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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

ORAÇÃO CURATIVA " Tudo é doença do corpo e da alma. Tudo é ausência do Espírito do Senhor[...]Derrama-se o amor de Nosso Senhor Jesus-Cristo para todos os corações, no entanto, é imprescindível que a lâmpada de nossa alma se mostre em condições de receber-lhe o Toque Sublime.

 


A oração curativa



A reunião da noite de 11 de novembro de 1954 trouxe-nos a confortadora visita do Espírito de Padre Eustáquio. 


Sacerdote extremamente consagrado ao bem, nosso amigo residiu, por alguns anos, em Belo Horizonte, onde, através de seu nobre coração e de sua mediunidade curadora, inúmeros sofredores encontraram alívio.


Sempre rodeado por verdadeira multidão de infelizes, Padre Eustáquio foi o apóstolo das curas, das quais se ocuparam largamente os jornais de nosso país. E, continuando, além-túmulo, o seu ministério sublime, conforme a observação dos médiuns clarividentes de nosso grupo, compareceu às nossas preces acompanhado por uma pequena multidão de Espíritos conturbados e infelizes a lhe pedirem socorro.


O prezado visitante senhoreou as faculdades psicofônicas do médium com todas as características de sua personalidade, inclusive a mímica oratória e a voz que lhe eram peculiares quando encarnado.


Sua alocução, de grande beleza para nós, em vista da simplicidade em que foi vazada, é portadora de expressivos apontamentos com respeito à oração.



Meus amigos.


Que a paz do Cristo permaneça em nossos corações, conduzindo-nos para a luz.


Fui padre católico romano, naturalmente limitado às concepções do meu ambiente, mas não tanto que não pudesse compreender todos os homens como tutelados de Nosso Senhor.


A morte do corpo veio dilatar os horizontes de meu entendimento e agora vejo com mais clareza a necessidade do esforço conjunto de todas as nossas escolas de interpretação do Evangelho, para que nos confraternizemos com fervor e sinceridade, à frente do Eterno Amigo.


Com esse novo discernimento, visito-vos o núcleo de ação cristianizante, tomando por tema a oração como poder curativo e definindo a nossa fé como dom providencial.


O mundo permanece coberto de males de toda a sorte. Há epidemias de ódio, desequilíbrio, perversidade e ignorância, como em outro tempo conhecíamos a infestação de peste bubônica e febre amarela.


Em toda parte, vemos enfermidades, aflições, descontentamentos, desarmonias…


Tudo é doença do corpo e da alma. Tudo é ausência do Espírito do Senhor.


Não ignoramos, porém, que todos temos a prece à nossa disposição como força de recuperação e de cura.


É necessário orientar as nossas atividades, no sentido de adaptar-nos à Lei do Bem, acalmando nossos sentimentos e sossegando nossos impulsos, para, em seguida, elevar o pensamento ao manancial de todas as bênçãos, colocando a nossa vida em ligação com a Divina Vontade.


Sabemos hoje que outras vibrações escapam à ciência terrestre, além do ultravioleta e aquém do infravermelho.


À medida que se desenvolve nos domínios da inteligência, compreende o homem com mais força que toda matéria é condensação de energia.


Disse o Senhor: — “Brilhe vossa luz”  — e, atualmente, a experimentação positiva revela que o próprio corpo humano é um gerador de forças dinâmicas, constituído assim como um feixe de energias radiantes, em que a consciência fragmentária da criatura evolui ao impacto dos mais diversos raios, a fim de entesourar a Luz Divina e crescer para a Consciência Cósmica.


Vibra, a luz em todos os lugares e, por ela, estamos informados de que o Universo é percorrido pelo fluxo divino do Amor Infinito, em frequência muitíssimo elevada, através de ondas ultracurtas que podem ser transmitidas de Espírito a Espírito, mais facilmente assimiláveis por intermédio da oração.


Cada aprendiz do Evangelho necessita, assim, afeiçoar-se ao culto da prece, no próprio mundo íntimo, valorizando a oportunidade que lhe é concedida para a comunhão com o Infinito Poder.


Para isso, contudo, é indispensável que a mente e o coração da criatura estejam em sintonia com o amor que domina todos os ângulos da vida, porque a lei do amor é tão matemática como a lei da gravitação.


Mentalizemos a eletricidade, por exemplo, na rede iluminativa. Caso apareça qualquer hiato na corrente, ninguém se lembrará de acusar a usina, como se o fluxo elétrico deixasse de existir. Certificar-nos-emos sem dificuldade de que há um defeito na lâmpada ou na tomada de força.


Derrama-se o amor de Nosso Senhor Jesus-Cristo para todos os corações, no entanto, é imprescindível que a lâmpada de nossa alma se mostre em condições de receber-lhe o Toque Sublime.


Os materiais que constituem a lâmpada são apetrechos de exteriorização da luz, mas a eletricidade é invisível.


Assim também, nós vemos o Amor de Deus em nossas vidas, por intermédio do Grande Mediador, Jesus-Cristo, em forma de alegria, paz, saúde, concórdia, progresso e felicidade; entretanto, acima de todas essas manifestações, abordáveis ao nosso exame, permanece o invisível manancial do Ilimitado Amor e da Ilimitada Sabedoria.


Usando imagens mais simples, recordemos o serviço da água no abrigo doméstico. Logicamente, as fontes são alimentadas por vivas reservas da Natureza, mas, para que a água atinja os recessos do lar, não prescindiremos da instalação adequada. A canalização deve estar bem disposta e bem limpa.


Em vista disso, é necessário que todas as atitudes em desacordo com a Lei do Amor sejam extirpadas de nossa existência, para que o Inesgotável Poder penetre através de nossos humildes recursos.


