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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Terapia do Passe (...)"– Preciso de um passe. Estou muito irritado, com os nervos em frangalhos. Tive uma discussão homérica com minha esposa. Quase chegamos a vias de fato. Dificilmente será beneficiado, porquanto espera pelo passe para eliminar a irritação, sem compreender que é preciso evitar a irritação para receber o passe"...

ador • Dezembro 2006
Transfusão de energias, o passe magnético é um recurso milenar, usado desde as culturas mais remotas, com resultados surpreendentes, em favor da saúde humana.
Foi largamente empregado por Jesus. Dotado de potencial incomparável, o Mestre curava insidiosos
males do corpo e da alma.
Multidões o buscavam, atraídas muito mais pelos prodígios que operava sem que se atentasse à excelência
de seus princípios.
Algo semelhante ocorre na atualidade com o Espiritismo. As pessoas comparecem ao Centro Espírita como quem vai a um hospital, em busca de cura para males variados.
Expositores costumam evocar velho adágio, que até parece versículo evangélico:
Quem não vem pelo amor, vem pela dor.
Raros procuram a Doutrina movidos pelo amor ao conhecimento.
A dor é bem o Sino de Deus a nos convocar para o exercício de religiosidade. Quando plange, insistente, a alma se põe genuflexa, com disposição até para enfrentar os preconceitos ditados pela ignorância,
em busca de cura para seus males.
E situa-se o Centro Espírita como hospital, num primeiro momento, escola depois; por último,
abençoada oficina de trabalho para aqueles que perseveram na freqüência, acordados para os objetivos
do mergulho na carne, definidos na questão 132, de O Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta
qual o objetivo da encarnação dos Espíritos.
Responde o mentor espiritual:
Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.
Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca
na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia
com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É
assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
O mentor espiritual que assistia Kardec enfatiza as maravilhosas oportunidades de progresso e
de participação na obra da Criação, que Deus nos oferece na experiência humana, utilizando essa
máquina incomparável que é o corpo humano.
Por mau uso, a desgastamos e desarranjamos freqüentemente.
Em nosso socorro, a Misericórdia Divina mobiliza infinitos recursos para o “conserto”.
Dentre eles, o maravilhoso passe magnético.
Imperioso, porém, alertar os beneficiários de que sua eficiência obedece a dois fatores primordiais:
O primeiro é a capacidade do passista, subordinada não tanto ao conhecimento da mecânica do serviço, mas, sobretudo, à pureza de seus sentimentos e ao desejo de servir.
Passista distraído do empenho de renovação e que desenvolve essa atividade como um assalariado,
interessado nos benefícios que receberá, sem cogitar dos benefícios que deve prestar, jamais será um
instrumento confiável da Espiritualidade.
Noutro dia perguntaram-me se alguém assim pode prejudicar o paciente.
Só se houver intencionalidade.
Se o passista, com raiva do paciente, impuser-lhe as mãos a afirmar, em pensamento:
– Quero que você se dane! Que fique doente e morra!
Assustador, amigo leitor?
Não se preocupe. Seria apenas uma vibração negativa, do mesmo teor deletério de quem grita,
xinga, ofende, capaz de causar embaraços ao objeto dela, mas considerado aqui o fator sintonia.
Se o “bombardeado” tem um comportamento equilibrado, habituado à oração, a cultivar a serenidade,
não será afetado.
E esteja sossegado. Ninguém se dispõe a participar do serviço do passe com a intenção de prejudicar
desafetos.
Considerando que a assistência espiritual é sempre monitorada e sustentada por mentores espirituais,
as deficiências humanas podem ser superadas, desde que seja cumprida a outra condição: a receptividade
do paciente. O aproveitamento depende de seu empenho por colocar-se em sintonia com o serviço.
Para que isso ocorra, é importante que nas palestras doutrinárias seja explicado aos interessados
o que é o passe, como funciona e quais as condições necessárias a fim de que surta efeito.
Cuidados indispensáveis:
 Disciplina das emoções.
No atendimento fraterno:
– Preciso de um passe. Estou muito irritado, com os nervos em frangalhos. Tive uma discussão
homérica com minha esposa.
