Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
Mostrando postagens com marcador Projeto Manoel Philomeno de Miranda.mensagens. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Projeto Manoel Philomeno de Miranda.mensagens. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

2- ÂMBITO DE AÇÃO. Capítulo do Livro Atendimento Fraterno.


A Equipe do Projeto
Os problemas que aturdem as criaturas humanas, nos dias de hoje, são os
mais diversificados possíveis e vão, desde a necessidade pura e simples do
conhecimento, às angústias superlativas dos que se encontram sobraçando os
mais pesados fardos. Nesta variada gama está a clientela que busca o
Atendimento Fraterno dos Centros Espíritas.
Uns perderam entes queridos e não conseguiram superar a dor dessas
perdas; outros, não alcançando um relacionamento estável na vida afetiva ou
familiar, transferem para o convívio social os seus conflitos, desajustando-se e
fracassando nas metas programadas; alguns, pedindo por outros, tocados de
compaixão ou incomodados pelo desequilíbrio daqueles com quem se
relacionam; há os vitimados pela pobreza, pelo desemprego, cuja problemática,
conquanto de ordem material, tem raízes e implicações mais profundas; também,
entre essa clientela, se incluem os viciados, vitimas de si mesmos mas, de um certo modo,
atingidos pelo meio hostil de uma sociedade ainda não transformada pelas luzes do Evangelho;
incluem-se os doentes de toda ordem: da mente, do corpo e da emoção, em
processos demorados de inadaptação social; por fim, os que, de uma hora para
outra, se vêem a braços com desafios superiores às suas forças. Todos pleiteando
soluções específicas e encaminhamentos adequados para suas dificuldades.
Em síntese, poderíamos dizer que o alcance do Atendimento Fraterno
engloba as diversas nuances do sofrimento humano e diretamente os
problemas engendrados pelo ego personalístico, que propelem os indivíduos
àutilização incorreta do livre arbítrio.
Destaque para a problemática da obsessão a doença do século, ainda
pouco considerada — pois de permeio com muitos desses conflitos humanos
estão as interferências espirituais variadas, gerando alterações do comportamento
e da emoção de ampliados riscos e conseqüências.
É o Centro Espírita um campo de trabalho, entre tantos outros, onde o
Cristo espera que a distribuição de Sua misericórdia seja prodigalizada.
Todavia, a atividade de ouvir e orientar-dialogando está presente em todo
lugar, é parte da vida, podendo e devendo ser exercida onde se esteja. Não há
quem não se recorde que, em algum momento da existência, precisou ser
ouvido e auxiliado por outrem a encontrar um rumo, a solucionar um conflito
interno. Esse alguém pode ter sido o pai, a mãe, um professor,um amigo ou mesmo um estranho que se aproximou, providencialmente, a
partir daí fazendo-se o benfeitor a favorecer com elementos decisórios
importantes para o existir.
Propomos, a seguir, algumas situações ou oportunidades onde o
Atendimento Fraterno se impõe como dever daqueles que disputam a honra de
ajudar e servir.
NO LAR
Esteja atento ao comportamento psicológico do seu familiar. Registrando
algo de anormal na sua convivência com ele, induza-o a abrir o coração.
Possivelmente ele está precisando de uma palavra de conforto moral, um
roteiro orientador para uma problemática iniciante, que poderá ser contornada
em tempo hábil mediante o apoio no seio da família. Lembre-se, sempre, que
Deus ajuda à criatura através de outra criatura.
Quando notar, no seu filho, os primeiros sinais da conduta anti-social e
anti-fraterna, aborde-o com bondade austera, evitando que a repetição da
ocorrência crie o hábito infeliz. Erradique no nascedouro as raízes do mal, não
permitindo que a falta de atenção lhe tolde a visão do que é mais essencial
para a sua própria vida: os deveres que o amor impõe no cuidado e zelo com
as plantas tenras que Deus lhe confiou.
Notando que alguém do círculo familiar vive dificuldades ásperas, inerentes
ao carreiro evolutivo, adiante-se para oferecer sua contribuição de ajuda,
tornando-se solidário. Conquanto não deva assumir por ele os deveres que a
ele compete, contribua, de algum modo, passando as suas experiências e
dando, com ele, os passos necessários para que se sinta seguro e amparado.
Receite, incessantemente, o tônico preventivo do amor, ensinando dentro
do lar os caminhos de Deus e da retidão de caráter, através do próprio
exemplo, antes que o “fermento” deteriorado das influências alheias arraste os
filhos dalma para o corredor escuro das viciações.
Ensinamentos sonegados no lar, colheita de êxitos diminuída.
