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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Entrevistando Chico Xávier ( continuação)"Educação e Religião,Crianças,filhos adotivos."

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Lenda Hindu
Ao final da sessão em que o médium Luiz Antonio Gasparetto, em transe,
pintou telas com assinaturas de Picasso, Manet, Modigliani, Tissot, Delacroix,
Van Gogh e vários outros, Chico Xavier submeteu-se a uma espécie de
sabatina acessível às centenas de pessoas presentes à reunião do Grupo
Espírita da Prece.
Por exemplo, discutia-se o problema de meninos integrantes de lares bem
postos que cedo se mostram ineducáveis, seduzidos por viciações e estilos de
vida que por vezes os levam ao suicídio entre a idade de 12 a 14 anos. Uma
educadora participante fazia colocações do problema abrangendo desde Freud
até as modernas conquistas pedagógicas nesse campo. Depois de ouvi-la,
Chico Xavier, fez o seguinte comentário: Vocês, de certo, conhecem a lenda
hindu do marajá que não permitia fossem contrariados os desejos de seu filho
de seis anos? Não conhecem?
Então vamos lá! Certo dia esse menino manifestou desejo de montar num
elefante, no que foi prontamente atendido pelos servos do poderoso marajá.
Sucedeu que uma vez montado não quis descer do lombo do animal. Os
servos lhe serviram ali mesmo o café e as demais refeições e, à noite, como se
negasse a descer da montaria arranjaram uma cama para que dormisse como
melhor lhe apetecesse. No dia seguinte, preocupado com a permanência do
filho naquela situação, mandou chamar um médico, um psicólogo e um
professor, mas estes não conseguiram que a criança arredasse pé dali.
Finalmente, já aflito, o marajá mandou buscar às pressas um velho tibetano
que vivia na montanha e tinha fama de muito sábio. Ali chegando, o ancião,
inicialmente, pediu uma escada, no que foi atendido. Tendo subido cochichou
meia dúzia de palavras ao ouvido da criança. Foi o bastante para que esta de
pronto descesse do animal. Encantado com o notável feito, perguntou o
marajá: «Mas, afinal, o que é que o senhor disse ao meu filho que fez com que
ele descesse tão depressa?”
‘Disse-lhe” — retrucou o sábio montanhês — «que se não descesse dali
imediatamente iria lhe aplicar uma boa surra de vara”. (FW, agosto de 1976)

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Diálogo de Amor
FW - Voltando ao problema do jovem - prossegue a educadora —sou a favor
de que se diga a verdade ao adolescente, principalmente quanto ao tóxico. Há
jornais que fazem mal veiculando notícias segundo as quais a maconha não
afeta os tecidos nervosos.
Afirmo que afeta, e muito.
Entendemos que, com esses jovens, está faltando um diálogo de amor. Na
base, porém, é falta de apoio familiar, com raízes na religiosidade. Também
sou a favor de que se diga a verdade aos moços, mas para exemplificar,
estamos numa reunião, o jovem envolvido em tóxicos vem aqui ouve a verdade
sobre as conseqüências do que está fazendo, percebe que realmente tal
prática é um malefício, mas depois sai, chega em casa e encontra a mesma
incompreensão, a mesma falta de apoio. Teria valido só o saber a verdade?
Não esqueçamos que temos responsabilidade nos problemas afetivos que
tenhamos suscitado neles. Todos somos filhos e — 50% — sócios de Deus.
Qwando Jesus disse “Crescei e Multiplicai vos’ não foi só em sentido reprodutivo
mas, também, com vistas ao desenvolvimento das virtudes espirituais. A
paternidade é uma oportunidade evolutiva que a Graça Divina concede às
criaturas. (agosto de 1976)

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Kramer versus Kramer
MN - O filme Kramer versus Kramer questiona o problema da paternidade e
da maternidade a partir da separação de uma casal e da educação do filho
resultante dessa união. Você acha que a Jurisprudência deveria introduzir
novos critérios nas questões da família e permitir ao pai, em maior número de
casos, ficar com a guarda do filho?
Nós que lidamos com o assunto de reencarnação, somos compelidos a
entender que no espírito feminino ou da criatura que atravessou larga faixa de
séculos no campo da feminilidade, o amor está plasmado para a criatividade
perante a vida.
Por enquanto, eu não posso conceber que no espírito de masculinidade haja
recursos suficientes para que a criação dos filhos ou a condução da criança,
em si, encontre um campo bastante fortalecido para que a criatura se
desenvolva em nosso meio terrestre. Creio que seja uma inversão de valores.
Não posso entender muito bem esta parte, pelo menos para os próximos
anos, porque então teríamos de educar a mulher para ter as atividades do
homem e educar o homem para ter as atividades da mulher o que seria um
contra-senso, sobretudo se fôssemos exigir isso de um momento para outro.
(junho de 1980)

