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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Os Mártires do Espiritismo.[...]Pedem mártires. Vós sois os primeiros que o Senhor marcou, pois sois apontados a dedo e sois tratados como loucos e insensatos, por causa da verdade! Eu vos digo, entretanto, que em breve chegará a hora da luz e então não mais haverá perseguidores nem perseguidos. Sereis todos irmãos e o mesmo banquete reunirá opressores e oprimidos!...

A propósito do questionamento sobre os milagres do Espiritismo que nos haviam proposto e de que tratamos no último número, também nos propuseram esta pergunta:
“Os mártires selaram com sangue a verdade do Cristianismo. Onde estão os mártires do Espiritismo?”
Tendes mesmo muito interesse em ver os espíritas sobre a fogueira ou lançados às feras! Isto leva a supor que não vos faltaria vontade, caso isso ainda fosse possível. Quereis à fina força pôr o Espiritismo no nível de uma religião! Notai, porém, que ele jamais pretendeu isso; que jamais se arvorou em rival do Cristianismo, do qual se declara filho; que ele combate os seus mais cruéis inimigos: o ateísmo e o materialismo.
 Afirmamos, uma vez mais, que ele é uma filosofia que repousa sobre as bases fundamentais de toda religião e sobre a moral do Cristo. Se renegasse o Cristianismo, ele se desmentiria, suicidar-se-ia. São os seus inimigos que o mostram como uma nova seita; que lhe deram sacerdotes e alto clero. Estes gritarão tantas e tantas vezes que é uma religião, que a gente poderia acabar acreditando.
É necessário existir uma religião para haver seus mártires? A Ciência, as Artes, o gênio, o trabalho, em todos os tempos não tiveram os seus mártires, assim como todas as ideias novas?
Não ajudam a fazer mártires os que apontam os espíritas como condenados, como párias a cujo contato se deve fugir; que açulam contra eles a população ignorante e que chegam até a lhes roubar os recursos do trabalho, esperando vencê-los pela fome, na falta de bons argumentos?
Bela vitória, se triunfassem, mas a semente está lançada e germina em toda a parte. Se é cortada num lugar, brota em cem outros.
Tentai então ceifar toda a Terra, mas deixai que falem os Espíritos que se encarregaram de responder à pergunta.

I

Pedistes milagres. Hoje pedis mártires. Já existem os mártires do Espiritismo. Entrai nas casas e os vereis.
Pedis perseguidos. Abri o coração desses fervorosos adeptos da ideia nova que lutam contra os preconceitos, com o mundo, e frequentemente até com a família! Como seus corações sangram e se dilatam, quando seus braços se estendem para abraçar um pai, uma mãe, um irmão ou uma esposa e não recebem a paga do carinho e dos transportes, mas sarcasmos, desdém e desprezo.
Os mártires do Espiritismo são os que a cada passo escutam estas palavras insultuosas: louco, insensato, visionário!... e durante muito tempo terão que suportar essas afrontas da incredulidade e outros sofrimentos ainda mais amargos.
Entretanto, a sua recompensa será bela, porque se o Cristo mandou preparar um lugar soberbo aos mártires do Cristianismo, o que prepara aos mártires do Espiritismo será ainda mais brilhante. Os mártires da infância do Cristianismo marchavam para o suplício, corajosos e resignados, porque não contavam sofrer senão dias, horas ou o segundo do martírio, aspirando a morte como única barreira para viver a vida celeste.
Os mártires do Espiritismo não devem nem mesmo aspirar a morte. Devem sofrer tanto tempo quanto praza a Deus deixá-los na Terra e não ousam julgar-se dignos dos puros gozos celestes logo que deixem a vida. Oram e esperam, murmurando baixinho palavras de paz, de amor e de perdão aos que os torturam, esperando novas encarnações nas quais poderão resgatar passadas faltas.
O Espiritismo elevar-se-á como um templo soberbo. A princípio os degraus serão difíceis de subir. Mas, transpostos os primeiros degraus, bons Espíritos ajudarão a vencer os outros até o lugar simples e reto que conduz a Deus.
Ide, ide, filhos, pregar o Espiritismo!
Pedem mártires. Vós sois os primeiros que o Senhor marcou, pois sois apontados a dedo e sois tratados como loucos e insensatos, por causa da verdade! Eu vos digo, entretanto, que em breve chegará a hora da luz e então não mais haverá perseguidores nem perseguidos. Sereis todos irmãos e o mesmo banquete reunirá opressores e oprimidos!
SANTO AGOSTINHO
(Médium: Sr. E. Vézy)

