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sexta-feira, 9 de abril de 2021

O Evangelho Segundo o Espiritismo: "Nestes tumultuosos dias da sociedade, glória a Allan Kardec e à sua obra, que proporcionam as vindouras alegrias do encontro com a harmonia espiritual!"

O Evangelho Segundo o Espiritismo


A Revolução Francesa, ao libertar o ser humano da escravidão política, quando passou a entoar o hino da liberdade, da igualdade e da fraternidade, desenhou e inscreveu, com sacrifícios inomináveis, os direitos do homem e os da mulher nos grandiosos códigos da Justiça.

No fragor das lutas intérminas, os objetivos dos filósofos e dos idealistas da primeira hora foram substituídos pela alucinação dos famigerados assassinos do período do Terror, insculpindo no destino do país lamentáveis consequências, que seriam sofridas em amarguras indescritíveis.

Nesse enlouquecer das paixões asselvajadas, as turbas napoleônicas estimularam seus exércitos a expandir os horizontes da Flor de Lis por outros países europeus, que passaram a submeter-se-lhes, após as batalhas memoráveis.

Ao tornar-se Imperador da França, em 2 de dezembro de 1804, Napoleão Bonaparte governou o imenso território conquistado, até o período das desditas de 1815, com a derrota na batalha de Waterloo, durante os dias 16 a 19 de junho, com a sua respectiva prisão e exílio vergonhosos.

Houvera retornado a Paris por 100 dias, num verdadeiro golpe de Estado, para perder-se e, em Santa Helena, encerrar a jornada terrestre no dia 5 de maio de 1821, quando desencarnou.

Os céus da França encontravam-se plúmbeos e a sua psicosfera permanecia carregada dos ódios seculares que se prolongavam, desde a Noite de São Bartolomeu, nos trágicos 23 para 24 de agosto de 1572...

A religião dominante, enceguecida pelo poder temporal, manteve-se pela força da hediondez e da criminalidade, restaurada pela mão de ferro de Carlos Luiz Napoleão III, cognominado por Victor Hugo, como O Pequeno.

Desde o século XVII, quando houve a ruptura entre a Ciência e a Religião, a negação da fé religiosa substituiu a crença tradicional e cega, passando a predominar nos arraiais intelectuais e nas academias, o conhecimento, a experiência de laboratório, em vez da ingenuidade imposta aos simples e a todos que temiam o poder da Igreja.

Em pleno século XIX, nobres sacerdotes como Montalembert, Lamennais, Lacordaire e outros anelavam pela vivência do conceito Deus e liberdade, sendo alguns depostos das vestes que ostentavam, e tornou-se insuportável o relacionamento entre as academias e as sacristias.

Nesse ínterim de conflitos religiosos e acadêmicos, em que a política de Estado unida ao Clero interferia no destino das criaturas no país, Allan Kardec e a equipe luminosa do Espírito de Verdade já se encontravam em ação, preparando o advento de O Consolador, que logo mais se instalaria na Terra, porque pairava glorioso na Erraticidade e aguardava o momento de manifestar-se.

Lançados O Livro dos Espíritos, em 1857 e O Livro dos Médiuns, em 1861, vitoriosamente, uma nova ciência e uma filosofia otimista – o Espiritismo – passaram a iluminar as consciências e predispor a cultura vigente para o momento em que seria publicado O Evangelho Segundo o Espiritismo, libertado dos grilhões escravagistas dos teólogos insanos, distantes do amor de Jesus.

Em abril de 1864, Allan Kardec, sob a inspiração do Excelso Mestre, trouxe a lume a Sua superior moral, ao publicar a obra que iria consolar e esclarecer a Humanidade com as dúlcidas lições da ética e de valores elevados, todas exaradas nos sublimes sentimentos do amor, da caridade, da misericórdia, da compaixão...

Ao dedicar-se, exclusivamente, ao estudo e significado dos ensinamentos morais das palavras do Senhor, por serem de todos os tempos, o mestre de Lyon teve o cuidado de arrancar o joio que penetrara no trigal e transformou as espigas abundantes em celeiros de luz, que atravessaram os decênios como farol inapagável e apontam o rumo do porto seguro da plenitude para todos.

A noite densa e dominante passou a salpicar-se de diamantes estelares e nunca mais haverá escuridão.
As vozes dos Céus começaram a cantar as sinfonias incomparáveis enunciadas nos gloriosos dias em que Ele passeou pelas terras palestinas, quando encerrou o Seu ciclo de amor, não na cruz de vergonha, como se pensava, mas nas paisagens iridescentes da ressurreição triunfante.
Filósofos, missionários, cientistas, luminares da cultura, da arte, da abnegação, lídimos representantes do Sermão da montanha compuseram a partitura musical da Mensagem e Jesus retornou à Terra conforme prometera.

A partir desse novo momento, toda dor passou a encontrar lenitivo, toda aflição tem recebido conforto, e qualquer tipo de alucinação e ódio tem disposto de diretriz de segurança para a vivência da saúde e da paz.

As vozes siderais, ao exaltarem o triunfo da vida sobre a morte, glorificam Deus e Sublime Guia, preparam o Reino dos Céus nos corações terrestres, ansiosos pela conquista da plenitude.

Instaurada a Era que prenuncia o mundo de regeneração, quando o sofrimento cederá lugar à alegria de viver e o desespero facultará o encantamento da irrestrita confiança na Vida, as criaturas passam a experimentar novos estímulos para o prosseguimento da jornada, embora ainda enfrentem os últimos vestígios de inquietação que irão desaparecer por definitivo.