WAC - Márcia, a mulher vem buscando, seguidamente, a sua independência,
tendo surgido com isso, certos movimentos feministas. Você tem
conversado alguma coisa com Chico Xavier quanto a esses movimentos?
Márcia - Algumas vezes conversamos a este respeito, e o que ele retratou
através de suas respostas foi que a mulher tem um papel muito importante,
assim como o homem, no desenvolvimento da própria sociedade. Que ela tem
sua função dentro do lar e mesmo no campo da vida profissional, sempre
caminhando ao lado do homem, para que, realmente, possa se efetivar um
progresso maior. E, ainda, que o verdadeiro feminismo é aquele da
maternidade, da mulher procurar se colocar na condição de um espírito no
mundo, servindo como tarefa maior na sua missão dentro da família.
(Entrevista em julho de 1990)

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Mais Assistência à Criança
MN - Foi feito um simpósio em São Paulo cujo tema central foi A Morte e
suas diferentes interpretações quanto ao caminho a seguir após a sua
inexorável ocorrência. Dizem que o fluxo foi enorme, sobretudo de jovens.
Você não vê nesses assuntos todos uma ligação comum: a criança precisa ser
melhor alertada quanto à sua verdadeira destinação na Terra?
A criança precisa de mais assistência na Terra, isto é afirmação inegável em
quaisquer das áreas da evolução terrestre. Quanto aos problemas da morte,
creio que as religiões são ainda as melhores escolas para articular as
respostas devidas sobre o tema, porque a morte é um fenômeno da vida que
exige o máximo de responsabilidade para ser tratada com acerto. (março de
1983)

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Crianças Desequilibradas
Geraldo Lemos Neto - Chico, temos visto muitas crianças sendo
encaminhadas às reuniões de tratamento desobsessivo. Que fazer diante deste
problema, cada vez mais freqüente?
Os Amigos Espirituais nos tem falado amiúde acerca da questão da criança
em desequilíbrio, o que demanda larga dose de compreensão e carinho da
família a que pertença.
Lembram-nos os nossos mentores que em matéria de desajustes infantis o
remédio eficaz será sempre o do acendrado amor dos pais, no recesso do
próprio lar. O amor em família é a construção da harmonia com vistas ao futuro
promissor de cada qual. Desajustes, muitas vezes, nada mais são que o reflexo
da falta de amor nos lares, gerando perturbações.
Ao tratarmos questões como a desobsessão, os Instrutores Espirituais nos
recomendam a utilização cotidiana de bom-senso. E o bom-senso nos indica
que a mente infantil não está preparada para compreender os complexos
fundamentos de uma reunião de desobsessão; que provavelmente as crianças
se impressionariam de maneira contraproducente se freqüentassem estes
serviços espirituais.
Então, se os pais não estão com o tempo necessário de dedicação e amor
para com as crianças dentro do próprio lar; se, por outro lado, não convém à
mente infantil em desajuste freqüentar as reuniões de desobsessão, logo,
devemos suplicar à bondade infinita de Deus que inspire aos trabalhadores das
casas espíritas dedicados à evangelização infantil, que organizem em seus
quadros de serviços reuniões apropriadas ao amparo e ao acolhimento de
crianças desajustadas. Reuniões específicas para a mente infantil, que
funcionariam vinculadas aos núcleos ativos de desobsessão do centro.
Reuniões intermediárias de socorro e esclarecimento evangélico. Esta
colaboração poderia trazer muitos benefícios em favor da tranqüilidade familiar.
(outubro de 1991)

