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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CAPÍTULO III JOÃO BATISTA


JOÃO BATISTA
1 - Naqueles dias pois veio João Batista pregando no deserto da Judéia.
2 - E dizendo: Fazei penitência; porque está próximo o reino dos céus.
3 - Porque este é de quem falou o Profeta Isaías, dizendo:
Voz do que clama no deserto; aparelhai o caminho do Senhor; endireítai as suas veredas.
4 - Ora o mesmo João tinha um vestido de peles de camelo e uma cinta de couro em roda de seus rins; e a sua comida era gafanhotos e mel silvestre.
5 - Então vinha a ele Jerusalém e toda a Judéia e toda a terra da comarca do Jordão.
6 - E confessando os seus pecados, eram por ele batizados no Jordão.
7 - Mas vendo que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, lhes disse: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?
8 - Fazei pois dignos frutos de penitência.
9 - E não queirais dizer dentro de vós mesmos: Nós temos por pai a Abrahão; porque eu vos digo que poderoso é Deus para fazer que nasçam destas pedras filhos a Abrahão.
10 - Porque já o machado está posto à raiz das árvores. Toda a árvore pois que não dá bom fruto será cortada e lançada no fogo.
11 - Eu na verdade vos batizo em água para vos trazer à penitência; porém o que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu; e eu não sou digno de lhe ministrar o calçado; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo .
12 - A sua pá na sua mão se acha; e ele a limpará muito bem a sua eira; e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará as palhas num fogo que jamais se apagará.
A figura máscula de João Batista inicia a idade evangélica, na qual estamos. Pregador rude, homem de um viver austeríssimo, desprezou as comodidades da vida, a ponto de se alimentar com o que achava no deserto e de se vestir com a pele de animais. Assim impressionou fortemente o povo, que acorria a ouvi-la e a pedir-lhe conselhos. Poderoso médium inspirado, foi o transmissor das mensagens do Alto, pelas quais se anunciava a chegada do Mestre e o começo dos trabalhos de regeneração da humanidade.
A todos os que queriam tornar-se dignos do reino dos céus, João aconselhava que fizessem penitência.
Qual seria essa penitência, primeiro passo a ser dado em direção ao reino de Deus?
Não eram as longas orações, nem os donativos e esmolas; nem as peregrinações aos lugares santos nem as construções de capelas; nem os jejuns nem os votos nem as promessas; não era a adoração de imagens nem a entronização delas.
A penitência não consistia em formalidades exteriores, mas sim na reforma do caráter e na retificação dos atos errados que cada um tinha praticado.
De que valem formalidades exteriores se o íntimo de cada qual permanece o mesmo? As práticas exteriores podem enganar os homens, mas não enganam a Deus, nosso Pai.
Qual o valor da confissão de erros a um homem, que, geralmente, erra tanto quanto seus irmãos?
Permanecendo o erro de pé, pode haver justificativa diante de Deus, nosso Pai?
A verdadeira confissão se faz quando se procura a pessoa a quem se ofendeu e com ela se conserta o erro.
Roubaste teu irmão? Restitui-lhe o que lhe roubaste.
Defraudaste alguém? Entrega-lhe o que lhe pertence.
Cometeste adultério? Purifica-te por um viver honesto.
Tens vícios? Abandona-os.
És mau, vingativo, rancoroso? Torna-te bom, perdoa, sê indulgente.
És rico? Ajuda o pobre.
És pobre? Não murmures contra tua situação.
És sábio? Instrui o ignorante.
És forte? Ampara o fraco.
És empregado? Obedece diligentemente.
És patrão? Sê humano para com teus subalternos.
Sois pais? Encaminhai vossos filhos pelas veredas do bem.
Sois esposos? Tratai·vos com carinho, amor e amizade, fazendo do lar um santuário de virtudes, de abnegação e de devotamento.
Sois filhos? Respeitai vossos pais.
Estes são alguns dos dignos frutos de penitência que João ordenava que se fizessem.
Já o machado está posto à raiz das árvores é uma das mais belas, sugestivas e vigorosas das figuras usadas por João, para demonstrar-nos o que sucederá depois de a Terra ter recebido o Evangelho.
O Evangelho é a lei eterna de Deus, reguladora dos atos de cada um de nós, não só no plano terreno, como em qualquer outro plano do Universo. O Pai promulgou uma só lei para seus filhos, não importa em que plano habitem.
O Evangelho é o Regulamento Moral que cumpre observar. Ora, acontecerá que serão banidos da Terra os espíritos que não se conformarem com a lei evangélica. Os endurecidos no mal e nos vícios e sem vontade de se reformarem, desencarnarão. Depois de desencarnados não se reencarnarão mais na terra; emigrarão da terra para planos do Universo que estiverem de acordo com seus caracteres.
E Jesus terá limpa sua eira, isto é, a terra será habitada somente pelos espíritos evangelizados. E a palha, isto é os espíritos que não aceitarem o Evangelho, em novos ambientes sofrerão as transformações que os levarão, futuramente, a caminho do Bem. 