Quase chegamos a vias de fato.
Dificilmente será beneficiado, porquanto espera pelo passe para eliminar a irritação, sem compreender
que é preciso evitar a irritação para receber o passe.
 Atenção às palestras.
Fala-se de Espíritos obsessores que procuram neutralizar com o sono a assimilação de esclarecimentos
capazes de subtrair os participantes à sua influência.
Pode acontecer, mas na maior parte das vezes o que ocorre é o desinteresse. São freqüentadores
que vêem o recinto das palestras como uma sala de espera de atendimento médico, situando-se em
modorrento alheamento, que favorece o sono.
 Silêncio e contrição.
Favorecendo a eficiência do serviço, os centros espíritas tendem a realizar o atendimento magnético após
o trabalho doutrinário, nas chamadas câmaras de passe.
Enquanto espera, há quem aproveite para confraternizar com amigos e conhecidos ali presentes, abordando,
não raro, assuntos que não interessam à economia do ambiente, favorecendo uma quebra de sintonia
que vai tornar menos eficiente o passe.
Melhor o silêncio, com leitura de algo edificante ou a meditação em torno dos temas abordados
pelos expositores.
Duas observações de Jesus, endereçadas às pessoas beneficiadas por suas curas, devem merecer
nossa atenção.
 Tua fé te salvou!
Os cuidados a que nos referimos favorecem a sintonia do paciente com o passista, mas a receptividade, a possibilidade de assimilar plenamente os benefícios oferecidos, depende da
confiança plena, da certeza absoluta de que estamos nos submetendo a uma terapia capaz de nos
beneficiar.
As curas operadas por Jesus não constituíam o prêmio da fé.O
Mestre não curava porque as pessoa acreditavam nele, mas porque as pessoas sintonizavam com seus
poderes.
Oportuno recordar o exemplo da mulher hemorroíssa, que se curou de uma hemorragia uterina de doze anos simplesmente tocando em suas vestes, movida pela convicção de que seria beneficiada.
 Vai e não peques mais para que te não suceda pior!
Voltamos aqui à questão do uso. Se nossos males são decorrentes da má utilização da máquina
física, de nada valerá o “conserto”, se insistimos no mesmo comportamento.
Com o tempo o passe parece “perder a força”, já não traz os benefícios desejados, e o paciente
acaba buscando outro Centro, mais forte, sem noção de que os
Benfeitores espirituais estabelecem limites à sua ação.
Se constatam que os beneficiários não se conscientizam quanto à necessidade de superar mazelas
e imperfeições, deixam que o Sino de Deus continue a repicar, até que superem a “sonolência” e despertem
para os objetivos da existência humana.

Richard Simonetti.
O Reformador-Dezembro de 2006

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CURA DE UMA FRATURA PELA MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL.


Nossos leitores se lembram, sem dúvida, do caso de cura quase instantânea de uma
entorse, operada pelo Espírito do doutor Demeure, poucos dias depois de sua morte, e
que relatamos na Revista do mês de março último, assim como o relato da cena tocante
que teve lugar nessa ocasião. Esse excelente Espírito vem ainda assinalar sua boa
vontade por uma cura mais maravilhosa ainda sobre a mesma pessoa. Eis o que se nos
escreve de Montauban, em 14 de julho de 1865:
O Espírito do doutor Demeure vem de nos dar uma nova prova de sua solicitude e
de seu profundo saber: eis em que ocasião.
Na manhã de 26 de maio último, a Senhora Maurel, nosso médium vidente e
escrevente mecânico, teve uma queda infeliz e quebrando o antebraço, um pouco abaixo
do cotovelo.
Essa fratura, complicada com distenções do punho e do cotovelo estava bem
caracterizada pelo estalo dos ossos e o inchaço que lhe são os sinais mais certos.
Sob a impressão da primeira emoção produzida por esse acontecimento, os pais da
Senhora Maurel foram procurar o primeiro médico encontrado, quando esta, retendo-os,
tomou um lápis e escreveu medianimicamente com a mão esquerda: "Não vades procurar
um médico; eu me encarrego disso. Demeure." Esperou-se, pois, com confiança.