O canal de nossa mente e de nosso coração deve estar desimpedido de todos os raciocínios e sentimentos que não se harmonizem com os padrões de Nosso Senhor.


Alcançada essa fase preparatória, é possível utilizar a oração por medida de reajuste para nós e para os outros, incluindo quantos se encontram perto ou longe de nós.


Ninguém pode calcular no mundo o valor de uma prece nascida do coração humilde e sincero diante do Todo-Misericordioso.


Certamente as tinturas e os sais, as vitaminas e a radioatividade são elementos que a Providência Divina colocou a serviço dos homens na Terra.


É também compreensível que o médico seja indispensável, muitas vezes, à cabeceira dos doentes, porque, em muitas situações, assim como o professor precisa do discípulo e o discípulo do professor, o enfermo precisa do médico, tanto quanto o médico necessita do enfermo, na permuta de experiência.


Isso, porém, não nos impede usar os recursos de que dispomos em nós mesmos. E estejamos convictos de que, ligando o fio de nossa fé à usina do Infinito Bem, as fontes vivas do Amor Eterno derramar-se-ão através de nós, espalhando saúde e alegria.


Assim como há lâmpadas para voltagens diversas, cada criatura tem a sua capacidade própria nas tarefas do auxílio. Há quem receba mais, ou menos força.


Desse modo, conduzamos nossa boa vontade aos companheiros que sofrem, suplicando a Infinita Bondade em favor de nós mesmos.


É indispensável compreender que a oração opera uma verdadeira transfusão de plasma espiritual, no levantamento de nossas energias.


Se nos sentimos fracos, peçamos o concurso de um companheiro, de dois companheiros ou mais irmãos, porque as forças reunidas multiplicam as forças e, dessa forma, teremos maiores possibilidades para a eclosão do Amparo Divino que está, simplesmente esperando que a nossa capacidade de transmissão e de sintonia se amplie e se eleve, em nosso próprio favor.


Mentalizemos o órgão enfermo, a pessoa necessitada ou a situação difícil, à maneira de campos em que o Divino Amor se manifestará, oferecendo-lhes nosso coração e nossas mãos, por veículos de socorro, e veremos fluir, por nós, os mananciais da Vida Eterna, porque o Pai Todo-Compassivo e Jesus Nosso Senhor nunca se empobrecem de bondade. A indigência é sempre nossa.


Muitos dizem “não posso ajudar porque não sou bom”, mas, se já fôssemos senhores da virtude, estaríamos noutras condições e noutras Esferas.


Consola-nos saber que somos discípulos do bem e, nessa posição, devemos exercitá-lo. Movimentemos a boa vontade.


Não temos ainda as árvores da generosidade e da compreensão, da fé irrepreensível e da perfeita caridade, mas possuímos as sementes que lhes correspondem. E toda semente bem plantada recolhe do Alto a graça do crescimento.


Assim, pois, para que tenhamos assegurado o êxito da nossa plantação de qualidades superiores, é preciso nos disponhamos a fazer da própria vida um canal de manifestação do Constante Auxílio.


Todos temos provas, dificuldades, moléstias, aflições e impedimentos, contudo, dia a dia, colocando nosso espírito à disposição do Divino Amor que flui do centro do Universo para todos os recantos da vida, desenvolver-nos-emos em entendimento, elevação e santificação.


Trabalhemos, portanto, estendendo a oração curativa. A vossa assembleia de socorro aos irmãos conturbados na sombra é uma exaltação da prece desse teor, porque trazeis ao vosso círculo de serviço aquilo que guardais de melhor e contais simplesmente com o Divino Poder, já que nós, de nós mesmos, nada detemos ainda de bom senão a migalha de nossa confiança e de nossa boa vontade.


Em nome do Evangelho, sirvamos e ajudemos. E que Nosso Senhor Jesus-Cristo nos assista e abençoe.



Eustáquio





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quarta-feira, 16 de junho de 2021

HIGIENE DA ALMA: "Ao enxergar impurezas em nós, certamente vamos querer nos limparmos, para nos libertarmos das angústias e males. Mas como é difícil mudar sentimento e pensamento!

 Fragmentos do texto:

"Lavar as mãos antes de se alimentar é um bom preceito de higiene, Jesus não estaria contra essa prática, mas escribas e fariseus tornavam esses e outros preceitos, úteis embora mas de ordem terrena, como condição de pureza espiritual[...]Espiritualmente, as impurezas da alma produzem emanações negativas, desagradáveis, deficiência e desequilíbrio das funções espirituais, e até reflexos no físico.[...]Em princípio, fisicamente, os fluidos são neutros, nem bons nem maus.[...]Pensamentos e sentimentos maus corrompem os fluidos, como agem os ácidos; os bons os restauram, equilibrando, fortalecendo; os iguais se combinam, os diferentes se repelem e os bons superam os maus[...]Emanamos usual e constantemente um tipo de fluido que nos envolve e acompanha em todos os nossos movimentos. É a nossa atmosfera individual, como diz Allan Kardec[...]Conforme o tipo de fluidos que produzimos habitualmente, oferecemos afinidade, possibilidade de combinação, com os fluidos dos que pensem ou sintam igual a nós. Essa combinação resulta em aumento de nossa potência fluídica, ou em "brecha", quando enseja a corrupção de nossos fluidos ou assimilação de fluidos inferiores.[...]Se queremos renovar nosso interior, basta pensar, sentir e querer, porém não repetindo atividades inferiores e, sim, nos aplicando em atividades nobres, como a oração, o estudo e o serviço espiritual e fraterno."




HIGIENE DA ALMA


(BEM-AVENTURADOS OS LIMPOS DE CORAÇÃO - MT 5:8)

I. IMPUREZAS E SEUS EFEITOS

Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos antigos?

