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sexta-feira, 4 de abril de 2014

O Terceiro Céu

O reino de Deus não vem com aparência exterior.
Nem dirão: Ei-lo aqui, ou ei-lo ali, porque eis que o reino de Deus está entre vós".

(Lucas, 17:20-21).

Já se foram os tempos em que os homens supunham ser o nosso mundo o centro de todo o Universo, quando então teorias aberrantes foram impostas como verdades irretorquíveis.

Os gregos, por exemplo, admitiam a Terra como imenso disco, supondo que o centro de tal disco estava exatamente no famoso santuário de Apoio, em Delfos, a poucos quilômetros do golfo de Corinto. Nesse santuário, famoso pelo seu oráculo, havia mesmo um cone de mármore branco, considerado por todos como o "umbigo" do mundo...

No tocante aos céus, também existiam várias teorias, pois, segundo a opinião generalizada, havia sete céus. Os muçulmanos admitem nove céus, em cada um dos quais se aumenta a felicidade dos crentes. n sábio Ptolomeu, que viveu em Alexandria, no segundo século da era cristã, contava onze céus e denominava ao último Empireu (do grego, pur ou pyr, fogo) por causa da luz intensa que afirmava nele existir. Os poetas afirmavam ser esse o lugar da eterna glória. A teologia cristã, por sua vez, reconhece três céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens, o segundo o espaço em que giram os astros, e o terceiro, a morada do Altíssimo, onde estariam aqueles que segundo os seus ensinos, gozam da bem-aventurança e estão no estado de contemplação beatífica.

Sobre a vida no além-túmulo, ensina também que o homem vive uma só vez, depois do que será submetido a dois julgamentos distintos: um logo depois da morte, chamado juízo particular, e outro no fim do mundo, denominado juízo universal, ou final. Depois do primeiro, as almas vão diretamente ou para o céu, onde "se goza da vista de Deus e de todos os bens, sem mistura de mal", ou para o inferno, onde, ao contrário, "se sofre a privação da vista de Deus, o fogo eterno e todos os males, sem mistura de bem". Sustenta ainda que as almas que tenham apenas pecados venais, permanecem por algum tempo em uma estância intermediária o purgatório, antes de serem recebidas no céu.

Por outro lado, essa teologia situou Deus nos confins do Universo, em vez de colocá-lo no centro, donde o seu pensamento poderia irradiar e abranger tudo.

A evolução se processou de forma espantosa, a ciência desvendou novas verdades, a Terra deixou de ser o centro do universo, o céu foi deslocado e a região estelar, sendo ilimitada, deitou por terra a teoria na existência desses céus superpostos, e isso fez emudecer todas as religiões.

Paulo, em sua 11 Epístola ao Coríntios, afirmou: "Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é licito falar". (I1 Cor. 12:2-4).

É inegável que o homem mencionado por Paulo foi arrebatado, em espírito, a um plano espiritual de grande elevação e, ali, ouviu instruções de grande alcance, inacessíveis á compreensão dos homens encarnados. Qualquer um desses planos espirituais do Mundo Maior, narrados nos ensinamentos espíritas, pode ser comparado ao chamado terceiro céu, pois, obviamente os que ouviam Paulo não estavam em condições de compreender o céu senão como um lugar situado acima das regiões das nuvens e do:; astros, uma vez que se concebia (crença que perdurou até Galilei) que a Terra era o centro do Universo.

Quão diferentes são estes ensinamentos daqueles que o Espiritismo vem apregoar na atualidade.

Jesus afirmou que não deveríamos buscar o Reino de Deus aqui ou acolá, pois ele está entre nós, e os espíritas têm como ponto pacífico que a fórmula para á conquista desse Reino é a vivência pura e simples dos preceitos cristãos que levam á reforma íntima. O reino dos céus não se toma de assalto, mas conquista se com as boas obras. (Lucas, 16:16).

Após a oficialização da igreja cristã, no século IV, cessou praticamente o intercâmbio mediúnico entre os primitivos cristãos e o mundo espiritual. 

A justificativa apresentada pelos doutores da igreja foi uma proibição lançada vinte séculos antes por Moisés, cujo objetivo era combater a mercantilização com as coisas divinas e a ação nefasta dos falsos médiuns.

A revelação dos espíritos passou a ser um empecilho aos intuitos dos homens que tinham interesse numa igreja temporal. Para por um paradeiro no processo de intercâmbio entre o mundo corpóreo e o plano espiritual, inúmeras fogueiras foram acesas, e, como decorrência, a revelação deixou de ser a pedra angular das chamadas religiões cristãs.

Surgiram então os dogmas e durante outros vinte séculos a humanidade passou a ter uma visão distorcida das coisas divinas, pois, através deles tomaram forma as esdrúxulas teorias das penas eternas, do pecado original, dos céus superpostos, da existência do purgatório, da unicidade das existências do homem na Terra, da unicidade dos mundos habitados e outras mais, tudo isso em flagrante contraste com os ensinamentos contidos nos Evangelhos.

Ao Espiritismo cabe a tarefa de restabelecer todos os ensinamentos de Jesus Cristo em seus devidos lugares, consoante a promessa do Mestre de que suscitaria entre nós, em época propícia, o Espírito de Verdade.
                                                        
Paulo Alves de Godoy

O Semeador

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A verdadeira mudança no Brasil e mundo está dentro de cada um de nós.(...)"o Evangelho é portador de gigantesca transformação do mundo. Destina-se à redenção das massas anônimas e sofredoras. Reformará o caminho dos povos".(...)"– Tomé, os homens deviam entediar-se de revoltas e guerras que começam de fora, espalhando ruína e ódio, crueldade e desespero. Nossa iniciativa redentora verifica-se de dentro para fora..." (...)"– A ordem para nós não é de matar para renovar, mas, sim, de servir para melhorar e elevar sempre...".