Segundo as indicações do Espírito, faixinhas e um aparelho foram imediatamente
confeccionados e colocados. Uma magnetização espiritual foi em seguida praticada pelos
bons Espíritos que ordenaram, provisoriamente, o repouso.
Na noite do mesmo dia, alguns adeptos convocados pelos Espíritos se reuniram na
casa da Senhora Maurel, que, adormecida por um médium magnetizador, não tardou em
entrar em sonambulismo. O doutor Demeure continuou então o tratamento que não tinha
senão esboçado de manhã, agindo mecanicamente sobre o braço fraturado. Já, sem
outro recurso aparente que sua mão esquerda, nossa doente tinha tirado prontamente o
primeiro aparelho, sendo mantidas somente as tirinhas, quando se viu esse membro
tomar insensivelmente, sob a influência da atração magnética espiritual, diversas
posições próprias para facilitar a redução da fratura. Parecia ser, então, o objeto de
toques inteligentes, sobretudo no ponto onde deveria se efetuar a soldadura dos ossos;
alongando-se em seguida sob a ação de trações longitudinais.
Depois de alguns instantes dessa magnetizações espiritual, a senhora Maurel só
procedeu à consolidação das tirinhas e a uma nova aplicação do aparelho, consistente
em duas tabuinhas se ligando entre si e ao braço por meio de uma correia. Tudo, pois,
tinha se passado como se um cirurgião hábil tivesse operado ele mesmo visivelmente; e,
coisa curiosa, ouvia-se durante o trabalho estas palavras que o aperto da dor, escapava
da boca da paciente: "Não aperteis tão forte!... Vós me fazeis mal!..." Ela via o Espírito do
doutor, e era a ele que se dirigia, suplicando para poupar sua sensibilidade. Era, pois,
realmente um ser invisível para todos exceto para ela, e que lhe apertava o braço,
servindo-se inconscientemente de sua própria mão esquerda.
Qual era o papel do médium magnetizador durante esse trabalho? Parecia inativo
aos nossos olhos; sua mão direita, apoiada sobre a espádua da sonâmbula, contribuía
com sua parte no fenômeno, pela emissão dos fluidos necessários à sua realização.
Na noite de 27 para 28, a Senhora Maurel, tendo desarranjado seu braço em
conseqüência de uma falsa posição tomada durante seu sono, uma forte febre tinha se
declarado, pela primeira vez; era urgente remediar esse estado de coisas. Reuniram-se,
pois, de novo, em 28, e uma vez o sonambulismo declarado, a cadeia magnética foi
formada, a convite dos bons Espíritos. Depois de vários passes e diversas manifestações,
em tudo semelhantes às descritas mais acima, o braço foi recolocado em bom estado,
não sem ter feito sentir a essa pobre senhora muitos sofrimentos cruéis. Apesar desse
novo acidente, o membro já sentia o efeito salutar produzido pelas magnetizações
anteriores; é o que prova o que segue, de resto. Desembaraçada momentaneamente de
suas tirinhas, ela repousava sobre os cotovelos, quando, de repente, foi levantada alguns
centímetros numa posição horizontal e dirigida docemente da esquerda para direita e
reciprocamente; abaixou-se em seguida obliquamente e foi submetida a uma nova tração.
Depois os Espíritos se puseram a torcê-lo, a retorcê-lo em todos os sentidos e de tempo
em tempo, fazendo movimentar jeitosamente as articulações do cotovelo e do punho. De
tais movimentos automáticos impressos a um braço fraturado, inerte, sendo contrários a
todas as leis conhecidas da gravidade e da mecânica, só à ação fluídica que se pode
atribuir-lhe a causa. Se não fosse a certeza da existência dessa fratura, assim como os
gritos dilacerantes dessa infeliz senhora, eu teria tido muita dificuldade, confesso-o, para
admitir esse fato, um dos mais curiosos que a ciência possa registrar. Posso, pois, dizer,
com toda a sinceridade, que me sinto muito feliz por ter podido ser testemunha de um
semelhante fenômeno.