47
Ensino da Religião
Chico Xavier escreve aos amigos do Instituto Espírita de Educação de São
Paulo:
Muito me alegram as notícias das belas realizações do Instituto Espírita de
Educação, que os estimados companheiros estão sustentando com tanto valor.
Entendo que, sem educação, todo o nosso esforço será sempre aquele das
iniciativas, por vezes admiráveis, das palavras e dos gestos exteriores
respeitáveis e nobres na obra do bem que acabam comumente entre a
ineficácia e o desencanto. Com a educação, porém, o serviço do bem assume
as suas características de eternidade.
Prosseguindo, pondera: Pensei muito no que me conta a sua bondade,
acerca do Externato Hilário Ribeiro, fundado para representar a missão de
escola-modelo do instituto. Guardo a certeza de que vocês saberão mantê-la
no elevado nível para que foi criada e ainda ontem, ouvindo o nosso abnegado
Emmanuel, disse-me ele que vocês permanecem sob esclarecida assistência
espiritual em andamento.
Consultado acerca do ensino espírita no Instituto, Chico expressa assim o
seu anseio:
Diante, contudo, de sua manifestação clara e sincera para comigo e na
condição de servo e aprendiz dos companheiros de São Paulo, que me
habituei a querer e a admirar profundamente, medito no que poderá suceder,
amanhã, se a escola-modelo do Instituto omitir, deliberadamente, o ensino da
Doutrina Espírita à infância. Nossos benfeitores espirituais costumam dizer-me
que o Evangelho do Senhor e o tesouro das bênçãos divinas que nos investirá
na posse do Céu em nós mesmos, e que a Doutrina Espírita é a chave que
Jesus nos envia para penetrar-lhe a Glória e a riqueza, entrando na luz da vida
eterna. Se negamos aos pequeninos, filhos de espíritas ou não, numa escolamodelo
espírita, essa chave do Senhor que é a Doutrina Espírita, não será o
caso de estarmos em simples acomodação social, prosseguindo nos velhos
moldes do verniz para a inteligência com descaso do coração? Falamos
habitualmente que formaremos alicerces evangélicos no espírito da
fraternidade cristã dentro da escola, mas não socorremos a alma da criança
com o conhecimento justo.
Claro que não me refiro a cursos minuciosos para os meninos, mas às
noções de nossa redentora Doutrina, como seja a sobrevivência além da
morte, a comunicação espiritual e a reencarnação que, a meu ver, assimiladas
na infância, fortalecem a criatura para todos os dias da existência.
Tenho a escola como sendo nossa mãe. E aquilo que verte do coração
maternal é luz para todos os filhinhos. Assim sendo, com todo o meu respeito a
vocês, creio que a Doutrina Espírita, em noções simples e leves, deve ser
ensinada a todas as crianças e aquelas que não desejam recolher esse
alimento de luz, naturalmente devem ser livres para se retirarem sem qualquer
constrangimento.
Não emito essa opinião por fanatismo religioso. Tenho a felicidade de
possuir afeições nos mais vários setores de fé, inclusive a de contar com a
amizade de padres católicos e pastores protestantes, a quem respeito e estimo
com muito prazer, veneração e sinceridade.
Entretanto, eu faltaria com a minha consciéncia se não conversasse com o
querido amigo, sobre o assunto, com a lealdade que lhe devo, reconhecendo
embora que os amigos do instituto, atentos a circunstáncias que ignoro,
saberão conduzir a escola com a bênção de Jesus para os mais altos destinos.
Redobremos os nossos esforços, a fim de que, numa ação conjunta, possamos
resolver o mais momentoso problema doutrinário, introduzindo nas nossas
escolas, sem espírito sectário, o ensino da Religião como matéria de cultura
geral, à semelhança do que se faz com a Ciência e a Filosofia, sem o que não
podemos atender aos reclamos do transcendente da criatura, comprometendo,
portanto, a sua educação integral.

