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domingo, 16 de março de 2014

O MORDOMO INFIEL

O MORDOMO INFIEL
E' admirável a maneira simples e clara com que o Mestre da Galiléia abordava certos assuntos, tidos, até hoje, como complexos e difíceis de serem apreendidos e solucionados. Jesus tudo esclarecia em poucas e concisas palavras. Os homens, porém, acham que as medidas propostas pelo Instrutor e Guia da Humanidade, acerca de vários problemas sociais, são impraticáveis.

Mas a grande verdade, verdade que cada vez mais e mais se impõe, é que os homens não conseguem resolver seus perturbadores problemas pelos processos e meios que se afastam daqueles, indicados e preconizados por Jesus. E' excusado tergiversar e contornar os casos. Os homens hão-de chegar à conclusão de que só seguindo as pegadas daquele que "é o caminho da verdadeira vida", lograrão sair do caos em que se acham.

A diferença entre os métodos humanos e aqueles adotados pelo divino Mestre, está em que os homens experimentam, procurando acertar, enquanto que Jesus vai, seguro e certo, ferindo o alvo, sem vacilações nem delongas; está ainda em que os homens agem influenciados pelo egoísmo, ao passo que o Filho de Deus atua sempre iluminado pelas claridades do amor, visando ao bem coletivo.

Vamos, pois, meditar a Parábola do Mordomo Infiel. Vejamos como o Senhor a concebeu, segundo o relato de Lucas — Cap. XVI, l a 13.
"Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens. Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isto que ouço dizer de ti? dá conta da tua administração; pois já não podes mais ser meu administrador.

Disse o feitor consigo: Que hei-de fazer, já que o meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar, e de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando despedido do meu emprego, tenha quem me receba em suas casas. Convocando os devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo ? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta; senta-te depressa e escreve cinquenta.

Depois perguntou a outro: Quanto deves tu? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-Ihe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E o amo, sabendo de tudo, louvou o mordomo infiel, por haver procedido sabiamente; porque os filhos do século são mais sábios na sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.

Quem é fiel no pouco, também será no muito; e quem é infiel no pouco, também o será no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois há-de aborrecer a um e amar a outro, ou há-de unir-se a este e desprezar aqueles. Não podeis servir a Deus e as riquezas.

Em tal importa, em sua literalidade, a Parábola do Mordo infiel. Para sermos sintéticos, como é aconselhável que sejamos em crônicas desta natureza, comecemos por interpretar as personagens que figuram neste conto evangélico. Quem é o rico proprietário? Onde a sua propriedade agrícola? Quem é o administrador infiel? Quem são os devedores beneficiados pela astúcia do mordomo demissionário?

O proprietário prefigura indubitavelmente Aquele que é a Causa Suprema e Soberana, Aquele que é a Causa donde procede o Universo: Deus. Ele é o Senhor, criador, plasmador e mantenedor dos seres, dos mundos e dos sóis. Nele vivemos e nos movemos, porque dele somos geração — como disse Paulo de Tarso.

A propriedade a que alude a parábola é o planeta que habitamos: a Terra. O mordomo infiel — somos nós; é o homem. A nossa infidelidade procede do fato de nos apossarmos dos bens que nos foram confiados para administrar. Somos mordomos dolosos porque praticamos o delito que juridicamente se denomina — apropriação indébita.

Deste caráter são todos os haveres que retemos em mãos, considerando-os nossa propriedade. A realidade, no entanto, é que daqui, da Terra, nada é nosso. Não passamos de simples administradores. Tanto assim, que o dia de prestação de contas chega para todos. E' o que na parábola representa — a demissão. Todo mordomo infiel será, com a morte, despedido da mordomia, despojando-se, então, muito a contragosto, dos bens materiais em cuja posse se achava.

A despeito dos homens saberem que é assim, visto como estão vendo, todos os dias, os abastados serem privados das suas riquezas, as quais passam a pertencer, temporariamente, a terceiros, eles dedicam o melhor de sua inteligência e dos seus esforços na conquista e na retenção dos bens temporais. Iludem-se, deixando-se sugestionar com a idéia de posse. E, nesse delírio, os homens vivem, porfiam e lutam há milênios, sem que se convençam de que tudo, neste mundo, é precário e instável.
Não só as riquezas e fazendas não nos pertencem, como não são igualmente nossos aqueles que estão ligados a nós pelos laços da carne e do sangue. A esposa diz: meu marido. Este, de igual modo, reportando-se à companheira, diz: minha esposa. De fato, porém, não é assim. O estado de viuvez em que ficam homens e mulheres reflete, penosamente, a grande verdade: daqui, nada é nosso.