Perguntaram os fariseus e escribas, ao verem alguns discípulos de Jesus comerem sem antes de lavar as mãos (Mc 7:1/5).

Lavar as mãos antes de se alimentar é um bom preceito de higiene, Jesus não estaria contra essa prática, mas escribas e fariseus tornavam esses e outros preceitos, úteis embora mas de ordem terrena, como condição de pureza espiritual.

Por que transgredís vós o mandamento de Deus pela vossa tradição? Respondeu Jesus.

Deus ordenou: Honra a teu pai e à tua mãe. Vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe é corbã (oferta ao Senhor) o que poderias aproveitar de mim, esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe. E assim invalidastes pela vossa tradição o mandamento de Deus (Mt 15:3/9).

Mostrava Jesus que eles, quando lhes interessava, burlavam a lei que, no momento, pretendiam defender.

E, chamando a si a multidão, que vivia sobrecarre¬gada e confusa ante tantas ordenações, disse: Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele, isso é que contamina o homem (Mc 7:15).

Mais tarde, os discípulos interrogaram Jesus a respeito, pedindo explicasse melhor o que queria dizer com isso (Mc 7:20/23), ao que o Mestre complementou:O que sai do homem isso contamio homem. 

Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução (perversão de costumes), a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.

POR QUE NOS PREOCUPARMOS EM SER PUROS?

Pelas consequências que as impurezas acarretam.

Impurezas físicas causam odores desagradáveis e, quando se acumulam, acarretam dificuldade das funções, irritações na pele ou dificuldade na audição, e até doenças.

Espiritualmente, as impurezas da alma produzem emanações negativas, desagradáveis, deficiência e desequilíbrio das funções espirituais, e até reflexos no físico.

Ao paralítico de Betesda, que estivera enfermo por 38 anos, Jesus que o curara, disse: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda algo pior (Jo 5:1/15).

II. AÇÃO DO ESPÍRITO SOBRE OS FEUIDOS

Como é possível que o espírito influa no físico? 

No livro A Gênese, Allan Kardec esclarece, falando das leis e as forças (cap. VI, item 10) e sobre as criações fluídicas (cap. XIV, itens 14/21), que merecem ser consultados. Do muito que ali aprendemos, resumamos o essencial.

FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL

E a matéria cósmica primitiva. Dá origem ao que é material no universo, substâncias e coisas, e à parte material que existe nos seres.

Preenche o espaço e envolve e penetra os corpos.

A esse FCU, são inerentes as leis e forças que regem o mundo e que conhecemos como gravidade, coesão, afinidade, atração, magnetismo, eletricidade ativa, movimentos vibratórios, como o som, a luz e o calor.

FLUIDOS ESPIRITUAIS

E' a denominação de um de seus estados, porque constituem esses fluidos a atmosfera dos seres espirituais.

Nessa atmosfera sutil ocorrem fenômenos especiais. Assim, como a atmosfera de ar veicula o som, a atmosfera espiritual, fluídica, veicula o pensamento.

E é o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, que não se ilumina pela luz do sol ou a artificial.

AÇÃO SOBRE FLUIDOS

Dessa atmosfera fluídica, espíritos retiram elementos sobre os quais agem. O homem age sobre a matéria, e o espírito, sobre os fluidos.

O homem age com as mãos e a força muscular, o espírito, com o pensamento e a vontade.

O homem, no laboratório ou na cozinha, dispõe dos elementos, que junta, separa ou combina, e com as substâncias edifica e constrói.

O espírito, agindo sobre os fluidos, os dirige, aglomera ou dispersa e combina, modificando propriedades, organizando formas.

Seu próprio corpo espiritual é assim formado, mas também as vestes, objetos e ambientes do plano fluídico.

Essa "criação" do espírito é consciente ou não, como também na Terra muitas pessoas respiram, ouvem e digerem, sem saber como tudo isso se processa.

IMPREGNAÇÃO DOS FLUIDOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Em princípio, fisicamente, os fluidos são neutros, nem bons nem maus. Quando recebem a ação do pensamento e sentimento dos espíritos, encarnados ou não, ficam impregnados por eles e, então, adquirem certas qualidades: como, por exemplo, os fluidos de ódio, inveja, tristeza, ou os de benevolência, alegria e compaixão, que causam efeitos diversificados, excitantes ou calmantes, reparadores ou repulsivos.

Pensamentos e sentimentos maus corrompem os fluidos, como agem os ácidos; os bons os restauram, equilibrando, fortalecendo; os iguais se combinam, os diferentes se repelem e os bons superam os maus, pois a lei divina estabelece sempre o predomínio do bem, do que é positivo.

Pelos nossos pensamentos e sentimentos, quando constantes e intensos:

Imprimimos características especiais:

- nos fluidos do nosso perispírito, acarretando efeitos benéficos ou maléficos sobre nosso corpo. Ex. Os fluidos de tristeza podem causar languidez, depressão; os de cólera, aceleração prejudicial, excitação.

- nos fluidos ambientes, em que, a seguir, temos de viver. Assim, o fumante que impregna de nicotina suas próprias vias respiratórias mas, pela fumaça que expele, embaça a atmosfera em que ele mesmo tem de respirar.

Estruturamos nossa aura

Emanamos usual e constantemente um tipo de fluido que nos envolve e acompanha em todos os nossos movimentos. É a nossa atmosfera individual, como diz Allan Kardec, ou a "túnica de forças eletromagnéticas", o "hálito mental", de que fala André Luiz.