Em 29,30,31 e dias seguintes, magnetizações espirituais sucessivas, acompanhadas
de manipulações variadas de mil maneiras, levaram a uma melhora sensível ao estado
geral de nossa doente; o braço tomava todos os dias novas forças. O dia 31, sobretudo, é
de se assinalar, como marcando o primeiro passo feito para a convalescença. Nessa
noite, dois Espíritos que se faziam notar pelo brilho de sua irradiação, assistiam nosso
amigo Demeure; pareciam lhe dar conselhos, e este se apressava em pô-los em prática.
Um deles mesmo se punha, de tempos em tempos, à obra, e, por sua doce influência,
produzia sempre um alívio instantâneo. Pelo fim da noite, as tabuinhas foram, enfim,
definitivamente abandonadas e as faixinhas ficaram sozinhas para sustentar o braço e
mantê-lo numa posição determinada. Devo acrescentar que, além disso, o aparelho de
suspensão vinha se juntar à solidez suficiente da bandagem. Assim, no sexto dia após o
acidente, e apesar da deplorável recaída sobrevinda em 27, a fratura estava em um tal
caminho de cura, que o emprego dos meios postos em uso pelos médicos durante trinta
ou quarenta dias teria se tornado inútil. No dia 4 de junho, dia fixado pelos bons Espíritos
para a redução definitiva dessa fratura complicada com distensões, se reuniram à noite. A
senhora Maurel, apenas em sonambulismo, se pôs a desenrolar as faixinhas que
envolviam ainda seu braço, imprimindo-lhe um movimento de rotação tão rápido que o
olho tinha dificuldade em seguir os contornos da curva que descrevia. A partir desse
momento, ela se servia de seu braço como de hábito; ela estava curada.
No fim da sessão, ocorreu uma cena tocante, que merece ser narrada aqui. Os bons
Espíritos, em número de trinta, formavam no começo uma cadeia magnética paralela
àquela que nós mesmos formávamos. A senhora Maurel, estando colocada, pela mão
direita, em comunicação direta sucessivamente com cada par de Espíritos, recebia,
colocada como estava no interior das duas cadeias, a ação benfazeja de uma dupla
corrente fluídica enérgica. Radiante de alegria, esperava com solicitude a ocasião para
agradecer-lhes efusivamente pelo concurso poderoso que tinham prestado à sua cura. A
seu turno, recebia deles encorajamentos para perseverar no bem. Isto terminado, ela
tentou suas forças de mil modos; apresentando seu braço aos assistentes, fazendo-os
tocar as cicatrizes da soldadura dos ossos; ela lhes apertava a mão com força,
anunciando-lhes com alegria a sua cura operada pelos bons Espíritos. Em seu despertar,
vendo-se livre em todos seus movimentos, ela desmaiou, dominada por sua profunda
emoção!....
Quando se é testemunha de tais fatos, não se pode senão proclamá-los bem alto,
porque merecem atrair a atenção das pessoas sérias.
Por que, pois, encontra-se, no mundo inteligente, tanta resistência para admitir a
intervenção dos Espíritos sobre a matéria? Porque se encontram pessoas que crêem na
existência e na individualidade do Espírito, e que lhes recusam a possibilidade de se
manifestarem, é porque não se dão conta das faculdades físicas do Espírito que se
afigura imaterial de maneira absoluta. A experiência demonstra, ao contrário, que, por sua
natureza própria, ele age diretamente sobre os fluidos imponderáveis, e,
conseqüentemente, sobre os fluidos ponderáveis, e mesmo sobre os corpos tangíveis.
Como procede um magnetizador comum? Suponhamos que queira agir sobre um
braço, por exemplo: concentra sua ação sobre esse membro, e por um simples
movimento de seus dedos, executado à distância e em todos os sentidos, agindo
absolutamente como se o contato da mão fosse real, ele dirige uma corrente fluídica
sobre o ponto desejado. O Espírito não age de outro modo; sua ação fluídica se transmite
de perispírito a perispírito, e deste para o corpo material. O estado de sonambulismo
facilita consideravelmente essa ação, em conseqüência do desligamento do perispírito,
que se identifica melhor com a natureza fluídica do Espírito, e sofre então a influência
espiritual elevada à sua maior força.
