Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
Mostrando postagens com marcador Mensagem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mensagem. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

ORAÇÃO CURATIVA " Tudo é doença do corpo e da alma. Tudo é ausência do Espírito do Senhor[...]Derrama-se o amor de Nosso Senhor Jesus-Cristo para todos os corações, no entanto, é imprescindível que a lâmpada de nossa alma se mostre em condições de receber-lhe o Toque Sublime.

 


A oração curativa



A reunião da noite de 11 de novembro de 1954 trouxe-nos a confortadora visita do Espírito de Padre Eustáquio. 


Sacerdote extremamente consagrado ao bem, nosso amigo residiu, por alguns anos, em Belo Horizonte, onde, através de seu nobre coração e de sua mediunidade curadora, inúmeros sofredores encontraram alívio.


Sempre rodeado por verdadeira multidão de infelizes, Padre Eustáquio foi o apóstolo das curas, das quais se ocuparam largamente os jornais de nosso país. E, continuando, além-túmulo, o seu ministério sublime, conforme a observação dos médiuns clarividentes de nosso grupo, compareceu às nossas preces acompanhado por uma pequena multidão de Espíritos conturbados e infelizes a lhe pedirem socorro.


O prezado visitante senhoreou as faculdades psicofônicas do médium com todas as características de sua personalidade, inclusive a mímica oratória e a voz que lhe eram peculiares quando encarnado.


Sua alocução, de grande beleza para nós, em vista da simplicidade em que foi vazada, é portadora de expressivos apontamentos com respeito à oração.



Meus amigos.


Que a paz do Cristo permaneça em nossos corações, conduzindo-nos para a luz.


Fui padre católico romano, naturalmente limitado às concepções do meu ambiente, mas não tanto que não pudesse compreender todos os homens como tutelados de Nosso Senhor.


A morte do corpo veio dilatar os horizontes de meu entendimento e agora vejo com mais clareza a necessidade do esforço conjunto de todas as nossas escolas de interpretação do Evangelho, para que nos confraternizemos com fervor e sinceridade, à frente do Eterno Amigo.


Com esse novo discernimento, visito-vos o núcleo de ação cristianizante, tomando por tema a oração como poder curativo e definindo a nossa fé como dom providencial.


O mundo permanece coberto de males de toda a sorte. Há epidemias de ódio, desequilíbrio, perversidade e ignorância, como em outro tempo conhecíamos a infestação de peste bubônica e febre amarela.


Em toda parte, vemos enfermidades, aflições, descontentamentos, desarmonias…


Tudo é doença do corpo e da alma. Tudo é ausência do Espírito do Senhor.


Não ignoramos, porém, que todos temos a prece à nossa disposição como força de recuperação e de cura.


É necessário orientar as nossas atividades, no sentido de adaptar-nos à Lei do Bem, acalmando nossos sentimentos e sossegando nossos impulsos, para, em seguida, elevar o pensamento ao manancial de todas as bênçãos, colocando a nossa vida em ligação com a Divina Vontade.


Sabemos hoje que outras vibrações escapam à ciência terrestre, além do ultravioleta e aquém do infravermelho.


À medida que se desenvolve nos domínios da inteligência, compreende o homem com mais força que toda matéria é condensação de energia.


Disse o Senhor: — “Brilhe vossa luz”  — e, atualmente, a experimentação positiva revela que o próprio corpo humano é um gerador de forças dinâmicas, constituído assim como um feixe de energias radiantes, em que a consciência fragmentária da criatura evolui ao impacto dos mais diversos raios, a fim de entesourar a Luz Divina e crescer para a Consciência Cósmica.


Vibra, a luz em todos os lugares e, por ela, estamos informados de que o Universo é percorrido pelo fluxo divino do Amor Infinito, em frequência muitíssimo elevada, através de ondas ultracurtas que podem ser transmitidas de Espírito a Espírito, mais facilmente assimiláveis por intermédio da oração.


Cada aprendiz do Evangelho necessita, assim, afeiçoar-se ao culto da prece, no próprio mundo íntimo, valorizando a oportunidade que lhe é concedida para a comunhão com o Infinito Poder.


Para isso, contudo, é indispensável que a mente e o coração da criatura estejam em sintonia com o amor que domina todos os ângulos da vida, porque a lei do amor é tão matemática como a lei da gravitação.


Mentalizemos a eletricidade, por exemplo, na rede iluminativa. Caso apareça qualquer hiato na corrente, ninguém se lembrará de acusar a usina, como se o fluxo elétrico deixasse de existir. Certificar-nos-emos sem dificuldade de que há um defeito na lâmpada ou na tomada de força.


Derrama-se o amor de Nosso Senhor Jesus-Cristo para todos os corações, no entanto, é imprescindível que a lâmpada de nossa alma se mostre em condições de receber-lhe o Toque Sublime.


Os materiais que constituem a lâmpada são apetrechos de exteriorização da luz, mas a eletricidade é invisível.


Assim também, nós vemos o Amor de Deus em nossas vidas, por intermédio do Grande Mediador, Jesus-Cristo, em forma de alegria, paz, saúde, concórdia, progresso e felicidade; entretanto, acima de todas essas manifestações, abordáveis ao nosso exame, permanece o invisível manancial do Ilimitado Amor e da Ilimitada Sabedoria.


Usando imagens mais simples, recordemos o serviço da água no abrigo doméstico. Logicamente, as fontes são alimentadas por vivas reservas da Natureza, mas, para que a água atinja os recessos do lar, não prescindiremos da instalação adequada. A canalização deve estar bem disposta e bem limpa.


Em vista disso, é necessário que todas as atitudes em desacordo com a Lei do Amor sejam extirpadas de nossa existência, para que o Inesgotável Poder penetre através de nossos humildes recursos.


O canal de nossa mente e de nosso coração deve estar desimpedido de todos os raciocínios e sentimentos que não se harmonizem com os padrões de Nosso Senhor.


Alcançada essa fase preparatória, é possível utilizar a oração por medida de reajuste para nós e para os outros, incluindo quantos se encontram perto ou longe de nós.


Ninguém pode calcular no mundo o valor de uma prece nascida do coração humilde e sincero diante do Todo-Misericordioso.


