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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CURA DE UMA FRATURA PELA MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL.


Nossos leitores se lembram, sem dúvida, do caso de cura quase instantânea de uma
entorse, operada pelo Espírito do doutor Demeure, poucos dias depois de sua morte, e
que relatamos na Revista do mês de março último, assim como o relato da cena tocante
que teve lugar nessa ocasião. Esse excelente Espírito vem ainda assinalar sua boa
vontade por uma cura mais maravilhosa ainda sobre a mesma pessoa. Eis o que se nos
escreve de Montauban, em 14 de julho de 1865:
O Espírito do doutor Demeure vem de nos dar uma nova prova de sua solicitude e
de seu profundo saber: eis em que ocasião.
Na manhã de 26 de maio último, a Senhora Maurel, nosso médium vidente e
escrevente mecânico, teve uma queda infeliz e quebrando o antebraço, um pouco abaixo
do cotovelo.
Essa fratura, complicada com distenções do punho e do cotovelo estava bem
caracterizada pelo estalo dos ossos e o inchaço que lhe são os sinais mais certos.
Sob a impressão da primeira emoção produzida por esse acontecimento, os pais da
Senhora Maurel foram procurar o primeiro médico encontrado, quando esta, retendo-os,
tomou um lápis e escreveu medianimicamente com a mão esquerda: "Não vades procurar
um médico; eu me encarrego disso. Demeure." Esperou-se, pois, com confiança.
Segundo as indicações do Espírito, faixinhas e um aparelho foram imediatamente
confeccionados e colocados. Uma magnetização espiritual foi em seguida praticada pelos
bons Espíritos que ordenaram, provisoriamente, o repouso.
Na noite do mesmo dia, alguns adeptos convocados pelos Espíritos se reuniram na
casa da Senhora Maurel, que, adormecida por um médium magnetizador, não tardou em
entrar em sonambulismo. O doutor Demeure continuou então o tratamento que não tinha
senão esboçado de manhã, agindo mecanicamente sobre o braço fraturado. Já, sem
outro recurso aparente que sua mão esquerda, nossa doente tinha tirado prontamente o
primeiro aparelho, sendo mantidas somente as tirinhas, quando se viu esse membro
tomar insensivelmente, sob a influência da atração magnética espiritual, diversas
posições próprias para facilitar a redução da fratura. Parecia ser, então, o objeto de
toques inteligentes, sobretudo no ponto onde deveria se efetuar a soldadura dos ossos;
alongando-se em seguida sob a ação de trações longitudinais.
Depois de alguns instantes dessa magnetizações espiritual, a senhora Maurel só
procedeu à consolidação das tirinhas e a uma nova aplicação do aparelho, consistente
em duas tabuinhas se ligando entre si e ao braço por meio de uma correia. Tudo, pois,
tinha se passado como se um cirurgião hábil tivesse operado ele mesmo visivelmente; e,
coisa curiosa, ouvia-se durante o trabalho estas palavras que o aperto da dor, escapava
da boca da paciente: "Não aperteis tão forte!... Vós me fazeis mal!..." Ela via o Espírito do
doutor, e era a ele que se dirigia, suplicando para poupar sua sensibilidade. Era, pois,
realmente um ser invisível para todos exceto para ela, e que lhe apertava o braço,
servindo-se inconscientemente de sua própria mão esquerda.
Qual era o papel do médium magnetizador durante esse trabalho? Parecia inativo
aos nossos olhos; sua mão direita, apoiada sobre a espádua da sonâmbula, contribuía
com sua parte no fenômeno, pela emissão dos fluidos necessários à sua realização.