Toda a cidade está ocupada com essa cura obtida sem o concurso da ciência oficial
e cada um disse a sua palavra. Uns pretenderam que o braço não tinha sido quebrado;
mas a fratura tinha sido muito e devidamente constatada por numerosas testemunhas
oculares, entre outras pelo doutor D... que visitou a doente durante o tratamento; outros
disseram: "É muito surpreendente" e ficaram nisso; é inútil acrescentar que alguns
afirmaram que a senhora Maurel tinha sido curada pelo diabo; se ela não tivesse estado
nas mãos de profanos, teriam visto ali um milagre. Para os Espíritas, que se dão conta do
fenômeno, nisso vêem muito simplesmente a ação de uma força natural desconhecida até
nós, e que o Espiritismo veio revelar aos homens.
Notas. - Se há fatos espíritas que poderiam, até certo ponto, atribuir à imaginação,
como os de visões, por exemplo, não poderia ocorrer o mesmo aqui; a senhora Maurel
não sonhou que tinha quebrado o braço, não mais do que as numerosas pessoas que
seguiram o tratamento; as dores que ela sentia não eram da alucinação; sua cura em oito
dias não é uma ilusão, uma vez que se serve de seu braço. O fato brutal está aí, diante do
qual é preciso necessariamente se inclinar. Ele confunde a ciência, é verdade, porque, no
estado atual dos conhecimentos, parece impossível; mas não foi assim todas as vezes
que se revelaram novas leis? É a rapidez da cura que vos espanta? Mas é que a
medicina não descobriu muitos agentes muito mais ativos do que aqueles que ela
conhecia para apressar certas curas? Não se encontrou nestes últimos tempos o meio de
cicatrizar quase instantaneamente certas feridas? Não se encontrou aquele de ativar a
vegetação e a frutificação? Por que não haveria aquele para ativar a soldadura dos
ossos? Conheceis, pois, todos os agentes da Natureza, e Deus não tem mais segredos
para vós? Não é mais lógico negar hoje a possibilidade de uma cura rápida, do que não o
foi, no século último, negar a possibilidade de fazer, em algumas horas, o caminho que se
gastavam dez dias para percorrer? Esse meio, direi, não está no códice, é verdade; mas é
que antes de que a vacina ali estivesse inscrita, seu inventor não foi tratado de louco? Os
remédios homeopáticos não são, não mais, o que impede os médicos homeopatas se
encontrarem por toda a parte e curar. De resto, como não se trata aqui de um preparado
farmacêutico, é mais do que provável que esse meio não figurará por muito tempo na
ciência oficial.
Mas, dir-se-á, se os médicos vierem exercer sua arte depois de sua morte, vão fazer
concorrência aos médicos vivos; é muito possível; no entanto, que estes últimos se
tranqüilizem se lhes tiram
algumas práticas, não é para suplantá-los, mas para lhes provar que não estão
inteiramente mortos, e oferecer o seu concurso desinteressado àqueles que quiserem
bem aceitá-lo; para melhor fazê-los compreender, mostram-lhes que, em certas
circunstâncias, pode-se passar sem eles. Sempre houve médicos, e assim o será sempre;
somente aqueles que aproveitarem as novidades que lhe trazem os desencarnados, terão
uma grande vantagem sobre aqueles que ficarão para trás. Os Espíritos vêm ajudar o
desenvolvimento da ciência humana, e não suprimi-la.