II

O progresso do tempo substituiu as torturas físicas pelo martírio da concepção e do nascimento cerebral das ideias que, filhas do passado, serão as mães do futuro. Quando o Cristo veio destruir o costume bárbaro dos sacrifícios; quando veio proclamar a igualdade e a fraternidade entre o saiote proletário e a toga patrícia, os altares, ainda vermelhos, fumegavam o sangue das vítimas imoladas; os escravos tremiam ante os caprichos do senhor e os povos, ignorando sua grandeza, esqueciam a justiça de Deus.
Nesse estado de rebaixamento moral, as palavras do Cristo teriam sido impotentes e desprezadas pela multidão, se não tivessem sido gritadas pelas suas chagas e tornadas sensíveis pela carne palpitante dos mártires. Para ser cumprida, a misteriosa lei das semelhanças, exigia que o sangue derramado pela ideia resgatasse o sangue derramado pela brutalidade.
Hoje os homens pacíficos ignoram as torturas físicas. Só o seu ser intelectual sofre, porque se debate, comprimido pelas tradições do passado, enquanto aspira novos horizontes.
Quem poderá pintar as angústias da geração presente, suas dúvidas pungentes, suas incertezas, seus ardores impotentes e sua extrema lassitude?
Inquietos pressentimentos de mundos superiores, dores ignoradas pela antiguidade material, que só sofria quando não gozava; dores que são a tortura moderna e que transformarão em mártires aqueles que, inspirados pela revelação espírita, crerão e não serão acreditados; falarão e serão censurados; marcharão e serão repelidos.
Não percais a coragem. Vossos próprios inimigos vos preparam uma recompensa tanto mais bela quanto mais espinhos houverem eles semeado em vosso caminho.

LÁZARO
(Médium: Sra. Costel)

III

Como bem dizeis, em todos os tempos as crenças tiveram mártires. Porém, é preciso dizer que muitas vezes o fanatismo estava de ambos os lados e então, quase sempre o sangue corria. Hoje, graças aos moderadores das paixões, aos filósofos, ou antes, a essa filosofia que começou com os escritores do século dezoito, o fanatismo apagou o seu facho e embainhou a espada. Em nossa época quase se não imagina a cimitarra de Maomé; a forca e a roda da Idade Média; as fogueiras e as torturas de toda espécie, do mesmo modo que se não imaginam os magos e as feiticeiras.
Outros tempos, outros costumes, diz um sábio provérbio. O vocábulo costumes é aqui muito elástico, como vedes e, conforme a sua etimologia latina, significa hábitos, maneira de viver. Ora, em nosso século, nossa maneira de ser não é de cobrir-se com cilício, de ir às catacumbas nem de dissimular suas preces aos procônsules e aos magistrados da cidade de Paris.
O Espiritismo, pois, não verá erguer-se o machado e as fogueiras devorarem os seus adeptos. A gente se bate a golpes de ideias, a golpes de livros, a golpes de comentários, a golpes de ecletismo e a golpes de teologia, mas a São Bartolomeu não se repetirá.
Certamente poderá haver algumas vítimas nas nações atrasadas, mas nos centros civilizados só a ideia será combatida e ridicularizada.
Assim, pois, não mais os machados, o feixe de varas, o óleo fervente, mas ficai atentos com o espírito voltairiano mal compreendido. Ele é o carrasco. É preciso preveni-lo, mas não desafiá-lo. Ele ri, em vez de ameaçar; lança o ridículo em vez da blasfêmia e seus suplícios são as torturas do espírito que sucumbe ao abraço do sarcasmo moderno.
Mas, sem desagradar aos pequenos Voltaires de nossa época, a juventude compreenderá facilmente estas três palavras mágicas: Liberdade, Igualdade, Fraternidade.
 Quanto aos sectários, estes são mais temíveis porque são sempre os mesmos, malgrado o tempo, malgrado tudo. Eles por vezes podem fazer o mal, mas são coxos, mascarados, velhos e rabugentos. Ora, vós que passais pela fonte de Juventa e cuja alma reverdece e remoça, não os temais, porque o seu fanatismo os perderá.