Na noite de 27 para 28, a Senhora Maurel, tendo desarranjado seu braço em
conseqüência de uma falsa posição tomada durante seu sono, uma forte febre tinha se
declarado, pela primeira vez; era urgente remediar esse estado de coisas. Reuniram-se,
pois, de novo, em 28, e uma vez o sonambulismo declarado, a cadeia magnética foi
formada, a convite dos bons Espíritos. Depois de vários passes e diversas manifestações,
em tudo semelhantes às descritas mais acima, o braço foi recolocado em bom estado,
não sem ter feito sentir a essa pobre senhora muitos sofrimentos cruéis. Apesar desse
novo acidente, o membro já sentia o efeito salutar produzido pelas magnetizações
anteriores; é o que prova o que segue, de resto. Desembaraçada momentaneamente de
suas tirinhas, ela repousava sobre os cotovelos, quando, de repente, foi levantada alguns
centímetros numa posição horizontal e dirigida docemente da esquerda para direita e
reciprocamente; abaixou-se em seguida obliquamente e foi submetida a uma nova tração.
Depois os Espíritos se puseram a torcê-lo, a retorcê-lo em todos os sentidos e de tempo
em tempo, fazendo movimentar jeitosamente as articulações do cotovelo e do punho. De
tais movimentos automáticos impressos a um braço fraturado, inerte, sendo contrários a
todas as leis conhecidas da gravidade e da mecânica, só à ação fluídica que se pode
atribuir-lhe a causa. Se não fosse a certeza da existência dessa fratura, assim como os
gritos dilacerantes dessa infeliz senhora, eu teria tido muita dificuldade, confesso-o, para
admitir esse fato, um dos mais curiosos que a ciência possa registrar. Posso, pois, dizer,
com toda a sinceridade, que me sinto muito feliz por ter podido ser testemunha de um
semelhante fenômeno.
Em 29,30,31 e dias seguintes, magnetizações espirituais sucessivas, acompanhadas
de manipulações variadas de mil maneiras, levaram a uma melhora sensível ao estado
geral de nossa doente; o braço tomava todos os dias novas forças. O dia 31, sobretudo, é
de se assinalar, como marcando o primeiro passo feito para a convalescença. Nessa
noite, dois Espíritos que se faziam notar pelo brilho de sua irradiação, assistiam nosso
amigo Demeure; pareciam lhe dar conselhos, e este se apressava em pô-los em prática.
Um deles mesmo se punha, de tempos em tempos, à obra, e, por sua doce influência,
produzia sempre um alívio instantâneo. Pelo fim da noite, as tabuinhas foram, enfim,
definitivamente abandonadas e as faixinhas ficaram sozinhas para sustentar o braço e
mantê-lo numa posição determinada. Devo acrescentar que, além disso, o aparelho de
suspensão vinha se juntar à solidez suficiente da bandagem. Assim, no sexto dia após o
acidente, e apesar da deplorável recaída sobrevinda em 27, a fratura estava em um tal
caminho de cura, que o emprego dos meios postos em uso pelos médicos durante trinta
ou quarenta dias teria se tornado inútil. No dia 4 de junho, dia fixado pelos bons Espíritos
para a redução definitiva dessa fratura complicada com distensões, se reuniram à noite. A
senhora Maurel, apenas em sonambulismo, se pôs a desenrolar as faixinhas que
envolviam ainda seu braço, imprimindo-lhe um movimento de rotação tão rápido que o
olho tinha dificuldade em seguir os contornos da curva que descrevia. A partir desse
momento, ela se servia de seu braço como de hábito; ela estava curada.
No fim da sessão, ocorreu uma cena tocante, que merece ser narrada aqui. Os bons
Espíritos, em número de trinta, formavam no começo uma cadeia magnética paralela
àquela que nós mesmos formávamos. A senhora Maurel, estando colocada, pela mão
direita, em comunicação direta sucessivamente com cada par de Espíritos, recebia,
colocada como estava no interior das duas cadeias, a ação benfazeja de uma dupla
corrente fluídica enérgica. Radiante de alegria, esperava com solicitude a ocasião para
agradecer-lhes efusivamente pelo concurso poderoso que tinham prestado à sua cura. A
seu turno, recebia deles encorajamentos para perseverar no bem. Isto terminado, ela
tentou suas forças de mil modos; apresentando seu braço aos assistentes, fazendo-os
tocar as cicatrizes da soldadura dos ossos; ela lhes apertava a mão com força,
anunciando-lhes com alegria a sua cura operada pelos bons Espíritos. Em seu despertar,
vendo-se livre em todos seus movimentos, ela desmaiou, dominada por sua profunda
emoção!....