Com que profundo e sagrado apego as mães dizem: meu filho! Eis que esse filho das suas entranhas, carne da sua carne e sangue de seu sangue, é chamado para o Além, e a mãe fica sem ele! O próprio corpo com que nos apresentamos, essa vestidura carnal que nos dá a forma sob a qual somos conhecidos, também não nos pertence, pois podemos ser privados da sua posse.

E' assim tudo neste meio em que ora vivemos: nada é nosso. Somos meros depositários e usufrutuários, por tempo limitado e incerto, de tudo que nos vem às mãos, inclusive parentes, amigos, mocidade, saúde, beleza até mesmo o indumento físico com que nos achamos vestidos.

Não obstante, todos nos apegamos às coisas terrenas, como se realmente constituíssem legítima propriedade nossa. O egoísmo age em nós como velho instinto de conservação, determinando nossa conduta. Pois bem, já que nos apossamos indevidamente da propriedade que nos foi confiada para administrar, façamos, então, como o mordomo da parábola em apreço. Que fez ele? Conquistou amigos com a riqueza do seu amo. De que maneira? Convocando os devedores daquele, e reduzindo as suas dívidas, para que, após a demissão do cargo que exercia, pudesse contar com amigos que o favorecessem.
O amo, sabendo desse procedimento, longe de censurar, louvou a prudência e a sabedoria do mordomo. E Jesus termina a parábola, dizendo: Assim, eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles, nos tabernáculos eternos.

E' bastante claro o conselho do Mestre, o qual pode ser assim resumido: já que vos apoderais das riquezas terrenas como se fossem vossas, fazei ao menos como este mordomo — isto é, beneficiai os que sofrem, atentai para os necessitados, minorando as suas angústias e padecimentos. Toda vez, pois, que acudimos as necessidades do nosso próximo, reduzimos a conta dos devedores, de vez que toda a sorte de sofrimento importa, quase sempre, em resgate de débitos passados.
Procedendo desta maneira, quando, despojados dos bens terrenos, partirmos para os tabernáculos eternos, teremos ali quem nos receba e acolha com bondade e gratidão. Cumpre notarmos esta frase do Mestre: "Porque os filhos deste século são mais sábios na sua geração do que os filhos da luz. Quer isto dizer que o século, foi mais sábio, preparando o seu futuro, aqui no mundo, dos que os filhos da luz, no que respeita ao modo como procedem para assegurar o porvir que os espera após a morte.


Realmente, se os já esclarecidos sobre a vida futura agissem, procurando garantir a sua felicidade vindoura com o afã e o denodo com que os homens do século procedem no terreno utilitário, para satisfazerem suas ambições, certamente aqueles já teriam galgados planos superiores, deixando uma esteira de luz após a sua passagem por este orbe de trevas.
Basta considerarmos a soma dos esforços, de engenho, de arte, arrojo e sacrifício que os homens empregam na guerra, para ver como os filhos do século vão ao extremo, na loucura das suas ambições. Ora, o que não conseguiriam os filhos da luz, se, na esfera do bem, agissem com tamanha dedicação?
Razão tem o Mestre em proclamar que os homens do século são mais esforçados e diligentes, nas suas empresas, do que os filhos da luz em seus empreendimentos. Ratificando a assertiva de que toda riqueza é iníqua, Jesus borda as seguintes considerações : "Quem é fiel no pouco, também o será no muito; e quem se mostra infiel no pouco, por certo o será também no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?

Nenhum servo pode servir a dois senhores: a Deus e às riquezas." Está visto que o pouco, o iníquo e o alheio — que nos foram confiados — representam os bens terrenos; ao passo que o muito, as nossas legítimas riquezas estão expressas nos dons do espírito — tais como a sabedoria e a virtude. Estes, porém, só nos serão concedidos quando o merecermos, isto é, quando, experimentados no pouco, tenhamos dado boas contas.

