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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Considerações oportunas sobre a obsessão

Questão sugere que reflitamos sempre.
 •  F. Altamir da Cunha
1. Existe algum sintoma que nos faça concluir que estamos obsidiados?
O exercício do autoconhecimento possibilita a identificação de qualquer alteração no nosso comportamento, alertando-nos sobre uma possível influência espiritual negativa – obsessão. Mas é preciso que adquiramos uma certa prática, porque muitas vezes os sintomas de uma obsessão simples, como arrepios, dores de cabeça, mudança de humor etc., também poderão ser reflexos de distúrbios naturais no nosso organismo, sem que necessariamente estejam associados à obsessão.
2. Como podemos interpretar a culpabilidade de alguém que está obsidiado e pratica um delito?
Esse caso requer um comentário a mais. O fato de alguém ter praticado o delito sob o domínio de um espírito, num estágio de subjugação, atenua o seu débito, por não ser ele portador de total liberdade nessa circunstância; porém não o isenta totalmente de culpa, pois toda obsessão se instala com uma certa permissividade, por parte do obsidiado. É normalmente fruto de sua invigilância, contrariando o ensinamento de Jesus: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”.
3. Como podemos diferenciar nossos pensamentos dos pensamentos de um espírito que esteja nos obsidiando?
Mais uma vez fazemos referência à sabedoria do Mestre Jesus, convidando-nos à vigilância e à oração. Toda pessoa no seu senso normal está familiarizada com os seus pensamentos e desejos mais comuns. Mantendo-se vigilante, ela saberá identificar quando esses pensamentos e desejos estão sendo alterados ou substituídos por outros de ordem inferior, gerando prejuízos para si e/ou para os outros. Assim identificados, poderemos concluir sobre uma provável obsessão.
4. Com relação aos reflexos das obsessões sobre a nossa saúde, como decidir entre procurar um médico ou uma casa espírita?
Nós, principalmente, que atendemos na Casa Espírita, através do diálogo fraterno, nos deparamos constantemente com casos que apresentam dúbio aspecto, ou seja, apresentam sintomas que identificam tanto problemas que requerem tratamento médico quanto espiritual. Essa dubiedade deve-se ao fato de sermos espíritos encarnados; naturalmente acontece uma mútua influência: o corpo influenciando o espírito e vice-versa. Sabemos que existem doenças físicas que geram obsessões e obsessões que geram doenças físicas. Daí a necessidade de orientarmos para que sejam feitos os dois tratamentos – espiritual e médico.
5. A obsessão apenas existe por ação de um desencarnado sobre um encarnado?
Não. Com relação à ação e à passividade entre vítima e verdugo, podemos ter o seguinte:
– Desencarnado sobre encarnado
Esta é a obsessão mais conhecida, e resulta normalmente da ação persistente e maldosa de espíritos desencarnados. Mas também pode acontecer quando espíritos em desequilíbrio, porém não necessariamente maus, são atraídos para os encarnados por força de laços afetivos, afinidades vibratórias, ou à procura de ajuda.
– Encarnado sobre desencarnado
As causas mais comuns (não as únicas) são: a inconformação do encarnado, lamentando e desejando a permanência do ente querido que desencarnou; no caso de desafetos, a emissão de pensamentos negativos por parte do encarnado influencia negativamente o desencarnado. Estas atitudes geram fortes laços magnéticos, que atrai o desencarnado, dificultando o seu retorno ao plano espiritual e fazendo-o sofrer.
– Desencarnado sobre desencarnado
Embora provoque surpresa nas pessoas desinformadas com relação à vida após a morte, é oportuno esclarecer que a morte não elimina ódio e mágoas cultivados enquanto no corpo físico. Muitos espíritos que retornam à espiritualidade, dominados por esse sentimento, não conseguem de imediato apagar de seus corações o desejo incontrolável de vingança. Nesta condição, não apenas obsidia o inimigo enquanto este se encontra no corpo físico, como aguarda a sua desencarnação para continuar o plano de vingança no plano espiritual.
– Encarnado sobre encarnado
Não podemos esquecer que através de pensamentos, palavras e ações, influenciamos e somos influenciados constantemente, e que essa influência pode ser positiva ou negativa. De forma que, se a influência causa sofrimento ou cerceia a liberdade do outro, está assim caracterizada a obsessão.
Portanto, podemos afirmar que o déspota, o ciumento possessivo, o patrão que escraviza, o subalterno preguiçoso e rebelde, pais dominadores que furtam a liberdade e criam dependências nos filhos, são exemplos de obsessores encarnados que escravizam e fazem sofrer outros encarnados.

