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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

MEDIUNIDADE DA INFÂNCIA.."Daí podeis ver que todos os homens possuem, ao menos no estado de germe, o dom da mediunidade..."


(Sociedade de Paris, 6 de janeiro de 1865. - Médium, Sr. Delanne.)
Quando, depois de ter sido preparado pelo anjo guardião, o Espírito que vem se
encarnar, quer dizer, sofrer novas provas tendo em vista o seu adiantamento, começam
então a se estabelecer os laços misteriosos que o unem ao corpo para manifestar sua
ação terrestre. Aí está todo um estudo, sobre o qual não me estenderei; mas não vos
falaria senão do papel e da disposição do Espírito durante o período da infância no berço.
A ação do Espírito sobre a matéria, nesse tempo de vegetação corpórea, é pouco
sensível. Também os guias espirituais se apressam em se aproveitarem desses instantes,
em que a parte carnal não obriga a participação inteligente do Espírito, a fim de preparar
este último, de encorajá-lo nas boas resoluções das quais sua alma está impregnada.
É nesses momentos de desligamento que o Espírito, todo em saindo da perturbação
em que teve que passar por sua encarnação presente, compreende e se lembra dos
compromissos que contraiu para o seu adiantamento moral. É então que os Espíritos
protetores vos assistem, e vos ajudam a vos reconhecer. Também, estudai a figura da
criancinha que dorme; vós a vedes freqüentemente "sorrir aos anjos", como se diz
vulgarmente, expressão mais justa do que se pensa. Com efeito, ela sorri aos Espíritos
que a cercam e devem guiá-la.

Vede-a desperta, essa cara criança; ora ela olha fixamente: parece reconhecer os
seres amigos; ora balbucia as palavras, e seus gestos alegres parecem se dirigir aos
rostos amados; e como Deus jamais abandona as suas criaturas, esses mesmos Espíritos
lhe dão, mais tarde, boas e salutares instruções, seja durante o sono, seja por inspiração
no estado de vigília. Daí podeis ver que todos os homens possuem, ao menos no estado
de germe, o dom da mediunidade.

A infância propriamente dita é uma longa sucessão de efeitos medianímicos, e se as
crianças um pouco mais avançadas em idade, quando o Espírito adquiriu mais força, às
vezes não temem as imagens das primeiras horas, poderíeis constatar muito melhor
esses efeitos.
Continuai a estudar e, a cada dia, como grandes crianças, a vossa instrução
crescerá, se não vos obstinardes em fechar os olhos sobre o que vos cerca.
UM ESPÍRITO PROTETOR.

Revista Espírita 1865/Fevereiro

CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO.

OS ESPÍRITOS INSTRUTORES DA INFÂNCIA.
CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO.
Uma senhora nos transmite o fato seguinte:
"Uma de minhas filhas tem um menininho de três anos que, desde que nasceu, lhe
deu as mais vivas inquietações; restabelecida sua saúde, ao fim do mês de agosto último,
andava com dificuldade, não dizia senão papá, mama, o resto de sua linguagem não era
senão uma mistura de sons inarticulados. Há um mês mais ou menos, em conseqüência
das tentativas infrutíferas para fazer seu filho pronunciar as palavras mais usuais,
tentativas freqüentemente renovadas sem nenhum sucesso, minha filha deitou-se, muito
entristecida por essa espécie de mutismo, desolando-se sobretudo porque, em seu
retorno, seu marido, capitão de longo curso, cuja ausência havia durado mais de um ano,
não encontraria mudança na maneira de falar de seu filho, quando, às cinco horas da
manhã, ela foi despertada pela voz da criança que articulava distintamente as letras A, B,
C, D, que jamais havia tentado fazê-lo pronunciar. Crendo sonhar, ela sentou-se em sua
cama, a cabeça pendida sobre o berço, o rosto junto do menino que dormia, ela o ouviu
repetir, em alta voz, várias vezes, pontuando cada uma por um pequeno movimento da
cabeça, as letras A, B, C, depois um pequeno tempo de parada, em se apoiando sobre a
pronúncia, D.
"Quando entrou em seu quarto às seis horas, a criança dormia sempre, mas a mãe,
ainda muito feliz e muito emocionada por ter ouvido seu filho dizer essas letras, não tinha
tornado a dormir. No despertar do menino, e então depois, tentamos em vão fazê-lo dizer
essas letras (das quais nunca tinha ouvido falar quando as disse em seu sono, ao menos
nesta vida), todas as nossas tentativas fracassaram. Ainda hoje mesmo, ele disse A, B,
mas nos foi impossível obter, para C, D, outra coisa senão dois sons, um da garganta, o
outro do nariz que não lembram de nenhum modo as duas letras que queríamos fazê-lo
dizer.
"Não é a prova de que essa criança já viveu? Detenho-me aí, sentindo-me bastante
instruída por ousar concluir. Tenho necessidade de aprender ainda, de ler muito tudo o
que trata do Espiritismo, não para me convencer: o Espiritismo responde a tudo, ou pelo
menos quase tudo; mas, vo-lo repito, senhor, não sei bastante. Isto virá: o desejo não me
falta. Deus que não me abandonou há dezessete anos que sou viúva; Deus, que me
ajudou a educar meus filhos e a estabelecê-los; Deus, em quem tenho fé, provera o que
me falta, porque espero nele, e lhe rogo de todo o coração para que permita aos seus
bons Espíritos esclarecer-me, guiar-me para o bem. Orai, pois, por mim, senhor, que
estou em comunhão de pensamento convosco, e que desejo acima de tudo caminhar no
bom caminho."
Este fato é, sem contradita, o resultado de conhecimentos adquiridos anteriormente.
Se ele é uma aptidão inata, é a que se revela espontaneamente durante o sono do corpo,
quando nenhuma circunstância não tinha podido desenvolvê-la no estado de vigília. Se as
idéias fossem um produto da matéria, por que surgiria uma idéia nova quando a matéria
está entorpecida, ao passo que ela é, não só nula, mas impossível de se exprimir quando
os órgãos estão em plena atividade? A causa primeira, pois, não deve estar na matéria. É
assim que o materialismo se choca a cada passo contra os problemas aos quais é
impotente para dar a solução. Para que uma teoria seja verdadeira e completa, é preciso
que ela não seja desmentida por nenhum fato; o Espiritismo não a formula nenhuma
prematuramente, a menos que isso não seja a título de hipótese, caso em que se guarda
de dá-la como verdade absoluta, mas somente como um objeto de estudo. É a razão pela
qual ele caminha infalivelmente.
No caso de que se trata, é, pois, evidente que o Espírito não tendo aprendido
durante a vigília o que disse durante o sono, é preciso que haja aprendido em alguma
parte; uma vez que não foi nesta vida, é preciso que isso seja numa outra, e, o que é
mais, numa existência terrestre onde falasse francês, uma vez que foram letras francesas
que ele pronunciou. Como explicarão esses fatos aqueles que negam a pluralidade das
existências ou a reencarnação sobre a Terra?
Mas resta saber como ocorre que o Espírito não possa dizer, desperto, o que
articulou no sono?
Eis a explicação que disso foi dada por um Espírito à Sociedade de Paris.
(24 de novembro de 1864. - Médium, senhora Cazemajour.)