NO TRABALHO
Não se isole do companheiro que divide com você as horas estafantes de
sua jornada de trabalho. Estando emocionalmente a ele ligado, em surgindo na
vida do colega a dificuldade moral e o momento inquietante, eis o seu instante
de compartilhar-ajudando, extravasando sentimentos fraternais em ondas de
amizade pura. O verbo, utilizado a serviço da compreensão, é como gotas de
remédio oportuno para minimizar aflições e abrir horizontes alentadores de
otimismo e de esperança. Se hoje você ajuda, mais adiante poderá ser aquele
que necessita ser ajudado.
Esforce-se para conservar o bom-humor, para que não seja você o
interruptor a desligar o circuito da alegria, destoando dos demais. Porém, a
pretexto de estar bem com todos não comungue com o anedotário vulgar e a
conversação vazada em termos maledicentes e depreciativos. Todos acabarão
se acostumando com o seu jeito de ser e respeitando os valores morais de seu
caráter reto. Essa é uma mensagem de auxílio que você passa silenciosamente.
Ante o rastilho de pólvora da desconfiança e da competição inescrupulosa. sejam seus a palavra sensata, a atitude fiel e o comportamento
recatado quanto nobre. E de real valor a presença de alguém que se pronuncie
com eqüanimidade e justiça onde medra a discórdia. disfarçada ou nao.
Defenda princípios de cooperação, valorizando o esforço de todos. Não
explorar nem se deixar explorar é atitude educativa que abre, sempre,
possibilidades para trocas de qualidade superior.
Passe uma mensagem não verbal que traduza a sua alegria de viver,
mantendo-se organizado e disponível. Uma decoração personalizada em sua
sala de trabalho, uma mensagem otimista, emoldurada num quadro de parede
ou sobre a sua carteira, pode ser o toque de sua presença falando à intimidade
das outras pessoas.
NA VIA PÚBLICA
Talvez seja coincidência um encontro inesperado, na rua, com uma pessoa
desconhecida; mas pode ser alguém trazido à sua presença, por Deus, a fim
de que você exercite a capacidade de amar ao próximo. Cumprimentando-a,
gentilmente, ouça-a com a devida atenção. a fim de que possa ser útil e (quem
sabe?) ajudá-la na solução de alguma dificuldade. Suas palavras, envolvidas
por um sentimento empático, podem redirecionar aquela mente, se atribulada,
abrindo espaço para que encontre resposta adequada.
*
Um ídolo do voleibol citadino percorria despreocupadamente a via pública,
dirigindo-se ao treinamento diário, quando, inesperadamente, ouviu alguém chamar-lhe. Voltou-se, curioso, para
identificar o apelante e deparou-se com um adolescente que, de imediato,
declarou-se seu admirador incondicional.
Conversaram durante alguns minutos, o suficiente para que o atlético
desportista notasse o rosto do rapaz coberto de feias cicatrizes, dando-lhe uma
aparência muito desagradável. Inquirindo, veio a saber que ojovem sofrera um
atropelamento que redundou naquele ser deformado que estava, agora, diante
dos seus olhos, fragilizado e infeliz.
Fizera oito operações plásticas de efeitos benéficos diminutos. Na semana
seguinte iria submeter-se à nona intervenção e encontrava-se muito
angustiado.
A sua família não lhe dava a atenção desejada e, naquele encontro casual,
estava recorrendo a um estranho para rogar apoio, compreensão, amizade.
Sim, estava pedindo que lhe fosse feita uma visita ao hospital geral da cidade,
onde seria operado, pois a sua convalescença seria muito difícil de enfrentada,
como das vezes anteriores, sem a presença dos familiares.
Sabendo da impossibilidade de atender àquela solicitação, em decorrência
dos compromissos profissionais do clube que defendia, o astro, religioso que
era, aproveitou o ensejo para estimular o rapaz, dizendo-lhe da excelência da
fé em Deus, que a ninguém desampara. Que ficasse tranqüilo porque tinha
certeza que, daquela vez, os resultados da cirurgia seriam exitosos.
Incutiu naquela mente juvenil as bênçãos do otimismo, da esperança, e já
ia despedir-se, quando o adolescente segredou-lhe:
— “Não fosse este encontro com você e, talvez, eu desse cabo da minha
vida, pois estava desesperado”.
NO TRANSPORTE COLETIVO
Verifique, sempre, quem está sentado ao seu lado, familiarizando-se com
aquela fisionomia que lhe parece desconhecida.
Pense: “Poderá ser alguém que esteja enfrentando as dificuldades naturais
da existência, carregando, nos ombros, difíceis problemas íntimos; senão,
poderá ser um amigo que a vida está me trazendo de volta”.
Tente auscultar o que transita na mente da pessoa, mantendo uma
conversação amistosa; aborde um assunto agradável para sondar-lhe a alma e,
notando algum indício de qualquer carência relacionada com a personalidade
fragilizada, fale da necessidade da comunhão com o Criador, que sempre dá
sinal de Seu amor pelas criaturas através de uma infinidade de meios, e, em
particular, pelos fios invisíveis do pensamento quando, em prece, a Ele nos
ligamos.