a  revolução  cristã
Irmão X
 
Ouvindo variadas referências ao novo Reino, Tomé impressionara-se, acreditando o povo judeu nas vésperas de formidável renovação política. Indubitávelmente, Jesus seria o orientador supremo do movimento a esboçar-se pacífico para terminar, com certeza, em choques sanguinolentos. Não se reportava o Mestre, constantemente, à vontade do Todo-Poderoso? Era inegável o advento da era nova. Legiões de anjos desceriam provávelmente dos céus e pelejariam pela independência do povo escolhido.
Justificando-lhe a expectativa, toda gente se agrupava, em redor do Messias, registrando-lhe as promessas.
Estariam no limiar da Terra diferente, sem dominadores e sem escravos.
Submetendo, certa noite, ao Cristo as impressões de que se via possuído, d’Ele ouviu a confirmação esperada:
– Sem dúvida – explicou o Nazareno –, o Evangelho é portador de gigantesca transformação do mundo. Destina-se à redenção das massas anônimas e sofredoras. Reformará o caminho dos povos.
– Um movimento revolucionário! – acentuou Tomé, procurando imprimir mais largo sentido político a definição.
– Sim – acrescentou o Profeta Divino –, não deixa de ser...
Entusiasmado, o discípulo recordou a belicosidade da raça, desde os padecimentos no deserto, a capacidade de resistência que assinalava a marcha dos israelitas, a começar de Moisés, e indagou sem rebuços:
– Senhor, confiar-me-ás, porventura, o plano central do empreendimento?
Dirigiu-lhe Jesus significativo olhar e observou:
– Amanhã, muito cedo, iremos ambos ao monte, marginando as águas. Teremos talvez mais tempo para explicações necessárias.
Intrigado, o apostolo aguardou o dia seguinte e, buscando ansioso a companhia do Senhor, muito antes do sol nascente, em casa de Simão Pedro, com surpresa encontrou-o à espera dele, a fim de jornadearem sem detenha.
Não deram muitos passos e encontraram pobre pescador embriagado a estirar-se na via pública. O Messias parou e acercou-se do mísero, socorrendo-o.
– Que é isto? – clamou Tomé, enfadado – este velho diabo e Jonas, borracho renitente. Para que ajudá-lo? Amanhã, estará deitado aqui ás mesmas horas e nas mesmas condições.
O Companheiro Celeste, todavia, não lhe aceitou o conselho e redargüiu:
– Não te sinto acertado nas alegações. Ignoras o princípio da experiência de Jonas. Não sabes por que fraqueza se rendeu ele ao vicio. É enfermo do espírito, em estado grave: seus sofrimentos se agravam à medida que mergulha no lamaçal. Realmente vive reincidindo na falta. Entretanto, não consideras razoável que o serviço de escorro exige também o ato de começar?
O aprendiz não respondeu, limitando-se a cooperar na condução do bêbado para lugar seguro, onde caridoso amigo se dispôs a fornecer-lhe lume e pão.
Retomavam a caminhada, quando pobre mulher, a toda pressa, veio implorar ao Messias lhe visitasse a filhinha em febre alta.
Acompanhado pelo discípulo, o Salvador orou, ao lado da pequenina confiante, abençoou-a e restituiu-lhe a tranqüilidade ao corpo.
Iam saindo de Cafarnaum, mas foram abordados por três senhoras de aspecto humilde que desejavam instruções da Boa-Nova para os filhinhos. O Cristo não se fez rogado. Prestou esclarecimentos simples e concisos.
Ainda não havia concluído aquele curso rápido de Evangelho e Jafé, o cortador de madeira, veio resfolegante suplicar-lhe a presença no lar, porque um filho estava morto e a mulher enlouquecera.
O Emissário de Deus seguiu-o sem pestanejar, à frente de Tomé silencioso. Reconfortou a mãezinha desvairada, devolvendo-a ao equilíbrio e ensinou à casa perturbada que a morte, no fundo, era a vitória da vida.
O serviço da manhã absorvera-lhes o tempo e, assim que se puseram a caminho, em definitivo, eis que uma anciã semi-paralítica pede o amparo do Amigo Celestial. Trazia a perna horrivelmente ulcerada e dispunha apenas de uma das mãos.
O messias acolhe-a, bondoso. Solicita o concurso do apóstolo e condu-la a sítio vizinho, onde lhe lava as feridas e deixa-a convenientemente asilada.
Prosseguindo viagem para o monte, mestre e discípulo foram constrangidos a atender mais de cinqüenta casos difíceis, lenindo o sofrimento, semeando o bom ânimo, suprimindo a ignorância e espalhando lições de esperança e iluminação. Sempre rodeados de cegos e loucos, leprosos e aleijados, doentes e aflitos, mal tiveram tempo de fazer ligeiro repasto de pão e legumes.
Quando atingiram o objetivo, anoitecera de todo. Estrelas brilhavam distantes. Achavam-se exaustos.
Tomé, que mostrava os pés sangrentos, enxugou o suor copioso e rendeu graças a Deus pela possibilidade de algum descanso. A fadiga, porém, não lhe subtraíra, a curiosidade. Erguendo para o Cristo olhar indagador, inquiriu :
– Senhor, dar-me-ás agora a chave da conspiração libertadora?
O divino interpelado esclareceu, sem vacilações :
– Tomé, os homens deviam entediar-se de revoltas e guerras que começam de fora, espalhando ruína e ódio, crueldade e desespero. Nossa iniciativa redentora verifica-se de dentro para fora. Já nos achamos em plena revolução evangélica e o dia de hoje, com os abençoados deveres que nos trouxe, representa segura resposta à indagação que formulaste. Enquanto houver preponderância do mal, a traduzir-se em aflições e trevas, no caminho dos homens, combateremos em favor do triunfo supremo do bem.
E, ante o discípulo desapontado, concluiu :
– A ordem para nós não é de matar para renovar, mas, sim, de servir para melhorar e elevar sempre.
Tomé passou a refletir maduramente e nada mais perguntou.
Livro “Luz Acima”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 
 
 

terça-feira, 2 de julho de 2013

DO APRENDIZADO DE JUDAS

DO  APRENDIZADO  DE  JUDAS
Irmão X
 
Não obstante amoroso, Judas era, muita vez, estouvado e inquieto. Apaixonara-se pelos ideais do Messias, e, embora esposasse os novos princípios, em muitas ocasiões surpreendia-se em choque contra eles. Sentia-se dono da Boa-Nova e, pelo desvairado apego a Jesus, quase sempre lhe tornava a dianteira nas deliberações importantes. Foi assim que organizou a primeira bolsa de fundos da. comunhão apostólica e, obediente aos mesmos impulsos, julgou servir à grande causa que abracara, aceitando a perigosa cilada. que redundou na prisão do Mestre.
Apesar dos estudos renovadores a que sinceramente se entregara, preso aos conflitos íntimos que lhe caracterizavam o modo de ser, ignorava o processo de conquistar simpatias.
Trazia constantemente nas lábios uma, referência amarga, um conceito infeliz.
Quando Levi se reportava a alguns funcionários de Herodes, simpáticos ao Evangelho, dizia, mordaz:
– São víboras disfarçadas. Sugam o erário público, bajulam sacerdotes e deixam-se pisar pelo romano dominador... A meu parecer, não passam de espiões..
O companheiro ouvia tais afirmativas, com natural desencanto, e os novos colaboradores dele se distanciavam menos entusiasmados.
Generosa amiga de Joana de Cusa ofereceu, certo dia, os recursos precisos para a caminhada do grupo, de Cafarnaum a Jerusalém. Porém, recebendo a importância, o apóstolo irrefletido alegou, ingratamente:
– Guardo a oferta; contudo, não me deixo escarnecer. A doadora pretende comprar o reino dos Céus, depois de haver gozado todos os prazeres do reino da Terra. Saiba.m todos que este ó um dinheiro impuro, nascido da iniqüidade.
Estas palavras, pronunciadas diante da benfeitora, trouxeram-lhe indefinível amargura.
Em Cesareia, heróica mulher de um paralítico, sentindo-se banhada pelos clarões do Evangelho, abriu as portas do reduto doméstico aos desamparados da sorte. Orfãos e doentes buscaram-lhe o acolhimento fraternal. O discípulo atrabiliário, no entanto, não se esquivou à, maledicência:
– E o passado dela? – clamou cruelmente – o marido enfermou desgostoso pelos quadros tristes que foi constrangido a presenciar. Francamente, não lhe aceito a conversão. Certo, desenvolve piedade fictícia para aliciar grandes lucros.
A senhora, duramente atingida pelas descaridosas insinuações, paralisou a benemerência iniciante, com enorme prejuízo para os filhos do infortúnio.
Quando o próprio Messias abençoou Zaqueu e os serviços dele, exclamou Judas, indignado, às ocultas:
– Este publicano pagará mais tarde. Escorcha, os semelhantes, rodeia-se de escravas, exerce avareza, sórdida e ainda, pretende o raiz.o divino!...
Não irá longe... Enganara o Mestre, não a mim...
Alimentando tais disposições, sofria a desconfiança de muitos. De quando em quando, via-se repelido delicadamente.
Jesus, que em silêncio lhe seguia as atitudes, aconselhava prudência, amor e tolerância. Mal não terminava,porém, as observações carinhosas, chegava Simão Pedro, por exemplo, explicando que Jeroboão, fariseu simpatizante da. Boa-Nova, parecia inclinado a ajudar o Evangelho renascente.
– Jeroboão? – advertia Judas, sarcástico – aquilo e uma raposa de unhas afiadas. Mero fingimento! Conheço-o há vinte anos. Não sabe senão explorar o próximo e amontoar dinheiro. Houve tempo em que chegou a esbordoar o próprio pai, porque o infeliz lhe desviou meia pipa de vinho!...
A verdade, porém, é que as circunstâncias, pouco a pouco, obrigaram-no a insular-se. Os próprios companheiros andavam arredios, Ninguém lhe aprovava as acusações impulsivas e as lamentações sem propósito. Apenas o Cristo não perdia a paciência. Gastava longas horas, encorajando-o e esclarecendo-o afetuosamente...
Numa tarde quente e seca, viajavam ambos, nos arredores de Nazaré, cansados de jornada comprida, quando o filho de Kerioth indagou, compungido :
– Senhor, por que motivos sofro tão pesadas humilhações? Noto que os próprios companheiros se afastam cautelosos de mim... Não consigo fazer relações duradouras. Há como que forçada separação entre meu espírito e os demais... Sou incompreendido e vergastado pelo destino...
E levantando os olhos tristes para o Divino Amigo, repetia :
– Por quê?!...
Jesus ia responder, condoído, observando que a voz do discípulo tinha lágrimas que não chegavam a cair, quando se acercaram, subitamente, de poço humilde, onde costumavam aliviar a sede. Judas que esperava ansioso aquela bênção, inclinou-se, impulsivo e, mergulhando as mãos ávidas no líquido cristalino, tocou inadvertidamente o fundo, trazendo largas placas de lodo à tona.
Oh! Oh! Que infelicidade!  - gritou em desespero.
O mestre bondoso sorriu calmamente e falou:
_ neste poço singelo, Judas, tens a lição que desejas. Quando quiseres água pura, retira-a com cuidado e reconhecimento. Não há necessidade de alvoroçar a lama do fundo e das margens. Quando tiveres sede de ternura e amor, faze o mesmo com teus amigos. Recebe-lhes a cooperação afetuosa sem cogitar do mal, a fim de que não percas o bem supremo.
Pesado silêncio caiu entre o benfeitor e o tutelado.
O apóstolo invigilante modificou a expressão do olhar, mas não respondeu.