LAMENNAIS
(Médium: Sr. A. Didier)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

AOS PAIS DE FAMÍLIA


"Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que,
quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteiraivos
dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a
missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os
vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bemestar
futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do
filho confiado à vossa guarda?" ("O Evangelho segundo o Espiritismo" - Cap. XIV -
Comunicação de Santo Agostinho.)
Pediram-me que patrocinasse uma exposição da moral evangélica-espírita para uso dos pais
de família nos primeiros passos da educação religiosa e filosófica dos filhos.
Impossível seria furtar-me a esse convite tão sugestivo no momento difícil que a
Humanidade atravessa, quando a fé e a moral, a solidez dos costumes, o cumprimento do dever e a
responsabilidade de cada um se diriam em colapso, desorientando a muitos, vencendo outros tantos,
desanimando ou enrijecendo o coração de quase todos para lançar o caos na sociedade humana,
assinalando as últimas etapas do fim de uma civilização. Aquiesci, portanto, visto que ao servo
zeloso cumpre agenciar com os talentos confiados à sua guarda, a fim de renderem o máximo, para
gáudio do Senhor, que deseja ver a sua vinha habilmente cultivada, oferecendo frutos excelentes de
amor e justiça, para felicidade das gerações vindouras.
O lar é a grande escola da família, em cujo seio o indivíduo se habilita para a realização dos
próprios compromissos perante as leis de Deus e para consigo mesmo, na caminhada para o
progresso. É aí, de preferência a qualquer outra parte, que a criança, o cidadão futuro, o futuro
governante, o futuro elemento da sociedade, se deverá educar, adquirindo aquela sólida formação
moral-religiosa que resistirá, vitoriosamente, aos embates das lutas cotidianas, das provações e mil
complexos próprios de um planeta ainda inferior. Nem o mestre, nem o adepto de uma crença
qualquer, nem o amigo, por maior que lhes seja o desejo de servir, conseguirá cultivar no coração da
infância os valores da moral evangélica se os pais, por sua vez, não edificarem no próprio lar o
templo feliz do ensinamento que tenderá a florescer e frutescer para a eternidade. Daí a urgente
necessidade de os pais espíritas se habilitarem para dar aos filhos pequeninas aulas de moral, aulas
de Evangelho, aulas de legítimo Espiritismo e mesmo aulas de boa educação social e doméstica,
pois o espírita, antes de mais nada, necessita manter a boa educação doméstica e social, sem a qual
não será cristão. Outrossim, será necessário que, de uma vez para sempre, os pais de família
observem a prática do amor recíproco, que fornecerá forças para realizarem a tarefa que assumiram
ao se tornarem cônjuges, qual a conquista do progresso através da paternidade; que zelem pela
harmonia e a serenidade domésticas de cada dia, jamais se permitindo displicências de quaisquer
naturezas, discussões, hostilidades, pois será necessário que respeitem os filhos, lembrando-se de
que das suas atitudes surgirão exemplos para a prole e que esses exemplos deverão ser os melhores,
para que não enfraqueçam a própria autoridade e o respeito para dirigir a família. Se tais atitudes
não forem observadas, dificilmente poderão cumprir o próprio dever de orientadores da família, e a
grandes responsabilidades serão chamados na realidade do mundo espiritual.