Quando se é testemunha de tais fatos, não se pode senão proclamá-los bem alto,
porque merecem atrair a atenção das pessoas sérias.
Por que, pois, encontra-se, no mundo inteligente, tanta resistência para admitir a
intervenção dos Espíritos sobre a matéria? Porque se encontram pessoas que crêem na
existência e na individualidade do Espírito, e que lhes recusam a possibilidade de se
manifestarem, é porque não se dão conta das faculdades físicas do Espírito que se
afigura imaterial de maneira absoluta. A experiência demonstra, ao contrário, que, por sua
natureza própria, ele age diretamente sobre os fluidos imponderáveis, e,
conseqüentemente, sobre os fluidos ponderáveis, e mesmo sobre os corpos tangíveis.
Como procede um magnetizador comum? Suponhamos que queira agir sobre um
braço, por exemplo: concentra sua ação sobre esse membro, e por um simples
movimento de seus dedos, executado à distância e em todos os sentidos, agindo
absolutamente como se o contato da mão fosse real, ele dirige uma corrente fluídica
sobre o ponto desejado. O Espírito não age de outro modo; sua ação fluídica se transmite
de perispírito a perispírito, e deste para o corpo material. O estado de sonambulismo
facilita consideravelmente essa ação, em conseqüência do desligamento do perispírito,
que se identifica melhor com a natureza fluídica do Espírito, e sofre então a influência
espiritual elevada à sua maior força.
Toda a cidade está ocupada com essa cura obtida sem o concurso da ciência oficial
e cada um disse a sua palavra. Uns pretenderam que o braço não tinha sido quebrado;
mas a fratura tinha sido muito e devidamente constatada por numerosas testemunhas
oculares, entre outras pelo doutor D... que visitou a doente durante o tratamento; outros
disseram: "É muito surpreendente" e ficaram nisso; é inútil acrescentar que alguns
afirmaram que a senhora Maurel tinha sido curada pelo diabo; se ela não tivesse estado
nas mãos de profanos, teriam visto ali um milagre. Para os Espíritas, que se dão conta do
fenômeno, nisso vêem muito simplesmente a ação de uma força natural desconhecida até
nós, e que o Espiritismo veio revelar aos homens.
Notas. - Se há fatos espíritas que poderiam, até certo ponto, atribuir à imaginação,
como os de visões, por exemplo, não poderia ocorrer o mesmo aqui; a senhora Maurel
não sonhou que tinha quebrado o braço, não mais do que as numerosas pessoas que
seguiram o tratamento; as dores que ela sentia não eram da alucinação; sua cura em oito
dias não é uma ilusão, uma vez que se serve de seu braço. O fato brutal está aí, diante do
qual é preciso necessariamente se inclinar. Ele confunde a ciência, é verdade, porque, no
estado atual dos conhecimentos, parece impossível; mas não foi assim todas as vezes
que se revelaram novas leis? É a rapidez da cura que vos espanta? Mas é que a
medicina não descobriu muitos agentes muito mais ativos do que aqueles que ela
conhecia para apressar certas curas? Não se encontrou nestes últimos tempos o meio de
cicatrizar quase instantaneamente certas feridas? Não se encontrou aquele de ativar a
vegetação e a frutificação? Por que não haveria aquele para ativar a soldadura dos
ossos? Conheceis, pois, todos os agentes da Natureza, e Deus não tem mais segredos
para vós? Não é mais lógico negar hoje a possibilidade de uma cura rápida, do que não o
foi, no século último, negar a possibilidade de fazer, em algumas horas, o caminho que se
gastavam dez dias para percorrer? Esse meio, direi, não está no códice, é verdade; mas é
que antes de que a vacina ali estivesse inscrita, seu inventor não foi tratado de louco? Os
remédios homeopáticos não são, não mais, o que impede os médicos homeopatas se
encontrarem por toda a parte e curar. De resto, como não se trata aqui de um preparado
farmacêutico, é mais do que provável que esse meio não figurará por muito tempo na
ciência oficial.