No desencarnado, a aura resulta apenas das emanações perispirituais; no encarnado ela é a difusão dos campos energéticos que partem do perispírito (que não fica circunscrito pelo corpo, irradia ao seu derredor, formando um halo em volta do corpo físico), mais as irradiações das células físicas.

Pelos fluidos que irradiamos, e o ambiente que formamos, assim, os espíritos podem saber, sem que precisemos falar, qual o tipo, a natureza, de nossos pensamentos e sentimentos habituais.

Estabelecemos afinidade fluídica

Conforme o tipo de fluidos que produzimos habitualmente, oferecemos afinidade, possibilidade de combinação, com os fluidos dos que pensem ou sintam igual a nós. Essa combinação resulta em aumento de nossa potência fluídica, ou em "brecha", quando enseja a corrupção de nossos fluidos ou assimilação de fluidos inferiores.

Conclusão

Há relação de causa e efeito entre espírito e corpo e as impurezas espirituais podem causar desequilíbrio espiritual, sintonia com outras influências semelhantes, refletindo prejudicialmente no físico.

Importa ser puro para manter a nossa integridade, nosso equilíbrio, e ser feliz!

III. IDENTIFICAÇÃO DAS IMPUREZAS

Sofremos angústia, insatisfação, doenças, desarmonias. E' sinal de impurezas, como disse Jesus, dentro do coração. Vigiai, diz Salomão, dia e noite o coração, porque é dele que nos vem, todo o mal e todo o bem, lembra-nos o Marquês de Maricá.

As impurezas estão no coração, no interior de nós mesmos. O sentimento íntimo é que leva a agir e causar efeitos, Como vigiar o coração, examinar o nosso íntimo? Para isso temos a consciência. 

Vinícius diz que o espelho reflete nosso exterior: postura, veste, penteado, e a consciência reflete o nosso interior; o caráter, o sentimento. Estamos sabendo usar o espelho da consciência? 

Costumamos consultá-lo?

E como está nossa consciência: é um espelho bem polido? Superfície bem plana, regular? Ou está embaçado, com irregularidades?

Se for assim, teremos imagens distorcidas da realidade interior. Existem atos que para o selvagem parecem "normais", como a antropofagia, e que podem causar horror e asco aos civilizados.

Para que nossa consciência possa ser um bom espelho é preciso que esteja evangelizada. Ao jeito do mundo, pode parecer que Tudo está bem! Somos bons! Mas, espelhando-nos no Cristo, veremos as causas de nossas impurezas, que oferecem sintonia a espíritos inferiores e acarretam males a nós próprios e ao nosso redor.

IV. HIGIENE DA ALMA

Ao enxergar impurezas em nós, certamente vamos querer nos limparmos, para nos libertarmos das angústias e males. Mas como é difícil mudar sentimento e pensamento!

Ação externa

Comecemos pela expressão deles. Se não podemos deixar de sentir e pensar no mal, pelo menos não cheguemos à ação.

Não é sermos "sepulcros caiados"?

É Jesus quem recomenda evitemos de concretizar o mal, quando diz:

Se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti (...) se o teu olho te escandalizar, arrancão e lança-o para longe de ti. Não quer o Mestre que nos mutilemos, mas, que vigiemos o que nos vai no íntimo e controlemos os órgãos do sentido, nossa locomoção e ação.

Confirmando o ensino evangélico, o Espiritismo esclarece: Há pecado por pensamento (O Evangelho segundo o Espiritismo, 7, item 7), porque os fluidos atendem ao seu comando. Quem pensa no mal e nisso se compraz, alimenta o desejo, o mal está na plenitude de sua força, o progresso por se fazer. A quem o pensamento do mal acode mas contra ele reage, há progresso em vias de realizar-se. Naquele que nem sequer concebe mais a idéia do mal, o progresso já está realizado.

Ambiente

O meio em que convivemos influi bastante, na medida em que, se falta censura social, há maior facilidade para a expressão do mal que mora no íntimo.

Influi, também, porque, pensando e sentindo, gastamos fluidos, perda que compensamos haurindo fluidos do exterior. Se o ambiente fluídico em que estivermos for espiritualmente insalubre? 

Absorveremos fluidos maus.

Mas o lírio, mesmo no lodo, no meio da podridão, não consegue permanecer alvo e puro? Sim, porque nasceu lá, mas, se tivesse de nele penetrar, não se contaminaria? 
Deus o prendeu lá por raízes, mas ele abre suas pétalas acima do lodo. Se ficar no mesmo nível, se prejudicará.

Jesus não convivia com pecadores? De fato, e dizia: "Os sãos não precisam de médico mas os enfermos". Mas é que estava com eles como o médico convivendo com os enfermos.

Médico das almas, tinha sabedoria e resistência moral para lidar com eles, ajudando-os sem se contaminar. Enquanto nós somos ainda convalescentes das mesmas moléstias da alma.

Os pecadores queriam conhecer Jesus e sua mensagem para sararem, por isso iam até ele, que os recebia caridosamente. Nós, porém, queremos ir ao ambiente mau, para quê?

Quando Jesus ou seus discípulos iam aos ambientes maus, era a trabalho, não para diversão, e não se demoravam. E Jesus recomendava:

Não ireis pelo caminho dos gentios nem entrareis em cidade de samaritanos (Mt 10:5), porque eram ambientes fluídicos que podiam influir negativamente.

Sem deixar de socorrer aos que precisem, quando necessário, evitemos frequentar os maus ambientes, em que os fluidos são prejudiciais.

Ação interna

Purificai as mãos, pecadores, aconselha Tiago, em sua carta (4:8), significando controlai a ação externa, o ambiente; e vós, de duplo ânimo, quem tiver maior disposição para o bem, para o progresso, purificai os corações. A correção do íntimo vai requerer um esforço maior.

