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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

AUTOCOMPAIXÃO : "Todo aquele que se faculta a autocompaixão neurótica é portador de insegurança e de complexo de inferioridade, que disfarça, recorrendo, inconscientemente, às transferências da piedade por si mesmo, sem qualquer respeito pelas demais pessoas."



Psicologicamente, o homem que cultiva a autopiedade desenvolve tormentos desnecessários que o deprimem na razão direta em que a eles se entrega.

Reflexões sobre dificuldades pessoais constituem fenômeno auxiliar para ações dignificadoras, facultando a identificação dos recursos disponíveis, bem como avaliação das atitudes que redundaram em insucesso ou desequilíbrio, a fim de as evitar no futuro ou corrigi-las quanto antes.

Toda aprendizagem assenta-se nos critérios do erro e do acerto, selecionando as experiências consideradas saudáveis, benéficas, que se fixam pela natural repetição.

Desse modo, os insucessos são patamares que propiciam avanços para que se alcancem degraus mais elevados.

Quando, porém, o indivíduo elege a posição de vítima da vida, assumindo a lamentável condição de infelicidade, encontra-se a um passo de perturbações emocionais graves, logo derrapando em psicopatologias devastadoras.

A mente, conforme seja acionada pela vontade, torna-se cárcere sombrio ou asas de libertação, e ninguém se lhe exime à influência.

Conduzida pelos escuros corredores da lamentação, desatrela condicionamentos que aprisionam o ser demoradamente.

Por isso mesmo, o cultivo da autocompaixão, mediante a insistente reclamação em torno dos acontecimentos da vida, demonstrando insatisfação sistemática, transforma-se em mecanismo masoquista de perturbadora presença no psiquismo. 

A pseudo-aflição mantida converte-se em motivo de alegria, realizando um mecanismo de valorização pessoal, cujo desvio comportamental plenifica o ego.

Todo aquele que se faculta a autocompaixão neurótica é portador de
insegurança e de complexo de inferioridade, que disfarça, recorrendo,
inconscientemente, às transferências da piedade por si mesmo, sem qualquer respeito pelas demais pessoas. Desenvolve os sentimentos de indiferença pelos problemas dos outros, fechando-se no círculo diminuto da personalidade mórbida.

No seu atormentado ponto de vista, somente a sua é uma situação dolorosa, digna de apoio e solidariedade. E, quando essas expressões de socorro lhe são dirigidas, reage, recusando-as, a fim de permanecer na postura de infelicidade que o torna feliz.

Aquele que se entrega à auto compaixão nunca se satisfaz com o que tem, com o que é, com os valores de que dispõe e pode movimentar. Não raro, encontra-se mais bem aquinhoado do que a maioria das pessoas no seu grupo social; no entanto, reclama e convence-se da desdita que imagina, encarcerando-se no sofrimento e exteriorizando mal-estar à volta, com que contamina as pessoas que o cercam ou que se lhe acercam.

Os grandes vitoriosos do mundo lutaram com tenacidade para romper os limites, os problemas, as enfermidades, os desafios.Não nasceram fortes; tornaram-se vigorosos no fragor das batalhas travadas.Não se detiveram na lamentação, porque investiram na ação todo o tempo disponível.

Milton, o poeta cego, prosseguiu escrevendo excelentes poemas, ao invés
de lamentar-se; Beethoven continuou compondo, e com mais beleza, após a surdez total;Chopin, tuberculoso, deu seguimento às músicas ricas de ternura,entre crises de hemoptises, e Mozart, na miséria, sofrendo competições ultrizes, traduziu para os ouvidos humanos as belas melodias que lhe vibravam na alma...

Epícteto, escravo e doente, filosofava, estóico; Demóstenes, gago, recorreu a seixos da praia, colocando-os sobre a língua, para corrigir a dicção; Steinmetz, aleijado, contribuiu para o engrandecimento da Quimica...
Franklin D. Roosevelt, vitimado pela poliomielite, tornou-se presidente da América do Norte e colaborou grandemente para a paz mundial durante a Segunda Guerra; Helen Keller, cega, surda e muda, comoveu o mundo com a sua coragem, cultura, e amor a Deus, ao próximo, à vida e a si própria...

A galeria é expressiva e iluminada pelo gênio e pela coragem desses homens e mulheres extraordinários.

Quando se mantém a autocompaixão, extermina-se o amor, não se amando, nem tampouco a ninguém.

O homem tem o dever de aprofundar meditações em torno das aflições e dos seus problemas, a fim de os superar.

A desenvolvimento saudável do ser psicológico impele-o à confiança e o induz à atividade para a aquisição do sentido da vida, da sua finalidade.

Quem de si se compadece, recusa-se a crescer e não luta, estagiando na amargura com a qual se compraz.

Fator de desintegração da personalidade, a auto-compaixão deve ser rechaçada sempre e sem qualquer consideração, cedendo espaço mental para os tentames que levam à vitória, à saúde emocional e à harmonia íntima.

Livro : O Ser Consciente
Divaldo/Joana de Angelis