"É uma inteligência que poderá permanecer ainda velada algum tempo pelo
sofrimento material da reencarnação à qual esse Espírito teve muita dificuldade em se
submeter, e que tem, momentaneamente, aniquiladas as suas faculdades. Mas seu guia o
ajuda com uma terna solicitude a sair desse estado pelos conselhos, os encorajamentos e
as lições que lhe dá durante o sono do corpo, lições que não são perdidas e que se
reencontrarão vivazes quando essa fase do entorpecimento tiver passado, e que será
determinada por um choque violento, uma emoção extrema. Uma crise desse gênero é
necessária para isso; é preciso esperá-la, mas não temer o idiotismo: este não é o caso."
Há ali um ensinamento importante e até certo ponto novo: o da primeira educação
dada a um Espírito encarnado por um Espírito desencarnado. Certos sábios, sem dúvida,
desdenhariam esse fato como muito pueril e sem importância; não veriam nisso senão
uma bizarrice da Natureza, ou o explicariam por uma superexcitação cerebral que apaga
momentaneamente as faculdades; porque é assim que eles explicam todas as faculdades
medianímicas. Sem dúvida, conceber-se-ia, em certos casos, a exaltação em uma pessoa
de idade madura, que eleva a imaginação por aquilo que vê, ou o que ouve, mas não se
compreenderia que isso pudesse superexcitar o cérebro de uma criança de três anos que
dorme. Eis, pois, um fato inexplicável por essa teoria, ao passo que encontra sua solução
natural e lógica pelo Espiritismo. O Espiritismo não desdenha nenhum fato, por medíocre
que seja em aparência; ele os espia, os observa e os estuda todos; é assim que progride
a ciência espírita, à medida que os fatos se apresentam para afirmar ou completar a sua
teoria; se eles se contradizem, procura-lhes uma outra explicação.
Uma carta datada de 30 de dezembro de 1864, escrita por um amigo da família,
contém o que se segue:
"Uma crise, disseram os Espíritos, determinada por um choque violento, uma
emoção extrema, livrará a criança do entorpecimento de suas faculdades. Os Espíritos
disseram verdadeiramente: a crise ocorreu por um choque violento, e eis de que maneira.
A criança foi causa para que sua avó tivesse uma queda terrível, na qual deixou de rachar
a cabeça, esmagando a criança. Depois desse abalo, a criança surpreende seus
parentes, a cada instante, pronunciando frases inteiras, como esta, por exemplo: "Tome
cuidado, mamãe, de cair."
A articulação das letras durante o sono da criança era, bem evidentemente, o
resultado do exercício que o Espírito lhe fazia praticar. Numa sessão ulterior da
Sociedade, onde não se ocupava de nenhum modo do fato em questão, a dissertação
seguinte foi dada espontaneamente, e vem confirmar e desenvolver o princípio desse
gênero de mediunidade.
Continuação
Revista Espírita 1865 Fevereiro

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A Criança no Mundo Espiritual


LUCY DIAS RAMOS
“Por morte da criança, readquire o Espírito, imediatamente, o seu precedente vigor?
R. – “Assim tem que ser, pois que se vê desembaraçado de seu invólucro corporal. Entretanto, não readquire a anterior lucidez, senão quando se tenha completamente separado daquele envoltório, isto é, quando mais nenhum laço exista entre ele e o corpo”. (“O Livro dos Espíritos”, de
Allan Kardec, questão 381, 80. Ed. FEB.)