Será difícil demais a purificação de nossa alma?

Permitam uma analogia singela. A borracha que estávamos usando para apagar o que estava escrito ficou suja. Como a limparemos?

Empregando-a na sua própria função, porém em papel limpo.

Também temos a faculdade de nos limparmos, no próprio exercício de nossas funções naturais: pensar, sentir e querer.

E assim que agimos sobre os fluidos, damos a eles características. Se queremos renovar nosso interior, basta pensar, sentir e querer, porém não repetindo atividades inferiores e, sim, nos aplicando em atividades nobres, como a oração, o estudo e o serviço espiritual e fraterno.

Já fazemos tudo isso! Sim, esporadicamente, com intermitência e misturado com o mal. Por isso não mantemos constantemente um bom estado vibratório, elevado, sereno.

Ainda bem que ao menos o fazemos de vez em quando. A um repórter que duvidava dos efeitos duradouros das reuniões para despertar o fervor religioso, o evangelista ponderou: Os efeitos de um banho não duram muito, mas precisamos do banho e nos faz bem.

Porém, só a ação equilibrada e constante pode nos dar a segurança de ter sempre uma boa estabilidade moral e física.

O PASSE

E como um banho de fluidos bons! Um recurso de renovação, de purificação fluídica, ou como diz Emmanuel, uma transfusão de energias psicofísicas de uma pessoa para outra.

Pode dar passe quem está bem de saúde e tem fluidos bons, porque sabe manter o equilíbrio emocional, bons pensamentos, sentimentos e atos.

Quem fizer o mesmo também terá bons fluidos e geralmente não precisará tomar passe.

Deve receber passe quem está carente de fluidos, enfermo, em desgaste emocional ou por estar sofrendo grande influência de espíritos sofredores ou maus.

O passe é, então, recurso misericordioso, providencial, ajuda a recompor as energias e a prosseguir caminhando.

Mas quem está equilibrado, com boa vitalidade, não deve tomar passe, porque ele é como um remédio, só toma quem precisa.

Para receber bem o passe, o assistido precisa estar receptivo, desejoso de receber a ajuda, e confiante no seu bom efeito, o que pode ser conseguido com uma orientação fraterna, a preleção evangélico-doutrinária e a prece.

Para o bom efeito do passe durar, quem o recebeu deverá manter a boa conduta, corrigindo atitudes erradas, cultivando bons pensamentos e sentimentos, procurando praticar atos bons. De outro modo, os bons fluidos recebidos no passe serão consumidos rapidamente, porque as atitudes e ações erradas provocarão novos desgastes, fazendo que volte a ficar carente.

Se insistirmos demais em receber passe, sem valorizar o auxílio fluídico recebido pela manutenção da boa conduta, o passe pode acabar deixando de fazer efeito em nós, porque ele é como um empréstimo para quem está em penúria, mas não para que vivamos indefinidamente à custa de outros. A lei divina não permitirá isso, pois dá "a cada um segundo suas obras".

COURAÇA FLUÍDICA

O perispírito é uma fonte fluídica permanentemente ao dispor de nosso pensamento e vontade. Podemos formar nele para nós como que uma couraça fluídica que neutraliza, modifica e repele os maus fluidos.

A solução, portanto, está no agir de cada criatura.

Um dos fariseus convidou Jesus para jantar. O Mestre aceitou, entrou em casa dele e tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com unguento.

Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo:

Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.

Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse:

— Simão, uma coisa tenho a dizer-te.

Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia 500 denários e o outro 50. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?

- Suponho que aquele a quem mais perdoou.

— Julgaste bem. Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta com bálsamo ungiu os meus pés. Por isso te digo:

Perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.

Quem ama age e age bem, corrigindo ou compensando erros.

Quem ama pouco, não age suficientemente para o bem; nessa pouca atividade para o bem, encontra sua própria condenação.

Dedicando-nos ao bem apagaremos o mal em nós; iremos nos purificando, nos libertando do erro.

Não apenas isso. Passaremos a sentir a vida em maior plenitude, a perceber mais e melhor em nós mesmos, a pujança do espírito e seu mundo maravilhoso.

Então, entenderemos a afirmativa de Jesus:

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus (Mt 5:8).


Therezinha Oliveira


Do Livro: Quando o Evangelho Fala

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Na hora do passe





Dirigia José Petitinga distinta organização espírita na capital baiana, quando um rapaz, interessado em grandes projetos de assistência social, veio procurá-lo.


E entre ambos a conversação se alongou.

— Petitinga, não podemos ficar parados. A hora é de trabalho, trabalho…

— Também penso assim.

— Que acha você levantarmos um orfanato para as criancinhas desamparadas de Salvador?

— Excelente projeto.

— E um sanatório para obsidiados?

— Muito importante.

— E uma vila completa para os nossos irmãos infelizes que moram em casebres misérrimos? Uma vila, Petitinga, em que pudéssemos reunir muitas famílias?

— O plano é uma bênção.

— Um lar para velhinhos é uma necessidade… Às vezes volto para a casa, à noite, e vejo anciãos na calçada. Que diz você de um albergue moderno, de amplas proporções?

— Isso seria uma concessão de Deus.


 — Noto igualmente que precisamos de um instituto diferente para os alcoolizados. Uma casa-hospital, em que os internados esqueçam o vício… Que opinião é a sua?


— Nem tenho expressões. Uma obra dessas é um monumento de amor.

 — E uma escola? Que diz você de uma escola? — Uma escola, em bases espíritas, é caminho do Reino de Deus.

Petitinga não cabia em si de contente.

Afinal — pensava — surpreendera ave rara.

Alguém que iria longe, homem disposto a trabalhar e a sofrer pela causa.