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Uma Orientação sobre Filhos Adotivos
Há pouco tempo, depois de uma palestra, uma senhora me procurou para
expôr o seu problema. Não pudera gerar seus próprios filhos e, em
conseqüência, adotara três lindas crianças.
Ninguém, a não ser o médico pediatra conhecia o problema; nos éramos a
segunda pessoa com quem conversava abordando o assunto que a
preocupava muito.
Durante a sua narrativa percebemos o imenso amor pelas crianças; de
quando em vez, seus olhos marejavam. Contou que seu esposo era excelente,
um verdadeiro pai também para as duas garotas e o robusto menino. Os três
foram adotados quando ainda contavam poucos dias.
Conversamos com ela longamente, dando-lhe as explicações espíritas de
praxe, alicerçadas na reencarnação e na lei de causa e efeito. De nossa parte,
comovidos, dissemos a ela que não se precipitasse nada, porqüanto ela estava
em dúvida se dizia ou não a verdade para os filhos.
Sentimos que ela era muito mais mãe deles do que as que puderam gerá los.
No final falamos com aquela senhora que, se surgisse oportunidade,
procurariamos ouvir nosso irmão Chico sobre o assunto.
Num sábado à noite, no Grupo Espírita da Prece, após as tarefas habituais,
expusemos para ele o caso. Depois de ouvir-nos, foi claro em dizer que ela
deveria revelar para as crianças a verdade, porqüanto não conhecia ninguém
que sabendo de tudo depois de crescido não se revoltasse; a idade infantil —
os três irmãos têm idades que variam de seis a oito anos — era propícia,
favorável.
Mas diga a ela, Baccelli — prosseguiu Chico — que tem que ser com muito
amor, muito carinho. Se um animal nos atende quando nos dirigimos a ele com
amor, quanto mais um ser humano! Diga a ela para reuni-los, orar com eles e
dizer que gostaria muito que tivessem nascido dela, mas que Deus resolveu
diferente.
Sim, quantos ficam sabendo depois de adultos — e não há nenhum que não
fique sabendo — a verdade a respeito de suas origens e se rebelam, saem de
casa, causam desgostos, procuram as drogas, quando não o suicídio.
Ao contrário, contando a verdade, as crianças crescem com reconhecimento,
estima, gratidão e compreensão.
Quando não se conta, arrisca-se a ver o amor transformar-se em inexplicável
aversão; quando se diz a verdade, o máximo que pode acontecer é ter os
nomes de “pai” e “mãe” substituidos por “tio e “tia”.
Aquela senhora daria a vida pelos seus filhos adotivos, mas temos certeza
que ela compreendeu e, com a revelação, surgiu um relacionamento muito
mais forte, muito mais sadio, consciente, entre ela e os meninos.
Esconder a realidade é trair-lhes a confiança, e poucos entenderão que tal foi
feito por muito amor. Mas há também os que ocultam por preconceito, por
vergonha de não terem podido gerar seus próprios rebentos.
Aqui a culpa, se é que podemos classificar a atitude de culpa, é maior,
porqüanto pensou-se mais em si do que nos filhos, no trauma que mais tarde
poderia vir a pesar-lhes nos ombros. Enfim, a verdade deve ser dita mas com
amor; verdade dita com carinho nunca magoa ninguém.
Estamos escrevendo enfocando o tema porque sabemos que por aí afora
existem centenas de pais vivendo drama semelhante; o período infantil é o
mais propício à revelação.
Escreveu o célebre Gibran: “Os filhos vêm através de vós, mas não vêm de
vós...”. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, lemos:
“O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito” , quer
dizer: Pai mesmo só Deus o é.

Nossos filhos não são nossos filhos, são, antes, irmãos. Os corpos que têm é
que são filhos dos nossos corpos, mais nada.
E, depois, o que é mais importante: os filhos consangüíneos ou os filhos do
coração? Os chamados filhos adotivos são os do coração; estão unidos a nós
por indestrutíveis laços espirituais.
É puro convencionalismo humano o que nos leva a classificá-los de adotivos;
somos todos adotivos uns do outro.
É preciso contar a verdade, para não chorar depois, ou vê-los chorar mais
tarde, perdendo a confiança, sentindo-se abortados do nosso carinho. (agosto
de 1983)

49
Ano Internacional da Criança
Na tela imensa da História,
A Era Cristã se eleva
Por luz num trono de treva
Sobre trágico estopim,
O mundo traz na memória
O terror da força bruta,
Vinte séculos de luta
Entre Jesus e Caim.
Depois de trezentos anos
De sacrifícios pungentes,
Os cristãos puros e crentes
Altearam-se em valor;
Aderindo aos novos planos
Da argúcia de Constantino,
Mudou-se-lhes o destino
Ao pulso do Imperador.
Desde o encontro de Nicéa,
A Cristandade partida
Na vivência dividida,
Por vezes, perde a razão;
Nas divergências de idéia,
Olvida ensinos e luzes
E explode em crises e obuses
Rugindo condenação.
Nos chamados Tempos Novos
Da cultura de alto nível,
A guerra, — loba terrível,
Parece oculta no ar.
Na trilha dos grandes povos,
Clama o Progresso: — “ao Porvir”!...
Pede o ódio: — “destruir”,
E o Tempo roga: — “Marchar”!...
O mundo atônito avança,
A Ciência vai à Lua,
O cérebro continua
Colecionando lauréis;
Nas almas, a insegurança
Gera conflitos violentos,
Nos países—armamentos,
Nos Lares — provas cruéis.
Na bárbara desavença,
A Criança vem à vida
117
Muitas vezes esquecida
Em lúgubres escarcéus.
Hoje, — Infância que não pensa
Atirada à indisciplina,
Amanhã, — queda e ruína
No abismo dos grandes réus.
Multidões gritam nas praças
Protestos, lutas e esquemas,
Apresentando os problemas
A que o Homem se conduz,
Indagam nações e raças:
“Antes que a Paz surja tarde,
Que gênio nos tome e guarde?”
Responde o Brasil: “Jesus”!
Castro Alves (novembro de 1979)

Lições de Sabedoria
Marlene Nobre