O BATISMO DE JESUS
13 - Então veio Jesus da Galiléia ao Jordão ter com João, para ser batizado por ele.
14 - Porém João impedia, dizendo: Eu sou o que devo ser batizado por ti e tu vens a mim?
15 - E respondendo, Jesus lhe disse: Deixa por ora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. E ele então o deixou.
16 - E depois que Jesus foi batizado, saiu logo para fora da água; e eis que se lhe abriram os céus; e viu o Espírito de Deus, que descia como pomba e que vinha sobre ele.
17 - E eis uma voz dos céus que dizia: - Este é meu filho amado, no qual tenho posto toda minha complacência.
Este ponto, em que os Evangelistas tratam do batismo do Mestre, deu origem a intermináveis discussões, que sempre se reacendem ao depararem com circunstâncias favoráveis.
Todas as seitas que se constituíram ao influxo das palavras evangélicas, adotaram o batismo. Algumas de um modo racional, pois só permitem que seus adeptos se batizem na idade em que possam julgar o ato que praticam. Outras obrigam seus seguidores a se batizarem na primeira infância, idade em que lhes é impossível avaliarem a cerimônia na qual tomam parte inconscientemente.
O batismo em nossos dias é uma formalidade exterior, sem significado moral e serve apenas para a satisfação de vaidades e preconceitos arraigados nos corações dos pais.
O Espiritismo não adota o batismo. O batismo, diante das revelações do Espiritismo, é uma cerimônia do passado, inútil no presente.
E por que Jesus se batizou?
Porque lhe convinha cumprir toda a justiça, segundo ele próprio o declara a João.
O Precursor encerra o período das fórmulas exteriores, com as quais até então se adorava o Pai. Jesus inaugura o período em que se presta veneração a Deus em espírito e verdade, no santuário da consciência de cada um de seus filhos.
O batismo de João era bem diferente do que conhecemos em nossos dias. Pregando no deserto as alvoradas do reino dos céus, dirigia enérgico convite a todos para que se preparassem para o luminoso dia da redenção. Seduzidos pela sua palavra vibrante de fé, muitos dos ouvintes se arrependiam da vida delituosa que tinham levado e confessavam-lhe as faltas, como penhor de que não tornariam a cometê-las.. E João batizava-os, isto é, lavava-os, dando a entender que o arrependimento sincero, seguido do firme propósito de não mais reincidir no erro, limpa o espírito, como a água limpa o corpo.
E João prega que Jesus batizaria no Espírito Santo e no fogo. Entrando Jesus na água para ser batizado, é como se dissesse: Até agora foi assim; daqui por diante, será conforme lhes vou ensinar.
E seu batismo é do Espírito Santo e de fogo.
O avaro que deixa de ser avarento.
O hipócrita, que se torna sincero.
O orgulhoso que se torna humilde.
O mau que se torna bom.
Os viciados que abandonam os vícios.
Os inimigos que esquecem os ódios que os separavam e se abraçam à luz do Evangelho.
O forte que se lembra de proteger o fraco.
O rico que procura concorrer para o bem-estar dos pobres. O pobre que não murmura.
Os que, apesar de seus padecimentos, bendizem a vontade de de Deu.
Todos esses não sofrem um verdadeiro batismo de fogo? O batismo de fogo, pois, com o qual Jesus nos batiza, é o esforço que ele nos convida a fazer para que nos livremos das paixões inferiores, que nos dominam; livres delas, estaremos batizados, isto é, puros diante de Deus, nosso Pai.
O Espírito Santo é a denominação dada à coletividade dos espíritos desencarnados, que lutam pela implantação do reino de Deus na face da terra. .
Batizar-se no Espírito Santo significa receber-se a mediunidade. Todos os que recebem a mediunidade se colocam à disposição dos espíritos do Senhor para os trabalhos de evangelização que se desenvolvem no plano terrestre. É um batismo de renúncia, devotamento, abnegação e humildade. Todos são chamados para o sagrado batismo do Espírito Santo, porque todos podem trabalhar para o advento do reino dos céus.
Quando Jesus saiu da água, João viu a legião dos fulgurantes espíritos que seguiam Jesus e ouviu o cântico que entoavam ao Senhor nas alturas. E para ser compreendido pelo povo, traduziu a visão celeste por um símbolo material.
Eliseu Rigonatti

Livro : O Evangelho dos Humildes.