Na cura da senhora Maurel, um fato que surpreendeu talvez mais do que a rapidez
da soldadura dos ossos, foi o movimento do braço fraturado que parecia contrário a todas
as leis da dinâmica e da gravidade. Contrário ou não, o fato aí está; uma vez que existe, é
que tem uma causa; uma vez que se renova, e que está submetida a uma lei; ora, é esta
a lei que o Espiritismo vem nos dar a conhecer pelas propriedades dos fluidos
perispirituais. Esse braço que, submetido somente às leis da gravidade, não poderia se
levantar, supondo-o mergulhado num líquido de uma densidade muito maior do que o ar,
todo fraturado que está, sendo sustentado por esse líquido que lhe diminui o peso, poderá
se mover nele sem dificuldade, e mesmo ser levantado sem o menor esforço; é assim
que, num banho, o braço que parece muito pesado fora da água parece muito leve na
água. Ao líquido substitui um fluido gozando das mesmas propriedades e tereis o que se
passa neste caso presente, fenômeno que repousa sobre o mesmo princípio que o das
mesas e das pessoas que se mantêm no espaço sem ponto de apoio. Este fluido é o
fluido perispiritual que o Espírito dirige à sua vontade, e do qual modifica as propriedades
unicamente pelo ato de sua vontade. Na circunstância presente, deve-se, pois, se
representar o braço da senhora Maurel mergulhado num meio fluídico que produz o efeito
do ar sobre os balões.
Alguém perguntou a esse respeito se, na cura dessa fratura, o Espírito do doutor
Demeure tinha agido com ou sem o concurso da eletricidade e do calor. A isso
respondemos que a cura foi produzida, naquele caso, como em todos os de cura pela
magnetização espiritual, pela ação do fluido emanado do Espírito; que esse fluido embora
etéreo, não é menos da matéria; que pela corrente que lhe imprime, o Espírito pode
impregná-lo e saturar todas as moléculas da parte enferma; que pode modificar-lhe as
propriedades, como o magnetizador modifica as da água, e lhe dá uma virtude curativa
apropriada às necessidades; que a energia da corrente está em razão do número, da
qualidade e da homogeneidade dos elementos que compõem a cadeia das pessoas
chamadas a fornecer seu contingente fluídico. Essa corrente, provavelmente, ativa a
secreção que deve produzir a soldadura dos ossos, e leva assim a uma cura mais pronta
do que quando ela é entregue a si mesma.
Agora, a eletricidade e o calor desempenham um papel nesse fenômeno? Isto é
tanto mais provável quanto o Espírito não cura por um milagre, mas por uma aplicação
mais judiciosa das leis da Natureza, em razão de sua clarividência. Se, como a ciência é
levada a admiti-lo, a eletricidade e o calor não são fluidos especiais, mas modificações ou
propriedades de um fluido elementar universal, eles devem fazer parte dos elementos
constitutivos do fluido perispiritual; sua ação, no caso presente, é, pois, implicitamente
compreendida, absolutamente como quando se bebe vinho, bebe-se necessariamente a
água e o álcool.
Revista Espírita 1865/Setembro

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 33

 
NOTA: (1) Este princípio explica o fenômeno conhecido de todos os magnetizadores e que consiste em dar-se, pela ação da vontade, a uma substância qualquer, à água, por exemplo, propriedades muito diversas: um gosto determinado e até as qualidades ativas de outras substâncias. Desde que não há mais de um elemento primitivo e que as propriedades dos diferentes corpos são apenas modificações desse elemento. o que se segue é que a mais inofensiva substância tem o mesmo princípio que a mais deletéria. Assim, a água, que se compõe de uma parte de oxigênio e de duas de hidrogênio, se torna corrosiva, duplicando-se a proporção do oxigênio. Transformação análoga, se pode produzir por meio de ação magnética dirigida pela vontade.
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O mal do medo


Revista Espírita, outubro de 1858
Problema fisiológico dirigido ao Espírito de São Luís, na sessão da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, de 14 de setembro de 1858.
Leu-se no Moniteur de 26 de novembro de 1857:
"Comunicam-nos o fato seguinte, que vem confirmar as observações já feitas sobre a influência do medo.
"O senhor doutor F... entrou ontem em sua casa depois de fazer algumas visitas aos seus clientes. No seu percurso lhe haviam entregue, como amostra, uma garrafa de excelente rum, autenticamente vindo da Jamaica. O doutor esqueceu na viatura a preciosa garrafa. Mas, algumas horas mais tarde, lembrou-se desse esquecimento e procurou a restituição, onde declarou ao chefe da estação que deixou em um de seus cupês uma garrafa de um veneno muito violento, e o exorta a prevenir os cocheiros para darem a maior atenção em não fazerem uso desse líquido mortal.