Após a partida para o mundo espiritual dos seres que amamos e com os quais convivemos, ficamos indagando de seu posicionamento nessa nova dimensão da vida e rogamos a Deus para que estejam protegidos e amparados.
Quando se trata de crianças desencarnadas a nossa preocupação cresce e entregamos à Providência Divina nossas súplicas redobradas de zelo e carinho pelos entes que partiram em tenra idade.
Outrora, a Teologia clássica afirmava que os inocentes, depois da morte, ficariam no limbo, uma região neutra, sem as agruras do inferno e sem as delícias do céu. O Espiritismo, através da Codificação Kardequiana, dá-nos explicações e respostas a algumas indagações, donde concluímos que o
Espírito retornaria à plenitude de sua forma física como adulto e à lucidez mental, tão logo se desfizesse dos elos que o ligassem ao corpo físico.
Hoje, ou mais recentemente, com as obras de André Luiz, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, complementando as assertivas do Codificador, fica bem mais claro o entendimento desta questão.
No livro “Entre a Terra e o Céu”, capítulo IX, relata-nos André Luiz que a
região onde se encontra o Lar da Bênção possui parques, lares, colégios, hospitais destinados às crianças desencarnadas. Como as suas condições variam de acordo com a evolução espiritual, são também diversas as situações e locais em que se encontram nesta nova fase da vida.
No diálogo de Hilário e Irmã Blandina, no capítulo XI do livro referido, ela
explica:
“O nosso educandário guarda mais de duas mil crianças, mas, sob
os meus cuidados, permanecem apenas doze. Somos um grande
conjunto de lares, nos quais muitas almas femininas se reajustam
para a venerável missão da maternidade e conosco multidões de
meninos encontram abrigo para o desenvolvimento que lhes é
necessário, salientando-se que quase todos se destinam ao retorno
à Terra para a reintegração no aprendizado que lhes compete”.
A criança desencarnada terá, portanto, um período variável de
permanência no mundo espiritual e, muitas vezes, longo, para que possa
demonstrar crescimento mental e perispiritual, mas há exceções e isto ocorre,
conforme André Luiz:
“(...) quando a mente já desenvolveu certas qualidades aprimorandose
em mais altos degraus de sublimação espiritual e pode arrojar-se
de si mesma os elementos indispensáveis à composição de veículos
de exteriorização de que necessita em planos que lhe sejam
inferiores (...)”
Allan Kardec na Revista Espírita (agosto/1866) relata o caso da mãe que tendo perdido o filho de 7 anos e se tornado médium, após este acontecimento, teve o próprio filho como guia e transcreve neste artigo a mensagem que o Espírito da criança teria dado à mãe através da psicografia. Contudo, esta
mensagem reflete o pensamento de um adulto. Possivelmente o Espírito já elevado moralmente conseguia projetar de si mesmo os elementos indispensáveis à exteriorização de seu pensamento para se comunicar com a mãezinha saudosa. Poderia até se mostrar nas primeiras comunicações como criança e assim facilitar a identificação, entretanto, como guia serviria, tãosomente, de sua lucidez mental. Com certeza o Espírito desta criança era evoluído e já em vida demonstrava uma precocidade intelectual, explica Kardec.
É de grande importância, e requer extremados cuidados dos encarregados da guarda de crianças desencarnadas, seu desenvolvimento espiritual. Laura, mãe de Lísias, no livro “Nosso Lar” (cap. 20), de André Luiz, explica: “- Quando o Ministério do Auxílio me confia crianças ao lar, minhas
horas de serviço são contadas em dobro (...)”.
Entendemos pelas explicações dadas pelos benfeitores espirituais, em diversas obras espíritas, que após a desencarnação, se o Espírito da criança é evoluído e pode retomar seu vigor primitivo, ele agirá no mundo espiritual e junto daqueles que com ele se comuniquem, com a forma perispiritual de adulto,
principalmente se a ele estiver confiada a orientação de um médium ou de um grupo espírita. Logicamente isto poderá ocorrer após determinado tempo, regido por leis sábias e superiores do mundo espiritual.
Em determinadas circunstâncias, a criança desencarnada poderá se comunicar com familiares que buscam o Centro Espírita ou médiuns, para dar notícias, reconforto espiritual aos seus afetos e prova de sua sobrevivência.
Somente aqueles que já perderam um entre querido e recebem a dádiva de uma comunicação espiritual podem avaliar como é grande a Misericórdia de Deus, na concessão desse benefício. Mas estas comunicações são regidas por leis da comunicação mediúnica e exigem aptidão do médium, condições adequadas, merecimento de ambas as partes e estarão sempre resguardadas por Espíritos superiores que conduzem as crianças às reuniões mediúnicas. É importante enfatizar que a criança, mesmo estando em sofrimento no mundo espiritual, recolhida em hospitais ou lares que a protegem, nunca se apresentará em
reuniões mediúnicas perturbada, perdida ou aflita, necessitada de esclarecimento ou doutrinação como ocorre com um adulto.
Existem, ainda, grupos espíritas e médiuns videntes que, habitualmente, vêem Espíritos de crianças em reuniões mediúnicas. Segundo estes médiuns e dirigentes, estes Espíritos, não raras vezes, orientam, dão conselhos e dirigem as reuniões como mentores ou guias. Entretanto, sabemos que as leis morais
que regem o mundo dos Espíritos são mais rígidas, sábias e evoluídas que as humanas. Estabelecem-se na Terra condições e normas pela faixa etária de seus habitantes, delimitação de idade para o ingresso em escolas, assembléias religiosas, casas de lazer e entretenimento, hospitais e até mesmo para
freqüência às reuniões mediúnicas. O bom senso nos indica que no mundo espiritual não será diferente e as crianças cujos Espíritos estejam, ainda, na forma perispiritual infantil não poderão estar freqüentando reuniões mediúnicas na condição de guias nem de sofredores.
Outro aspecto a abordar é o da condição espiritual da criança desencarnada.
Confundimos, às vezes, as coisas e achamos que a morte prematura dá ao Espírito a condição de elevação moral. Não é bem assim. A grande maioria das crianças que retornam ao mundo espiritual traz a mente perturbada por indisciplinas e erros de outras vidas. Comenta André Luiz:
“(...) a lei é invariável, contudo, a criança desencarnada muitas vezes
é problema aflitivo. Quase sempre dispõe de afeiçoados que a
seguem, de perto, amparando-lhe o destino, entretanto tenho
observado milhares de meninos que, pela natureza das provações
em que se envolveram, sofrem muitíssimo, à espera de
oportunidades favoráveis para a aquisição dos valores de que
necessitam”.
Allan Kardec, na questão 199-a de “O Livro dos Espíritos”, comenta:
“Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado
normal de inocência. Não se vêem crianças dotadas dos piores
instintos, numa idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido
a educação? (...) As que se revelam viciosas, é porque seus
Espíritos muito pouco hão progredido. Sofrem então, por efeito
dessa falta de progresso, as conseqüências, não dos atos que
praticam na infância, mas dos de suas existências anteriores. Assim
é que a lei é uma só para todos e que todos são atingidos pela
justiça de Deus”.
Sofreram, portanto, aqui na Terra, os dolorosos processos de reajuste e no mundo espiritual, quando desencarnam, ainda crianças, de acordo com seu nível evolutivo.
Como nos esclarece Emmanuel:
“Ontem experimentavam na Esfera Espiritual os resultados da
delinqüência na luta humana... O horror do suicídio deliberado... O
remorso do crime oculto... Os frutos da crueldade... Reintegrados no
campo do espírito, guardavam na própria alma os tristes
remanescentes da conduta ominosa”. ("Vida em Vida”, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, cap. 27, IDEAL, 1980).