Em face do novo e ditoso acontecimento, saudamos, emocionados, o Sesquicentenário da publicação de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que permanece como um luzeiro na penedia ante o mar proceloso e aponta o porto de segurança para todos os viajores da Terra.

Nestes tumultuosos dias da sociedade, glória a Allan Kardec e à sua obra, que proporcionam as vindouras alegrias do encontro com a harmonia espiritual!
 
Vianna de Carvalho.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 18 de dezembro de 2013, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 22.5.2014.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A Importância de O Livro dos Médiuns :"(...)Se fazer escola é procurar nesta ciência um objetivo útil e aproveitável para a Humanidade, teremos motivo para nos lisonjearmos com essa censura; mas uma tal escola não tem necessidade de outro chefe senão do bom senso das massas e da sabedoria dos bons Espíritos, que a criariam sem nós; por isso, declinamos a honra de tê-lo fundado, felizes, nós mesmos, em nos alinhar sob a sua bandeira..."

A Importância de O Livro dos Médiuns - Allan Kardec


O Livro dos Médiuns
Revista Espírita, janeiro de 1861

Esta obra, anunciada há muito tempo, mas cuja publicação foi retardada pela sua importância, aparecerá de 5 a 10 de janeiro, na cada dos Srs. Didier & Cia., livreiros editores, cais dos Augustins, no 35 (1-(1) Encontra-se igualmente no escritório da Revista Espírita, rua Sainte-Anne n' 59, passagem Sainte-Anne. Um volume grande in-18 de 500 páginas, Paris, 3 fr.50, franco para o correio. 4 fr.). Ela forma o complemento de O Livro dos Espíritos e encerra a parte experimental do Espiritismo, como o primeiro contém a sua parte filosófica. Procuramos, nesse trabalho, fruto de uma longa experiência e de laboriosos estudos, esclarecer todas as questões que se prendem à prática das manifestações; ele contém, segundo os Espíritos, a explicação teórica dos diversos fenômenos e das condições nas quais podem se produzir; mas a parte concernente ao desenvolvimento e ao exercício da mediunidade foi, sobretudo, de nossa parte, o objeto de uma atenção toda especial.

O Espiritismo experimental está cercado de muito mais dificuldades do que se crê geralmente, e os escolhos que aí se encontram são numerosos; é o que causa tantas decepções entre aqueles que dele se ocupam sem terem a experiência e os conhecimentos necessários. Nosso objetivo foi de premunir contra esses escolhos, que não são sempre sem inconvenientes para quem se aventure com imprudência sobre este terreno novo. Não poderíamos negligenciar um ponto tão capital, e o tratamos com um cuidado igual à sua importância.

Os inconvenientes nascem, quase sempre, da leviandade com que se trata uma questão tão séria. Os Espíritos, quaisquer que sejam, são as almas daqueles que viveram, e no meio dos quais estaremos, infalivelmente, de um instante para outro; todas as manifestações Espíritas, inteligentes ou outras, têm, pois, por objeto nos colocar em relação com essas mesmas almas; se respeitamos os seus restos mortais, com mais forte razão devemos respeitar o ser inteligente que sobreviveu, e que lhe é a verdadeira individualidade; se fazer um jogo das manifestações é faltar com esse respeito que reclamaremos, talvez, para nós mesmos amanhã, e que jamais se viola impunemente.

O primeiro momento da curiosidade causada por esses fenômenos estranhos passou; hoje que se lhe conhece a fonte, guardemo-nos de profaná-la com divertimentos inoportunos, e esforcemo-nos para neles haurir o ensinamento próprio para assegurar a nossa felicidade futura; o campo é bastante vasto, e o objetivo bastante importante, para cativar toda a nossa atenção. E para fazer o Espiritismo entrar neste caminho sério que todos os nossos esforços tenderam até este dia; se esta nova obra, em fazendo-o melhor compreendido ainda, pode contribuir para impedir de desviá-lo de sua destinação providencial, estaremos largamente pagos pelos nossos cuidados e nossas vigílias.

Este trabalho, não o dissimulamos, levantará mais de uma crítica de parte daqueles a quem constrange a severidade dos princípios, e daqueles que, vendo a coisa de um outro ponto de vista, já nos acusam de querer fazer escola no Espiritismo. Se fazer escola é procurar nesta ciência um objetivo útil e aproveitável para a Humanidade, teremos motivo para nos lisonjearmos com essa censura; mas uma tal escola não tem necessidade de outro chefe senão do bom senso das massas e da sabedoria dos bons Espíritos, que a criariam sem nós; por isso, declinamos a honra de tê-lo fundado, felizes, nós mesmos, em nos alinhar sob a sua bandeira, e não aspirando senão um a modesto título de propagador; se lhe fosse necessário um nome, escreveríamos em seu frontispício: Escola do Espiritismo moral e filosófico, e para ela convidaríamos todos aqueles que têm necessidade de esperanças e de consolações. ALLAN KARDEC. 
 
 
Fonte:http://sociedadecaminhodapaz.blogspot.com.br/2010/09/importancia-de-o-livro-dos-mediuns.html


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

As Obras Fundamentais da Doutrina Espírita estão ultrapassadas? "a Obra considerada pelos companheiros como “ultrapassada“, ao contrário das “complementares“, foi ditada por uma plêiade de Espíritos de alta evolução moral e intelectual, do porte de São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, dentre outros, sob o comando nada mais nada menos de O Espírito da Verdade. "





Por Maria das Graças Cabral

É muito comum ouvirmos nestes novos tempos por parte de uma legião de espíritas, que as Obras Fundamentais estão ultrapassadas, por não haverem acompanhado aos avanços da humanidade.