Certamente as tinturas e os sais, as vitaminas e a radioatividade são elementos que a Providência Divina colocou a serviço dos homens na Terra.


É também compreensível que o médico seja indispensável, muitas vezes, à cabeceira dos doentes, porque, em muitas situações, assim como o professor precisa do discípulo e o discípulo do professor, o enfermo precisa do médico, tanto quanto o médico necessita do enfermo, na permuta de experiência.


Isso, porém, não nos impede usar os recursos de que dispomos em nós mesmos. E estejamos convictos de que, ligando o fio de nossa fé à usina do Infinito Bem, as fontes vivas do Amor Eterno derramar-se-ão através de nós, espalhando saúde e alegria.


Assim como há lâmpadas para voltagens diversas, cada criatura tem a sua capacidade própria nas tarefas do auxílio. Há quem receba mais, ou menos força.


Desse modo, conduzamos nossa boa vontade aos companheiros que sofrem, suplicando a Infinita Bondade em favor de nós mesmos.


É indispensável compreender que a oração opera uma verdadeira transfusão de plasma espiritual, no levantamento de nossas energias.


Se nos sentimos fracos, peçamos o concurso de um companheiro, de dois companheiros ou mais irmãos, porque as forças reunidas multiplicam as forças e, dessa forma, teremos maiores possibilidades para a eclosão do Amparo Divino que está, simplesmente esperando que a nossa capacidade de transmissão e de sintonia se amplie e se eleve, em nosso próprio favor.


Mentalizemos o órgão enfermo, a pessoa necessitada ou a situação difícil, à maneira de campos em que o Divino Amor se manifestará, oferecendo-lhes nosso coração e nossas mãos, por veículos de socorro, e veremos fluir, por nós, os mananciais da Vida Eterna, porque o Pai Todo-Compassivo e Jesus Nosso Senhor nunca se empobrecem de bondade. A indigência é sempre nossa.


Muitos dizem “não posso ajudar porque não sou bom”, mas, se já fôssemos senhores da virtude, estaríamos noutras condições e noutras Esferas.


Consola-nos saber que somos discípulos do bem e, nessa posição, devemos exercitá-lo. Movimentemos a boa vontade.


Não temos ainda as árvores da generosidade e da compreensão, da fé irrepreensível e da perfeita caridade, mas possuímos as sementes que lhes correspondem. E toda semente bem plantada recolhe do Alto a graça do crescimento.


Assim, pois, para que tenhamos assegurado o êxito da nossa plantação de qualidades superiores, é preciso nos disponhamos a fazer da própria vida um canal de manifestação do Constante Auxílio.


Todos temos provas, dificuldades, moléstias, aflições e impedimentos, contudo, dia a dia, colocando nosso espírito à disposição do Divino Amor que flui do centro do Universo para todos os recantos da vida, desenvolver-nos-emos em entendimento, elevação e santificação.


Trabalhemos, portanto, estendendo a oração curativa. A vossa assembleia de socorro aos irmãos conturbados na sombra é uma exaltação da prece desse teor, porque trazeis ao vosso círculo de serviço aquilo que guardais de melhor e contais simplesmente com o Divino Poder, já que nós, de nós mesmos, nada detemos ainda de bom senão a migalha de nossa confiança e de nossa boa vontade.


Em nome do Evangelho, sirvamos e ajudemos. E que Nosso Senhor Jesus-Cristo nos assista e abençoe.



Eustáquio





.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A DIFERENÇA - "Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas"

 

 

A reunião alcançava a parte final, e, na organização mediúnica, Bezerra de Menezes retinha a palavra.

O Benfeitor distribuía consolações, quando um companheiro o alvejou com azedume:

– Bezerra, não concordo com tanta máscara no ambiente espírita. Estou cansado de ser hipócrita. Falo contra mim mesmo. Posso, acaso, dizer que sou espírita-cristão?

Vejo-me fustigado por egoísmo e intolerância, avareza e ciúme; cometo desatenções e disparates; reconheço-me frequentemente caído em maledicência e cobiça; ainda não venci a desconfiança, nem a propensão para ressentir-me; quando menos espero, chafurdo-me nos erros da vaidade e do orgulho; involuntariamente, articulo ofensas contra o próximo; a ambição mora comigo e, por isso, agrido os meus semelhantes com toda a força de minha brutalidade; a crítica, o despeito, a maldade e a imperfeição me seguem constantemente.

Posso declarar-me espírita-cristão com tantos defeitos?

O venerável Bezerra de Menezes respondeu sereno:

– Eu também, meu amigo, ainda estou em meio de todas essas mazelas e sou espírita-cristão...

– Como assim? – revidou o consulente agitado.

– Perfeitamente – concluiu Bezerra de Menezes, sem alterar-se. – Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas...

E Bezerra de Menezes, sorrindo:

– Como vê meu amigo, há muita diferença.  



Irmão X

Do livro Momentos de Ouro, capítulo nº 12, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, de autoria de Espíritos diversos.


domingo, 22 de novembro de 2020

HONRAI VOSSO PAI E A VOSSA MÃE .

"Existis, porque os vossos pais existiram, antes de vós. Sem eles, onde estaria a vossa alma e o motivo da vossa soberba? Que o nome dos vossos pais esteja sobre a vossa cabeça, e pelo nome dos vossos pais sacrificai o vosso. Quando ouvirdes dizer que o vosso pai é pecador, defendei o nome dele, e se o pecado subsistir chorai no vosso coração, rogai a Deus por esse pecado e buscai apagá-lo da vossa mente - e Deus honrará o vosso nome nos vossos filhos, apagará o vosso pecado da mente deles e dar-vos-á o galardão da vida eterna. "




 Comunicações ou ensinos dos Espíritos

XVIII


Honrai a vosso pai e a vossa mãe, aos quais Deus delegou uma parte do seu poder. Eles são uma manifestação visível da Providência divina, cuidando das crianças desde o seu nascimento. Se virdes que o vosso pai infringe o preceito e não segue o caminho da virtude — cerrai os olhos e buscai esquecer o pecado do vosso pai, e rogai ao Senhor que apague esse pecado da sua presença. Se o vosso pai for cego — que os vossos olhos sejam os seus alhos; se for tolhido, que os vossos pés sejam os seus pés e que a vossas mãos sejam as suas mãos; porque deles, por delegação do Pai, recebestes os vossos olhos, as vossas mãos e os vossos pés. Nunca digais diante do vosso pai: 