sábado, 18 de agosto de 2012

Responsabilidade



 •  Postado por Redação


A Doutrina Espírita admite no homem o livre-arbítrio em toda a sua plenitude e, se lhe diz que, praticando o mal, ele cede a uma sugestão estranha e má, em nada lhe diminui a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, o que evidentemente lhe é muito mais fácil do que lutar contra a sua própria natureza.
Assim, de acordo com a Doutrina Espírita, não há arrastamento irresistível: o homem pode sempre cerrar ouvidos à voz oculta que lhe fala no íntimo, induzindo-o ao mal, como pode cerrá-los à voz material daquele que lhe fale ostensivamente.
Pode-o pela ação da sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando, para tal fim, a assistência dos bons Espíritos. (L.E. 872)1
Sobre o tema em tela, seguem algumas contribuições de Cairbar Schutel, constantes do livro Fundamentos da Reforma Íntima (Casa Editora O Clarim):
Responsabilidade é inerente ao encarnado, visto que todo ser humano, em especial a partir dos dezesseis anos, quando possui completo livre-arbítrio, deve responder perante Deus pelo que faz e, consequentemente, pelo que causa (654).
Pode-se dizer: cada reação vivida pelo encarnado é fruto de sua anterior ação. Ele é responsável pelos atos que comete e pelas consequências que sofre. Sob outro aspecto, quando pratica um mal grave, além de estar dando início a uma ação, tem a obrigação de reparação. Logo, quando recebe a reação, vê-se a responsabilidade do encarnado somente sob o aspecto casual. Quando pratica a ação negativa, vê-se a sua responsabilidade sob o aspecto dúplice: causal e reparatório. (658)
A responsabilidade tem ainda a sua análise voltada para o campo deontológico, visto que todo encarnado tem deveres morais e possui, portanto, a responsabilidade de executá-los. (659)
Irresponsabilidade, no contexto da reforma íntima, não existe. Todos os encarnados são responsáveis pelos seus atos, cabendo à Superioridade Divina avaliar o grau de responsabilidade e suas consequências. (660)
São os encarnados levados diariamente a agir com diligência nos seus atos a fim de que não se tornem responsáveis por consequências negativas, que haverão de reparar no futuro. (668)
Portanto, é cabível ressaltar que toda ação contrária ao bem é uma decorrência da falta de conhecimento suficiente ou da inexata compreensão da moral cristã. Ninguém, em sã consciência, seria descuidado nos seus deveres morais e cristãos se tivesse pleno entendimento da teoria e dos ensinamentos contidos no Evangelho de Jesus. (669)
Núcleo fundamental de desenvolvimento do ser humano, a família convive com responsabilidades e desacertos de seus membros no seu cotidiano. (675)
Ser diligente no seio familiar é também cuidar do assunto com a devida atenção e não descurar da educação dos filhos nesse mesmo contexto, dando-lhes norteamentos indispensáveis à sua formação. (680)
Surge, após o advento da progênie, a responsabilidade pela sua boa educação. Devem os pais conduzir os filhos pela senda cristã, acima de tudo, dando-lhes toda a informação possível para que se tornem seres humanos melhores do que efetivamente o são. (684)
Filhos espelham-se geralmente em seus pais. (687)
Apesar de possuírem bagagem espiritual secular própria, com defeitos e virtudes individuais, os infantes carecem de orientação para aprimorarem os seus âmagos, tornando-se seres mais apurados na trilha cristã. Essa a responsabilidade dos pais. (688)
Aos médiuns, de um modo geral, um alerta: possuem responsabilidades inarredáveis pelas comunicações que proporcionam e pela sinceridade ou manipulação com que agem sobre elas. (695)
Ser médium acarreta, ainda, a responsabilidade de educar a mediunidade. (698

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.