Compreendemos que somente através de abençoadas reencarnações futuras serão estas mentes enfermas equilibradas e reajustadas, obtendo, assim, a cura de seus males. Vemos, então, que as crianças desencarnadas longe estão de se conduzirem com independência no mundo espiritual,
excetuando aquelas já em processo de equilíbrio e moralmente evoluídas, que
se governam a si mesmas, apresentando-se normalmente como adultas.
Se permanecem na forma infantil, dadas as condições de dependência espiritual, é porque não podem “desatar os laços que as aprisionam aos rígidos princípios que orientam o mundo das formas, e por isso, exijam longo tempo para se renovarem no justo desenvolvimento”. (André Luiz, obra citada).
Allan Kardec indaga na questão 197, de “O Livro dos Espíritos”:
“Poderá ser tão adiantado quanto o de um adulto o Espírito de uma
criança que morreu em tenra idade? R. – Algumas vezes o é muito
mais, porquanto pode dar-se que muito mais já tenha vivido e
adquirido maior soma de experiência, sobretudo se progrediu”.
E concluímos: nestas condições ele se comunicará conosco com toda a lucidez mental e com toda a sua capacidade de servir, orientar e nos guiar pelos caminhos da vida. Quanto maior seu grau evolutivo e seu desenvolvimento intelectual, maior será seu poder mental para acionar as células de seu corpo
espiritual, apresentando-o como melhor lhe aprouver.