Em contrapartida, as denominadas ‘”obras complementares”, tornaram-se dignas de toda a credibilidade, merecedoras de todo o respeito, formando uma verdadeira legião de seguidores, em detrimento das ‘ultrapassadas‘ Obras Básicas.

Vale lembrar que as referidas obras ’complementares’, são comunicações de origem mediúnica, advindas de um único Espírito, sob a supervisão de um outro Espírito (mentor do médium), através de um único médium. Tal análise se estende a todas as outras milhares de obras literárias que abarrotam as prateleiras das livrarias do Brasil e do mundo, e que se auto intitulam espíritas. 

Já a Obra considerada pelos companheiros como “ultrapassada“, ao contrário das “complementares“, foi ditada por uma plêiade de Espíritos de alta evolução moral e intelectual, do porte de São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, dentre outros, sob o comando nada mais nada menos de O Espírito da Verdade. 

Oportuno ressaltar, que as comunicações dos Espíritos Superiores que deram origem à Codificação Espírita, aconteceram através de milhares de médiuns, nos mais diversos grupos espíritas espalhados pelo mundo, submetidas todas ao Controle Universal das Comunicações Espíritas, conforme palavras de Allan Kardec, o Codificador, na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo.


Deve-se também levar em conta, no que concerne às ’ultrapassadas’ Obras Fundamentais, que o referido Codificador (Allan Kardec), tratava-se de um homem de elevada intelectualidade e moralidade, que não tendo o dom mediúnico, utilizava-se de todo o seu intelecto, conhecimento, racionalidade e bom senso, para analisar, avaliar e organizar as comunicações recebidas através dos médiuns, sob a fiscalização dos Espíritos Superiores, as quais vieram compor o “corpo doutrinário“ da Codificação Espírita. 

Mas voltemos à questão das emblemáticas ‘obras complementares’. Percebe-se a confusão que se faz entre, avanço tecnológico do mundo contemporâneo, e evolução moral do espírito humano. 

No que concerne às já “ultrapassadas” Obras Fundamentais, podemos indagar aos que assim a consideram, em quais dos seus aspectos as mesmas já foram ultrapassadas ou estão incompletas? Seria em seu aspecto Filosófico, devidamente organizado em “O Livro dos Espíritos“? 

Segundo Allan Kardec “O Livro dos Espíritos é o compêndio dos ensinamentos dos Espíritos Superiores. Foi escrito por ordem e sob ditado dos Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do seu pensamento, e não tenha sofrido o controle dos mesmos. A ordem e a distribuição metódica das matérias assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem a única obra daquele que recebeu a missão de o publicar” , ou seja, de Allan Kardec. (L.E, p. 52) 

Pergunta-se: - Quais as áreas do conhecimento tratadas em O Livro dos Espíritos, que já está ultrapassada, precisando de complementação? - Quais dos mais variados e vastos assuntos tratados na referida obra, que vai da “Teologia Espírita” às “Esperanças e Consolações“, já não atendem aos “avanços” do Espírito humano?

No que concerne à importância da obra, oportuno transcrevermos Herculano Pires, quando assim se expressa: - “O Livro dos Espíritos não é, apenas, a pedra fundamental ou o marco inicial da nova codificação. Porque é o próprio delineamento, o seu núcleo central e ao mesmo tempo o arcabouço geral da doutrina. Examinando-o, em relação às demais obras de Kardec, que completam a codificação, verificamos que todas essas obras partem do seu conteúdo”. (L.E, p. 12) (grifei)

Em nota de rodapé de O Livro dos Espíritos, assevera o referido autor: “Os Espíritos aludem à eternidade espiritual da doutrina, de sua permanente projeção na Terra. Mas devemos distinguir entre as suas manifestações falseadas, no passado, e a manifestação pura que se encontra neste livro. Os traços da doutrina espírita marcam o roteiro da evolução humana na Terra, mas só com este livro ela se apresentou definida e completa. Por isso, o Espiritismo é, na Terra, uma doutrina moderna”. (L.E, p. 116) (grifei)

Na realidade, pode-se constatar que a cada momento, quando retomamos o estudo de O Livro dos Espíritos, nos deparamos com novos ensinamentos e questionamentos que nos passaram despercebidos em leituras anteriores. 

Entende-se portanto improvável e inadmissível, que em uma única encarnação, consigamos alcançar e apreender em profundidade, toda a grandiosidade dos ensinamentos dos Espíritos Superiores, aplicando-os por conseguinte em nossas vidas. Aliás, tal constatação é feita por vários e respeitados estudiosos da Doutrina Espírita, tais como J. Herculano Pires, Divaldo Pereira Franco, Raul Teixeira, dentre outros.

Bem, então seria a Ciência que demonstrou a superação da Doutrina Espírita? Ou seja, conseguiu provar a inexistência dos Espíritos ou dos fenômenos Espíritas? - À esse respeito ninguém melhor que Kardec quando assim se expressa: “As ciências comuns se apóiam nas propriedades da matéria, que podem ser experimentadas e manipuladas à vontade; os fenômenos espíritas se apóiam na ação de inteligências que têm vontade própria e nos provam a todo instante não estarem submetidas ao nosso capricho. As observações, portanto, não podem ser feitas da mesma maneira, num e noutro caso”. (L.E, p. 36) (grifei)

Adiante assevera o codificador: “A ciência propriamente dita, como ciência é incompetente, para se pronunciar sobre a questão do Espiritismo: não lhe cabe ocupar-se do assunto e seu pronunciamento a respeito, qualquer que seja, favorável ou não, nenhum peso teria”. (L.E, p. 36) (grifei)

Se a ciência tradicional não tem “competência” para considerar “ultrapassada” a Doutrina Espírita - seria então o seu aspecto religioso que estaria ultrapassado, precisando de “obras complementares“? Mas o aspecto religioso da Doutrina Espírita está amparada na moral do Cristo! Então esta moral está ultrapassada?