Jornal O Clarim -Agosto 2012

A urgência e a importância da Educação Espírita da Infância •



 •  Postado por Martha Rios Guimarães


Em 2006, ao aceitar o convite para dirigir o Departamento de Educação Espírita da Infância, pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, possuía uma visão abrangente das necessidades do setor, isso porque já participava ativamente de ações de troca de experiências com trabalhadores dessa área. Mesmo assim entendia ser essencial obter informações que atestassem minha visão do setor ou, se necessário, a corrigisse. Em outras palavras, busquei elementos concretos para planejar a forma de atuação do departamento, com vistas a auxiliar da melhor forma possível outros Educadores. Assim sendo, minha primeira ação foi a realização de uma pesquisa estadual que, entre outros assuntos, levantou as principais dificuldades dos Educadores Espíritas da Infância (a pesquisa foi realizada entre 2006 e 2007, porém, desde então vem sendo atualizada através dos participantes dos cursos de Formação de Educadores Espíritas da Infância e Juventude).
O primeiro item destacado pelos trabalhadores da área de infância espírita foi o fato de se sentirem despreparados (28%) para cumprir a função de levar a mensagem espírita aos mais novos. Dessa dificuldade, ainda segundo apontamento dos pesquisados, nascem pelo menos mais duas: a primeira é a falta de interesse dos Educandos e a segunda, a difícil tarefa de elaborar aulas sem uso de material já pronto. O segundo obstáculo mais citado é a falta de trabalhadores (23%), seguido de: estrutura física inadequada (16%), falta de público infantil (12%), desinteresse dos pais (11%) e falta de apoio dos Dirigentes (8%). Com 1% cada foram listados por último o acúmulo de tarefas do Educador e a desvalorização do trabalho.
Ao analisarmos esses dados percebemos que a atividade de Educação Espírita Infantojuvenil está longe de ter seu merecido espaço dentro da maioria das Casas Espíritas que, muitas vezes, se contentam com atividades de recreação – onde crianças são entretidas enquanto os adultos assistem sossegados às suas reuniões, essas sim, pensadas e realizadas com os cuidados necessários. Da mesma forma, percebe-se que nem sempre a escolha do trabalhador para esse setor passa pelo mesmo cuidadoso processo de escolha dispensado a outros segmentos da instituição, como se a única característica deste tarefeiro fosse relacionar-se bem com os pequenos. Essa, claro, uma qualidade essencial, mas não mais importante do que o conhecimento da Doutrina Espírita, base de todo trabalho de Educação Espírita Infantojuvenil, que deve ser criteriosamente planejado e executado pela equipe de Educadores.
A falta de trabalhadores não é exclusividade deste campo de atuação, entretanto, nota-se que muitos Dirigentes não se empenham com a mesma intensidade quando a equipe está desfalcada. Para efeito de comparação basta que pensemos o que faria um Dirigente espírita cuja instituição atravessasse um período de escassez de médiuns, por exemplo. Provavelmente, toda a Diretoria seria convocada para, juntos, buscarem soluções urgentes para o grave problema (no que, como Dirigente, concordo plenamente), contudo, muitas vezes quando isso ocorre na equipe de Educadores Espíritas, fecha-se o setor até que espontaneamente apareçam trabalhadores. O mesmo ocorre com a falta de público infantil, situação que exige esforços para atrair pessoas dessa faixa etária.
Espaços inadequados representam outra grande dificuldade, nem sempre encarada com a devida preocupação. Também nesse quesito os adultos saem ganhando, uma vez que, normalmente, os melhores espaços são destinados a esse público. E o mais interessante é que os menores têm maior necessidade de ambientes especificamente pensados para eles, não apenas por uma questão de segurança, mas porque o meio físico interfere no rendimento, na capacidade de compreensão e na interação entre o grupo.
Também os pais, principais responsáveis pela Educação dos filhos, nem sempre percebem o quão importante é colocar a criança (desde a tenra idade) em contato com a base doutrinária, uma vez que os ensinamentos espíritas abrem uma nova forma de pensar e agir e quanto antes penetrarem na alma do ser reencarnado, maiores benefícios oferecerão. Desta forma, muitos acabam – sem perceber, provavelmente – passando aos seus rebentos a ideia de que Centro Espírita é local para ir quando estamos com problemas - quando na verdade deve ser um local de frequência constante, local de fazer e interagir com amigos, local de aprendizado! A falta de apoio dos Dirigentes se evidencia ainda no acompanhamento ao trabalho executado na área aqui enfocada. De acordo com a pesquisa, ainda são raras as instituições cuja Diretoria estimula a equipe do setor a se preparar para a importante (e estratégica) tarefa, que busca materiais para fornecer aos tarefeiros, que conhecem a forma de trabalho, enfim.
Outro ponto interessante é a preocupação com turmas lotadas (essa, infelizmente, uma preocupação que se estende a todas as atividades das sociedades espíritas, podendo ocasionar sérios problemas doutrinários – mas esse é assunto para um outro artigo), como se quantidade e qualidade andassem sempre de mãos dadas.
Pode parecer que este texto tem o objetivo único de criticar as Casas Espíritas, mas não é essa a intenção. Apenas exponho esses pontos para que possamos refletir sobre a necessidade urgente (não apressada, como diria Bezerra de Menezes) de olhar (e agir) para este trabalho tão fundamental.
Toda tarefa na seara espírita (e fora dela) tem obstáculos, mas se acreditamos em sua importância devemos superá-los com dedicação e responsabilidade. Culpar os Dirigentes pela falta de apoio ou recusar a tarefa por não ter o reconhecimento que julgamos merecer não é a postura adequada para mudarmos o quadro aqui retratado. Muitos são os benefícios que a Educação Espírita oferece aos Educandos, à família, à Casa Espírita e até à sociedade, mas para que ela atinja os resultados esperados há que se unir esforços entre todos os envolvidos no processo educacional (Educadores, Educandos, pais e Dirigentes). Começar a refletir sobre os obstáculos e buscar forma de superá-los já é um bom começo, porém!

Fonte: Jornal O Clarim -Agosto 2012