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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Não foi no Centro Espírita!

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)
  
 


A finalidade essencial do Espiritismo é a melhoria das criaturas
 
Se você indagar de qualquer pessoa que exerça a função de caixa num supermercado, farmácia, padaria etc. sobre onde aprendeu o procedimento de registrar a compra do cliente e sua quitação com dinheiro vivo, cartão de crédito ou cheque, cada modalidade com suas características próprias de encaminhamento e processamento, ela não dirá que foi na escola, mas sim na própria rotina de trabalho, através de alguém que lhe repassou o conhecimento.
O mesmo exemplo pode ser ampliado para outras práticas profissionais, onde o aprendizado ocorre na própria prática da atividade.
E o mesmo raciocínio também ocorre na prática espírita das instituições. Sempre houve alguém que repassou o conhecimento, orientou e encaminhou, com sua experiência, alguém que inicia e começa a trabalhar na seara espírita.
Essa transmissão de conhecimento, todavia, está sujeita aos condicionamentos, vícios e pontos de vista alcançados na compreensão dos postulados do Espiritismo.
Assim como a Escola deveria possuir estrutura para transmitir a experiência da preparação profissional, ao invés de se deterem apenas na transmissão do conhecimento (nem sempre devidamente assimilado), as instituições espíritas possuem objetivos definidos e claros de serem os construtores e geradores do conhecimento, mas nem sempre esta é a realidade que se apresenta.
Muitas vezes, limita-se à transmissão de informações com base em pontos de vista pessoais, sempre sujeitos aos equívocos de entendimento, vícios e condicionamentos a que todos, alunos em aprendizado que somos, estamos sujeitos.
Por esta razão surgem as deturpações e práticas incoerentes, frutos diretos da inexata compreensão do Espiritismo, de seus fundamentos e objetivos, misturando-se misticismos, hábitos estranhos à Doutrina, disputas, vaidades e seus consequentes desdobramentos.
Embora pareça paradoxal, referidas crises existentes nas instituições são naturais e benéficas, porque elas proporcionam crescimento e aprendizado, levando à busca dos verdadeiros parâmetros. Mas é fato real que muitas afirmações e práticas não foram transmitidas no centro espírita, embora sua tribuna e estrutura, possivelmente, tenham sido utilizadas. Foram transmitidas na ausência do conhecimento, através de nossos equívocos de entendimento.
A construção do conhecimento solicita debates, questionamentos, troca de informações, análise ponderada de conceitos, dispensa de preconceitos, entendimento correto de palavras, parágrafos, gramática e, mesmo, é óbvio, a exata compreensão do Espiritismo e seus fundamentos. Referidos conhecimentos, para serem adquiridos e assimilados, e, portanto, construídos interiormente, requerem firmeza e perseverança dos grupos e seus integrantes, pois a mera transmissão de informações assemelha-se a alguém que abrisse o próprio cérebro e colocasse sua massa cerebral para distribuir...
Vejamos, todavia, com bons olhos, esse conflito e aparente disparate na diversidade de entendimento e práticas. Isso é salutar.
Faz-nos pensar, convida à reflexão e oferece a multiplicidade das experiências para que, igualmente, elas sejam analisadas.
Mas há que se ater ao momento aflitivo com que se depara a Humanidade. O instante presente solicita “menos competição e mais cooperação. Esta deve ser a preocupação de todos os espíritas sinceros, a fim de transferir a Doutrina para as futuras gerações, conforme a receberam do Codificador e dos seus iluminados trabalhadores das primeiras horas”, como acentua o Espírito Vianna de Carvalho e outros Espíritos-espíritas, na oportuna mensagem “Campeonato da Insensatez”, publicada pela revista “Reformador”, páginas 8 a 10 da edição de Outubro de 2006, na psicografia de Divaldo Franco.
É que, acentua o Espírito: “Estais comprometidos, desde antes da reencarnação, com o Espiritismo que agora conheceis e vos fascina a mente e o coração. Tende cuidado! Evitai conspurcá-la com atitudes antagônicas aos seus ensinamentos e imposições não compatíveis com o seu corpo doutrinário. Retornar às bases e vivê-las qual o fizeram Allan Kardec e todos aqueles que o seguiram desde o primeiro momento é dever de todo espírita que travou contato com a Terceira Revelação judaico-cristã, porque o tempo urge e a hora é esta, sem lugar para o campeonato da insensatez”.
“Pois (e vale muito transcrever mais este parágrafo) – continua o Espírito –, não se dispõe de tempo (...) para a assistência aos sofredores e necessitados que aportam às casas espíritas, relegados a segundo plano, nem para a convivência com os pobres e desconhecedores da Doutrina, que são encaminhados a cursos, quando necessitam de uma palavra de conforto moral urgente... Os corações enregelam-se e a fraternidade desaparece”.
Não é, pois, no Centro que surgem tais dificuldades. É dentro de nós mesmos, Espíritos-espíritas, encarnados mesmo (embora integrantes das instituições), necessitados todos da autêntica compreensão dos autênticos objetivos do Espiritismo, que não são outros senão os indicados no item 292 de O Livro dos Médiuns: “Não esqueçais que o fim essencial, exclusivo, do Espiritismo é a vossa melhora...”.

Tratemos, pois, com a máxima urgência, de nos adequarmos ao Espiritismo e não tentarmos adequar o Espiritismo ao nosso estreito, limitado e imperfeito ponto de vista pessoal, nem sempre coerente com o autêntico conhecimento à nossa disposição.
         

  Revista Eletrônica O Consolador