A esse respeito, vale ressaltar, que embora transcorridos dois milênios da passagem de Jesus pelo planeta Terra, seus ensinamentos embasados na Lei de Amor, ainda estão por acontecer. 

Então, qual o grande problema que vem causando a cizânia no Movimento Espírita? De um lado, aqueles que defendem o “resgate” do estudo das Obras Fundamentais da Codificação, sendo considerados por parte dos defensores das “obras complementares” de “ortodoxos” ou “puristas”.

De outro lado, os que se consideram “avançados”, ou “evolucionistas” os quais entendem que realmente a Doutrina Espírita está “ultrapassada” e precisa de “obras complementares” com informações mais “avançadas“ que acompanham a evolução científica, e a evolução do pensamento humano. 

Estes companheiros que se consideram “livres” e “avançados‘, não sujeitos ao “dogmatismo” dos “ortodoxos” entendem que a humanidade agora já está preparada para receber as novas “revelações“ trazidas nas “obras complementares“! 

Entretanto é sabido que uma obra filosófica e/ou científica e/ou religiosa, só poderia ser considerada “ultrapassada“, quando seus conceitos e princípios estivessem em total desacordo com as provas científicas, ou que ultrapassassem os limites da razão e do bom senso. Foi o que ocorreu por exemplo, com certas crenças do catolicismo que foram contestados e comprovados pela ciência tradicional, e tornaram-se para os seus seguidores dogmas de fé, (portanto inquestionáveis). No que concerne à Doutrina Espírita isto não acontece, por ser uma doutrina evolucionista, racional e não dogmática. 

Por outro lado, devemos por em pauta que as novas revelações trazidas por companheiros do plano espiritual, objetivando “complementar” as “ já ultrapassadas” Obras Básicas, não poderiam em hipótese alguma estar em desacordo com qualquer dos princípios doutrinários das obras às quais se propõem “co 
Entretanto, no que concerne ao acima exposto, basta que nos proponhamos com a mente e o coração abertos a um estudo sério e efetivo das Obras Fundamentais, para que facilmente identifiquemos nas ditas “obras complementares“, vários aspectos contraditórios aos princípios doutrinários espíritas. Portanto, tais novidades não poderiam ser considerados “ensinos complementares“. 

Para uma melhor compreensão, façamos uma analogia com a Constituição Federal que é a Lei Maior de um país. Esta Lei Maior estabelece os princípios fundamentais sobre os quais se erguerá todo o ordenamento jurídico de uma nação. As leis “complementares“ advindas, deverão obrigatoriamente para efeitos de validade estarem plenamente acordes com os princípios constitucionais. 

Da mesma forma, as Obras Fundamentais como o próprio nome sugere, trazem os princípios fundamentais, ou seja, a base da Doutrina dos Espíritos, devendo portanto serem respeitados por qualquer obra posterior que se queira considerar espírita!

Isto posto, gostaria de deixar claro que não defendemos uma ortodoxia reacionária, objetivando a criação de um INDEX de obras a serem queimadas por não serem as Obras Fundamentais, ou por estarem em desacordo com estas. 


Defendemos sim, o estudo sério das Obras da Codificação, objetivando o conhecimento e discernimento, para uma segura avaliação e identificação do que não pode e nem deve ser considerado obra espírita. E o mais temerário - que é a atribuição e titulação de “obra complementar” da Doutrina Espírita!

É fato que o Espiritismo vem vivenciando uma ortodoxia e um grande dogmatismo. Mas não por parte de uma minoria que busca resgatar o estudo dos princípios doutrinários postulados nas Obras Fundamentais, posto que, estas estão relegadas ao total descaso pela grande maioria dos espíritas, sob alegativa de estarem as mesmas ultrapassadas; ou por serem consideradas de leitura difícil, cansativa e chata. 

Entendo que a grande ortodoxia e dogmatismo que desperta as mais exacerbadas reações, vem sendo praticada por parte de uma verdadeira legião de espíritas de comportamento intolerante e agressivo, que de forma enceguecida defendem ferozmente não só as chamadas “obras complementares“, mas principalmente as figuras que as representam, em detrimento dos Espíritos Superiores que nos trouxeram os Princípios Espíritas, e do próprio Codificador, Allan Kardec.

Aliás, no que diz respeito a Kardec, já ouvi por parte de espíritas defensores das “obras complementares“, referências de profundo desprezo, como - Quem é Kardec? Por acaso é o “dono” do Espiritismo? Não é “apenas” o Codificador?

Bem, para finalizar, é fato que realmente ocorreu um “racha” no Movimento Espírita, onde os seguidores das “obras complementares”, infelizmente formaram uma verdadeira “seita” saída das hostes espíritas, adotando como verdades inquestionáveis e absolutas tudo o que preconiza as referidas obras. É uma pena!

Mas, como todos acreditamos que o Espírito é imortal, sabemos que tudo é uma questão de tempo... Desencarnaremos e estaremos diante de nós mesmos, sob as Lei imutáveis de Deus. Vamos então confirmar por nós mesmos tudo o que nos dizem as Obras Fundamentais da Doutrina Espírita!  

Afinal, nos dizem os Espíritos que uma encarnação é menos que um minuto diante da eternidade. Paz!



 Maria das Graças Cabral   
 http://umolharespirita1.blogspot.com.br/

terça-feira, 5 de julho de 2016

Dez Mandamentos com Kardec .