Reformador de julho de 1999

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

JESUS EM CASA




Emmanuel

O lar é o santuário em que a bondade de Deus te situa. Dentro dele, nos fios da consangüinidade, recebes o teu primeiro mandato de serviço cristão.
É aí que te avistas com o adversário de ontem, convertido em parente próximo, e que retomas o contato de afeições queridas que o tempo não apagou...
O mundo é a grande ribalta dos teus ideais e convicções, mas o lar é o espelho para os testemunhos de tua fé.
Não olvides a necessidade de Cristo no cenáculo de amor em que te refugias.
Escolhes alguns minutos por semana e reúne-te com os laços domésticos que te possam acompanhar no cultivo da lição de Jesus.
Quanto seja possível, na mesma noite e no mesmo horário, faze teu círculo íntimo de meditação e de estudo.
Depois da prece com que nos cabe agradecer ao Senhor o pão da alma , abre as páginas do Evangelho e lê, em voz alta, algum dos seus trechos de verdade e consolo para o que receberás a inspiração dos Amigos Espirituais que te assistem.
Não é necessário a leitura por mais de dez minutos.
Em seguida, na intimidade da palavra livre e sincera, todos os companheiros devem expor suas dúvidas, seus temores e dificuldades sentimentais.
Através da conversação edificante, emissários da Esfera Superior distribuirão idéias e forças, em nome do Cristo, para que horizontes novos iluminem o espírito de cada um.
Aprenderás que semelhante prática vale por visita de nossos corações ao Eterno Benfeitor, que nos tomará o esforço por trilho de acesso à Sua Divina Luz, transformando-nos o culto da Boa Nova em fonte de bênçãos, dissolvendo em nosso campo de trabalho todas as sombras da discórdia e da ignorância, do desequilíbrio e da irritação.
Dizes-te amigo de Cristo, afirmas-te seguidor de Cristo e clamas, com razão, que Cristo é o caminho redentor da Terra, mas não te esqueças de erigir-lhe assento constante a mesa do próprio lar, para que a luz do Evangelho se te faça vida e alegria no coração.