Demonstre o seu interesse por aquilo que ele fala pois, assim, terá a
oportunidade de prender a atenção do novo amigo para o que você lhe quer
transmitir. E passe-lhe pequenas notas de compreensão e de interesse, construindo,
a partir daquele instante, vínculos novos de amizade fraternal.
É a sua oportunidade para, discretamente, aplicar os recursos de uma
construção de ajuda, sem interesses subalternos. Introduza, nos sentimentos
dessa pessoa, que lhe parece um estranho, a força estimulante da sua
afetividade, qual o bom samaritano que usa dos recursos da caridade ao próximo sem a
preocupação de identificar-se.
*
Não se preocupe em tornar-se inoportuno. Fale sem constrangimento,
atirando a semente de bom-humor no solo promissor daquela alma merecedora
de atenção.
Sentado ao lado de um rapaz, visivelmente deprimido, na classe de um
trem suburbano, aquele coração gentil conseguiu saber, através de suas
habilidades inter-pessoais, do grande drama que se escondia naquele coração:
— “Minha prisão envergonhou meus pais. Nenhum dos meus parentes
visitou-me durante os oito anos que passei na Penitenciária Estadual pagando
a dívida que contraí para com a Sociedade.”
O rapaz conjecturava que isso tivesse acontecido porque seus genitores
eram pessoas de poucas letras e sem recursos financeiros para viajar. No
entanto, uma grande interrogação o inquietava a todo instante: “Será que os
meus entes queridos já me perdoaram?”
Para facilitar as coisas, escrevera previamente para eles, dizendo que
colocassem um aviso qualquer onde o trem iria parar, afim de facilitar a sua
decisão de continuar viagem ou regressar difinitivamente ao lar.
Quando o comboio de ferro se aproximou da cidade, embora as palavras
otimistas e cheias de esperança que o amigo inesperado lhe dissera, o jovem
não estava em condições psicológicas de olhar para a janela com o intuito de
verificar a mensagem que os pais tinham para ele.
Seu companheiro de viagem delicadamente ofereceu-se para essa incumbência, trocando de lugar com ele e se pondo a observar
através da janela. Minutos depois, colocou a mão no braço trêmulo do exsentenciado
dizendo em sussurro e emocionado:
— Vê, agora.
E o rapaz, com lágrimas incontidas nos olhos, leu a mensagem de boas
vindas:
— Benvindo sejas, filho de nossa alma.
NO CENTRO ESPÍRITA
Ao perceber alguém que chega, por primeira vez, a Casa Espírita a que
você está vinculado por laços de afeição e compromissos de serviços,
aproxime-se, sorria, converse... seja alguém a dar boas-vindas com efusão de
legítima fraternidade. Esse não é um trabalho protocolar e formal da
responsabilidade exclusiva de quem dirige a Casa, mas um impulso
espontâneo de quem está feliz com a convivência cristã e, por isso mesmo,
interessado em expandir sentimentos de amizade.
Lembre-se que uma recepção fria traduz apatia injustificável, e que a
presença de alguém na Casa Espírita, por muito tempo despercebida,
demonstra que os que estão ali albergados se encontram enclausurados em si
mesmos e pouco interessados na expansão da Boa Nova na Terra.
Que seja a sua presença na Casa Espírita uma viagem permanente ao
coração de seu irmão.
Integre-se no espírito da alegria, disputando a honra de trabalhar, com
todos e entre todos, sem preocupações hegemônicas ou dominadoras.
Cordialidade permanente, silêncio a qualquer impulso maledicente, o máximo de empenho para o aproveitamento de toda e qualquer
contribuição, sem cobranças, exibicionismos, querelas... lembre-se que, em
parte, depende de você o clima de amizade que atrairá os bons Espíritos.
Se marcas do passado e desafios do presente lhe ameaçam o
compromisso com a postura fraternal, discipline os impulsos e cumpra o seu
dever de trabalhar e servir até que possa amarem profundidade. Não seja você
a pedra de escândalo, nem o ácido dissolvente da amizade, mas, antes de
tudo, um ponto de referência para que o amor triunfe.
Cuidado com a indiferença, o desapreço e as preferências para que tais
atitudes não maculem a sua participação no esforço coletivo.
Se o companheiro se afastou, conquanto não saiba o motivo, interesse-se
por ele; nada custa um telefonema, uma visita, uma conversa estimuladora e,
se enfermo, a sua presença junto a ele. São essas atitudes deveres impostergáveis,
sem os quais a convivência cristã deixa de ter sentido, tornandose
igual a outra qualquer.
As vezes, você deixa de adotá-las, não por descaso, mas por excesso de
trabalho ou preocupações com os seus próprios problemas. Todavia, reveja a
atitude e refaça as prioridades, pois os deveres da solidariedade estão em
primeiro lugar no coração do espírita.