 
 
Existis, porque os vossos pais existiram, antes de vós. Sem eles, onde estaria a vossa alma e o motivo da vossa soberba? Que o nome dos vossos pais esteja sobre a vossa cabeça, e pelo nome dos vossos pais sacrificai o vosso. Quando ouvirdes dizer que o vosso pai é pecador, defendei o nome dele, e se o pecado subsistir chorai no vosso coração, rogai a Deus por esse pecado e buscai apagá-lo da vossa mente - e Deus honrará o vosso nome nos vossos filhos, apagará o vosso pecado da mente deles e dar-vos-á o galardão da vida eterna. Honrai as cãs dos velhos. Os cabelos brancos do ancião são o testemunho da madureza do seu juízo, e as rugas do seu semblante são as letras de um livro escrito pelo dedo do Senhor. Não desprezeis o conselho do velho, nascido na oficina da sua experiência; o seu saber é muitas vezes amargo, mas a sua virtude atua sobre a alma e corrige os sentidos. Honrai os ministros da palavra, que são os distribuidores da luz para aqueles que a não conhecem; porque, aquele que os honra, honra à luz e honra Àquele que a enviou. Honrai o Filho na luz, e o Pai no Filho. O que pratica a humildade e fala a sabedoria, o que vive na pobreza de coração e só prega a paz, o que viou, despreza o Filho na luz, e despreza o Pai no Filho. Os ministros da palavra são árvores de vida para os homens, e devem ser conhecidos pelos seus frutos. O que pratica a humildade e fala a sabedoria, o que vive na pobreza de coração e só prega a paz, o que abre a sua mão e o seu seio aos que vivem na humilhação, e diz sem temor a verdade aos poderosos, o que vela enquanto os outros dormem, o que ergue a voz para denunciar o perigo, o que tem puro o pensamento e vive nessa pureza de pensamento, o que diz em sua alma: eu não sou digno, esses são os ministros da palavra, e a bênção de Deus os segue, porque a palavra deles é bênção e aplaina os caminhos do Senhor. Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Senhor! São ministros da palavra, mas sim aqueles que cumprem a vontade do Senhor. Surgirão falsos ministros da palavra, mas os seus caminhos serão obstruídos e o seu julgamento estará nas suas mãos e nos seus pés; porque a árvore da mentira não pode dar frutos da verdade. Dirão: abominai os bens do mundo e a alma deles vive nas riquezas e nas comodidades; aconselharão a humildade, e o orgulho lhes reside no coração e nos olhos; dirão: sede misericordiosos e caritativos,  e na boca se lhes aninham a injúria e a maldição, e acumulam o ouro e a prata, afrontando a miséria dos outros. Pregarão a mansidão e guardam o ódio contra os seus inimigos, considerando-os como obra de zelo pelo Senhor; dirão, sede honestos, mas a lascívia domina nos seus desejos, e o adultério, nos seus leitos. 

 
 
Esses não são os ministros da palavra, mas sim hipócritas, e por isso os seus ensinos são abomináveis. Se da sua boca saem palavras de verdade — essa boca é indigna da palavra e profana o dom de Deus. Ouvi as suas palavras da verdade, mas conservai-vos alerta e não vos deixeis surpreender pelas suas intenções. São os sepulcros caiados, de que fala Jesus. 


Fonte: Roma e Evangelho - Comunicações ou ensinos dos Espíritos -XVIII


 

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Visão de Eurípedes


[...] — Senhor, por que choras? O interpelado não respondeu.
Mas desejando certificar-se de que era ouvido, Eurípedes reiterou:
— Choras pelos descrentes do mundo?
Enlevado, o missionário de Sacramento notou que o Cristo lhe correspondia agora ao olhar. E, após um instante de atenção, respondeu em voz dulcíssima:— Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amor. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o praticam…[...]


Começara Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da mediunidade, em Sacramento, no Estado de Minas Gerais, a observar-se fora do corpo físico, em admirável desdobramento, quando, certa feita, à noite, viu a si próprio em prodigiosa volitação. Embora inquieto, como que arrastado pela vontade de alguém num torvelinho de amor, subia, subia…

Subia sempre.

Queria parar, e descer, reavendo o veículo carnal, mas não conseguia. Braços intangíveis tutelavam-lhe a sublime excursão. Respirava outro ambiente. Envergava forma leve, respirando num oceano de ar mais leve ainda… Viajou, viajou, à maneira de pássaro teleguiado, até que se reconheceu em campina verdejante. Reparava na formosa paisagem, quando, não longe, avistou um homem que meditava, envolvido por doce luz.

Como que magnetizado pelo desconhecido, aproximou-se…

Houve, porém, um momento, em que estacou, trêmulo.

Algo lhe dizia no íntimo para que não avançasse mais..

E num deslumbramento de júbilo, reconheceu-se na presença do Cristo.

Baixou a cabeça, esmagado pela honra imprevista, e ficou em silêncio, sentindo-se como intruso, incapaz de voltar ou seguir adiante.

Recordou as lições do Cristianismo, os templos do mundo, as homenagens prestadas ao Senhor, na literatura e nas artes, e a mensagem d’Ele a ecoar entre os homens, no curso de quase vinte séculos…

Ofuscado pela grandeza do momento, começou a chorar…

Grossas lágrimas banhavam-lhe o rosto, quando adquiriu coragem e ergueu os olhos, humilde.

 Viu, porém, que Jesus também chorava…

Traspassado de súbito sofrimento, por ver-lhe o pranto, desejou fazer algo que pudesse reconfortar o Amigo Sublime… Afagar-lhe as mãos ou estirar-se à maneira de um cão leal aos seus pés…

Mas estava como que chumbado ao solo estranho…

Recordou, no entanto, os tormentos do Cristo, a se perpetuarem nas criaturas que até hoje, na Terra, lhe atiram incompreensão e sarcasmo…

Nessa linha de pensamento, não se conteve. Abriu a boca e falou, suplicante:

— Senhor, por que choras?

O interpelado não respondeu.

Mas desejando certificar-se de que era ouvido, Eurípedes reiterou:

— Choras pelos descrentes do mundo?