Mas, dir-se-á, se os médicos vierem exercer sua arte depois de sua morte, vão fazer
concorrência aos médicos vivos; é muito possível; no entanto, que estes últimos se
tranqüilizem se lhes tiram
algumas práticas, não é para suplantá-los, mas para lhes provar que não estão
inteiramente mortos, e oferecer o seu concurso desinteressado àqueles que quiserem
bem aceitá-lo; para melhor fazê-los compreender, mostram-lhes que, em certas
circunstâncias, pode-se passar sem eles. Sempre houve médicos, e assim o será sempre;
somente aqueles que aproveitarem as novidades que lhe trazem os desencarnados, terão
uma grande vantagem sobre aqueles que ficarão para trás. Os Espíritos vêm ajudar o
desenvolvimento da ciência humana, e não suprimi-la.
Na cura da senhora Maurel, um fato que surpreendeu talvez mais do que a rapidez
da soldadura dos ossos, foi o movimento do braço fraturado que parecia contrário a todas
as leis da dinâmica e da gravidade. Contrário ou não, o fato aí está; uma vez que existe, é
que tem uma causa; uma vez que se renova, e que está submetida a uma lei; ora, é esta
a lei que o Espiritismo vem nos dar a conhecer pelas propriedades dos fluidos
perispirituais. Esse braço que, submetido somente às leis da gravidade, não poderia se
levantar, supondo-o mergulhado num líquido de uma densidade muito maior do que o ar,
todo fraturado que está, sendo sustentado por esse líquido que lhe diminui o peso, poderá
se mover nele sem dificuldade, e mesmo ser levantado sem o menor esforço; é assim
que, num banho, o braço que parece muito pesado fora da água parece muito leve na
água. Ao líquido substitui um fluido gozando das mesmas propriedades e tereis o que se
passa neste caso presente, fenômeno que repousa sobre o mesmo princípio que o das
mesas e das pessoas que se mantêm no espaço sem ponto de apoio. Este fluido é o
fluido perispiritual que o Espírito dirige à sua vontade, e do qual modifica as propriedades
unicamente pelo ato de sua vontade. Na circunstância presente, deve-se, pois, se
representar o braço da senhora Maurel mergulhado num meio fluídico que produz o efeito
do ar sobre os balões.
Alguém perguntou a esse respeito se, na cura dessa fratura, o Espírito do doutor
Demeure tinha agido com ou sem o concurso da eletricidade e do calor. A isso
respondemos que a cura foi produzida, naquele caso, como em todos os de cura pela
magnetização espiritual, pela ação do fluido emanado do Espírito; que esse fluido embora
etéreo, não é menos da matéria; que pela corrente que lhe imprime, o Espírito pode
impregná-lo e saturar todas as moléculas da parte enferma; que pode modificar-lhe as
propriedades, como o magnetizador modifica as da água, e lhe dá uma virtude curativa
apropriada às necessidades; que a energia da corrente está em razão do número, da
qualidade e da homogeneidade dos elementos que compõem a cadeia das pessoas
chamadas a fornecer seu contingente fluídico. Essa corrente, provavelmente, ativa a
secreção que deve produzir a soldadura dos ossos, e leva assim a uma cura mais pronta
do que quando ela é entregue a si mesma.
Agora, a eletricidade e o calor desempenham um papel nesse fenômeno? Isto é
tanto mais provável quanto o Espírito não cura por um milagre, mas por uma aplicação
mais judiciosa das leis da Natureza, em razão de sua clarividência. Se, como a ciência é
levada a admiti-lo, a eletricidade e o calor não são fluidos especiais, mas modificações ou
propriedades de um fluido elementar universal, eles devem fazer parte dos elementos
constitutivos do fluido perispiritual; sua ação, no caso presente, é, pois, implicitamente
compreendida, absolutamente como quando se bebe vinho, bebe-se necessariamente a
água e o álcool.