Livro “Luz Acima”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

1019. Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem?


“O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.

“Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo que trabalharão pelo de seus irmãos mais atrasados. Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições,
trazendo em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pecado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais.

“Todos vós, homens de fé e de boa-vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado. Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias.” SÃO LUÍS.

.......

859. Com todos os acidentes, que nos sobrevêm no curso da vida, se dá o mesmo que com a morte, que não pode ser evitada, quando tem que ocorrer?

“São de ordinário coisas muito insignificantes, de modo que vos podeis prevenir deles e fazer que os eviteis algumas vezes, dirigindo o vosso pensamento, pois nos desagradam os sofrimentos materiais. Isso, porém, nenhuma importância tem na vida que escolhestes. A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.”


a) - Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram?


“Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a conseqüência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal maneira que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não seria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.”


861. Ao escolher a sua existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser assassino?


“Não. Escolhendo uma vida de lutas, sabe que terá ensejo de matar um de seus semelhantes, mas não sabe se o fará, visto que ao crime precederá quase sempre, de sua parte, a deliberação de praticá-lo. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de fazê-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria que cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém, sabendo que a ninguém há predestinado ao crime e que todo crime, como qualquer outro ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio.

“Demais, sempre confundis duas coisas muito distintas: os sucessos materiais e os atos da vida moral. A fatalidade, que por algumas vezes há, só existe com relação àqueles sucessos materiais, cuja causa reside fora de vós e que independem da vossa vontade. Quanto aos da vida moral esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte, tem sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a esses atos, nunca há fatalidade.”
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CONSCIÊNCIA E MEDIUNIDADE

No complexo mecanismo da consciência humana, a paranormalidade desabrocha, alargando os horizontes da percepção em torno das realidades profundas do ser e da vida.

Explodindo com relativa violência em determinados indivíduos, graças a cuja manifestação surgem perturbações de vária ordem, noutros aparece sutilmente, favorecendo a penetração em mais amplas faixas vibratórias, aquelas de onde se procede antes do corpo e para cujo círculo se retorna depois do desgaste carnal.

Irradiando-se como apercebimento da própria alma em torno do mundo que a rodeia, capta e transmite impressões que propõem mais equilíbrio aos quadros da vida.

Além das manifestações peculiares aos seus atributos, enseja o intercâmbio mediúnico sem qualquer receio e ouvirás palavras alentadoras, verás pessoas queridas acercando-se de ti.

Não és uma realidade estática, terminada.

No processo da tua evolução, a mediunidade é campo novo de ação a joeirar, aguardando o arado da tua atenção.

Sem constituir-se um privilégio, é conquista que se te apresenta fascinante, para que mais cresças e melhor desempenhes as tuas tarefas no mundo.

Por ela terás acesso a paisagens felizes, a intercâmbios plenificadores, a momentos de reflexão profunda. Talvez, em algumas ocasiões, te conduza aos sítios do sofrimento e às pessoas angustiadas que também fazem parte do contexto da evolução.

Sintonizarás com a dor, no entanto, para que despertem os teus valores socorristas e ajudes, compreendendo melhor as leis de causa e efeito, que regem no universo.

Nos outros, os momentos de elevação, adquirirás sabedoria e iluminação para o crescimento eterno, conduzindo contigo aqueles que ainda não lograram caminhar sem apoio.

A mediunidade, para ser dignificada, necessita das luzes da consciência enobrecida.

Quanto maior o discernimento da consciência, tanto mass amplas serão as possibilidades do intercâmbio mediúnico.

Antes de estudar a mediunidade mais profundamente, Allan Kardec perguntou aos Mensageiros da Luz, conforme se lê no item 408, de O Livro do Espíritos:

-E qual a razão de ouvirmos, algumas vezes em nós mesmos, palavras pronunciadas distintamente, e que nenhum nexo têm com o que nos preocupa?

Os Veneráveis elucidaram-no:

-É fato: ouvis até mesmo frases inteiras, principalmente quando os sentidos começam a entorpecer-se. É, quase sempre, fraco eco do que diz um espírito que convosco se quer comunicar.

Conscientizando-te desta rica responsabilidade mediúnica ao teu alcance, faze silêncio interior, estuda a tua faculdade e, meditando, entra em sintonia com o teu guia espiritual a fim de que ele te conduza com segurança, iluminando e fortalecendo a tua consciência.


Autor: Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo franco. Livro: Momentos de Meditação


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O Espiritismo
www.oespiritismo.com.br