Enlevado, o missionário de Sacramento notou que o Cristo lhe correspondia agora ao olhar. E, após um instante de atenção, respondeu em voz dulcíssima:

— Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amor. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o praticam…

Eurípedes não saberia descrever o que se passou então.

Como se caísse em profunda sombra, ante a dor que a resposta lhe trouxera, desceu, desceu…

E acordou no corpo de carne.

Era madrugada.

Levantou-se e não mais dormiu.

E desde aquele dia, sem comunicar a ninguém a divina revelação que lhe vibrava na consciência, entregou-se aos necessitados e aos doentes, sem repouso sequer de um dia, servindo até à morte.

Livro : A Vida Escreve
Hilário Silva


(Psicografia de Francisco C. Xavier)

sábado, 22 de abril de 2017

DESCOBRIMENTO DO BRASIL PELA VISÃO ESPÍRITA - "[...]A história espiritual confirma que Jesus por volta do ano de 1370 esteve reunido com os dirigentes do planeta para transplantar a árvore do evangelho que havia sido plantada na Palestina para outro local do globo.[...]O Espírito Hilel reencarna em 04 de março de 1394 na cidade do Porto como o infante Dom Henrique de Avis, quinto filho do Rei D. João I. Ele renovou as energias portuguesas no desejo de encontrar novas terras além-mar[...]Para auxiliar o trabalho da Escola de Sagres por ele fundada[...]Os Fenícios foram os escolhidos a voltar ao planeta para dar o impulso necessário à navegação. Eram corajosos e destemidos com o mar desde dez séculos antes de Cristo..





 Dia 22 de abril, lembra a chegada ao Brasil da esquadra de Pedro Álvares Cabral, a mando da coroa portuguesa. Quando avistou Porto Seguro, Cabral não imaginava que estava cravando bandeira para desbravar o país que seria no futuro o coração do mundo e a pátria do evangelho. Durante a travessia do oceano, Cabral teve as noites povoadas de sonhos sobre uma nova terra. Os mensageiros celestes insuflavam em seu Espírito o desejo de alcançar o território desconhecido.
Pouca gente sabe a história espiritual desse acontecimento. Apenas os Espíritas conhecem o livro de Humberto de Campos que afirma que o Brasil nasceu para ter um destino glorioso dentre as nações do mundo.
A história espiritual confirma que Jesus por volta do ano de 1370 esteve reunido com os dirigentes do planeta para transplantar a árvore do evangelho que havia sido plantada na Palestina para outro local do globo.
Isso se dava por que a Terra Santa havia sido degradada vilmente pelos homens e pelas guerras, e se fazia necessário mudar a sementeira de luz. A Palestina estava arrasada e onde antes a terra era resplandecente e verdejante havia apenas escombros e deserto árido. A ação do homem belicoso havia destruído o local mais sagrado do mundo, pois nele havia pisado o Espírito mais sublime que a Terra conhecera.
Nesse tempo Jesus e os Espíritos luminares chegam ao continente desconhecido e deliberam que para a nova região transplantariam a árvore da vida universal. Os Espíritos simples e jovens que habitavam o continente que seria chamado América, estavam desejosos de adquirir novos conhecimentos e aceitariam de bom grado à chegada dos europeus.
Traçados os objetivos, os Espíritos começaram o trabalho de tornar realidade os sonhos delineados. O Espírito Hilel reencarna em 04 de março de 1394 na cidade do Porto como o infante Dom Henrique de Avis, quinto filho do Rei D. João I. Ele renovou as energias portuguesas no desejo de encontrar novas terras além-mar.
Contam que Dom Henrique era um homem de extraordinárias virtudes, não era avarento, nem luxuoso, nem dado a vícios. Era estudioso e muito dedicado ao trabalho. Virtudes de um Espírito de elite.
Para auxiliar o trabalho da Escola de Sagres por ele fundada, os mentores espirituais foram buscar Espíritos de alto conhecimento em navegação, afeitos às lides com o mar.
Foi então que reencarnaram em Portugal os maiores conhecedores e amantes do mar desde os tempos anteriores à vinda Jesus a Terra.
Os Fenícios foram os escolhidos a voltar ao planeta para dar o impulso necessário à navegação. Eram corajosos e destemidos com o mar desde dez séculos antes de Cristo.
Convém lembrar que os Fenícios eram um povo que viveu onde hoje é o Líbano e que dominou, durante os séculos X e I antes de Cristo, todo o mar mediterrâneo tendo o comércio como sua atividade principal. Fundaram dezenas de cidades e portos por todo o Mediterrâneo.
Cercado dos principais comandantes e marinheiros da antiga Fenícia, Dom Henrique trabalhou incansavelmente para fazer com que o desejo de Jesus quanto ao novo continente fosse alcançado.
Isso ele guardava em seu Espírito desde a reunião com os luminares e Jesus sobre o continente desconhecido e tudo fez para que se tornasse realidade o proposto pelos idos de 1360.
Dom Henrique desencarna em 13 de novembro de 1460 tendo cumprido uma das missões mais relevantes para o mundo. Os grandes navegadores surgiram de sua escola para desbravar os oceanos e descobrir as novas terras além do atlântico.
Essas histórias contadas pelos Espíritos nos levam a crer que o mundo tem seus anjos tutelares e que eles estão constantemente trabalhando para que o planeta alcance o seu posto maior que é o de servir de casa para os Espíritos subirem na escala evolutiva.
Se o homem degrada o planeta, por certo, em contrapartida, a espiritualidade trabalha com os homens de bem para que a virtude vença as investidas do mal.
Com certeza, a comunicação feita pelos Espíritos a Allan Kardec de que a Terra se transformaria em planeta de regeneração, deixando para trás a condição de mundo de provas e expiação está ocorrendo.
Limpando a casa dos fluídos deletérios que a infectam, ela será o domicílio limpo e arejado que os mansos encontrarão para viver em paz no futuro.
Luiz Marini – 21 de abril de 2010.




OBSERVAÇÃO DE RUDYMARA: O descobrimento de nosso país foi planejado no mundo espiritual. Mas, as ações dos homens, após este acontecimento, segue a lei do livre arbítrio. Muitos erros foram cometidos por vários motivos, por exemplo, pela ganância, poder, etc. Mas, Deus e Jesus aguardam que possamos "redescobrir" este grande tesouro onde moramos, para que cuidemos melhor dele.