"O doutor F... entrara apenas em seu apartamento, quando vieram preveni-lo, a toda pressa, que três cocheiros da estação vizinha sofriam horríveis dores nas entranhas. Teve que se esforçar muito para tranqüilizá-los e persuadi-los de que haviam bebido excelente rum, e que sua indelicadeza não poderia ter conseqüências mais graves além de uma suspensão, infligida imediatamente aos culpados."
1. - São Luís poderia nos dar uma explicação fisiológica dessa transformação das propriedades de uma substância inofensiva? Sabemos que, pela ação magnética, essa transformação pode ocorrer; mas no fato relatado acima, não houve emissão de fluido magnético; só a imaginação atuou e não a vontade.
R. - Vosso raciocínio é muito justo com respeito à imaginação. Mas os Espíritos malignos que levaram esses homens a cometerem esse ato de indelicadeza, fizeram passar no sangue, na matéria, um calafrio de medo que poderíeis chamar calafrio magnético, o qual estende os nervos e causa um frio em certas regiões do corpo. Ora, sabeis que todo frio nas regiões abdominais pode produzir eólicas. É, pois, um meio de punição que, ao mesmo tempo, leva os Espíritos que fizeram cometer o furto, a rirem às custas daqueles que fizeram pecar. Mas, em todos os casos, não se segue a morte: não há senão uma lição para os culpados e prazer para os Espíritos levianos. Também se apressam em recomeçar todas as vezes que a ocasião se lhes apresente; procuram-na mesmo para sua satisfação. Podemos evitar isso (falo por vós), em nos elevando para Deus por pensamentos menos materiais do que aqueles que ocupam o espírito desses homens. Os Espíritos malignos gostam de rir; mantendo-vos em guarda: tal que crê dizer uma coisa agradável diante das pessoas que o cercam, aquele que diverte uma sociedade por seus gracejos ou seus atos, se engana freqüentemente, e mesmo muito freqüentemente, quando crê que tudo isso vem de si. Os Espíritos levianos que o cercam se identificam com ele mesmo e, freqüentemente, alternativamente o enganam sobre seus próprios pensamentos, assim como aqueles que o escutam. Credes, nesse caso, ter pela frente um homem de espírito, ao passo que, com mais freqüência, não é senão um ignorante. Descei em vós mesmos, e julgareis as minhas palavras. Os Espíritos superiores não são, por isso, inimigos da alegria; algumas vezes gostam de rir também para vos ser mais agradáveis; mas cada coisa em seu tempo.
Nota. Dizendo que no fato reportado não havia emissão de fluido magnético talvez estivéssemos inteiramente na verdade. Arriscaremos aqui uma suposição. Sabe-se, como o dissemos, qual transformação das propriedades da matéria pode-se operar pela ação do fluido magnético dirigido pelo pensamento. Ora, não se poderia admitir que, pelo pensamento do médico que quisesse fazer crer na existência de um tóxico, e dar aos gatunos as angústias do envenenamento, ocorrera, embora à distância, uma espécie de magnetização do líquido que teria adquirido novas propriedades, cuja ação encontrar-se-ia corroborada pelo estado moral dos indivíduos, tornados mais impressionáveis pelo medo. Essa teoria não destruiria a de São Luís quanto à intervenção em semelhante circunstância; sabemos que os Espíritos agem fisicamente por meios físicos; podem, pois, se servirem, para cumprirem seus desígnios, daqueles que provocam, ou que nós mesmos lhes fornecemos com o nosso desconhecimento.