Revista Espírita 1865/Setembro

sábado, 8 de setembro de 2012

O amor cobre a multidão de pecados


Antônio Carmo Rubatino-Reformador/Outubro 2005
Uma torrente infindável de mágoas e sentimentos contraditórios leva contingentes de seres humanos exaustos a formar um séqüito de sofredores à procura de socorro psiquiátrico ou psicológico, multiplicando o volume das análises e divãs em consultórios e clínicas.
Quantitativo crescente de casosaporta aos templos religiosos, num desesperado apelo para a fé como
última saída para uma coletânea de ressentimentos, num intricado labirinto de angústias e depressões.
Em grande parte, é a dificuldade nossa de cada dia de desculpar, de desculpar-se, de começar de novo.
Dificuldade que emerge dos relacionamentos diários, tornando a vida uma administração de conflitos
– na família, na escola, no trabalho, no trânsito, no lazer. Até na Casa Espírita.
A Ciência vem fazendo importantes constatações na área do comportamento humano, levando pesquisadores a formular conceitos de extrema relevância, capazes de alterar substanciosamente a qualidade
de vida de indivíduos, famílias e grupos sociais. Revolucionando diagnósticos e substituindo terapias
convencionais, conduzindo pacientes a trocar prolongados tratamentos alopáticos por terapias inovadoras,
os níveis do conhecimento indicam a mudança de hábitos comopré-requisito terapêutico à erradicação
de males de etiologia complexa. Sem externar crenças, a maioria dos pesquisadores evita revelar
convicções religiosas de modo a dar às conclusões caráter de cunho estritamente científico, mas
acabam por fornecer subsídios valiosos ao argumento da religiosidade corrente.
Estudiosos de Stanford relataram valiosas observações, levando o cientista Fred Luskin a tratar do assunto
com admirável propriedade quando torna pública parte desse importante acervo(1):
“Estudos científicos mostram com clareza que o aprendizado do perdão é bom para a saúde e bem-
-estar – bom para a saúde mental e, de acordo com dados recentes, bom para a saúde física.
“(...) Definitivamente, o passado é passado.
“(...) A doença cardíaca é a causa mortis principal tanto para homens quanto para mulheres.
“(...) a raiva provoca a liberação de substâncias químicas associadas ao estresse, que alteram o funcionamento do coração e causam o estreitamento das artérias coronárias e periféricas.
“(...) O perdão é uma experiência complexa, que modifica o nível da autoconfiança, de ações,
pensamentos, emoções e sentimentos espirituais de pessoa vítima de afronta. Acredito que aprender a
perdoar os sofrimentos e ressentimentos da vida seja um passo importante para nos sentirmos mais
esperançosos e conectados espiritualmente, e menos deprimidos.”
Pasma o relato circunstanciado do Dr. Fred Luskin sobre algo que não é estranho ao meio espírita(2):
“Imagine que o que você vê em sua mente está sendo visto numa tela de tevê.
(...) Pelo seu controle remoto você determina o que se apresenta na sua televisão. Imagine agora que
cada um tenha um controle remoto para mudar o canal que está vendo na mente.
(...) desse ponto de vista, a mágoa pode ser vista como um controle remoto travado no canal da
mágoa.”
O raciocínio do cientista faz-nos rememorar a rica literatura advinda através de Chico Xavier, da
valiosa colaboração de André Luiz(3):


“(...) Estupefato, comecei a divisar formas movimentadas no âmbito da pequena tela sombria. Surgiu
uma casa modesta de cidade humilde. Tive a impressão de transpor- lhe a porta. Lá dentro, um quadro
horrível e angustioso. Uma senhora de idade madura, demonstrando crueldade impassível no rosto,
lutava com um homem embriagado.
