupam por afinidade, que naturalmente as atrai pelo remorso, pela revolta, pela cólera, pelos sentimentos subalternos e paixões exacerbadas.
Não acreditamos, todavia, que esses nossos irmãos estejam assim relegados à própria sorte. Grupos missionários, falanges iluminadas periodicamente descem às entranhas das obscuras dimensões espirituais, resgatando espíritos perturbados, assim como habitualmente os nossos companheiros visitam as favelas, os bairros da periferia, os casebres nos morros, aqueles que habitam palhoças ou verdadeiras ruínas; os devotados Benfeitores da Vida Maior organizam excursões socorristas e adentram as trevas com o Evangelho nas mãos, à semelhança de sublime archote desfazendo a escuridão...
Oremos por todos eles e por todos nós, que, quase sempre, na intimidade de nós mesmos, nos situamos, ainda mourejando no corpo de carne, em regiões espirituais idênticas, pela invigilância, pelo sentimento de orgulho e de ambição, pelos desequilíbrios que albergamos, pelas nossas aflições e pensamentos contra os nossos irmãos em Humanidade


                     Livro : Falando a Mediunidade
                   Carlos A. Baccelli
                   Odilon Fernandes

sábado, 27 de outubro de 2012

Qual o Futuro do Homem para Lá do Túmulo?


Rodolfo Calligaris
Malgrado todos os espiritualistas cristãos (considerados como tais os que concebem a alma como um ser moral distinto do corpo físico, ao qual sobrevive) apontem as Escrituras Sagradas como base dos princípios fundamentais de sua fé, várias e contraditórias são as suas teorias acerca dessa magna questão.
Na opinião de uns, a sorte das almas decide-se no próprio instante da morte. As "eleitas" vão imediatamente para o céu, e as "rejeitadas", para o inferno. Isso até o dia do juízo universal, ocasião em que voltarão a unir-se a seus corpos ressurretos, sem os quais (dizem) nem aquelas conseguem ser completamente felizes, nem estas podem ser convenientemente castigadas.
Segundo outra concepção, além do céu e do inferno, existiria uma estância intermediária: o purgatório, lugar de expiação para as almas que, não estando inteiramente livres do pecado, tenham algumas penas a descontar antes de serem recebidas no céu. Também para os partidários desta crença, haverá, no juízo universal, uma religação das almas a seus antigos corpos para que, juntos, recebam sua sentença de glória ou de condenação.
No entender de outros, ocorrendo à morte, as almas trespassadas perdem a consciência de tudo e ficam como que em sono profundo, até o evento do juízo. Somente nesse dia é que os justos ressuscitarão para a vida eterna, sendo que os considerados maus ou serão destruídos ou descerão para as regiões onde há choro e ranger de dentes.
Há ainda quem afirme que o céu já está lotado por um número certo de almas santificadas, não havendo lá mais vaga para ninguém. No final dos tempos, os que merecerem a graça da salvação, terão seu futuro "habitat" aqui mesmo na Terra, que, devidamente expurgada, transformar-se-á em delicioso paraíso.
Essas doutrinas só se põem inteiramente de acordo em um ponto. E' quando dogmatizam que o homem vive apenas uma vez (ainda que, em certos casos, por apenas alguns minutos), depois do que sua boa ou má sorte será definitivamente selada, sem que lhe seja possível, além sepultura, arrepender-se e emendar-se.
Ora, o que se vê neste mundo é que, do selvagem ao civilizado, os dons se evidenciam assaz desproporcionados, o mesmo acontecendo com o nível de moralidade. Nem mesmo ao nascerem, as criaturas se apresentam igualmente dotadas. Assim, se o futuro de cada ser, na eternidade, dependesse realmente de uma só vida corpórea, então Deus devera ensejar a todos as mesmas aptidões e oportunidades de instruir-se, assim como igualar a duração da existência humana, porquanto premiar uns com deleites infinitos e condenar outros a torturas atrozes para todo o sempre, sem lhes haver assegurado uniformidade de condições para merecerem este ou aquele destino, constituiria a mais tremenda injustiça.
Outrossim, se os mortos não pudessem, mesmo, arrepender-se de seus erros, nem tomar novas resoluções, qual a utilidade da pregação do Evangelho feita a eles pelo próprio Cristo, corno se lê em I S. Pedro, 4 :6?
A Doutrina Espírita responde à indagação que serve de título a estas linhas dizendo que, como filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, todos os homens se destinam à perfeição, o que vale dizer, à felicidade.
Através das vidas sucessivas, todos hão de assenhorear-se da Verdade e, de progresso em progresso, vir a "amar o próximo como a si mesmos", conquistando destarte o "reino do céu", que é um estado (retidão de consciência) e não propriamente um lugar.
Com tal destinação, a alma deve caminhar sempre para frente e para o alto, crescendo em ciência e em virtude, rumo à Razão Infinita e ao Supremo Bem.
Cada uma das existências terrestres ou nos milhares de mundos que pontilham o Universo, não é senão um episódio da grande vida imortal. Em cada uma delas, vencemos um pouco da ignorância e do egoísmo que há em nós, depuramo-nos, fortalecemo-nos intelectuais e moralmente, até que, por merecimento próprio, adquiramos o acesso aos planos superiores da espiritualidade, moradas de eterna beleza, sabedoria e amor!
Leitor amigo: não é esta a doutrina que melhor se coaduna com a majestade e os excelsos atributos do Criador?
(Revista Reformador de março de 1964)