Espírito: Emmanuel  Psicografia: Francisco Cândido Xavier Livro: Família

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Guia da senhora Mally

Revista Espírita, agosto de 1859
(Sociedade, 8 de julho de 1859).
1. Evocação do guia da senhora Mally. - R. Eu venho, isso me é fácil.
2. Sob qual nome quereis que vos designemos? - R. Como quiserdes; por aquele sob o qual vós já me conhecíeis.
3. Que motivo vos ligou à senhora Mally e às suas filhas? - R. Primeiro, um antigo relacionamento, e uma amizade, uma simpatia que Deus sempre protege.
4. Diz-se que foi a sonâmbula, senhora de Dupuy, que vos deu à senhora Mally; isso é verdade? - R. Foi ela quem lhe disse que eu estava perto dela.
5. É que dependeis dessa sonâmbula? - R. Não.
6. Ela poderia vos retirar de perto dessa senhora? - R. Não.
7. Se essa sonâmbula viesse a morrer, isso teria sobre vós uma influência qualquer? - R. Nenhuma.
8. Faz muito tempo que vosso corpo morreu? - R. Sim, vários anos.
9. Que éreis em vossa vida? - R. Criança morta aos oito anos.
10. Sois feliz ou infeliz como Espírito? - R. Feliz; não tenho nenhuma inquietação pessoal, não sofro senão pelos outros; em verdade, que sofro muito por eles.
11. Fostes vós quem apareceu, na escada, à senhora Mally sob a forma de um jovem que ela tomou por um ladrão? - R. Não; era um companheiro.
12. E uma outra vez, sob a forma de um cadáver? Isso poderia impressioná-la lastimosamente; foi uma má peça que não anuncia a benevolência. - R. Longe disso em muitos casos; mas aqui era para dar, à senhora Mally, pensamentos mais corajosos; o que tem um cadáver de apavorante?
13. Tendes, pois, o poder de tornar-vos visível à vontade? - R. Sim, mas disse-vos que esse não era eu.
14. Éreis igualmente estranho às manifestações materiais que se produziram em sua casa? - R. Perdão! Isso sim; foi isso que me impus para ela, como trabalho material; mas realizei-lhe um trabalho bem mais útil e bem mais sério.
15. Podeis tomar-vos visível a todo mundo? - R. Sim.
16. Poderíeis tornar-vos visível aqui, para um de nós? - R. Sim; pedi a Deus para que assim possa só eu o posso, mas não ouso fazê-lo.
17. Se não quereis tornar-vos visível, poderíeis ao menos fazer-nos uma manifestação, para trazer, por exemplo, alguma coisa sobre a mesa? - R. Certamente, mas para o que de bom? Junto dela testemunho a minha presença por esse meio, mas junto a vós é inútil, uma vez que conversamos juntos.
18. O obstáculo não seria faltar-vos aqui o médium necessário para produzir essas manifestações? - R. Não, esse é um obstáculo fraco. Não vedes, freqüentemente, manifestações súbitas a pessoas que não são de modo algum médiuns?
19. Todo o mundo, pois, está apto a ter manifestações espontâneas? - R. Uma vez que em sendo homem, se é médium.
20. O Espírito não encontra, entretanto, na organização de certas pessoas, uma facilidade maior para se comunicar? - R. Sim, mas eu vos digo, e deveríeis sabê-lo, os Espíritos são poderosos por si mesmos, o médium não é nada. Não tendes a escrita direta, e para isso é necessário um médium? Não; da fé somente e um ardente desejo, e, freqüentemente ainda, isso se produz com o desconhecimento dos homens, quer dizer, sem fé e sem desejo.
21. Pensais que as manifestações, tais como a escrita direta, por exemplo, se tomarão mais comuns do que o são hoje? - R. Certamente; como entendeis, pois, a divulgação do Espiritismo?
22. Podeis nos explicar o que a jovem da senhora Mally recebia em sua mão e comia durante a sua doença? - R. Maná; uma substância formada por nós, que encerra o princípio contido no maná comum e a doçura de um doce.
23. Essa substância é formada com a mesma matéria das vestimentas e outros objetos que os Espíritos produzem por sua vontade e pela ação que têm sobre a matéria? - R. Sim, mas os elementos são muito diferentes; as partes que formam meu maná não são as mesmas das que tomo para formar a madeiras ou uma vestimenta.
24. (A São Luís). O elemento tomado pelo Espírito, para formar o seu maná, é diferente daquele que tomou para formar outra coisa? Sempre nos foi dito que não há senão um elemento primitivo universal, do qual os diferentes corpos não são senão modificações. - R. Sim; quer dizer que esse mesmo elemento primitivo esparso no espaço, aqui sob uma forma, e ali sob uma outra; isso é o que ele quer dizer; ele toma seu maná de uma parte desse elemento, que crê diferente, mas que é bem sempre o mesmo.
25. A ação magnética pela qual se dá a uma substância, a água, por exemplo, propriedades especiais, tem relação com a do Espírito que cria uma substância? - R. O magnetizador não desdobra absolutamente senão a vontade; é um Espírito que o ajuda, que se encarrega de preparar e de concentrar o remédio.
26. (Ao Guia). Reportamos no tempo fatos curiosos de manifestações da parte de um Espírito que designamos sob o nome de Follet de Bayonne; conheceis esse Espírito? - R. Não particularmente; mas segui o que fizestes com ele, e foi somente assim que o conheci de início.
27. É um Espírito de uma ordem inferior? - R. Inferior quer dizer mau? Não. Quer dizer simplesmente: não inteiramente bom, pouco avançado? Sim.
28. Agradecemos-vos por consentir vir e pelas explicações que nos destes. - R. Ao vosso serviço.
Nota. Esta comunicação nos oferece um complemento ao que dissemos nos dois artigos precedentes, sobre a formação de certos corpos pelos Espíritos. A substância dada à criança, durante sua enfermidade, evidentemente, era uma substância preparada por eles e que teve por efeito dar-lhe a saúde. Onde hauriram eles os princípios? No elemento universal transformado para o uso proposto. O fenômeno tão estranho de propriedades transmitidas pela ação magnética, problema até o momento inexplicado, e sobre o qual se alegraram tanto os incrédulos, encontra-se agora resolvido. Sabemos, com efeito, que não são apenas os Espíritos dos mortos que agem, mas que os dos vivos também têm sua parte de ação no mundo invisível: o homem com a tabaqueira disso nos forneceu a prova. O que há de espantoso, pois, em que a vontade de uma pessoa agindo pelo bem possa operar uma transformação na matéria primitiva, e dar-lhe propriedades determinadas? Está aí, em nosso entender, a chave de muitos dos efeitos pretendidos sobrenaturais, e dos quais teremos ocasião de falar. Foi assim que, pela observação, chegamos a nos dar conta das coisas, deixando-lhes a parte da realidade do maravilhoso. Mas quem diz que essa teoria seja verdadeira? Seja; ela tem pelo menos o mérito de ser racional e perfeitamente de acordo com os fatos observados; se algum cérebro humano dela encontre uma que julgue mais lógica do que a dada pelos Espíritos, serão comparadas; talvez, um dia, ficaremos contentes por termos aberto o caminho do estudo raciocinado do Espiritismo.
"Gostaria muito, disse-nos um dia uma pessoa, ter assim um Espírito servidor às minhas ordens, sob a condição de suportar algumas pequenas travessuras de sua parte." É uma satisfação da qual a gente goza, freqüentemente, sem dela suspeitar, porque todos os Espíritos que nos assistem não se manifestam de um modo ostensivo; mas não estão menos ao nosso lado, e sua influência, por ser oculta, não é menos real.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