sábado, 27 de outubro de 2012

O Endemoniado Geraseno


Rodolfo Calligaris
“Tendo atravessado o mar, desembarcaram no país dos gerasenos e, mal Jesus descera da barca, veio ter com ele um homem possuído do espírito imundo, homem esse que ninguém conseguia dominar nem mesmo com correntes, pois muitas vezes estivera com ferros aos pés e preso por cadeias, os quebrara. Vivia dia e noite nas montanhas e as sepulcros, a gritar e a flagelar-se com pedras. Ao ver Jesus, de longe, correu para ele e o adorou, exclamando em altas vozes: Que tens tu comigo, Jesus, filho de Deus Altíssimo? Eu te suplico, não me atormentes. Isso porque Jesus lhe ordenava:
Espírito imundo, sai desse homem. Perguntando-lhe Jesus: como, te chamas? - respondeu: Chamo-me Legião, porque somos muitos.
Ora, havia ali uma grande vara de porcos pastando na encosta do monte, e os demônios faziam a Jesus esta súplica: manda-nos para aqueles porcos, a fim de entrarmos neles. E como Jesus lhes desse permissão para isso, os Espíritos impuros, saindo do possesso, entraram nos porcos; toda a manada saiu a correr impetuosamente e foi precipitar-se no mar, onde se afogou.
Os que a apascentavam fugiram e foram espalhar na cidade e nos campos a notícia do que se passara. Logo acorreram muitos até onde estava Jesus e, encontrando o homem que ficara livre dos demônios sentado a seus pés, vestido e de perfeito juízo, se encheram de temor. Ouvindo, então, dos que presenciaram o fato, a narrativa do que sucedera ao possesso e aos porcos, todos pediram a Jesus que deixasse aquelas terras.”
(Dos EVANGELHOS.)
Temos aqui um caso impressionante de possessão, cuja vítima, subjugada por uma falange de Espíritos perversos, tornara-se o terror dos sítios em que vivia.
Pelo relato dos evangelistas, bem podemos imaginar-lhe a terrível figura: seminu e coberto de feridas sangrentas, olhos esfogueados, cabelos longos e em desalinho, pedaços de corrente a lhe penderem das pernas, mais haveria de parecer uma fera do que propriamente uma criatura humana.
Compadecido do infeliz, Jesus liberta-o de tão má influência, como que lhe restitui de pronto a razão, o domínio de si mesmo, e, convidando-o a sentar-se junto de si, põe-se a edificá-lo com seu verbo terno e esclarecedor, preparando-o para que viesse a ser mais um arauto da Boa Nova, e, ao voltar para a companhia dos familiares, ao contar-lhes que coisa estupenda o Senhor fizera por ele, estivesse habilitado anunciar-lhes também a doutrina de Amor, e Tolerância e de Justiça que estava sendo trazida ao mundo, cuja observância é o mais seguro remédio contra todos os males que afligem e infelicitam a Humanidade.
Quanto aos Espíritos obsessores, não entra nos porcos, como supuseram os circunstantes, coisa que hoje melhor se compreende; apenas se fizeram visíveis aos suínos e estes, espavoridos, se precipitaram do monte para baixo em tão desabalada carreira que, não podendo estacar ao chegarem à praia, introduziram-se no mar, perecendo afogados.
O episódio em tela, ao mesmo tempo que ressalta o extraordinário poder de Jesus (baseado na perfeição de seu caráter) e sua incomensurável piedade para com os sofredores, pôs em relevo, por outro lado, a mesquinhez de muitos homens, para os quais o interesse material a tudo sobreleva.
A cura daquele possesso que os trazia em sobressalto deveria ser, para os gera-se nos, motivo de se regozijarem e se mostrarem agradecidos àquele que operara tal maravilha. Ao invés disso, porém, só levaram em conta a perda de seus animais e, receosos de novos prejuízos pecuniários, despediram de suas terras, qual se fora um intruso indesejável, o próprio Filho de Deus que os honrara com sua augusta presença.
Agora meditemos.
Nós outros não estaremos agindo, ainda hoje, de igual maneira? Não continuamos colocando as conveniências mundanas acima dos galardões espirituais?
Conquanto nos pese reconhecê-lo, todas as vezes que contrariamos a Doutrina Cristã, porque seguir-lhe os preceitos nos custaria o sacrifício de algum lucro temporal, é como se, visitados pelo Mestre, o puséssemos para fora de nossa porta!
(Revista Reformador de fevereiro de 1966)