Walter Barcelos (Uberaba – MG) 

“Para discernir o erro da verdade, é preciso aprofundar estas respostas [osensinos dos Sábios Espíritos] e meditá-las longa e  seriamente; é todo um estudo que se tem a fazer. É preciso tempo para isso, assim como para tudo mais. Estudem, comparem, aprofundem-se; nós lhes dizemos sem cessar; o conhecimento da verdade tem este preço.” (“O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec, cap. XXVII – “Contradições e Mistificações”, questão n.º 301, item 4, pág. 303, Editora LAKE)

ALLAN KARDEC é o eminente Codificador da Doutrina Espírita, que nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lyon, na França. KARDEC é o alicerce inamovível da Fé Raciocinada, a fonte do conhecimento espiritual fundamentado na razão e nos fatos, a excelente interpretação para entender com beleza e espiritualidade os ensinamentos de Jesus. Kardec extrai o “espírito” que edifica, ilumina e educa, da “letra” que limita, abafa e mata o entendimento da verdade espiritual.
A FÉ RACIOCINADA será sempre para nós espíritas: a fé do raciocínio lógico,  a fé lúcida e consciente, a fé esclarecida, a fé iluminada, a fé em Espírito e Verdade, a fé da convicção inquebrantável, a fé do discernimento justo, a fé do bom senso, a fé
da certeza inabalável, a fé da compreensão plena, a fé da união divina entre Ciência, Filosofia e Religião. Discorreremos sobre os “dez verbos” citados pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, “Caminho Espírita”, lição n.º 11 – “Kardec”, págs. 55-56, Editora CEC.

SENTIR KARDEC
O coração espiritual é imenso celeiro psíquico dos bons ou maus sentimentos.
O coração de carne é simples instrumento e mero reflexo das profundas emoções da alma, que brotam de forma vertiginosa da sensibilidade complexa do espírito. Imprescindível lançar as nossas melhores energias do coração no estudo sério dos textos doutrinários de Kardec. Que as melhores energias do coração vicejem no solo fértil da fé espírita, acionando o SENTIR PRAZEROSO: sentir com liberdade, sentir com autenticidade, sentir com sinceridade, sentir com alegria,  sentir com satisfação, sentir  com pureza de intenções, sentir com desejo de aprender, sentir com vontade de praticar, sentir com amor a Kardec e a Jesus. Ler e estudar as fantásticas lições do Codificador,deixando o coração emanar e fazer crescer os melhores sentimentos de amor e as melhores vibrações de paz, esperança e certeza. Transformar o conhecimento das obras de Kardec em essência espiritual que possa ficar eternamente conosco, vinculando-se aos mais recônditos arquivos de nosso coração e consciência. O órgão da sensibilidade espiritual deve ser acionado primeiro a fim de que os ensinos do sábio Missionário sejam incorporados no solo de nossos sentimentos e cresçam fortes e robustos, dêem centuplicados frutos de luz e conhecimento, caridade e fraternidade. O coração que realmente vibra com os ensinos do Mestre da razão iluminada registra-os nos escaninhos da alma, assegurando a assimilação da Verdade que educa e liberta. Sentir Kardec é selo espiritual que garante o nosso comprometimento e compromisso com a prática genuína do Espiritismo.

ESTUDAR KARDEC
A Doutrina Espírita é ciência divina do espírito e,para bem conhecê la, devemos começar com estudos sérios das obras de Allan Kardec. São as fontes fundamentais para o perfeito conhecimento do Espiritismo.
Ler muitos e muitos livros espíritas de maneira precipitada, esquecendo-se de estudar Kardec será conhecer o Espiritismo de forma incompleta. Sem o estudo metódico, permanente e progressivo das extraordinárias Obras da Codificação, nenhum espírita conseguirá construir a estrutura sólida da Fé Raciocinada.
As Obras de Kardec ensinam ao homem: raciocinar coma verdade, analisar os fenômenos materiais e espirituais que estão ao seu redor, refletir sobre o seu próprio destino, meditar nas conseqüências de seu livre-arbítrio, usar a razão e lógica em tudo quanto lê e estuda. Com a persistência de anos e anos de estudos ininterruptos, conquistam-se as virtudes: Prudência, Bom Senso e Discernimento – indispensáveis à prática do verdadeiro Espiritismo.
Raciocinemos com Kardec no silêncio e conforto da mesa de nossa residência e levemos com boa vontade, os luminosos frutos desse esforço para os Grupos de Estudos das casas espíritas. Dar nossa contribuição fraterna, com estudos bem elaborados, seguidos de explicações lúcidas e bem argumentadas. Quem estuda somente para seu uso pessoal, não ajudando na difusão do conhecimento espírita, age como egoísta da fé racional.
Sejamos bons aprendizes de Kardec, manuseemos diariamente as suas extraordinárias Obras, à semelhança dos livros escolares sempre compulsados por alunos dedicados.
Estudemos Kardec em grupo de irmãos sinceros nas casas espíritas. Que seja estudo participativo e dinâmico, dialogado e comentado e bem debatido de forma respeitosa e democrática, com atuação verbal de todos os presentes, de maneira alegre, fraternal e simpática. Todos são convidadosa falar e a ouvir, a perguntar e a
responder com espírito de disciplina, amizade e aproveitamento de tempo. Deste modo, obteremos sempre melhores resultados na assimilação dos princípios doutrinários. Gastemos fosfato e tempo de esforço continuado, desdobrando intenso amor ao conhecimento aprofundado de cada obra de Kardec, até ao seu término!...
Logo em seguida, comecemos novamente o estudo desta ou de outra excelente obra do Codificador