Fonte :  http://grupoallankardec.blogspot.com.br/2014/04/descobrimento-do-brasil-pela-visao.html

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Dificuldades no Movimento Espírita "Não te deixes desalentar pela sensação de que o Espiritismo em nada te auxilia, considerando os golpes contundentes que te ferem cotidianamente, impondo-te lágrimas em que se mesclam dores, mágoas e revoltas...


Não te aturdas pelo que vês nas fileiras da Seara Espírita, que almejavas grandiosa e bela: a apatia no campo moral de tantos, dando a impressão de que isso é coisa natural; os desatinos que não são freados pelo bom-senso, comprometendo o nome da gloriosa Doutrina; a maledicência que alcança largas praias da vida dos nossos arraiais, como se devessem fazer parte das nossas ocupações cotidianas; os descompassos entre as lições teóricas conhecidas e as atividades práticas diárias cheias de hostilidades.
Não te deixes desalentar pela sensação de que o Espiritismo em nada te auxilia, considerando os golpes contundentes que te ferem cotidianamente, impondo-te lágrimas em que se mesclam dores, mágoas e revoltas.
Não te rebeles ao verificar que muitos que ocupam posições destacadas no Movimento do luarizado Espiritismo, agem como se nada tivessem a ver com a magnitude da mensagem, uma vez que somente anseiam pelas coisas do mundo material, com cinismo e desplante, preocupados tão só em fixar-se nas posições que lhes proporcionam maior visibilidade, bastando-lhes o ensejo exibicionista, em função dos quais afirmou Jesus que “já teriam obtido o seu galardão”, ou seja, o que desejavam.
Não te atormentes, pois, uma vez que o planeta terreno atravessa momentos de seriíssimas definições e redefinições, de cujo processo ninguém pode escapar, enquanto se persistir na busca do progresso.
A Terra, em razão disso, traz sobre seu dorso e nas esferas do seu campo psíquico, entidades nos mais diferenciados estágios de aprimoramento, de desenvolvimento geral, dentre os quais são muitos os que se aninham na má vontade, esforçando-se por retardar o dia luminoso da grande renovação planetária.
Nesse estado de coisas, não estaria o Movimento Espírita indene a semelhantes presenças ou livres dessas almas que, em si mesmas atordoadas, causam atordoamento onde quer que chegam, quer estejam no corpo físico, reencarnadas, quer ainda se achem aguardando novas oportunidades, na erraticidade.
Do mesmo modo que encontramos almas irresponsáveis que se valem do nome de Jesus, a fim de explorar a boa fé dos ingênuos e dos incautos, dos ignorantes e dos parvos, nas mais distintas confissões de fé ou fora delas, temos em nosso Movimento os que, da mesma maneira, evocam o nome do Senhor, admitindo sempre que não há nenhuma necessidade de que levem a sério o trabalho e os deveres que lhes cabem, já que os Guias do mundo são dotados de grande generosidade, são misericordiosos.
Almas infantilizadas, nas quais ainda é verdoso o senso moral, enxameiam, orgulhosas umas, vaidosas outras, prepotentes tantas, que, mesmo reconhecendo suas incapacidades, fazem questão de assumir posições e cargos de responsabilidade, que sabem que não responderão a contento, pelo fato de tais situações lhes conferir projeção ou destaque social.
Há os que não têm nenhuma noção do campo de atividades em que se acham, mas não recuam, não procuram orientar-se de modo a produzir o melhor para a Doutrina. Permanecem como estão, supondo que os Espíritos do Senhor lhes suprirão a má vontade e o relaxamento.
Desgraçadamente, tais irmãos do mundo estão distribuídos por todos os campos da vida social e se fazem temerários aventureiros nas esferas da política ou da administração das coisas públicas; achamo-los à frente de empresas que deveriam ser produtivas para o progresso da sociedade e que seguem a passos tartaruguescos; temo-los liderando movimentos artísticos e culturais, onde nada funciona a contento, onde coisa alguma de expressivamente bom acontece para suas áreas, do mesmo modo como os deparamos à frente de grupos familiares e de instituições religiosas.
Vemos que cada um anseia por extrair benefícios imediatos da situação em que se aloja, desacreditando, convictamente, da vida imortal para além da matéria densa do mundo. Não te desarmonizes, pois, perante esse quadro sinistro, conflitivo e cheio de contradições da sociedade.
Trata de cumprir o que a ti te cabe, sem que as atitudes alheias te induzam ao desgoverno de ti mesmo, ou ao relaxamento para com teus compromissos perante a existência.
Cumpre-te pautar a vida nos passos dos ensinos do grande Mestre Jesus Cristo; aprende com Ele que a cada um será conferido de conformidade com as próprias atuações nos trilhos da vida.
Aprende, ainda, a não depositar os ensinos rútilos do Espiritismo sob mãos francamente incapazes ou sob mentalidades insanas, pois que, sem contestação, mais cedo ou mais tarde, tudo elas conseguirão desvirtuar, tudo irão degenerar sob os mais tolos ou obscuros argumentos.
Trata, pois, de mergulhar a mente nos ensinamentos felizes do Cordeiro de Deus e ajusta os teus passos na trilha por Ele deixada, e não te importunarás com os companheiros desviados da estrada por livre deliberação, conseguindo, então, não oferecer suas pérolas aos porcos, tampouco desejarás depositar vinho novo em barril velho, procurando, aí, sim, apesar das pelejas ardentes e das lágrimas inevitáveis dos teus testemunhos, seguir fiel e renovado, cheio de possibilidades para entender, orientar e socorrer a quantos o necessitem, na busca do Reino dos Céus, por meio dos roteiros do Espiritismo.
Com o tempo, na medida em que se renovem os humanos, também renovar-se-á o nosso bendito Movimento Espírita que, somente então, conseguirá refletir o brilho intraduzível do estelar Espiritismo.
Assim, não te descompenses. Procura fazer o que te cabe para ser feliz, levando contigo os que estejam sintonizados com o ideal de vida abundante e de paz insuplantável que adotaste para alicerçar a tua existência.