quarta-feira, 27 de março de 2013

Embaixadores do Reino



A sinfonia da Boa Nova encontrava-se no auge da sua musicalidade, enternecendo os corações antes em angústia e confortando as mentes que se encontravam desarvoradas.
Em toda parte, no abençoado solo de Israel, o doce canto penetrava a acústica das almas, da mesma forma que o sândalo suavemente é absorvido por qualquer superfície porosa.
Tratava-se de uma epopeia que atingia o clímax e nunca mais se repetiria na Terra, jamais igualada em todo o seu esplendor.
A passagem iridescente por onde Ele deambulava, enriquecia-se de belezas espirituais e uma permanente aragem de esperança e de paz permaneceria assinalando as ocorrências ditosas.
Em madrugada que se fazia bordada de luz, Ele reuniu os Seus, em Cafarnaum, às margens do mar-espelho, e lhes explicou ternamente como seria o programa de engrandecimento moral que estava traçado para toda a Humanidade.
Era necessário empreender a desafiadora façanha de informar às gentes de todo lugar o seu conteúdo invulgar.
Na Sua condição de rei, deveria visitar as regiões bravias e difíceis de comunicação, nas quais necessitava instalar os alicerces do reino, para tanto, enviaria embaixadores que se encarregariam de anunciá-lO, de abrir clareiras nas selvas dos sentimentos devastados pelas paixões primárias, proporcionando espaços para a fixação dos pilotis do amor e da compaixão, sobre os quais seria erguido o altar da caridade.
Aqueles eram dias de egoísmo, de soberba, de intérminas batalhas nas quais predominavam os ódios e as rixas perversas.
O ser humano era escravo dos dominadores mais astutos e impiedosos, que os submetiam ao talante das suas misérias morais interiores.
Não brilhava o sol da esperança e muito menos a doce possibilidade de compaixão.
A miséria espiritual transbordava, e as pessoas encontravam-se submetidas aos preconceitos, às situações, de penúria e de abandono.
De certo modo, ainda hoje é quase assim...
O processo da evolução íntima do Espírito, que deve abandonar o primarismo de onde procede, na busca dos alcantis do infinito, é longo e penoso...
Envolvendo os discípulos selecionados para o mister especial, tocou-os, um a um, transmitindo-lhes a santificada energia que O caracterizava, e esclareceu:
-Ide em paz e com irrestrita confiança no Pai.
Nunca temais, seja o que for, porquanto estais investidos do mandato superior e conseguireis avançar imunes às agressões, às picadas dos escorpiões e das serpentes que ficarão esmagados sob vossos pés, enquanto as vossas vozes calarão a agressão dos Espíritos perversos, zombeteiros e causadores do pânico nas multidões desavisadas...
Seguireis amparados pelas legiões angélicas, encarregadas de trabalhar a Humanidade e nela renascer através dos séculos para recordar e ampliar as sublimes propostas que apresentareis.
Inspirar-vos-ão e ouvir-vos-ão, num contínuo intercâmbio de amor.
Ninguém terá como silenciar-vos as vozes, e todos se vos submeterão ao canto incomparável com as revelações da verdade...
Depois, eu próprio vos seguirei, fixando as estrelas do Evangelho no zimbório das almas em escuridão.
Abençoo-vos em nome de meu Pai e despeço-me em paz.
*   *   *
Eram setenta discípulos preparados para a propaganda e difusão da Sua mensagem insuperável. Estavam assinalados pela autoridade moral e identificados pelo profundo sentimento de fraternidade.
Haviam renascido para participar da grandiosa envergadura espiritual e deveriam trabalhar enriquecidos pela alegria inaudita do bem fazer.
Quando o Sol diluía nas águas doces e transparentes do mar os seus raios de ouro disparados com certeira pontaria, eles partiram em cânticos de júbilos...
*   *   *
A partitura imensa, na qual estavam grafadas as harmonias da Boa Nova, alcançava aldeias humildes e cidades orgulhosas, perpassavam pelos caminhos impérvios e se expandia pelas estradas bem cuidadas, em perfeita identificação com o Cantor, onde quer que se encontrasse.
A sociedade terrestre sempre aflita e sofrida, que transpirava horror e decomposição espiritual, passou a receber o bálsamo sarador e a força revigorante para que pudesse superar a difícil conjuntura do seu estágio primitivista.
Ele inaugurava, naqueles dias, a era das provas e expiações, proporcionando os recursos valiosos para que se pudessem suportar as dificuldades da evolução.
O largo período de selvageria e impiedade cederia lugar lentamente a uma fase nova de esperança e de certeza de paz.*
Os dias correram céleres na ampulheta do tempo e os embaixadores desincumbiram-se da responsabilidade que lhes foi concedida.
Num entardecer de sol desfiando plumas de luz de cor variada, eles retornaram exultantes.
Diante da multidão, na mesma praia de Cafarnaum, de onde saíram, eles se apresentaram e depuseram:
Em toda parte proclamamos a Era Nova, explicando que um reino de paz se acercava, iniciando-se no coração do ser humano, e que avançará ditoso no rumo do futuro feliz.
Desafiados por saduceus hipócritas e pretorianos insensíveis, perseguidos por fariseus fanáticos e cínicos, assim como pela malta sempre revoltada, demonstrando o poder que nos foi conferido, curamos as suas mazelas em nome do nosso Rei, submetemos Espíritos vingativos, saramos feridas, restituímos visão aos cegos, audição aos surdos, movimentos aos paralíticos e alegria aos tristes em momentos de inconfundível ligação com Deus.
Nenhum mal nos aconteceu, e sempre conseguimos anunciar o amanhecer de um novo tempo com os olhos iluminados pela alegria e os corações pulsando felicidade.
Algumas cidades de prazer e de loucura gargalharam das nossas palavras, mas sempre encontramos infelizes à espera de compaixão e de ajuda.
Vimos rostos desfigurados pela lepra sorrir de alegria e vidas despedaçadas recompor-se ao toque da esperança.
A vossa palavra em nossas bocas soava como cânticos nunca dantes enunciados ou ouvidos e nossas presenças tornaram-se fortaleza para os fracos e apoio para os oprimidos.
Estão lançadas as balizas do reino que Vos pertence, Senhor!
Jubiloso,o Rabi sábio novamente os abençoou, e dirigindo-se à massa em expectativa emocionada, lamentou:
Ai de ti, Corazim! Ai de ti Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidon se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza.
Contudo, no juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidon, do que para vós outras.
Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até o céu? Descerás até o inferno?
Leve palor tomou-Lhe a bela face, como resultado da percepção de que as grandiosas Corazins e Betsaidas do futuro, por largo período prefeririam o bezerro de ouro àave de luz do Seu amor.
*
Passaram-se muitos séculos. Seus embaixadores continuam renascendo em todas as épocas, proclamando a Boa Nova, e os ouvintes permanecem moucos com os sentimentos enregelados nas paixões vergonhosas.
Em consequência, acumulam-se as nuvens borrascosas na imensa Galileia moderna, a Sua voz continua chamando vidas para o Seu reino, enquanto o corcel rápido da fantasia e da luxúria, é conduzido pelos seus cavalgadores na direção dos abismos...
Ai de vós, que tendes ouvido e visto o amanhecer de bênçãos e optais pela triste noite de pesadelos e de horror!
Os embaixadores estão ao vosso lado: cuidai de ouvi-los, quando se inicia o período de regeneração da Humanidade!
Amélia Rodrigues
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião da noite de 16 de
julho de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 2.1.2013

sábado, 16 de março de 2013

Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita-Livro I - Roteiro 4 - Módulo 2 A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade

CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
• Tendo por missão transmitir aos homens o pensamento de Deus, somente a sua
doutrina (a do Cristo), em toda a pureza, pode exprimir esse pensamento. Allan
Kardec: A gênese. Cap. 17, it. 26.
• Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante
a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos
dependem toda a Lei e os profetas. (Mateus, 22:37-40) Esse ensinamento de Jesus
[...] é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres
do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal
respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que
para nós desejamos. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 11,
item 4.
• Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para servir de guia
e modelo?
“Jesus”. Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a
Humanidade pode aspirar na Terra. Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão
625.
A MISSÃO DE JESUS - GUIA E
MODELO DA HUMANIDADE
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. Jesus, guia e modelo da Humanidade
Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso
sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do
Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades
planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos,
ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a
solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas
vezes no curso dos milênios conhecidos.
A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim
de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e
os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia
a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu
Evangelho de amor e redenção. 17
Vemos, dessa forma, a excelsitude de Jesus, o construtor da nossa moradia,
planeta destinado à nossa melhoria espiritual .
Jesus [...], com as suas legiões de trabalhadores divinos, lançou o escopo da sua misericórdia
sobre o bloco de matéria informe, que a Sabedoria do Pai deslocara do Sol para
as suas mãos augustas e compassivas. Operou a escultura geológica do orbe terreno,
talhando a escola abençoada e grandiosa, na qual o seu coração haveria de expandir-se
em amor, claridade e justiça. Com os seus exércitos de trabalhadores devotados, estatuiu
os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhes o equilíbrio futuro
na base dos corpos simples de matéria, cuja unidade substancial os espectroscópios terrenos
puderam identificar por toda a parte no universo galáxico. Organizou o cenário
SUBSÍDIOS
MÓDULO II
Roteiro 4
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade
da vida, criando, sob as vistas de Deus, o indispensável à existência dos seres do porvir.
Fez a pressão atmosférica adequada ao homem, antecipando-se ao seu nascimento no
mundo [...]. Definiu todas as linhas de progresso da humanidade futura, engendrando a
harmonia de todas as forças físicas que presidem ao ciclo das atividades planetárias. 18
Por ignorar o amor de Jesus e o trabalho que vem realizando ao longo
dos milênios, em nosso benefício, permanecemos imersos em sofrimentos
atrozes.
A ciência do mundo não lhe viu as mãos augustas e sábias na intimidade das energias que
vitalizam o organismo do Globo. Substituíram-lhe a providência com a palavra “natureza”,
em todos os seus estudos e análises da existência, mas o seu amor foi o Verbo da criação
do princípio, como é e será a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade sem-fim.
[...] Daí a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos,
podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam
dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa massa gelatinosa,
nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe
sagrado dos primeiros homens. 19
Precisamos conhecer e sentir mais Jesus, estudar com dedicação os seus
ensinos, aceitar o seu jugo, divulgando a sua mensagem de amor.
Jesus, cuja perfeição se perde na noite imperscrutável das eras, personificando a sabedoria
e o amor, tem orientado todo o desenvolvimento da Humanidade terrena, enviando os
seus iluminados mensageiros, em todos os tempos, aos agrupamentos humanos e, [...]
desde que o homem conquistou a racionalidade, vem-lhe fornecendo a idéia da sua divina
origem, o tesouro das concepções de Deus e da imortalidade do Espírito, revelando-lhe,
em cada época, aquilo que a sua compreensão pode abranger. 22
Entendemos, dessa forma, por que os Espíritos Superiores afirmam ser
Jesus guia e modelo da humanidade.
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar
na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é
a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm
aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava. 11
2. A mensagem cristã
Jesus tem por missão encaminhar a Humanidade terrestre ao bem, disponibilizando
condições para que o ser humano evolua em conhecimento e em
moralidade. «Tendo por missão transmitir aos homens o pensamento de Deus,
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somente a sua doutrina, em toda a pureza, pode exprimir esse pensamento.
Por isso foi que ele disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será
arrancada.» 6
A vinda de Jesus foi assinalada por uma época especial. Os historiadores
do Império Romano sempre observaram com espanto os profundos contrastes
da gloriosa época de Augusto (Caio Júlio César Otávio), o primeiro imperador
romano, com os períodos anteriores e posteriores.
É que os historiadores ainda não perceberam, na chamada época de Augusto, o século do
Evangelho ou da Boa Nova. Esqueceram-se de que o nobre Otávio era também homem
e não conseguiram saber que, no seu reinado, a esfera do Cristo se aproximava da Terra,
numa vibração profunda de amor e de beleza. 13
Jesus chegou ao Planeta no reinado do sobrinho de Júlio César, Otávio,
também conhecido como Augusto César.
Acercavam-se de Roma e do mundo não mais Espíritos belicosos [...], porém outros
que se vestiriam dos andrajos dos pescadores, para servirem de base indestrutível aos
eternos ensinos do Cordeiro. Imergiam nos fluidos do planeta os que preparariam a
vinda do Senhor e os que se transformariam em seguidores humildes e imortais dos seus
passos divinos. É por essa razão que o ascendente místico da era de Augusto se traduzia
na paz e no júbilo do povo que, instintivamente, se sentia no limiar de uma transformação
celestial. Ia chegar à Terra o Sublime Emissário. Sua lição de verdade e de luz ia
espalhar-se pelo mundo inteiro, como chuva de bênçãos magníficas e confortadoras. A
Humanidade vivia, então, o século da Boa Nova. 14
A vinda do Cristo mostra que a Humanidade estava em condições de receber
ensinamentos superiores. «Começava a era definitiva da maioridade espiritual
da Humanidade terrestre, de vez que Jesus, com a sua exemplificação divina,
entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os corações.» 20
Jesus nasceu num momento em que o mundo estava mergulhado numa
miscelânea de idéias religiosas, predominantemente politeístas. O «[...] mundo
era um imenso rebanho desgarrado. Cada povo fazia da religião uma nova fonte
de vaidades, salientando-se que muitos cultos religiosos do Oriente caminhavam
para o terreno franco da dissolução e da imoralidade [...].» 21
O [...] Cristo vinha trazer ao mundo os fundamentos eternos da verdade e do amor.
Sua palavra, mansa e generosa, reunia todos os infortunados e todos os pecadores. Escolheu
os ambientes mais pobres e mais desataviados para viver a intensidade de suas
lições sublimes, mostrando aos homens que a verdade dispensava o cenário suntuoso
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
dos areópagos, dos fóruns e dos templos, para fazer-se ouvir na sua misteriosa beleza.
Suas pregações, na praça pública, verificam-se a propósito dos seres mais desprotegidos
e desclassificados, como a demonstrar que a sua palavra vinha reunir todas as criaturas
na mesma vibração de fraternidade e na mesma estrada luminosa do amor. Combateu
pacificamente todas as violências oficiais do judaísmo, renovando a Lei Antiga com a
doutrina do esclarecimento, da tolerância e do perdão. Espalhou as mais claras visões
da vida imortal, ensinando às criaturas terrestres que existe algo superior às pátrias, às
bandeiras, ao sangue e às leis humanas. Sua palavra profunda, enérgica e misericordiosa,
refundiu todas as filosofias, aclarou o caminho das ciências e já teria irmanado todas as
religiões da Terra, se a impiedade dos homens não fizesse valer o peso da iniqüidade na
balança da redenção. 21
A mensagem cristã causa impacto por ser límpida e cristalina, livre de
fórmulas iniciáticas ou de manifestações de culto externo.
Não se reveste o ensinamento de Jesus de quaisquer fórmulas complicadas. Guardando
embora o devido respeito a todas as escolas de revelação da fé com os seus colégios iniciáticos,
notamos que o Senhor desce da Altura, a fim de libertar o templo do coração
humano para a sublimidade do amor e da luz, através da fraternidade, do amor e do
conhecimento. Para isso, o Mestre não exige que os homens se façam heróis ou santos
de um dia para outro. Não pede que os seguidores pratiquem milagres, nem lhes reclama
o impossível. Dirige-se a palavra dEle à vida comum, aos campos mais simples do
sentimento, à luta vulgar e às experiências de cada dia. 32
A despeito do caráter reformador que Jesus imprimiu à Lei de Deus,
recebida mediunicamente por Moisés e conhecida como os Dez Mandamentos,