ANOTAR KARDEC
Para estudar, alcançando melhor aproveitamento na assimilação do
conhecimento das obras de Kardec, indispensável aprendermos a fazer anotações, registrar as idéias de maior profundidade, elaborar
resumos, criar quadros sinópticos com as principais idéias dos textos doutrinários das Obras Básicas. Selecionar e registrar as frases de maior conteúdo, os períodos de maior expressão explicativa, os parágrafos mais interessantes, buscando fazer anotações das principais idéias contidas nas dissertações. A fim de levar para a frente o esforço de “estudar-escrevendo”, tenhamos muita vigilância para que a verminose mental da preguiça, comodismo e desatenção não predomine em nós, fazendo com que deixemos de lado este excelente exercício de aprendizagem doutrinária.
Quem anota com racionalidade os estudos doutrinários grava e estuda melhor Kardec. Jamais se sentir cansado ao reler e reestudar a lição quantas vezes forem necessárias, penetrar na essência de seus ensinamentos, assimilar pelo raciocínio amadurecido. Se convocado a apresentá-las diante dos companheiros de estudos, então expô-las com método, serenidade e convicção. Montar planos de estudos com atenção, prazer e responsabilidade para ser apresentados com seriedade nos grupos de estudos da casa espírita. Pouco proveito obterá alguém quando produz ótimos resumos doutrinários, porém estes ficam guardados nas gavetas e não são aproveitados nos “Círculos de Estudos” das Obras Básicas.
Participemos dos excelentes Estudos Sistematizados da Doutrina Espírita (estudos com apostilas), todavia jamais deixemos demanusear e fazer anotações das Obras de Kardec!

MEDITAR KARDEC
Meditar é dever com Kardec, que vai exigir esforço maior do espírita interessado em estudar a abençoada Doutrina dos Espíritos. A definição da palavra “meditar”: submeter a um exame interior. Estudar, ponderar, considerar. Fazer meditação, concentração intensa do espírito, refletir. A volta da consciência, do espírito sobre si mesmo, para examinar o seu próprio conteúdo por meio do entendimento, da razão”.
O espírita que não aprende a meditar de maneira permanente e progressiva as explicações de Allan Kardec e dos Espíritos Superiores torna evidente que não assimilará as idéias e conhecimentos profundos contidos nessas Obras.
Quem deseje sinceramente penetrar e conquistar o conhecimento da verdade espiritual não poderá ler com pressa e nem estudar com agitação as obras de Kardec.
Deste modo, perderá o fio condutor da boa assimilação do conhecimento superior. Pratiquemos, com vontade decisiva e alegria interior sempre renovada, o salutar exercício da meditação silenciosa, serena e empolgante. Aquietemos o corpo físico, tranqüilizemos a mente, pacifiquemos os sentimentos, empreguemos energia e atividade ao raciocínio progressivo, concentremo-nos nas idéias centrais e secundárias, naveguemos com emoção enlevada na profundeza dos princípios e conceitos, sejamos os pilotos seguros da nave espacial da imaginação construtiva e elevada. Aprendamos a conversar mentalmente com Kardec. Meditando com disciplina e persistência, entraremos em comunhão mental com instrutores da Vida Maior que nos inspiram
melhores sentimentos, melhores atitudes, melhores idéias, melhores projetos...
Usemos a incorruptível consciência para averiguar nossas emoções e desejos, fantasias e fracassos, frustrações e vitórias, imperfeições e virtudes, as boas ou más tendências, examinando com coragem resoluta nosso complexo mundo interior com os recursos superiores:retidão moral, exatidão de julgamentos e correção de rumos.

ANALISAR KARDEC
A Doutrina Espírita é formada pela tríplice aliança do conhecimento humano: CIÊNCIA, FILOSOFIA E RELIGIÃO. A Ciência é pesquisa e observação, experimentação e comprovação. A Filosofia é a capacidade de elaborar o encadeamento de raciocínios na busca do entendimento, na investigação de si mesmo, de seu destino, da vida material e espiritual, da evolução, da dor, das leis divinas, das
virtudes morais e de seu futuro glorioso. A Religião é o esforço sincero através da educação e do trabalho para praticar-se a Verdade, o Amor e a Caridade no desenvolvimento das potencialidades do espírito, rumo ao aprimoramento moral e à conquista da perfeição para o Reino de Deus.
Definição da palavra “análise”: “Decomposição de um todo em suas partes constituintes. Exame de dada parte de um todo, para conhecer sua natureza, suas proporções, suas funções, suas relações, suas proporções, etc. Analisar, portanto, é observar, examinar com minúcias, esquadrinhar. Examinar criticamente”.
As obras de Allan Kardec devem ser estudadas e reestudadas e não simplesmente lidas. As belas e profundas dissertações de Kardec e dos Sábios Espíritos devem ser analisadas: palavra por palavra, frase por frase, período por período, parágrafo por parágrafo, uma idéia encadeada com outra idéia ou com outras idéias, pergunta por pergunta, tema por tema, lição por lição, capítulo por capítulo. Analisar Kardec com bastante calma e sem pressa, com ritmo constante, sem saltos, com observações próprias sem divagações, com análise bem centrada nos conceitos kardequianos. Observar Kardec com raciocínio cuidadoso, atento e persistente, começando pelas idéias mais simples, a fim de alcançar progressivamente as idéias mais complexas. Análise detalhada dos conceitos, dos fatos e dos fenômenos, formando conclusões concretas e objetivas, visando a extrair: o espírito da letra, o essencial do superficial, as leis morais dos fenômenos humanos, o fator eterno do transitório.
Estamos precisando com urgência de estudo puro, completo, exclusivo das obras de Allan Kardec, sem mistura, sem alteração,
muito cristalino e transparente.
Implantemos na casa espírita um horário ou vários horários para estudar-se somente Kardec!