Hugo Reis
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 11.02.2008, na Sociedade Espírita Francisco de Assis de Amparo aos Necessitados – SEFAN, em Ponta Grossa – PR.

Fonte:http://www.sef.org.br/sef/dificuldades-no-movimento-espirita-mensagem-psicografada-medium-raul-teixeira/

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Brilhe vossa Luz


“De tal modo brilhe a vossa luz diante dos homens, que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 05:16)

Fazer brilhar nossa luz é apagar nossas imperfeições e refletir em nossa vida, nos nossos atos e pensamentos, sentimentos e vibrações, a Luz Pura do Cristo. É chegar à condição declarada por Paulo de Tarso: “(...) já não sou eu quem vivo, mas o Cristo que vive em mim” (Gálatas 02:20). Para chegar a esta condição, o caminho é longo e se inicia no autoconhecimento: identificar o que trazemos para melhorar, o que temos de modificar, o que devemos desenvolver. É novamente o trabalho do autoamor, o qual, bem conduzido, nos leva à reforma íntima. Um roteiro prático para tal é sugerido por Santo Agostinho, à questão 919 de “O Livro dos Espíritos”.

O apóstolo Paulo de Tarso, em três cartas a três povos distintos, aponta a necessidade de praticarmos o Bem, fazendo nossa parte para que a porta do Bem seja a “porta larga” da Terra.

Na segunda carta ao povo de Corinto, Paulo lembra a necessidade de levarmos adiante o Bem que recebemos:
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação (...)” (2ª carta de Paulo aos Coríntios 01:03-04)


Em sua carta a seus patrícios hebreus, Paulo alerta que devemos focar nossa atenção em nossa evolução moral, ou nossa salvação:
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e que acompanham a salvação (...)” (Carta de Paulo aos Hebreus 06:09)


Escrevendo aos habitantes da Galácia, Paulo esclarece que o foco exclusivo nas ilusões mundanas a nada leva, enquanto que o trabalho pela evolução moral traz benefícios imperecíveis:
“Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” (Carta de Paulo aos Gálatas 06:08)


Pratiquemos, portanto:
  • Consolar. Consolo é palavra formada pela união de duas palavras do latim: cum + solis (com + sol). Portanto, consolar é levar a Luz e calor ao coração, após as “tempestades” das provas a que todos estamos sujeitos para nosso aprendizado e evolução;
  • Solidariedade. É a ação de solidar, ou oferecer solo para os que, por traumas em sua história de vidas, ficaram “sem chão”, física e/ou emocionalmente;
  • Misericórdia. É a união das palavras do latim misereo (miséria) + cor (coração) sentimento de empatia, de colocar a miséria do próximo em nosso próprio coração.
Carla e Hendrio

domingo, 25 de setembro de 2016

D. Pedro II "Apenas quero dizer que não só os republicanos, mas também nós, os da monarquia, estávamos redondamente enganados. O erro da nossa visão, quando na Terra, foi supor no Brasil o mesmo espírito anglo-saxônio que a Inglaterra legara aos norte-americanos. Eu também fui apaixonado pelo liberalismo, mas a verdade é que, em nossa terra, prevaleciam outros fatores mesológicos e, até agora, não temos sabido conciliar os interesses da nação com esses imperativos."[...]Não posso aplaudir nenhum movimento de destruição, pois entendo que, sobre a revolução, deve pairar o sentimento nobre da evolução geral de todos, dentro da maior concórdia espiritual. 19 Considere que, examinando a minha consciência, não me lembro de haver fortalecido nenhum sentimento de rebeldia nos meus tempos de governo; entretanto, muito sofri, verificando que eu poderia ter suavizado a luta entre os nossos estadistas e os políticos da América espanhola.

Novas mensagens — Humberto de Campos ©

 