E como o tempo passava e tinha serviço urgente, convidou:

— Bem, meu amigo, a sua palavra brilha para mim. Continuemos conversando em serviço. Estou justamente na hora do passe a dois irmãos tuberculosos e terei muito prazer no seu concurso…

Mas o moço, incompreensivelmente, alterou o semblante. Fez-se lívido. Repetiu, várias vezes, o gesto de quem expulsa a poeira do paletó, e ele, que sonhava tantas obras de caridade, respondeu, desenxabido:

— Ora, Petitinga, isso não. Você compreende. Não posso buscar moléstias contagiosas. Tenho família.

E lá se foi…


Livro : A Vida Escreve


.Hilário Silva/Psicografia de Francisco C. Xavier



sábado, 25 de novembro de 2017

Médiuns Curadores--- [...]O verdadeiro amor ao próximo trás consigo uma alegria sem mescla e deixa em nós algo de luminoso, que encanta e eleva a alma. Assim procuramos, tanto quanto nos permitem nossas imperfeições, compenetrarmo-nos dos deveres do verdadeiro espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.[...]Nosso guia espiritual Lamennais nos encarrega do tratamento dessa rebelde obsessão. Deus nos daria também o poder de expulsar os demônios? Se assim fosse, teríamos que nos humilhar ante tão grande favor, em vez de nos orgulharmos. Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorarmos, para testemunhar-lhe o nosso reconhecimento e para não perdermos dons tão preciosos?”[...]nossos médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e por reconhecer que por si mesmos nada podem. Eles fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação, e então, confessando-se fracos por si mesmos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros que o primeiro não pode obter, porque ele se julga suficiente para o empreendimento. Deus sempre recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que ele envia, são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium com seu fluido benéfico, que este transmite ao doente

Um oficial de caçadores, espírita de longa data, e um dos numerosos exemplos de reformas morais que o Espiritismo pode operar, nos transmite estes detalhes:

“Caro mestre,
“Aproveitamos as longas horas de inverno para nos entregarmos com ardor ao desenvolvimento de nossas faculdades mediúnicas. A tríade do 4.º regimento de caçadores, sempre unida, sempre viva, inspira-se em seus deveres, e ensaia novos esforços. Sem dúvida desejais conhecer o objeto de nossos trabalhos, a fim de saber se o campo que cultivamos não é estéril. Podereis julgá-lo pelos detalhes seguintes:
“De alguns meses para cá, nossos trabalhos têm por objeto o estudo dos fluidos. Esse estudo desenvolveu em nós a mediunidade curadora, de forma que agora a aplicamos com sucesso. Há alguns dias, uma simples emissão fluídica de cinco minutos, com minha mão, bastou para tirar uma nevralgia violenta.
“Há vinte anos a Sra. P... estava afetada por uma hiperestesia aguda ou exagerada sensibilidade da pele, moléstia que há quinze anos a retinha em seu quarto. Ela mora numa pequena cidade vizinha, e tendo ouvido falar de nosso grupo espírita, veio buscar alívio junto de nós. Ao cabo de trinta e cinco dias ela voltou para casa completamente curada. Durante esse tempo ela recebeu diariamente um quarto de hora de emissão fluídica, com o concurso de nossos guias espirituais.
“Ao mesmo tempo estendíamos os nossos cuidados a um epiléptico, afetado por esse mal há vinte e sete anos. As crises se repetiam quase todas as noites, durante as quais sua mãe passava longas horas à sua cabeceira. Trinta e cinco dias bastaram para essa cura importante, e como ficou feliz aquela mãe, levando seu filho radicalmente curado! Nós nos revezávamos os três de oito em oito dias. Para a emissão do fluido, ora colocávamos a mão no vazio do estômago do doente, ora sobre a nuca, na raiz do pescoço. Cada dia o doente podia constatar alguma melhora. Nós mesmos, após a evocação e durante o recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós e escapar-se dos dedos estirados e do braço distendido para o corpo do pa­ciente que tratávamos.
“Neste momento estamos prestando atendimento a um segundo epiléptico. Desta vez a moléstia talvez seja mais rebelde, por ser hereditária. O pai deixou nos quatro filhos o germe dessa afecção. Enfim, com a ajuda de Deus e dos bons Espíritos, esperamos reduzi-la nos quatro.
“Caro mestre, reclamamos o socorro de vossas preces e das preces dos irmãos de Paris. Esse auxílio será para nós um encorajamento e um estimulante para os nossos esforços. Depois, vossos bons Espíritos podem vir em nosso auxílio, tornar o tratamento mais salutar e abreviar a sua duração.
“Não aceitamos como recompensa, como podeis imaginar, e ela deve ser suficiente, senão a satisfação de ter feito o nosso dever e de ter obedecido ao impulso dos bons Espíritos. O verdadeiro amor ao próximo trás consigo uma alegria sem mescla e deixa em nós algo de luminoso, que encanta e eleva a alma. Assim procuramos, tanto quanto nos permitem nossas imperfeições, compenetrarmo-nos dos deveres do verdadeiro espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.
“O Sr. G... de L.... deve trazer-nos o seu cunhado, que um Espírito malévolo subjuga há dois anos. Nosso guia espiritual Lamennais nos encarrega do tratamento dessa rebelde obsessão. Deus nos daria também o poder de expulsar os demônios? Se assim fosse, teríamos que nos humilhar ante tão grande favor, em vez de nos orgulharmos. Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorarmos, para testemunhar-lhe o nosso reconhecimento e para não perdermos dons tão preciosos?”