COMENTAR KARDEC
Há necessidade de familiarizarmo-nos com os ensinosdas Obras Básicas. Comentar Kardec, sabendo extrair os diamantes doutrinários no exercício da palavra responsável, lúcida e amorosa. Explicar em sua pureza cristalina os conceitos dos
Sábios Espíritos, de Kardec e de Jesus, à luz do edifício luminoso da Fé Raciocinada.
Explicando as lições de Kardec, vamos espalhar seus excelentes ensinamentos libertadores, ajudando a construir a fé racional na
mente popular ainda imatura, ignorante e supersticiosa.
O grande público que repleta as casas espíritas, na busca do passe curador,  tratamento espiritual e orientação dos Espíritos necessita ouvir belas e fecundas explicações dos textos de Kardec para familiarizar-se com os ensinamentos da Codificação. Falar com riqueza de conteúdo doutrinário penetrando o maravilhoso universo das obras de Kardec, que esclarece a inteligência, ilumina a consciência e eleva a emoção do homem tecnológico do Terceiro Milênio. Que os expositores e explicadores espíritas sejam estudiosos, responsáveis e persistentes no estudo das obras kardequianas. Tenham a convicção espírita baseada na fé racionada, a fim de ensinar com clareza, objetividade e simplicidade, somando racionalidade lúcida, poderosa certeza, emoção elevada e vibrações superiores.
Selecionar dos textos doutrinários as frases e idéias mais elucidativas, colocando-as em destaque na lousa, cartazes, fichas e na tela de data-show, favorecendo aos assistentes atentos conviver de mais perto com os conceitos de Kardec. Falar com a
claridade da certeza, expor com inspiração, ensinar com emoção, explicar com convicção e comentar com sabedoria, serenidade e alegria. Discorrer sobre os assuntos das obras kardequianas, deixando extravasar nossos melhores sentimentos, vibrar com entusiasmo com os princípios que ensinamos, dando autenticidade legítima a tudo que transmitimos ao público atento às nossas palavras de esclarecimento que soma certeza, consolação e esperança.

INTERPRETAR KARDEC
O Espiritismo é grandioso arcabouço doutrinário que deve ser estudado com muita seriedade, de forma metódica, sistemática, perseverante e a longo prazo, para se inteirar de seu fantástico conteúdo. Não poderá ser aprendido de forma leviana, fanatizada ou irresponsável. O sábio Codificador Allan Kardec fez interessante
pronunciamento em O Livro dos Médiuns, Editora LAKE, cap. III – “Método”, na questão n.º 18:
“Dissemos que o Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia.
Quem desejar conhecê-lo seriamente deve, pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando”. Torna-se indispensável aos espíritas um GRANDE ESFORÇO DE ESTUDO, ENTENDIMENTO E INTERPRETAÇÃO das idéias contidas nas obras de Kardec para alcançar uma boa compreensão do corpo doutrinário do Espiritismo. A definição da palavra interpretar: “Ajuizar a intenção, o sentidode. Explicar, explanar ou aclarar o sentido de palavra, texto, lei, regulamentos, etc. Julgar, considerar, reputar. Dar significação. Alcançar o bom entendimento”. O bom intérprete das obras de Kardec deverá somar: estudo e atenção, razão e sentimento, análise e entendimento, conhecimento e auto-educação, fidelidade e
testemunho.
Se Kardec é excelente intérprete dos ensinos de Jesus, por nossa
vez, devemos ser bons intérpretes de Kardec. O bom intérprete que interessa a JESUS e a KARDEC deverá fundir em seu espírito os inestimáveis talentos e virtudes: Razão, Coração e Consciência; Raciocínio, Sentimento e Intuição; Lógica, Amor e Discernimento; Ponderação, Fraternidade e Bom Senso; Análise, Caridade e Reflexão.
Não basta sermos bons intérpretes dos conhecimentos científicos e filosóficos, imprescindível sermos bons intérpretes das esquecidas cátedras de Amor, Abnegação e Humildade, refletindo Jesus no coração. Testemunhar Kardec na idéia espírita, no estudo doutrinário, no trabalho solidário e no exemplo cristão. Cumpramos nossos deveres de amor, de coração sempre aberto, desfraldando a bandeira da Fraternidade Universal.