2 D. Pedro II


1 Enquanto os vivos se reuniam em torno do monumento que o Brasil erigiu ao Patriarca da Independência, no Rio de Janeiro, os grandes “mortos” da pátria igualmente se colocavam entre os encarnados, aliando-se ao povo carioca nas suas comovedoras lembranças.
2 Também acorri ao local da festa votiva dos brasileiros, acompanhado do meu amigo José Porfírio de Miranda, antigo milionário do Pará, que a borracha elevara às culminâncias da fortuna, conduzindo-o, em seguida, aos declives da miséria, nos seus caprichosos movimentos.
3 Os vivos e os mortos do Brasil se reuniam na mesma vibração afetiva das recordações suaves, enviando ao nobre organizador da vida política da nacionalidade um pensamento de amizade e de veneração.
4 Antigo companheiro nosso, também no Plano Invisível, em plena via pública acercou-se de mim, exclamando:
— Chegas um pouco tarde. José Bonifácio já não está presente mas poderás ainda conseguir uma proveitosa entrevista para os teus leitores. Sabes quem saiu daqui neste momento?
— Quem? pergunto eu, na minha fome de notícias.
— O Imperador.
— D Pedro II?
— Ele mesmo. Após lembrar a grande figura do Patriarca, dirigiu-se com alguns amigos para Petrópolis, a reavivar velhas lembranças…
5 Em meu íntimo, havia um alvoroço de emoções. Lembrei-me de que, em toda a minha existência de jornalista no mundo, só enxergara um monarca diante dos meus olhos: o rei Alberto I, dos Belgas, quando, no Clube dos Diários, a elite dos intelectuais do país lhe oferecera a homenagem de uma comovida admiração. E ponderei se haveria mérito em consultar o pensamento de um rei, no outro mundo, onde todas as majestades desaparecem. Recordei a figura do grande imperador que Victor Hugo considerava o monarca republicano. Com os olhos da imaginação, vi-o, de novo, na intimidade dos Paços de São Cristóvão: o perfil heráldico, onde um sorriso de bondade espalhava o perfume da tolerância; as barbas compridas e brancas, como as dos santos das oleografias católicas; o olhar cheio de generosidade e de brandura, irradiando as mais doces promessas.
6 Um vivo, em havendo de ir a Petrópolis, é obrigado ao trajeto penoso dos ônibus, embora as perspectivas maravilhosas do mais belo trecho de todas as estradas do Brasil; os desencarnados, porém, não necessitam de semelhantes sacrifícios. Num abrir e fechar de olhos, eu e o meu amigo nos encontrávamos na encantadora cidade das hortênsias, onde os milionários do Rio de Janeiro podem descansar nas mais variadas épocas do ano.
7 Não fomos encontrar o Imperador nos antigos edifícios em que estabelecera a residência patriarcal de sua família mas justamente num recanto de jardim, contemplando as deliciosas paisagens da Serra da Estela e apreciando o sabor das recordações amigas e doces.
8 Acerquei-me da sua individualidade, com um misto de curiosidade e de profundo respeito, procurando improficuamente identificar os dois companheiros que o rodeavam.
— Majestade! — tentei chamar-lhe a atenção com a minha palavra humilde e obscura.
— Aproximem-se, meus amigos! — respondeu-me com benevolência e carinho. — Aqui não existe nenhuma expressão de majestade. Cá estão, fraternalmente comigo, o Afonso  n  e o Luís,  n   como três irmãos, sentindo eu muito prazer na companhia de ambos. Se o mundo nos irmana sobre a Terra, a morte nos confraterniza no Espaço infinito, sob as vistas magnânimas do Senhor.
9 E, fazendo uma pausa, como quem reconhece que há tempo de falar e tempo de ouvir, conforme nos aconselha a sabedoria da Bíblia, exclama o Imperador com bondade:
— A que devo o obséquio da sua interpelação?
10 — Majestade! — respondi, confundido com a sua delicadeza — desejara colher a vossa opinião com respeito ao Brasil e aos brasileiros. Estamos no limiar do cinquentenário de República e seria interessante ouvir o vosso conselho paternal para os vivos de boa vontade. Que pensais destes quarenta e tantos anos de novo regime?
— Minha palavra — retrucou D. Pedro — não pode ter a importância que a sua generosidade lhe atribui. Que poderia dizer do Brasil, senão que continuo a amá-lo com a mesma dedicação de todos os dias! Do Plano Invisível, para o mundo, prosseguimos no mesmo labor de construção da nacionalidade. 11 As convenções políticas dos homens não atingem os Espíritos desencarnados. O exílio termina sempre na sepultura, porque a única realidade é o amor, e o amor, eliminando todas as fronteiras, nos ligou para sempre ao torrão brasileiro. Não tenho o direito de criticar a República, mesmo porque todos os fenômenos políticos e sociais do nosso país tiveram os seus pródromos no mundo espiritual, considerando-se a missão do Brasil dentro do Evangelho. 12 Apenas quero dizer que não só os republicanos, mas também nós, os da monarquia, estávamos redondamente enganados. O erro da nossa visão, quando na Terra, foi supor no Brasil o mesmo espírito anglo-saxônio que a Inglaterra legara aos norte-americanos. Eu também fui apaixonado pelo liberalismo, mas a verdade é que, em nossa terra, prevaleciam outros fatores mesológicos e, até agora, não temos sabido conciliar os interesses da nação com esses imperativos.
13 A ausência de tradição nos elementos de nossa origem, como povo, estabeleceu uma descentralização de interesses, prejudicial ao bem coletivo do pais. Para a formação nacional, não vieram da metrópole os espíritos mais cultos. Pesando, de um lado, os africanos, revoltados com o cativeiro, e, de outro, os índios, revoltados com a invasão do estrangeiro na terra que era propriedade deles, a balança da evolução geral ficou seriamente comprometida. Sentimentos excessivos de liberdade não nos permitiram um refinamento de educação política. Todos querem mandar e ninguém se sente na obrigação de obedecer. 14 Quando no Império, possuíamos a autoridade centralizadora da Coroa, prevalecendo sobre as ambições dos grupos partidários que povoavam os nossos oito milhões e meio de quilômetros quadrados; mas, quando os republicanos sentiram de perto o peso das responsabilidades que tomaram à sua conta, os espíritos mais educados reconheceram o desacerto das nossas concepções administrativas. 15 Enquanto as nações da Europa e os Estados Unidos podiam empregar livremente em nosso país os seus capitais, a título de empréstimos vultosos que desbaratavam compulsoriamente a nossa economia, o Brasil podia descansar na monocultura, fazer a política dos partidos e adiar a solução dos seus problemas para o dia seguinte, dentro de um regime para o qual não se achava preparado em 1889. 16 Mas, quando se manifestou a crise mundial de 1929, todas as instituições políticas sofreram as mais amplas renovações, dentro dos movimentos revolucionários de 1930. Os capitais estrangeiros não puderam mais canalizar suas disponibilidades para a nossa terra, controlados pelos governos autárquicos dos tempos que correm, e o Brasil acordou para a sua própria realidade. Aliás, nós, os desencarnados há muito tempo procuramos auxiliar os vivos na sua tarefa.
17 — Quer dizer que também tendes inspirado os labores dos estadistas brasileiros?
— Sim, de modo indireto, pois não podemos interferir na liberdade deles. Há alguns anos, procurei auxiliar Alberto Torres nas suas elucubrações de ordem social e política. Em geral, nós, os desencarnados, buscamos influenciar, de preferência, os organismos mais sensíveis à nossa ação e Torres era o instrumento de nossas verdades para a administração. A realidade, porém, é que ele falou como Jeremias [Oh! Jerusalém!…]. Somente a gravidade da situação conseguiu despertar o espírito nacional para novas realizações.
18 — Majestade, as vossas palavras me dão a entender que aprovais o novo estado de coisas do Brasil. Aplaudistes, então, a queda da denominada república velha, sob as vibrações revolucionárias de 1930?
— Com as minhas palavras — disse ele bondosamente — não desejo exaltar a vaidade de quem quer que seja, nem deprimir o esforço de ninguém. Não posso aplaudir nenhum movimento de destruição, pois entendo que, sobre a revolução, deve pairar o sentimento nobre da evolução geral de todos, dentro da maior concórdia espiritual. 19 Considere que, examinando a minha consciência, não me lembro de haver fortalecido nenhum sentimento de rebeldia nos meus tempos de governo; entretanto, muito sofri, verificando que eu poderia ter suavizado a luta entre os nossos estadistas e os políticos da América espanhola. 20 Outra forma de ação  n  poderíamos ter empregado no caso de Rosas e de Oribe e mesmo em face do próprio Solano López, cuja inconsciência nos negócios do povo ficou evidentemente patenteada. E note-se que o problema se constituía de graves questões internacionais. O nosso mal foi sempre o desconhecimento da realidade brasileira. Os nossos períodos históricos têm sofrido largamente os reflexos da vida e da cultura europeias. 21 Nos tempos do Império, procurei saturar-me dos princípios democráticos da política francesa, tentando aplicá-los, amplamente, ao nosso meio, longe das nossas realidades práticas. Os republicanos, como Benjamim Constant, Deodoro, etc., deram-se a estudar a “República Americana”, de Bryce, distantes dos nossos problemas essenciais. 22 Quando regressei das lutas terrestres, procurei imediatamente colaborar na consolidação do novo regime, a fim de que a divisão e os desvarios de muitos dos seus adeptos não terminassem no puro e simples desmembramento do País. Graças a Deus, conseguimos conduzir Prudente de Morais ao poder constitucional, para acabarmos reconhecendo agora as nossas realidades; mais fortes. 23 Devo, todavia, fazer-lhe sentir que não me reconheço com o direito de opinar sobre os trabalhos dos homens públicos do País. Cabe-me, sim, rogar a Deus que os inspire, no cumprimento de seus austeros deveres, diante da pátria e do mundo. O grande caminho da atualidade é a organização da nossa Economia, em matéria de política, e o desenvolvimento da Educação, no que concerne ao avanço sociológico dos tempos que passam. Os demais elementos de nossas expressões evolutivas dependem de outros fatores de ordem espiritual, longe de todas as expressões transitórias da política dos homens.
24 A essa altura, notei que a minha curiosidade jornalística começava a magoar a venerável entidade e mudei repentinamente de assunto.
— Majestade, que dizeis da grande figura hoje lembrada?
— O vulto de José Bonifácio foi sempre objeto de meu respeito e de minha amizade. E olhe que foi ele o mais sensato organizador da nacionalidade brasileira, cujo progresso acompanha, carinhosamente, com a sua lealdade sincera. Hoje, que se comemora o centenário de sua desencarnação, devemos relembrar o seu regresso de novo ao Brasil, em meados do século passado, tendo sido uma das mais elevadas expressões de cultura, na Constituinte de 1891.
25 Dispunha-me a obter novos esclarecimentos; mas o Imperador, acompanhado de amigos, retirava-se quase que abruptamente da nossa companhia, correspondendo fraternalmente a outros apelos sentimentais.
Palavras amigas de adeus e votos de ventura no Plano Imortal, e eu e o meu amigo José Porfírio lá ficávamos com a suave impressão da sua palavra sábia e benevolente.
26 Daí a momentos, o meu companheiro quebrava o silêncio de minha meditação:
— Humberto, os monarquistas tinham razão!… Este velho é um poço de verdade e de experiência da vida! Você deve registar esta entrevista, oferecendo aos vivos estas palavras quentes de conhecimento e de sabedoria!
27 E aqui estou escrevendo para os meus ex-companheiros pelo estômago e pelo sofrimento.
Acreditarão no humilde cronista desencarnado?
Não guardo dúvidas nesse sentido. Penso que obteria mais amplos resultados, se fosse ao Cemitério do Caju e gritasse a palavra do Imperador para dentro de cada túmulo.