Não obstante, será bom que a criança e o adolescente assistam a aulas educativas de moral
religiosa na sua agremiação espírita. Deverão mesmo fazê-lo, pois será também necessário cultivar a
convivência com os futuros companheiros de ideal, ampliar relações fraternas, desenvolver traquejo
para futuros certames de cunho espírita, e em razão de que o Centro Espírita dever ser
prolongamento do lar. O que, porém, é necessário e indispensável, o que é extremamente urgente é
que os pais não releguem a outrem o dever de encaminhar os filhos para Deus, dever com o qual secomprometeram perante as Leis ao reencarnar, perante as exigências sociais do matrimônio e
perante as disposições morais da paternidade
.
A criança é grande enamorada dos próprios pais. Segue-os de olhos fixos. Uma lição, uma
advertência carinhosa dos pais, se prudente e sabiamente aplicadas, serão facilmente assimiladas
pelo filho, ainda frágil e simples. Se se descurou, porém, a educação na primeira infância, a
puberdade e a adolescência tornar-se-ão fases de orientação mais difícil. Mesmo em se tratando de
criança de índole rebelde, grandes benefícios advirão, se tal dever, o de educar, for fielmente
observado pelos pais. Jamais estes deverão alimentar a pretensão de que seu filho seja modelo de
boas qualidades, enquanto o filho do próximo é atestado de qualidades inferiores, visto que tal
ilusão entravará desastrosamente as providências educativas a favor do próprio filho.
Que os pais
rejeitem, sem vacilações, a notícia, mediunicamente revelada, de que "grandes missionários" são
seus filhos reencarnados. Semelhantes informações serão quase sempre fruto de mistificação, de
preferência veiculadas por obsessores e não por amigos espirituais, porquanto estes seriam
prudentes em não se permitirem tais indiscrições, mais prejudiciais que úteis ao próprio futuro da
criança.
Entretanto, à mãe compete ainda maior dose de responsabilidade no certame. O fato de ser
mãe não será apenas acontecimento biológico, mas posto de trabalho árduo, testemunho de
paciência, digno atestado de vigilância, de coragem, de amor, concordância com a renúncia e o
sacrifício. Não terá bem cumprido a própria tarefa a mulher que deixar de observar tal lema. Um
grande filósofo, adepto do Espiritismo, acentuou, numa das suas obras de educação e instrução, a
seguinte reflexão:
"...tal seja a mulher tal é o filho, tal será o homem. É a mulher que, desde o berço, modela a
alma das gerações. É ela que faz os heróis, os poetas, os artistas, cujos feitos e obras fulguram
através dos séculos."
"...para desempenhar, porém, tão sagrada missão educativa (na antigüidade grega), era
necessária a iniciação no grande mistério da vida e do destino, o conhecimento da lei das
preexistências e das reencarnações, porque só essa lei dá à vida do ser; que vai desabrochar sob a
égide materna, sua significação tão bela e tão comovedora." ¹
Patrocinando, pois, um ensaio literário-espírita para auxílio das mães e dos pais de família,
durante as noites de serão no lar, onde o Evangelho do Senhor e seus conseqüentes benefícios no
indivíduo e na sociedade serão ministrados e examinados, eu o faço no cumprimento dos próprios
deveres para com o Consolador, enviado pelo Céu à Terra como orientador da renovação moral de
cada um, para efetivação dos desígnios de Deus em relação à Humanidade.
Que tão belos serões renovadores do lar e dos corações obtenham êxitos na boa educação da
infância, é o meu desejo.
BEZERRA
(Comunicação obtida pela médium Yvonne A. Pereira, na noite de 11 de agosto de 1966, no Rio de
Janeiro - RJ, transcrita de “Obreiros do Bem”, de dezembro de 1976.)
REFORMADOR EDIÇÃO INTERNET
REFORMADOR, MAIO, 1997 14

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1. DENIS, Léon. "No Invisível". 17ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996. Cap. VII.