HORA DIFÍCIL


Emmanuel
 
Os Amigos Espirituais auxiliam aos companheiros encarnados na terra, em toda parte e sempre. sobretudo, com alicerces na inspiração e no concurso indireto. Serviço no bem do próximo, todavia, será para todos eles o veículo essencial. Contato fraterno por tomada de ligação.
*
Suportarás determinadas tarefas sacrificiais com paciência e, através daqueles que se te beneficiam do esforço, os Mensageiros da Vida Superior te estenderão apoio imprevisto.
Darás tua contribuição no trabalho espontâneo, em campanhas diversas, a favor dos necessitados, e, pelos irmãos que te cercam, oferecer-te-ão esperança e alegria.
Visitarás o doente e, utilizando o próprio doente, renovar-te-ão as idéias.
Socorrerás os menos felizes, e, por intermédio daqueles que se lhes vinculam à provação e à existência, dar-te-ão bondade e simpatia.
Ajudarás a criança desprotegida e, mobilizando quantos se lhe interessam pelo destino, descerrar-te-ão vantagens inesperadas.
Desculparás ofensas recebidas e, servindo-se dos próprios beneficiários de tua generosidade e tolerância, surpreender-te-ão com facilidades e bênçãos a te enriquecerem as horas.
*
Permaneça o tarefeiro na tarefa que lhe cabe e os emissários do Senhor encontrarão sempre meios de lhe prestarem assistência e cooperação. entretanto, eles também, os doadores da luz, sofrem, por vezes, a intromissão da hora difícil. Quando o obreiro se deixa invadir pelo desânimo, eis que os processos de intercâmbio entram em perturbação e colapso, de vez que, entorpecida a vontade, o trabalhador descamba para a inércia e a inércia, onde esteja, cerra os canais do auxílio, instalando o deserto espiritual.

Do Livro “Coragem”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Vida e Valores (Os anjos guardiães)