Conforme vemos, a moralidade desta parábola é clara e edificante, envolvendo interessante caso de sociologia. Quando os homens se inteirarem de seu espírito, deixarão de ser ávidos e cúpidos, prestando o seu concurso aos menos favorecidos, não com aquela jactância e vaidade dos que buscam aplausos da sociedade, nem com a falsa visão dos que pretendem negociar com a Divindade uma posição de destaque no Céu —, mas como o cumprimento de um dever natural, de quem sabe que os bens terrenos não constituem privilégio de ninguém, mas devem ser utilizados por todos os filhos de Deus que envergaram a libré da carne neste mundo, a fim de resgatar as culpas do passado, elaborando, ao mesmo tempo, as premissas de um futuro auspicioso.

Ao gesto de dar esmolas, eivado de egoísmo, e, não raro, de hipocrisia, teremos a idéia de Justiça, derivada da compreensão das responsabilidades assumidas pelos detentores de riquezas, provindas desta ou daquela origem, pouco importa, visto como, consoante o critério evangélico, elas são sempre iníquas. E o meio de justificá-las está em proceder como o mordomo infiel, reduzindo a conta dos devedores, isto é, minorando as angústias materiais do próximo.

São esses os ensinamentos que nos dão os Espíritos do Senhor, que são as virtudes do Céu. Eles assim agem no desempenho do mandato que lhes foi confiado, consoante a seguinte promessa de Jesus:— "Em tempo oportuno, eu vos enviarei o Espírito da Verdade. Ele vos lembrará as minhas palavras e vos revelará novos conhecimentos, à medida que puderdes comportá-los."

Essa plêiade de Espíritos está em atividade. Não há forças nem traças humanas capazes de sustar a sua ação, a qual se exercerá; mau grado os interesses contrariados. Sua finalidade é esclarecer as consciências, revivendo, em espírito e verdade, a doutrina inconfundível de Jesus, o único Mestre, Senhor e Guia da Humanidade, luz do mundo e caminho da verdadeira vida!

Vinícius 
 http://www.acasadoespiritismo.com.br/

terça-feira, 5 de março de 2013

O MORDOMO INFIEL

O MORDOMO INFIEL
E' admirável a maneira simples e clara com que o Mestre da Galiléia abordava certos assuntos, tidos, até hoje, como complexos e difíceis de serem apreendidos e solucionados. Jesus tudo esclarecia em poucas e concisas palavras. Os homens, porém, acham que as medidas propostas pelo Instrutor e Guia da Humanidade, acerca de vários problemas sociais, são impraticáveis.

Mas a grande verdade, verdade que cada vez mais e mais se impõe, é que os homens não conseguem resolver seus perturbadores problemas pelos processos e meios que se afastam daqueles, indicados e preconizados por Jesus. E' excusado tergiversar e contornar os casos. Os homens hão-de chegar à conclusão de que só seguindo as pegadas daquele que "é o caminho da verdadeira vida", lograrão sair do caos em que se acham.

A diferença entre os métodos humanos e aqueles adotados pelo divino Mestre, está em que os homens experimentam, procurando acertar, enquanto que Jesus vai, seguro e certo, ferindo o alvo, sem vacilações nem delongas; está ainda em que os homens agem influenciados pelo egoísmo, ao passo que o Filho de Deus atua sempre iluminado pelas claridades do amor, visando ao bem coletivo.

Vamos, pois, meditar a Parábola do Mordomo Infiel. Vejamos como o Senhor a concebeu, segundo o relato de Lucas — Cap. XVI, l a 13.
"Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens. Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isto que ouço dizer de ti? dá conta da tua administração; pois já não podes mais ser meu administrador.

Disse o feitor consigo: Que hei-de fazer, já que o meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar, e de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando despedido do meu emprego, tenha quem me receba em suas casas. Convocando os devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo ? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta; senta-te depressa e escreve cinquenta.

Depois perguntou a outro: Quanto deves tu? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-Ihe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E o amo, sabendo de tudo, louvou o mordomo infiel, por haver procedido sabiamente; porque os filhos do século são mais sábios na sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.