na verdade o Cristo ensinou como compreendê-la e demonstrou como
praticá-la.
Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la,
dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso
é que se nos depara, nessa lei, os princípios dos deveres para com Deus e para com o
próximo, base da sua doutrina. [...] combatendo constantemente o abuso das práticas
exteriores e as falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las passar,
do que as reduzindo a esta única prescrição: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o
próximo como a si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas. 1
3. Ensinamentos da mensagem cristã
A mensagem cristã nos esclarece que o «[...] Velho Testamento é o alicerce
da Revelação Divina. O Evangelho é o edifício da redenção das almas. Como tal,
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
devia ser procurada a lição de Jesus, não mais para qualquer exposição teórica,
mas visando cada discípulo o aperfeiçoamento de si mesmo, desdobrando as
edificações do Divino Mestre no terreno definitivo do Espírito.» 23
Neste sentido, é importante compreender que o Cristianismo é «[...] a
síntese, em simplicidade e luz, de todos os sistemas religiosos mais antigos,
expressões fragmentárias das verdades sublimes trazidas ao mundo na palavra
imorredoura de Jesus.» 24
Sendo assim, o cristão verdadeiro «[...] deve buscar, antes de tudo, o modelo
nos exemplos do Mestre, porque o Cristo ensinou com amor e humildade
o segredo da felicidade espiritual, sendo imprescindível que todos os discípulos
edifiquem no íntimo essas virtudes, com as quais saberão remontar ao calvário
de suas dores, no momento oportuno.» 24
Assinalamos, em seguida, alguns ensinamentos que caracterizam a
mensagem cristã, sem guardarmos a menor pretensão de termos esgotado o
assunto.
• A humildade
«A manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo,
como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes.» 19 Por
essa razão, afirmou Jesus: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles
é o Reino dos céus. (Mateus, 5: 3)
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é
concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito;
que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em
si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das
virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura,
e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus,
ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. 2
• A lei de amor
O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência,
e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. [...] E o
ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas
esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações todas
as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos
seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade,
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EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade
ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! Ditoso aquele que ama, pois não
conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiro os pés e vive como que transportado,
fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra – amor, os povos
sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo. 5
A mensagem cristã é um poema sublime de amor que Jesus trouxe à
Humanidade.
Descendo à esfera dos homens por amor, humilhando-se por amor, ajudando e sofrendo
por amor, passa no mundo, de sentimento erguido no Pai Excelso, refletindo-Lhe a vontade
sábia e misericordiosa. E, para que a vida e o pensamento de todos nós lhe retratem
as pegadas de luz, legou-nos, em nome de Deus, a sua fórmula inesquecível: - “amai-vos
uns aos outros como eu vos amei”. 31
• Amor e justiça de Deus
O amor puro é o reflexo do Criador em todas as criaturas. Brilha em tudo e em tudo
palpita na mesma vibração de sabedoria e beleza. É fundamento da vida e justiça de toda
a Lei. Surge, sublime, no equilíbrio dos mundos erguidos à gloria da imensidade, quanto
nas flores anônimas esquecidas no campo. Nele fulgura, generosa, a alma de todas as
grandes religiões que aparecem, no curso das civilizações, por sistemas de fé à procura
da comunhão com a Bondade Celeste, e nele se enraíza todo impulso de solidariedade
entre os homens. 29
A mensagem cristã reflete o amor e a justiça de Deus, daí ser importante
compreender as suas lições.
O amor, repetimos, é o reflexo de Deus, Nosso Pai, que se compadece de todos e que a ninguém
violenta, embora, em razão do mesmo amor infinito com que nos ama, determine
estejamos sempre sob a lei da responsabilidade que se manifesta para cada consciência,
de acordo com as suas próprias obras. E, amando-nos, permite o Senhor perlustrarmos
sem prazo o caminho de ascensão para Ele, concedendo-nos, quando impensadamente
nos consagramos ao mal, a própria eternidade para reconciliar-nos com o Bem, que é
a Sua Regra Imutável. [...] Eis por que Jesus, o Modelo Divino, enviado por Ele à Terra
para clarear-nos a senda, em cada passo do seu Ministério tomou o amor ao Pai por
inspiração de toda a vida, amando sem a preocupação de ser amado e auxiliando sem
qualquer idéia de recompensa. 30
• Fidelidade a Deus
Ensina-nos Jesus que a primeira qualidade a ser cultivada no coração,
acima de todas as coisas, é a fidelidade a Deus. 15
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade
Na causa de Deus, a fidelidade deve ser uma das primeiras virtudes. Onde o filho e o pai
que não desejam estabelecer, como ideal de união, a confiança integral e recíproca? Nós não
podemos duvidar da fidelidade de Nosso Pai para conosco. Sua dedicação nos cerca os espíritos,
desde o primeiro dia. Ainda não o conhecíamos e já ele nos amava. E, acaso, poderemos
desdenhar a possibilidade da retribuição? Não seria repudiarmos o título de filhos amorosos,
o fato de nos deixarmos absorver no afastamento, favorecendo a negação? 15
Registra o livro Boa Nova, em relação ao assunto, que Jesus aconselhou
o apóstolo André nestes termos:
André, se algum dia teus olhos se fecharem para a luz da Terra, serve a Deus com a tua
palavra e com os ouvidos; se ficares mudo, toma, assim mesmo, a charrua, valendo-te
das tuas mãos. Ainda que ficasses privado dos olhos e da palavra, das mãos e dos pés,
poderias servir a Deus com a paciência e a coragem, porque a virtude é o verbo dessa
fidelidade que nos conduzirá ao amor dos amores! 16
A fidelidade a Deus é também sinônimo de amor, prédica resumida por
Jesus, segundo atesta o registro de Mateus. (Mateus, 22:37-39)
• Amor ao próximo
O amor aos semelhantes é um dos princípios basilares do Cristianismo,
incessantemente exemplificado por Jesus. Neste sentido, nos recorda o apóstolo
João, citando Jesus, respectivamente, em sua primeira epístola e no seu
evangelho: “Amados, amemo-nos uns aos outros” (1 João, 4:7). “Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (João,
13:35)
Nem um só monumento do passado revela o espírito de fraternidade nas grandes civilizações
que precederam o Cristianismo. Os restos do Templo de Carnaque, em Tebas,
se referem à vaidade transitória. Os resíduos do Circo Máximo, em Roma, falam de
mentirosa dominação. As ruínas da Acrópole, em Atenas, se reportam ao elogio da inteligência
sem amor. [...] Antes do Cristo, não vemos sinais de instituições humanitárias de
qualquer natureza, porque, antes d´Ele, o órfão era pasto à escravidão, as mulheres sem
títulos, eram objeto de escárnio, os doentes eram atirados aos despenhadeiros da imundície
e os fracos e os velhos eram condenados à morte sem comiseração. Aparece Jesus,
porém, e a paisagem social se modifica. O povo começa a envergonhar-se de encaminhar
os enfermos ao lixo, de decepar as mãos dos prisioneiros, de vender mães escravas, de
cegar os cativos utilizados nos trabalhos de rotina doméstica, de martirizar os anciãos e
zombar dos humildes e dos tristes. [...] Sem palácio e sem trono, sem coroa e sem títulos,
o gênio da Fraternidade penetrou o mundo pelas mãos do Cristo, e, sublime e humilde,
continua, entre nós, em silêncio, na divina construção do Reino do Senhor. 32
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É por essa razão que Jesus indica quais são os mandamentos mais importantes
da sua Doutrina: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração,
e de toda tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande
mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como
a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
(Mateus, 22:37-40)
Entendemos, assim, que esse ensino de Jesus representa «[...] é a expressão
mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem
para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito,
que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós
desejamos.» 4
• O reino de Deus
Afirma Jesus: “O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem
dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o Reino de Deus está entre vós”.
(Lucas, 17:20-21)
Exegetas e teólogos, historiadores e pensadores, estudiosos e simples leitores, em significativa
maioria, parecem concordarem em que a pregação de Jesus gira em torno da
noção básica do Reino de Deus, que ele estabelece como meta a atingir, objetivo pelo
qual devem convergir todos os esforços, sacrifícios, renúncias e anseios. O caminho para
o Reino de Deus não é largo, amplo e fácil, contudo: é estreito e difícil. O instrumento