Jamais suponhas que tu estejas ao léu na Terra. Não. Cada qual de nós que renasce no mundo, a Divindade aciona alguém para nos orientar, ao longo de nossa trajetória por aqui.
Esse alguém, esse ser espiritual é conhecido, desde todos os tempos, e nós o chamamos de nosso anjo guardião.
Desde quando surgiu no palco da mentalidade humana a idéia de que há anjos, de que existem seres angélicos, aquele ser superior a nós, que nos guia a vida, que nos orienta a vida, que nos coordena os passos, é chamado de anjo guardião, ou simplesmente anjo da guarda, ou simplesmente nosso guia.
Existem várias imagens que tentam representar o nosso anjo guardião. Há uma muito conhecida, muito popular, de um anjo com asas enormes acompanhando um menino que corre atrás da bola na direção do abismo.
É tão importante saber que a imagem que se tem do anjo guardião é a imagem de quem nos guia, de quem nos protege.E, de fato, o anjo guardião é um Espírito de hierarquia superior à nossa. O bom senso nos diz que tem que ser assim.
Alguém para guiar outro alguém não pode estar no mesmo nível, não pode ser equiparado, porque não saberia sair das situações complexas, inspirar nas situações difíceis.
Logo, o nosso anjo guardião, invariavelmente, é um Espírito de hierarquia mais alta que a nossa.
O anjo guardião funciona como se fosse um irmão mais velho, um pai amoroso, um mestre, um professor, mas fundamentalmente, um amigo.
E nessa amizade, nessa paternidade, nessa irmandade, o nosso anjo guardião não nega recursos para nos fazer criaturas felizes, ainda que para isso tenha que nos deixar sofrer, ainda que para isso nos permita a lágrima.
Desse modo, nós ficamos pensando como é importante essa consciência de que, apesar de sermos pessoas maduras, racionais, homens e mulheres que já conseguimos decidir as nossas vidas na Terra, se não tivéssemos o nosso guardião, cairíamos invariavelmente em muitas trampas do caminho, em muitas armadilhas da vida material na Terra.
Porque é na Terra onde encontramos toda gama de perigos, todas as dificuldades, e a nossa visão humana não é tão abrangente, em termos espirituais, que nos permita identificar onde se acham determinados perigos, determinadas dificuldades.
O anjo guardião é essa criatura que nos inspira, que nos orienta, mas de nenhuma maneira interfere no nosso livre arbítrio, senão ninguém mataria outra pessoa, ninguém roubaria, ninguém furtaria.
Se não fosse esse respeito pelo livre arbítrio, ninguém trairia ninguém, ninguém mentiria contra ninguém, porque o nosso anjo guardião não chancela isso, não aprova isso, não pode aplaudir essas coisas. Mas, em nome do respeito ao nosso livre arbítrio, ele nos deixa agir, na certeza de que, depois da nossa ação teremos que suportar o peso da reação.
É desse modo que verificamos que a nossa vida na Terra só não é mais feliz porque ainda não o desejamos, nem sabemos que é possível ser mais feliz na Terra.
Para nós, nascer na Terra já é, em si próprio, motivo de sofrimento. Pouca gente faz idéia de que a nossa vida no mundo é destinada ao nosso crescimento, à nossa felicidade.
Só que, para que alcancemos esse crescimento, para que logremos essa felicidade, temos que fazer a nossa parte.O nosso anjo guardião nos inspira, repito, nos orienta, nos ajuda, mas ele não pode fazer o que somente nós podemos.
Alguém que visite o médico diante de um problema de saúde, ouvirá do médico as orientações devidas, receberá do médico a prescrição quanto à medicação a tomar, mas vai tomar se quiser, fará uso, se quiser, de tudo quanto o facultativo lhe haja indicado.
Assim é a nossa vida com nossos anjos guardiães. Nós poderemos receber deles toda boa inspiração, mas colocá-la em prática já será de nossa inteira liberdade.
Nosso anjo guardião merece, por isso, ser buscado, procurarmos estreitar os vínculos com ele. É certo que ele não nos abandona, mas nós, muitas vezes, nos desplugamos da sintonia com ele, saímos dessa sintonia com ele e obviamente nos sentiremos a sós, um tanto quanto perdidos nessa vastidão do mundo Terra.
E é tão triste essa sensação de que não temos ninguém, embora tenhamos todos a nosso favor, porque se temos Deus conosco através da figura do nosso guardião, não precisaríamos de mais nada.
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Essa presença de Deus junto a nós, através da figura do nosso anjo guardião, precisa ser valorizada por nós. Sim, precisa ser valorizada por nós.
É muito comum que cheguemos ao ponto de sair procurando ajuda através de outras criaturas.Vamos procurar os médiuns, os sacerdotes, os rabinos, os pastores, os pais de santo, na tentativa de que eles nos resolvam problemas, supondo que eles nos apontarão caminhos.
Muitas vezes o fazem, mas porque são criaturas humanas como nós, vivendo as mesmas lutas e necessidades do mundo, às vezes num plano de melhor visão, muitas vezes dotados de maior experiência que a gente, mas não deixam de ser criaturas humanas, atropeladas pelos mesmos vendavais que atropelam as nossas vidas, nem sempre eles atinarão para com o sentido daquele sofrimento que nos acontece, para com a fonte daquele tormento que nos acicata.
Mas, o nosso anjo guardião sabe exatamente porque é que nós estamos atravessando determinadas quadras da vida, positivas ou doloridas. Nosso anjo guardião sabe.
Será importantíssimo nós aprendermos a fechar circuito com eles, a travar contato com eles. Poderemos fazer isso, sem dúvida, aprendendo a fazer silêncio íntimo.
Temos vivido num tempo na Terra e, particularmente nesse lado ocidental do mundo, em que não conseguimos fazer silêncio mental. Acostumamo-nos culturalmente ao barulho, ao tumulto.
Dessa forma, será muito difícil para nós manter contato com nosso anjo guardião. Para ouvirmos entre aspas, sua voz, para captarmos seu psiquismo, é necessário silenciar nossos barulhos internos, nossos tumultos interiores.
Os orientais costumavam dizer que a nossa mente ocidental é semelhante a um macaco louco, porque salta de um para outro galho. Nós pensamos várias coisas ao mesmo tempo e isso nos perturba muito a capacidade de concentração.
É necessário, em nossa vida, o exercício de fazer silêncio íntimo, o exercício de silenciar, desligar os celulares, a campainha da porta, desligarmos o rádio, a televisão e fazermos durante um tempo, a nossa reflexão.
Pensar na natureza, os quadros bons da natureza, as coisas que nos sensibilizam, que nos comovem. Gradativamente nós vamos aprendendo a concentrar.
Concentrar-se é dirigir-se para alguma coisa ou algum lugar. É transformar alguma coisa, algum lugar, algum fato, no centro da nossa atenção.
Daí então, o nosso anjo guardião merece que nós façamos esse exercício para conseguirmos, ao longo do tempo, estabelecer ponte com ele.
A princípio, quando começarmos a fazer silêncio íntimo, sentiremos grande dificuldade, porque estamos acostumados ao barulho.Temos que falar o tempo todo da nossa vida. Não temos costume de silenciar, de passar algumas horas por conta da nossa própria reflexão.
Temos que estar escutando alguma coisa, seja música, seja conversa dos outros, seja irradiação de futebol, seja a novela, seja o que for: o tempo todo nos acostumamos ao barulho, não conseguimos fazer ponte com o Além Superior.
É importante que comecemos o exercício. Na hora em que o pensamento evadir-se, retornamos e recomeçamos a pensar naquilo que era alvo da nossa atenção.O tempo vai passando e nós vamos aprendendo, gradativamente, a ficar mais tempo em silêncio. Silêncio, ouvindo a voz do infinito.
O célebre Pitágoras estabeleceu que o Universo tem uma harmonia, uma sinfonia, corpos que giram para todos os lados, com velocidades variadas não podem ter outra destinação senão a produção de sons.
Mas Pitágoras estabeleceu que nós não conseguimos ouvir esses sons da natureza, porque já nascemos mergulhados nele, não temos o contraste do som e do silêncio.
Então, para nós será importante aprendermos a ouvir esse som do Universo conscientemente, sabedores de que não saberemos distingui-lo do silêncio cósmico. Mas vamos aprender a ouvir o silêncio do Universo que, para nós, será uma verdadeira sinfonia.
Somente quando o logremos, saberemos. Teremos conseguido fazer ponte mental com nosso anjo guardião. Surgir-nos-ão inspirações, idéias, palavras, aprimoramento daquelas idéias que já tínhamos desenvolvido.
Desse modo, estaremos entrosados com aquele Espírito que foi destinado a nos conduzir na Terra, do nosso berço ao nosso túmulo. Muitas vezes, desde antes do nosso berço terrestre, muitas vezes, para além da nossa morte física, nosso anjo guardião nosso amigo, representante de Deus junto a nós.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 120, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 03.08.2008.
Em 29.09.2008.