Lida esta carta tão interessante na Sociedade Espírita de Paris, na sessão de 18 de dezembro de 1863, um dos nossos bons médiuns obteve espontaneamente as duas comunicações seguintes:

“Existindo no homem a vontade em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas, ela tanto serviu para curar quanto para aliviar. É lamentável sermos forçados a constatar que ela também foi fonte de muitos males, mas isto é uma das consequências do abuso que muitas vezes as pessoas têm feito de seu livre-arbítrio.
“A vontade tanto desenvolve o fluido animal quanto o espiritual, porque, como todos sabeis agora, há vários gêneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.
“A vontade muitas vezes foi mal compreendida. Em geral o que magnetiza não pensa senão em desdobrar sua força fluídica, em derramar seu próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados, sem se preocupar se há ou não uma Providência interessada no caso tanto ou mais que ele. Agindo sozinho, ele não pode obter senão o que a sua força sozinha pode produzir, ao passo que nossos médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e por reconhecer que por si mesmos nada podem. Eles fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação, e então, confessando-se fracos por si mesmos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros que o primeiro não pode obter, porque ele se julga suficiente para o empreendimento. Deus sempre recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que ele envia, são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium com seu fluido benéfico, que este transmite ao doente. Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium. Enquanto o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos. No entanto, esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção.”

MESMER
(Médium, Sr. Albert)

“Uma palavra sobre os médiuns curadores, dos quais acabais de falar. Eles estão todos nas mais louváveis disposições; eles têm a fé que transporta montanhas, o desinteresse que purifica os atos da vida e a humildade que os santifica.
“Que eles perseverem na obra de beneficência que empreenderam; que se lembrem bem que aquele que pratica as leis sagradas que o Espiritismo ensina, aproxima-se constantemente do Criador. Que, ao empregarem sua faculdade, a prece, que é a vontade mais forte, seja sempre o seu guia, seu ponto de apoio.
“Em toda a sua existência, o Cristo vos deu a mais irrefutável prova da mais firme vontade, mas era a vontade do bem e não a do orgulho. Quando, por vezes, ele dizia eu quero, essa palavra estava cheia de unção. Seus apóstolos, que o cercavam, sentiam abrir-se seus corações a esta palavra santa.
“A doçura constante do Cristo, sua submissão à vontade de seu Pai, sua perfeita abnegação, são os mais belos modelos de vontade que se pode propor como exemplo.”

PAULO, apóstolo.
(Médium: Sr. Albert)

Algumas explicações facilmente darão a compreender o que se passa nesta circunstância. Sabe-se que o fluido magnético ordinário pode dar a certas substâncias propriedades particulares ativas. Neste caso, ele age de certo modo como agente químico, modificando o estado molecular dos corpos. Não há, pois, nada de extraordinário no fato de ele ter a capacidade de modificar o estado de certos órgãos, mas compreende-se igualmente que sua ação, mais ou menos salutar, deve depender de sua qualidade, daí as expressões “bom ou mau fluido; fluido agradável ou penoso.”
Na ação magnética propriamente dita, é o fluido pessoal do magnetizador que é transmitido, e sabe-se que esse fluido, que não é senão o perispírito, participa sempre, mais ou menos, das qualidades materiais do corpo, ao mesmo tempo que sofre a influência moral do Espírito. É, pois, impossível que o fluido próprio de um encarnado seja de uma pureza absoluta, razão pela qual sua ação curativa é lenta, por vezes nula, outras vezes até nociva, porque ele pode transmitir ao doente princípios mórbidos.
Considerando-se que um fluido é suficientemente abundante e enérgico para produzir efeitos ins­tantâneos de sono, de catalepsia, de atração ou de repulsão, absolutamente não se segue que ele tenha as necessárias qualidades para curar. É a força que derruba, mas não o bálsamo que suaviza e restaura. Dessa forma, há Espíritos desencarnados de ordem inferior cujo fluido pode até mesmo ser muito maléfico, o que os espíritas a cada passo têm ocasião de constatar.
Somente nos Espíritos superiores o fluido perispiritual está despojado de todas as impurezas da matéria; está, de certo modo, quintessenciado; sua ação, por conseguinte, deve ser mais salutar e mais pronta: é o fluido benfazejo por excelência. Como ele não pode ser encontrado entre os encarnados, nem entre os desencarnados vulgares, então é preciso pedi-lo aos Espíritos elevados, como se vai procurar em terras distantes os remédios que se não encontram na própria.
O médium curador emite pouco de seu próprio fluido. Ele sente a corrente do fluido estranho que o penetra e para a qual serve de condutor. É com esse fluido que ele magnetiza, e aí está o que caracteriza o magnetismo espiritual e o distingue do magnetismo animal: um vem do homem, o outro, dos Espíritos. Como se vê, aí nada existe de maravilhoso, mas um fenômeno resultante de uma lei da Natureza que não era conhecida.
Para curar pela terapêutica ordinária não bastam os pri­meiros medicamentos que surgem. São necessários medicamentos puros, não avariados ou adulterados, e convenientemente preparados. Pela mesma razão, para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis. Como esses fluidos benéficos são uma propriedade dos Espíritos superiores, então é o concurso deles que é preciso obter, por isso a prece e a invocação são necessárias. Mas para orar, e sobretudo para orar com fervor, é preciso ter fé. Para que a prece seja escutada, é preciso que seja feita com humildade e ditada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse. Sem estas condições, o magnetizador, privado da assistência dos bons Espíritos, fica reduzido às suas próprias forças, por vezes insuficientes, ao passo que com o concurso deles, elas podem ser centuplicadas em poder e em eficácia. Entretanto, não há licor, por mais puro que seja, que não se altere ao passar por um vaso impuro. Assim acontece com o fluido dos Espíritos superiores, ao passar pelos encarnados. Daí, para os médiuns nos quais se revela essa preciosa faculdade, e que querem vê-la crescer e não se perder, a necessidade de trabalhar por seu melhoramento moral.
Entre o magnetizador e o médium curador há, pois, uma diferença capital, porque o primeiro magnetiza com o seu próprio fluido, e o segundo com o fluido depurado dos Espíritos. Daí se segue que os Espíritos dão o seu concurso a quem querem e quando querem; que podem recusá-lo e, consequentemente, tirar a faculdade daquele que dela abusasse ou a desviasse de seu fim humanitário e caridoso para dela fazer comércio.
Quando Jesus disse aos apóstolos: “Ide! Expulsai os demônios, curai os doentes”, ele acrescentou: Dai de graça o que de graça recebestes.”
Os médiuns curadores tendem a multiplicar-se, como anunciaram os Espíritos, e isto com o objetivo de propagar o Espiritismo, pela impressão que esta nova ordem de fenômenos não pode deixar de produzir nas massas, porque não há quem não ligue para a sua saúde, mesmo os mais incrédulos. Assim, pois, quando virem que é possível obter com a intervenção dos Espíritos o que a Ciência não pode dar, hão de convir que há uma força fora do nosso mundo. Dessa forma, a Ciência será conduzida a sair da via exclusivamente material em que permaneceu até hoje. Quando os magnetizadores antiespiritualistas ou antiespíritas virem que existe um magnetismo mais poderoso que o seu, eles serão forçados a remontar à verdadeira causa.
Contudo, importa premunir-se contra o charlatanismo, que não deixará de tentar explorar em proveito próprio esta nova faculdade. Há para isto um meio simples, o de lembrar-se que não há charlatanismo desinteressado, e que o desinteresse absoluto, material e moral, é a melhor garantia de sinceridade. Se há uma faculdade dada por Deus com esse objetivo santo, sem a menor dúvida é esta, porque ela exige imperiosamente o concurso dos Espíritos superiores, e esse concurso não pode ser adquirido pelo charlatanismo. É para que se fique bem conscientizado quanto à natureza toda especial desta faculdade que a descrevemos com alguns detalhes.
Conquanto tenhamos podido constatar-lhe a existência por fatos autênticos, muitos dos quais passados aos nossos olhos, pode-se dizer que ela ainda é rara, e que só existe parcialmente nos médiuns que a possuem, quer por não terem todas as qualidades requeridas para a sua posse em toda a plenitude, quer por estar ela ainda em seu começo. É por isto que até hoje os fatos não tiveram muita repercussão, no entanto, não tardarão a tomar desenvolvimentos de natureza a chamar a atenção geral. Daqui a poucos anos ela se revelará nalgumas pessoas predestinadas para isto, com uma força que triunfará de muitas obstinações, mas estes não são os únicos fatos que o futuro nos reserva, e pelos quais Deus confundirá os orgulhosos e os convencerá de sua impotência. Os médiuns curadores são um dos mil meios providenciais para atingir este objetivo e apressar o triunfo do Espiritismo.
Compreende-se facilmente que esta qualificação não pode ser dada aos médiuns escreventes que recebem receitas médicas de certos Espíritos.
Não encaramos a mediunidade curadora senão do ponto de vista fenomênico e como meio de propagação, mas não como recurso habitual. Num próximo artigo trataremos de sua possível aliança com a medicina e com o magnetismo ordinários.