para sua realização é o amor a Deus e ao próximo, tanto quanto a si mesmo, um amor
total, universal, paradoxalmente uma extensão modificada do egoísmo, uma transcendência,
uma sublimação do egoísmo, pois amando aos outros tanto quanto amamos a
nós mesmos, estaremos doando o máximo, em termos humanos, tão poderosa é a força
da auto-estima em nós. Acima disso – “de todas as coisas” – disse ele – só o amor de
Deus. Esse programa, o roteiro, a metodologia que nos levam à conquista do Reino, que
– outro paradoxo – está em nós mesmos. Podemos, portanto, dizer que há duas tônicas,
duas dominantes, como objetivo da vida e a prática do amor como programa para essa
busca, como seu instrumento e veículo. 12
• A necessidade do perdão
Aproximando Pedro de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, até quantas vezes
pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse:
Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.” (Mateus, 18: 21-22)
O [...] ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das
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ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir.
Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda
mansidão e caridade. [...] Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma,
grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto, que evita, com
delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este
último nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que
tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão
que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência,
mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente: vede como sou generoso! Nessas
circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não, não há aí
generosidade; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. 3
Vemos, assim que o perdão é, uma necessidade humana, caminho seguro
da felicidade.
Para a convenção do mundo, o perdão significa renunciar à vingança, sem que o ofendido
precise olvidar plenamente a falta do seu irmão; entretanto, para o espírito evangelizado,
perdão e esquecimento devem caminhar juntos, embora prevaleça para todos os instantes
da existência a necessidade de oração e vigilância. 26
• O valor da oração
Lembra-nos Jesus: “Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando,
crede que o recebereis e tê-lo-eis. E, quando estiverdes orando, perdoai, se
tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos
perdoe as vossas ofensas.” (Marcos, 11: 24-25)
Orienta também Jesus: “E quando orardes, não sejas como os hipócritas,
pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para
serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai, que vê o que esta oculto; e teu Pai que vê o que está oculto, te
recompensará. E orando, não useis vãs repetições, como os gentios, que pensam
que, por muito falarem, serão ouvidos.” (Mateus, 6: 5-7)
Jesus nos ensina como orar, dizendo: “Pai Nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto
na terra, como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos
induzas à tentação, mas livra-nos do mal.” (Mateus, 6: 9-13.)
«A oração é divino movimento do espelho de nossa alma no rumo da
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Esfera Superior, para refletir-lhe a grandeza.» 26
Orar é identificar-se com a maior fonte de poder de todo o Universo, absorvendo-lhe as
reservas e retratando as leis da renovação permanente que governam os fundamentos da
vida. A prece impulsiona as recônditas energias do coração, libertando-as com as imagens
de nosso desejo, por intermédio da força viva e plasticizante do pensamento, imagens essas
que, ascendendo às Esferas Superiores, tocam as inteligências visíveis ou invisíveis que
nos rodeiam, pelas quais comumente recebemos as respostas do Plano Divino, porquanto
o Pai Todo-Bondoso se manifesta igualmente pelos filhos que se fazem bons. A vontade
que ora, tange o coração que sente, produzindo reflexos iluminativos através dos quais
o espírito recolhe em silêncio, sob a forma de inspiração e socorro íntimo, o influxo dos
Mensageiros Divinos que lhe presidem o território evolutivo, a lhe renovarem a emoção
e a idéia, com que se lhe aperfeiçoa a existência. 28
Os Ensinamentos de Jesus representam, pois, «[...] a pedra angular, isto
é, a pedra de consolidação do novo edifício da fé, erguido sobre as ruínas do
antigo.» 7
Sendo assim, chegará o dia em que estas palavras do Cristo se cumprirão:
“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém
agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.” 8
(João, 10:16)
Por essas palavras, Jesus claramente anuncia que os homens um dia se unirão por uma
crença única; mas, como poderá efetuar-se essa união? Difícil parecerá isso, tendo-se
em vista as diferenças que existem entre as religiões, o antagonismo que elas alimentam
entre seus adeptos, a obstinação que manifestam em se acreditarem na posse exclusiva
da verdade. [...] Entretanto, a unidade se fará em religião, como já tende a fazer-se socialmente,
politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos,
pela assimilação dos costumes, dos usos, da linguagem. Os povos do mundo inteiro
já confraternizam, como os das províncias de um mesmo império. Pressente-se essa
unidade e todos a desejam. Ela se fará pela força das coisas, porque há de tornar-se uma
necessidade, para que se estreitem os laços de fraternidade entre as nações; far-se-á pelo
desenvolvimento da razão humana, que se tornará apta a compreender a puerilidade de
todas as dissidências; pelo progresso das ciências, a demonstrar cada dia mais os erros
materiais sobre que tais dissidências assentam e a destacar pouco a pouco das suas fiadas
as pedras estragadas. Demolindo nas religiões o que é obra dos homens e fruto de sua
ignorância das leis de Natureza, a Ciência não poderá destruir, mau grado à opinião de
alguns, o que é obra de Deus e eterna verdade. Afastando os acessórios, ela prepara as
vias para a unidade. A fim de chegarem a esta, as religiões terão que encontrar-se num
terreno neutro, se bem que comum a todas; para isso, todas terão que fazer concessões e
sacrifícios mais ou menos importantes, conformemente à multiplicidade dos seus dogmas
particulares. 9 No estado atual da opinião e dos conhecimentos, a religião, que terá de
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade
congregar um dia todos os homens sob o mesmo estandarte, será a que melhor satisfaça
à razão e às legítimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum ponto
desmentida pela ciência positiva; que, em vez de se imobilizar, acompanhe a Humanidade
em sua marcha progressiva, sem nunca deixar que a ultrapassem; que não for nem
exclusivista, nem intolerante; que for a emancipadora da inteligência, com o não admitir
senão a fé racional; aquela cujo código de moral seja o mais puro, o mais lógico, o mais
de harmonia com as necessidades sociais, o mais apropriado, enfim, a fundar na Terra
o reinado do Bem, pela prática da caridade e da fraternidade universais. 10
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon
Ribeiro. 125. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 1, item 3, p. 58.
2. ______. Cap. 7, item 2, p.146-147.
3. ______. Cap. 10, item 4, p. 186-187.
4. ______. Cap. 11, item 4, p. 203.
5. ______. Item 8, p. 205.
6. ______. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 50. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 17, item 26, p. 432.
7. ______. Item 28, p. 433.
8. ______. Item 31, p. 436.
9. ______. Item 32, p. 436-437.
10. ______. p. 437-438.
11. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006, questão 625, comentário, p. 346
12. MIRANDA, Hermínio C. Cristianismo: a mensagem esquecida. 1. ed. Matão
[SP]: O Clarim, 1988. cap. 12 (Cristianismo e a doutrina de Jesus), p. 294.
13. XAVIER, Francisco Cândido. Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos.
33. ed. Rio de Janeiro, 2005. Cap. 1 (Boa nova), p. 17-18.
14. ______. p. 18.
15. ______. Cap. 6 (Fidelidade a Deus), p. 44.
16. ______. p. 48.
17. ______. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 33. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 1 (A gênese planetária), item: A comunidade dos espíritos
puros, p. 17-18.
18. ______. Item: O divino escultor, p. 21-22.
19. ______. Item: O verbo na criação terrestre, p. 22-23.
20. ______. Cap. 12 (A vinda de Jesus), item: A manjedoura, p. 105.
21. ______. Item: A grande lição, p. 107-108.
22. ______. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2005. Cap. 2 (A ascendência do evangelho), p. 25.
23. ______. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2005, questão 282, p.168.
24. ______. Questão 286, p. 169.
REFERÊNCIAS
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
25. ______. Questão 293, p. 172.
26. ______. Questão 340, p. 193.
27. ______. Pensamento e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 15. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2005. Cap. 26 (Oração), p. 119.
28. ______. p. 121-122.
29. ______. Cap. 30 (Amor), p. 136-137.
30. ______. p. 138-139.
31. ______. p. 139.
32. ______. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
Cap. 13 (A mensagem cristã), p. 59.
33. ______. Segue-me. Pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. 1. ed. Matão [SP]: O
Clarim, 1992. Item: Fraternidade, p. 135-136.
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo25. ______. Questão 293, p. 172.