Quem é fiel no pouco, também será no muito; e quem é infiel no pouco, também o será no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois há-de aborrecer a um e amar a outro, ou há-de unir-se a este e desprezar aqueles. Não podeis servir a Deus e as riquezas.

Em tal importa, em sua literalidade, a Parábola do Mordo infiel. Para sermos sintéticos, como é aconselhável que sejamos em crônicas desta natureza, comecemos por interpretar as personagens que figuram neste conto evangélico. Quem é o rico proprietário? Onde a sua propriedade agrícola? Quem é o administrador infiel? Quem são os devedores beneficiados pela astúcia do mordomo demissionário?

O proprietário prefigura indubitavelmente Aquele que é a Causa Suprema e Soberana, Aquele que é a Causa donde procede o Universo: Deus. Ele é o Senhor, criador, plasmador e mantenedor dos seres, dos mundos e dos sóis. Nele vivemos e nos movemos, porque dele somos geração — como disse Paulo de Tarso.

A propriedade a que alude a parábola é o planeta que habitamos: a Terra. O mordomo infiel — somos nós; é o homem. A nossa infidelidade procede do fato de nos apossarmos dos bens que nos foram confiados para administrar. Somos mordomos dolosos porque praticamos o delito que juridicamente se denomina — apropriação indébita.

Deste caráter são todos os haveres que retemos em mãos, considerando-os nossa propriedade. A realidade, no entanto, é que daqui, da Terra, nada é nosso. Não passamos de simples administradores. Tanto assim, que o dia de prestação de contas chega para todos. E' o que na parábola representa — a demissão. Todo mordomo infiel será, com a morte, despedido da mordomia, despojando-se, então, muito a contragosto, dos bens materiais em cuja posse se achava.

A despeito dos homens saberem que é assim, visto como estão vendo, todos os dias, os abastados serem privados das suas riquezas, as quais passam a pertencer, temporariamente, a terceiros, eles dedicam o melhor de sua inteligência e dos seus esforços na conquista e na retenção dos bens temporais. Iludem-se, deixando-se sugestionar com a idéia de posse. E, nesse delírio, os homens vivem, porfiam e lutam há milênios, sem que se convençam de que tudo, neste mundo, é precário e instável.
Não só as riquezas e fazendas não nos pertencem, como não são igualmente nossos aqueles que estão ligados a nós pelos laços da carne e do sangue. A esposa diz: meu marido. Este, de igual modo, reportando-se à companheira, diz: minha esposa. De fato, porém, não é assim. O estado de viuvez em que ficam homens e mulheres reflete, penosamente, a grande verdade: daqui, nada é nosso.

Com que profundo e sagrado apego as mães dizem: meu filho! Eis que esse filho das suas entranhas, carne da sua carne e sangue de seu sangue, é chamado para o Além, e a mãe fica sem ele! O próprio corpo com que nos apresentamos, essa vestidura carnal que nos dá a forma sob a qual somos conhecidos, também não nos pertence, pois podemos ser privados da sua posse.

E' assim tudo neste meio em que ora vivemos: nada é nosso. Somos meros depositários e usufrutuários, por tempo limitado e incerto, de tudo que nos vem às mãos, inclusive parentes, amigos, mocidade, saúde, beleza até mesmo o indumento físico com que nos achamos vestidos.

Não obstante, todos nos apegamos às coisas terrenas, como se realmente constituíssem legítima propriedade nossa. O egoísmo age em nós como velho instinto de conservação, determinando nossa conduta. Pois bem, já que nos apossamos indevidamente da propriedade que nos foi confiada para administrar, façamos, então, como o mordomo da parábola em apreço. Que fez ele? Conquistou amigos com a riqueza do seu amo. De que maneira? Convocando os devedores daquele, e reduzindo as suas dívidas, para que, após a demissão do cargo que exercia, pudesse contar com amigos que o favorecessem.
O amo, sabendo desse procedimento, longe de censurar, louvou a prudência e a sabedoria do mordomo. E Jesus termina a parábola, dizendo: Assim, eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles, nos tabernáculos eternos.