Revista Espírita 1864-Janeiro

domingo, 25 de setembro de 2016

Passes terapia "a medida que o passista se afeiçoa à atividade e adquire auto confiança , mais facilmente registrará as presenças dos nobres guias espirituais que passarão a supervisionar lhe a tarefa, predispondo-se ao auxílio valioso com segurança por seu intermédio."





[...] A transmissão da energia constituída por raios psíquicos-magnético está ao alcance de todas as criaturas que se queriam devotar à ação do bem.
O dom de curar não constitui privilégio de ninguém, embora algumas pessoas sejam mais bem aquinhoadas dos recursos energéticos destinados a esse fim [...] dos recursos hábeis para o desiderato [...] o desejo sincero de servir tornar sê-lhe fundamental para o empreendimento a que se propõe interessado em adquirir o conhecimento para lograr os resultados melhores , cabe-lhe conhecer a natureza humana, a constituição orgânica e os fulcros de energia no corpo físico, bem como no perispiritual, assim também as leis dos fluidos, desse modo equipando-se com os elementos valiosos indispensáveis ao tentame .
Em seguida, torna-se necessário a consciência do contributo que dever oferecer, trabalhando os sentimentos de simpatia, da amizade , da compaixão, a fim de envolver o enfermos em ondas de energia favorável à sua recuperação.
Dos cuidados especiais:
[...] a higiene física e mental, mediante hábitos superiores da oração e dos bons pensamentos, cultivando as ideias edificantes reflexionando em páginas portadoras de conteúdos morais relevantes para servirem de sustentáculo emocional ao equilíbrio[...] A iniciativa do bem nasce no sentimento da criatura humana e encontra ressonância na Espiritualidade.[...] a medida que o passista se afeiçoa à atividade e adquire auto confiança , mais facilmente registrará as presenças dos nobres guias espirituais que passarão a supervisionar lhe a tarefa, predispondo-se ao auxílio valioso com segurança por seu intermédio.
Trabalhando-se emocionalmente e cada vez mais conscientizando-se da responsabilidade assumida é imperioso esforçar-se e multiplicar os bônus de energia que possa doar. Tal recurso é conseguido como decorrência natural do esforço que empreende e da dedicação ao serviço socorrista.

Trechos retirados do Livro Mediunidade: desafios e bênçãos ditado por Manoel Philomeno de Miranda , capítulo Passes terapia