domingo, 10 de março de 2013

Os Ricos e o Reino."...A maior esmola é a que se faz em forma de auxílio e estímulo ao trabalho. As propriedades inúteis do jovem rico podiam ser transformadas em recursos de produção, beneficiando os pobres....","...A acumulação da fortuna implica no dever do seu bom emprego em favor da coletividade. Quem não a usa nesse sentido, mas apenas em benefício do seu orgulho e da sua vaidade pessoal, está colocando-se na situação do camelo que não pode passar pelo fundo da agulha....","...A porta do Reino de Deus é estreita, porque só as almas puras, aliviadas da carga da ambição e do orgulho, devem passar por ela. O rico egoísta, apegado aos seus haveres, não consegue entrar, pois não se dispõe a largar os seus fardos do lado de fora. ..."

Os Ricos e o Reino

A condenação de Jesus aos ricos, tão clara no Evangelho de Lucas, não se refere à fortuna em si, mas ao apego à fortuna. Se Jesus considerasse o dinheiro como maldição não diria ao moço rico que o distribuísse aos pobres. A riqueza individual e familiar é uma forma de acumulação com vistas ao futuro da coletividade. Kardec examinou suficientemente esse problema e deixou evidente o papel social da riqueza. Mas justamente por isso ela se torna, como dizem constantemente os espíritos, uma das provas mais perigosas para o espírito encarnado.

Podemos compará-la à saúde. O homem são e forte em geral se embriaga com a sua condição e se afasta dos problemas do espírito. Esquece o que é e que terão de voltar ao plano espiritual. A prova da saúde é tão perigosa como a da fortuna. Mas ambas têm por finalidade adestrar o espírito na luta com as ilusões, com as fascinações da vida. É nessa luta que o espírito desenvolve os seus poderes internos, a sua capacidade de superar a matéria, de dominá-la como o nadador domina a água.

A parábola do jovem rico põe a nu a situação do espírito diante da prova. O jovem queria a salvação e procurava seguir os preceitos da lei para atingi-la. Sua consciência o advertia de que ele não estava fazendo o necessário. Mas quando Jesus lhe disse que se libertasse dos seus bens e os revertesse em favor dos pobres, ele não teve coragem de fazê-lo. Vender as suas propriedades e distribuir o dinheiro aos necessitados não é apenas dar esmolas. A maior esmola é a que se faz em forma de auxílio e estímulo ao trabalho. As propriedades inúteis do jovem rico podiam ser transformadas em recursos de produção, beneficiando os pobres.

A acumulação da fortuna implica no dever do seu bom emprego em favor da coletividade. Quem não a usa nesse sentido, mas apenas em benefício do seu orgulho e da sua vaidade pessoal, está colocando-se na situação do camelo que não pode passar pelo fundo da agulha. A vida terrena passa breve e o rico egoísta logo se verá diante da porta estreita do Reino sem poder franqueá-la. Quando os homens forem capazes de enfrentar a prova da riqueza para vencer o egoísmo, a miséria desaparecerá do mundo.

A porta do Reino de Deus é estreita, porque só as almas puras, aliviadas da carga da ambição e do orgulho, devem passar por ela. O rico egoísta, apegado aos seus haveres, não consegue entrar, pois não se dispõe a largar os seus fardos do lado de fora. Terá de voltar muitas vezes à Terra, aos reinos dos homens, para aprender que a riqueza material só o ajudará quando ele souber trocar as suas moedas de metal por atos de amor.

Irmão Saulo
Pseudômino de Herculano Pires
Livro: O Reino

domingo, 27 de janeiro de 2013

O ANÚNCIO DO REINO. "(...)Cada episódio do nascimento do Cristo é preparado na forja do sacrifício pessoal e dentro de testemunhos redentores: tudo sob a luz da fé, que aos trabalhadores do Reino guiava com poesia e beleza indescritíveis!...



Por mais a inteligência humana estabeleça o progresso do mundo, utilizando os próprios dons em expansão para facilitar e tornar mais sofisticada a existência humana, no Reino do Espírito, portas a dentro do coração de cada um , o deserto e a insatisfação, na sede de sabedoria e na fome de amor, permanecem, gerando os conflitos das personalidades, que vão desde a depressão inexplicável à loucura declarada da violência sem razão...
Compreendemos quão difícil aos filósofos e cientistas do comportamento humano a explicação justa dos fenômenos sociais em desordem e permanente choque, pois na horizontalidade em que se encontram, tão somente podem enxergar o padrão humano, sem a visão gloriosa da imortalidade e do infinito das potências de Deus!...
É por isso que os trabalhadores sinceros da fé logram, geralmente, a humildade que os insere conscientemente nas bênçãos do Eterno, distendendo-lhes os sentimentos aos níveis da espiritualidade santificante. O resultado disso é o refrigério da alma, mesmo em travessia exaustiva no plano da matéria densa, e o amor que passam a demonstrar uns com os outros, por ação providencial do excelso Pai em louvor de seus filhos.
Considerando isso, meditar as ocorrências do Natal de Jesus significa – se o fazemos pelo coração e não pelos cálculos humanos – a identificação da chegada do Reino de Deus à Terra, como sublime convite à fraternidade universal!
A singeleza de Maria, em sua feição lirial, brotando imaculada e terna no lodo das iniquidades humanas da época; a figura firme e discreta de José, entre os labores do dia e a reverência à vontade de Deus na salvaguarda do lar; Zacarias e Isabel, ambientando em simplicidade e confiança no Poder Divino o precursor do Evangelho, com sua missão de abrir caminho para o Salvador...
Cada episódio do nascimento do Cristo é preparado na forja do sacrifício pessoal e dentro de testemunhos redentores: tudo sob a luz da fé, que aos trabalhadores do Reino guiava com poesia e beleza indescritíveis!...
Para os dotados de olhos de ver, encontram-se aí os acontecimentos que definiriam os rumos definitivos da Humanidade, em Cristo Jesus!
Para os que são capazes de ouvir com os ouvidos da alma, ecoa a mensagem do Criador através da chegada de Jesus – o Salvador da Terra inteira!
Quando, pois, sentires a mente atabalhoada e o coração descrente de tudo, na completa desesperança e às portas da incredulidade, recorre à simplicidade do Evangelho do Mestre, porque desde a Manjedoura que O recebeu infante, até à Cruz do supremo martírio que culminou Sua missão de heroísmo moral e amor na Terra, encontrarás, não as equações do orgulho e do egoísmo que minam as criaturas no mundo, mas o caminho glorioso da elevação espiritual, entre as alegrias transcendentes da Verdade e a paz produzida abundantemente pelo Amor!
EMMANUEL

(Mensagem psicografada na noite do dia 24 de dezembro de 2012 durante reunião pública do Grupo Espírita da Bênção, em Mário Campos, MG, pelo médium Wagner G. Paixão)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

EVOLUÇÃO E EDUCAÇÃO

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Educar é tirar do interior. Nada se pode tirar de onde nada existe.
É possível desenvolver nossas potências anímicas, porque realmente elas existem no estado latente.
A evolução resulta da involução.
O que sobe da Terra é o que desceu do céu.

A diferença entre o sábio e o ignorante, o justo e o ímpio, o bom e o mau, procede de serem, uns, educados, outros não.
O sábio se tornou tal, exercitando com perseverança os seus poderes intelectuais.
O justo alcançou santidade cultivando com desvelo e carinho sua capacidade de sentir.
Foi de si próprios que eles desentranharam e desdobraram, pondo em evidência aquelas propriedades, de acordo com a sentença que o Divino Artífice insculpiu em suas Obras:
- "Crescei e multiplicai".

A verdade não surge de fora, como em geral se im¬gina: procede de nós mesmos.
"O Reino de Deus (que é o da verdade) não se manifestará com expressões externas, por isso que o Reino de Deus está dentro de vós."
Educar e extrair do interior e não assimilar do exterior.
É a verdade parcial, que está em nós, que se vai fundindo gradativamente com a verdade total que a tudo abrange.
É a luz própria, que bruxuleia em cada ser, que vai aumentando de intensidade à medida que se aproxima do Foco Supremo, donde proveio.
É a vida de cada indivíduo que se aprofunda e se desdobra em possibilidades quanto mais se identifica ele com a Fonte Perene da Vida Universal.
"Eu vim a este mundo para terdes vida, e vida em abundância."

O juízo que fazemos de tudo quanto os nossos sentidos apreendem no exterior está invariavelmente de acordo com as nossas condições interiores.
Vemos fora o reflexo do que temos dentro.
Somos como a semente que traz seus poderes germinativos ocultos no âmago de si própria.
As influências externas servem apenas para despertá-los.

Educar é evolver de dentro para fora, revelando, na forma perecível, a verdade, a luz e a vida imperecíveis e eternas, por isso que são as características de Deus, a cuja imagem e semelhança fomos criados.

Vinicius
Mestre na Educação