.Humberto de Campos
(.Irmão X)


[1] Afonso Celso de Assis Figueiredo — Visconde de Ouro Preto. Foi presidente do último gabinete ministerial que teve a monarquia.

[2] Luís Filipe Gastão de Orleãns, Conde d’Eu. Foi genro de D Pedro II por ter casado com a princesa Isabel.

[3] Outra forma de ação… — Alusão às lutas e à guerra em que se envolveu o Brasil com as Repúblicas do Uruguai, da Argentina e do Paraguai.
 
Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da Lei de Direitos Autorais.

Fonte:http://bibliadocaminho.com/ocaminho/TXavieriano/Livros/Nms/Nms02.htm

Passes terapia "a medida que o passista se afeiçoa à atividade e adquire auto confiança , mais facilmente registrará as presenças dos nobres guias espirituais que passarão a supervisionar lhe a tarefa, predispondo-se ao auxílio valioso com segurança por seu intermédio."





[...] A transmissão da energia constituída por raios psíquicos-magnético está ao alcance de todas as criaturas que se queriam devotar à ação do bem.
O dom de curar não constitui privilégio de ninguém, embora algumas pessoas sejam mais bem aquinhoadas dos recursos energéticos destinados a esse fim [...] dos recursos hábeis para o desiderato [...] o desejo sincero de servir tornar sê-lhe fundamental para o empreendimento a que se propõe interessado em adquirir o conhecimento para lograr os resultados melhores , cabe-lhe conhecer a natureza humana, a constituição orgânica e os fulcros de energia no corpo físico, bem como no perispiritual, assim também as leis dos fluidos, desse modo equipando-se com os elementos valiosos indispensáveis ao tentame .
Em seguida, torna-se necessário a consciência do contributo que dever oferecer, trabalhando os sentimentos de simpatia, da amizade , da compaixão, a fim de envolver o enfermos em ondas de energia favorável à sua recuperação.
Dos cuidados especiais:
[...] a higiene física e mental, mediante hábitos superiores da oração e dos bons pensamentos, cultivando as ideias edificantes reflexionando em páginas portadoras de conteúdos morais relevantes para servirem de sustentáculo emocional ao equilíbrio[...] A iniciativa do bem nasce no sentimento da criatura humana e encontra ressonância na Espiritualidade.[...] a medida que o passista se afeiçoa à atividade e adquire auto confiança , mais facilmente registrará as presenças dos nobres guias espirituais que passarão a supervisionar lhe a tarefa, predispondo-se ao auxílio valioso com segurança por seu intermédio.
Trabalhando-se emocionalmente e cada vez mais conscientizando-se da responsabilidade assumida é imperioso esforçar-se e multiplicar os bônus de energia que possa doar. Tal recurso é conseguido como decorrência natural do esforço que empreende e da dedicação ao serviço socorrista.

Trechos retirados do Livro Mediunidade: desafios e bênçãos ditado por Manoel Philomeno de Miranda , capítulo Passes terapia