E' bastante claro o conselho do Mestre, o qual pode ser assim resumido: já que vos apoderais das riquezas terrenas como se fossem vossas, fazei ao menos como este mordomo — isto é, beneficiai os que sofrem, atentai para os necessitados, minorando as suas angústias e padecimentos. Toda vez, pois, que acudimos as necessidades do nosso próximo, reduzimos a conta dos devedores, de vez que toda a sorte de sofrimento importa, quase sempre, em resgate de débitos passados.
Procedendo desta maneira, quando, despojados dos bens terrenos, partirmos para os tabernáculos eternos, teremos ali quem nos receba e acolha com bondade e gratidão. Cumpre notarmos esta frase do Mestre: "Porque os filhos deste século são mais sábios na sua geração do que os filhos da luz. Quer isto dizer que o século, foi mais sábio, preparando o seu futuro, aqui no mundo, dos que os filhos da luz, no que respeita ao modo como procedem para assegurar o porvir que os espera após a morte.


Realmente, se os já esclarecidos sobre a vida futura agissem, procurando garantir a sua felicidade vindoura com o afã e o denodo com que os homens do século procedem no terreno utilitário, para satisfazerem suas ambições, certamente aqueles já teriam galgados planos superiores, deixando uma esteira de luz após a sua passagem por este orbe de trevas.
Basta considerarmos a soma dos esforços, de engenho, de arte, arrojo e sacrifício que os homens empregam na guerra, para ver como os filhos do século vão ao extremo, na loucura das suas ambições. Ora, o que não conseguiriam os filhos da luz, se, na esfera do bem, agissem com tamanha dedicação?
Razão tem o Mestre em proclamar que os homens do século são mais esforçados e diligentes, nas suas empresas, do que os filhos da luz em seus empreendimentos. Ratificando a assertiva de que toda riqueza é iníqua, Jesus borda as seguintes considerações : "Quem é fiel no pouco, também o será no muito; e quem se mostra infiel no pouco, por certo o será também no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?

Nenhum servo pode servir a dois senhores: a Deus e às riquezas." Está visto que o pouco, o iníquo e o alheio — que nos foram confiados — representam os bens terrenos; ao passo que o muito, as nossas legítimas riquezas estão expressas nos dons do espírito — tais como a sabedoria e a virtude. Estes, porém, só nos serão concedidos quando o merecermos, isto é, quando, experimentados no pouco, tenhamos dado boas contas.

Conforme vemos, a moralidade desta parábola é clara e edificante, envolvendo interessante caso de sociologia. Quando os homens se inteirarem de seu espírito, deixarão de ser ávidos e cúpidos, prestando o seu concurso aos menos favorecidos, não com aquela jactância e vaidade dos que buscam aplausos da sociedade, nem com a falsa visão dos que pretendem negociar com a Divindade uma posição de destaque no Céu —, mas como o cumprimento de um dever natural, de quem sabe que os bens terrenos não constituem privilégio de ninguém, mas devem ser utilizados por todos os filhos de Deus que envergaram a libré da carne neste mundo, a fim de resgatar as culpas do passado, elaborando, ao mesmo tempo, as premissas de um futuro auspicioso.

Ao gesto de dar esmolas, eivado de egoísmo, e, não raro, de hipocrisia, teremos a idéia de Justiça, derivada da compreensão das responsabilidades assumidas pelos detentores de riquezas, provindas desta ou daquela origem, pouco importa, visto como, consoante o critério evangélico, elas são sempre iníquas. E o meio de justificá-las está em proceder como o mordomo infiel, reduzindo a conta dos devedores, isto é, minorando as angústias materiais do próximo.

São esses os ensinamentos que nos dão os Espíritos do Senhor, que são as virtudes do Céu. Eles assim agem no desempenho do mandato que lhes foi confiado, consoante a seguinte promessa de Jesus:— "Em tempo oportuno, eu vos enviarei o Espírito da Verdade. Ele vos lembrará as minhas palavras e vos revelará novos conhecimentos, à medida que puderdes comportá-los."

Essa plêiade de Espíritos está em atividade. Não há forças nem traças humanas capazes de sustar a sua ação, a qual se exercerá; mau grado os interesses contrariados. Sua finalidade é esclarecer as consciências, revivendo, em espírito e verdade, a doutrina inconfundível de Jesus, o único Mestre, Senhor e Guia da Humanidade, luz do mundo e caminho da verdadeira vida!

Vinícius