– ‘Ana! Ana! pelo amor de
Deus! não me mates! – dizia ele, súplice,
incapaz de defender-se. –
‘Nunca! Nunca te perdoarei! (...)’.”
Com toda a sua dinâmica de desvendar o conhecimento a partir de observação repetida e sistemática,
a ciência experimental vem galgando passos importantes na disseminação do saber, dando saltos
quantitativos gigantescos, ora muito objetiva e rapidamente, ora muito lenta e gradualmente. E a variante
dos novos passos que são dados tem a vontade como mola propulsora.
Quando deseja, o homem caminha rápido, muito rápido; quando não, demora-se nas enseadas da
vida, às vezes evitando tratar abordagens incômodas ou de futuro incerto, postergando o transcendente
para outra instância, receoso de chegar a conclusões embaraçosas, que possam implicar em mudanças
importantes nos valores cultuados.
A ciência e a religião tocam-se nas linhas infinitas do tempo.
O Meigo Nazareno já havia recomendado o perdão na sua mensagem consoladora ao colégio apostólico,
aos discípulos, e, em todos os conflitos, externava generosidade e compreensão, procurando substituir a ofensa pela desculpa, a intransigência pela tolerância, a mágoa pelo amor. Recomendara a um
dileto amigo que desculpasse ilimitadas vezes, como que procurando dizer a ele que o perdão age como
medicamento profilático, vacinal, capaz de substituir vincos na fronte cerrada e ameaçadora pela amena
descontração de um riso relaxante e confortador (4). Acostumado a observar a infantilidade de conflituosos
contemporâneos, desaconselhava o litígio, endereçando as querelas a soluções que esvaziam as disputas (5).
Como quem quisesse nos dizer que a maioria dos aborrecimentos do dia-a-dia passariam despercebidos,
se pudéssemos as mais das vezes dizer ao semelhante que nos desafia:
– Estou errado, enganei-me.
Não faria de novo.
Habituados a não reconhecer o próprio erro, sempre empenhamos recursos verbalísticos persuasivos,
no afã de evitar o mea culpa que deixaria o assunto exaurir-se de per si. Opta-se por tentar identificar
o erro no semelhante ou descobrir nele a contribuição para a contenda, crendo na sua dissimulação,
capaz de aviltar a verdade para esquivar-se de qualquer transgressão.
De Pedro vem observação interessante, que não cogita da contenda, dotada de senso de oportunidade,
atualíssima na sociedade em que estamos inseridos, onde o conflito ainda é a via primeira para solucionar
questões do dia-a-dia (6):
(...) tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre a multidão de pecados.
Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem reclamar. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os
oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre...
Desculpar não é aceitar o erro que alguém pratica. Mas reconhecer o erro, nosso ou do nosso semelhante,
sem se ofender. Sem se magoar.
Sem ter que sentir de novo, no dia seguinte, a contrariedade da véspera: portanto, sem se ressentir.
É aceitar as pessoas, e a nós mesmos, sem ficarmos presos aos acontecimentos indesejados da vida em
sociedade. É admitir que “o passado é passado”, como afirma FredLuskin. Ou o próprio Emmanuel
quando escreveu: “Agora, eis o momento
da melhora que procuras. (...)
Ontem não mais existe (...).” (7)
AGORA
Agora, eis o momento
Da melhora que buscas.
De nada te lastimes.
Ontem não mais existe.
De tudo o que se foi,
Só a lição perdura.
Renova-te e caminha
Sobre o eterno presente.
Olha o tronco podado
Lançando ramos novos.
Não pares, segue e serve.
Deus cuidará de ti.
Emmanuel

1O Poder do Perdão, Fred Luskin. Editora Novo
Paradigma, cap. 7.
2Idem, ibidem, cap. 9
3Os Mensageiros – Francisco C. Xavier, pelo
Espírito André Luiz, cap. 23, p. 147, Ed. FEB.
4Mateus, 18:21-22.
5Mateus, 5:23-24.
6I Pedro, 4:8-11.
7Espera Servindo, pelo Espírito Emmanuel,
GEEM.