CULTIVAR KARDEC
Inicialmente, vamos saber no dicionário o que significa cultivar: “Fertilizar a terra pelo trabalho. Dar condições para o nascimento e desenvolvimento da planta.
Aplicar-se ou dedicar-se. Procurar manter ou conservar. Formar, educar ou desenvolver pelo estudo, pelo exercício”.
A idéia espirita deve e precisa ser promovida de forma permanente, com destaque para as obras e as idéias do Codificador do Espiritismo. É preciso convir que as obras de Kardec devem ser lidas e estudadas, dialogadas e debatidas, compreendidas e sentidas, amadas e vividas. Deste modo, estaremos cuidando com
acerto da grandiosa, bela e frutífera árvore do Cristianismo Redivivo que o Espiritismo tem a missão de fazer ressurgir vigorosa para beneficiar a grande família humana.
A casa espírita deverá buscar nas Obras do Mestre Lionês a fonte luminosa de suas orientações e aconselhamentos, trabalhos e estudos, programações e metas. Mantenhamos na casa espírita a MELHOR MÍDIA DOUTRINÁRIA: Kardec no diálogo fraternal das reuniões administrativas, Kardec na postura sincera dos diretores espíritas, Kardec nos estudos instrutivos das reuniões públicas, Kardec no conhecimento abalizado de expositores, oradores e comentaristas do Evangelho, Kardecnas idéias dos devotados trabalhadores da assistência fraterna, Kardec na mente dos médiuns da desobsessão, Kardec nos sentimentos dos médiuns passistas, Kardec na idéia e sentimento de evangelizadores da criança, coordenadores de mocidade e médiuns esclarecedores. Esforcemo-nos por manter a idéia do Codificador no cérebro esclarecido e coração sensibilizado de todos irmãos trabalhadores espíritas.
Que nossas queridas casas criem Grupos de Estudos Sistematizados das Obras de Kardec. Zelemos pela preservação do entusiasmo, alegria e firmeza na sua aprendizagem, mantendo com carinho os pequenos grupos de estudos.
Ninguém conseguirá cultivar a idéia espírita com Kardec sem estudar, sem se esforçar na aprendizagem, sem compreender, sem sentir, sem assimilá-la e sem vivenciá-la permanentemente. Na verdade, o que vai crescer com destaque, neste primeiro século do Terceiro Milênio, serão os ESTUDOS DOUTRINÁRIOS, muito especialmente das Obras Básicas do Espiritismo.

ENSINAR KARDEC
O recinto mais adequado para ENSINAR ESPIRITISMO é o centro espírita. Local apropriado, por possuir todas as condições físicas,
espirituais e instrumentações para ensinar com os melhores recursos. Tais são: a comunhão incessante com os Bons Espíritos, o bom ambiente espiritual, os expositores doutrinários preparados e os aprendizes realmente interessados.
A casa espírita deverá funcionar como VERDADEIRA ESCOLA DO ESPÍRITO, ensinando e vivenciando a Doutrina dos Espíritos, através de estudos sérios, sistematizados e produtivos. Há imperiosa necessidade de estudar de forma regular as
Obras Básicas. O Mestre Kardec pronunciou: “Estabelecer-se um
curso regular de Espiritismo, no intuito de desenvolver os princípios da ciência e de propagar o gosto pelos estudos sérios. O curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípio, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de propagar as idéias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns.
Considero esse curso como elemento de influência capital sobre o futuro do Espiritismo e sobre as suas conseqüências.” (os grifos são nossos) (Obras Póstumas, 2ª Parte, dissertação: “Ensino Espírita”, pág. 258, edição 1966, LAKE) (os grifos são nossos)
Os companheiros dedicados que mais amam o estudo doutrinário devem trabalhar pelo crescimento do número de Grupos de Estudos de Kardec. Estudos sistemáticos buscando o aprendizado sério, desenvolvendo a fé raciocinada, esforçando-se pela reforma íntima e fortalecendo a convicção espírita.
A conquista íntima da FÉ RACIOCINADA destruirá as sombras espessas da fé cega, que alimenta os hábitos inferiores da crença: dogmatismo, fanatismo, ritualismo, cerimoniais, fascinação coletiva, idolatria, superstição, misticismo e mediunismo irracional.
Quem não estuda Kardec com seriedade não poderá ensinar Kardec com certeza, clareza e segurança.
As Obras Básicas são fonte de luz divina para o cérebro aturdido e o coração atribulado de milhões de criaturas descrentes e indecisas da atualidade. Ensinar Kardec descortina aos aprendizes a visão grandiosa da vida espiritual e abrirá o mundo novo  de trabalho e amor, caridade e educação.

DIVULGAR KARDEC
Toda boa idéia merece ser estudada, ensinada e bem divulgada. A idéia espírita não dispensa a premente necessidade de sua propagação consciente e esclarecida, educada e respeitosa, que alcançará de forma crescente o raciocínio, a mente e o coração das criaturas descrentes e ignorantes.
Divulgar as obras e ensinos de Kardec em jornais espíritas, programas radiofônicos e televisivos, favorecer a aquisição das Obras Básicas pelo grande público, fomentar a distribuição de textos kardequianos, multiplicar os estudos em grupo das obras de Kardec, promover semanas espíritas, feirase clubes de livros espíritas, encontros, cursos, simpósios, congressos... Todas as atividades são necessárias e merecem ser bem feitas com simplicidade, desprendimento e confraternização, para espalharem com alegria as idéias de Kardec.
Convenhamos, o local onde está muito a desejar a divulgação de Kardec é no próprio centro espírita, junto aos médiuns, trabalhadores da casa e freqüentadores.
Neste aspecto encontra-se deficiente e apagada, limitada e desanimada, desfigurada e desmotivada. Manter o estudo sério, motivando o entusiasmo na maioria dos irmãos espiritistas não é atividade muito fácil de se concretizar. Duas são as principais causas:
1ª - A ausência de maior número de bons líderes espíritas para promover, incentivar e dinamizar os estudos sistematizados das Obras Básicas de maneira regular, a fim de atender o número sempre crescente de trabalhadores e freqüentadores das casas espíritas.
2ª - O acentuado desinteresse dos centros espíritas de estudar as Obras de Kardec. De que adianta promovermos grandes investimentos financeiros para divulgar Kardec na imprensa espírita e leiga, no rádio e televisão, confeccionar numerosas publicações dos textos doutrinários de Kardec, sendo que a maioria dos centros doutrinários continuam inertes e desmotivados para o conhecimento aprofundado da Doutrina Espírita?
Divulguemos Kardec de forma mais esclarecedora no salão iluminado do raciocínio, no santuário sensível do coração e no altar sublime da consciência dos irmãos espíritas!
Uberaba (MG), setembro de 2004