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terça-feira, 13 de abril de 2021

CIVILIZAÇÃO COM JESUS: "Se quisermos um mundo melhor, saibamos construí-lo. Progresso espiritual não vem por osmose. Não vale a melhoria de alguns sobre o estrangulamento de milhões. Amemo-nos para instruir-nos reciprocamente, começando pelo respeito de uns aos outros."

A RESPOSTA DE EMMANUEL

Vários assuntos foram debatidos numa das reuniões públicas de Uberaba. Aberto “O Livro dos Espíritos” caiu a questão 790 que trata dos problemas da, Civilização. Feitos os comentários, Emmanuel psicografou uma mensagem pelas mãos de Chico Xavier que no-la enviou, escrevendo-nos o seguinte:

“Passo-a às mãos com um apontamento que consideramos muito significativo.É que, às despedidas, um grupo de oito pessoas, seis senhores e duas senhoras – não-espíritas, mas que se achavam presentes para observações, conforme nos explicaram – adiantou-me, que a mensagem lida em voz alta era uma resposta à inquietação deles, os elementos do grupo, já que haviam pedido em silêncio alguma coisa do Plano Espiritual sobre as reformas atuais do Mundo.”

                                               
Emmanuel
CIVILIZAÇÃO COM JESUS

Comumente surpreendemos muitos companheiros que falam de renovação do trabalho, solicitando reformas violentas, como se todos os seus contemporâneos estivessem no grau de cultura intelectual em que já se encontram. Entretanto, se fossem recenseados entre aqueles irmãos da Humanidade que apenas guardam consigo, por enquanto, leves traços de alfabetização imperfeita, decerto que não se alegrariam em se vendo arrastados pelo vento da transformação para facearem sem preparo justo determinadas empresas de realização e serviço.
***
Muitos se referem aos problemas sociais exigindo medidas drásticas que consagrem novos tipos de relacionamento humano.  Todavia, caso se vissem no lugar daqueles que foram mantidos desde a meninice nas sombras da ignorância, não se agradariam ao se reconhecerem impulsionados à força para experiências complexas e arriscadas, até agora inacessíveis ao entendimento geral.
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Reportam-se outros muitos a diferentes condutas de economia, qual se a administração dos interesses de milhões de pessoas devesse alterar-se de um instante para outro. No entanto, se fossem contados entre aqueles que muito pouco sabem, ainda, acerca de produção e disciplina, receita e despesa, em nada lhes adiantaria entrar em metamorfoses precipitadas, que talvez unicamente os induzisse a leviandade e perturbação.
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Demoram-se muitos no exame da liberdade, rogando a independência imediata e sem freios para todas as criaturas, qual se a liberdade verdadeira não se baseasse no dever retamente cumprido. Mas, se vivessem nos obstáculos em que estacionam os espíritos inexperientes e inseguros, é possível que essa espécie de liberdade tão-somente os levasse a sofrimento e loucura.
***
Se quisermos um mundo melhor, saibamos construí-lo.
Progresso espiritual não vem por osmose.
Não vale a melhoria de alguns sobre o estrangulamento de milhões.
Amemo-nos para instruir-nos reciprocamente, começando pelo respeito de uns aos outros. 
***
A civilização com Jesus, por mais ampla na conceituação em que se defina, resumir-se-á sempre em quatro itens:
evolução sim;
violência não;
solidariedade primeiro;
educação sempre.


***


O RESPEITO PELOS OUTROS

Irmão Saulo

O processo civilizador é um esforço contínuo de aperfeiçoamento e adaptação. Os homens aperfeiçoam sua cultura pelas conquistas dos mais aptos e esclarecidos, mas, ao mesmo tempo, procuram adaptar a maioria menos apta às novas condições de vida que vão surgindo. O ímpeto dos vanguardeiros é contido pela inércia da massa. Quando se quer romper essa inércia e realizar mudanças violentas, surge a necessidade da coação e da subjugação. Cai-se inevitavelmente na contradição de suprimir os direitos da maioria a pretexto de libertá-la.

Civilizar é, sobretudo, humanizar. As maiorias menos capazes devem ser elevadas ao nível das minorias avançadas. Mas, se não levarmos em conta o fator tempo, a adaptação da maioria implicará largos períodos de desrespeito à sua condição e aos seus direitos, advindo injustiças e recém coletivos incalculáveis. Os esforços civilizadores entram no torvelinho do círculo vicioso, com a repetição dos erros que se pretendia eliminar. A História está repleta de exemplos desses retrocessos perigosos.

O processo civilizador do Cristianismo é espiritual e não material, porque o homem é espírito e não matéria. Seu objetivo não é a quantidade, mas a qualidade. Seu método não é massivo, mas coletivo, não opera em termos de massa, mas de coletividades. A adaptação deve decorrer de estímulos e não de pressões. O respeito pelos outros, tão pouco praticado até agora, é o cimento da construção do novo mundo.

Daí a conclusão de Emmanuel: “a evolução estimulada pela solidariedade humana e pela educação, com exclusão da violência que pertence à barbárie, é o caminho único da Civilização com Jesus”. É o que lemos no item 790 de “O Livro dos Espíritos”: “O homem não passa subitamente da infância à maturidade”

Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores diversos

sábado, 21 de novembro de 2015

Preparação ou Liberdade. "A educação antiga era uma forma de domesticação. As crianças eram tratadas como animais. A educação moderna, a partir de Rousseau, é uma forma de compreensão. O seu princípio básico não é a liberdade, mas a compreensão da criança como um ser em desenvolvimento"(...) Irmão Saulo


 

 

Chico Xavier

 

Francisco Cândido Xavier conta os precedentes da mensagem “Criança e nós”, em carta que nos enviou:

“O público para as nossas tarefas espirituais da noite trazia diversas famílias que indagavam, sem o saberem, urnas das outras – já que vinham de procedências variadas – quanto aos problemas da infância. Muitas perguntas como estas eram formuladas: Devo largar meus pequenos à solta para não prejudicá-los? – Será justo permitir que meu filho de tenra idade se transforme em pequena máquina de estimação dentro de casa, com a idéia de que somente assim será feliz no futuro? – Como proteger as minhas crianças sem controlar-lhes os impulsos infelizes? – Devo deixar os meus pequeninos em liberdade irrestrita, fazendo o que lhes venha à cabeça, a pretexto de garantir-lhes a saúde? – Será natural deixar a criança crescer com a ilusão de que é plenamente livre, para depois encontrar, na posição de adulto, os constrangimentos da disciplina social, indispensável em qualquer parte, que lhe doerão ou pesarão muito mais pela ausência de treino ou preparação?

Iniciados os estudos, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu a página intitulada “Os órfãos”, no item 18 do capítulo XIII, dando oportunidade a esclarecedoras explicações de nossos comentaristas. Ao término das tarefas o nosso Emmanuel escreveu a página que passo às suas mãos, na expectativa de que seja útil às nossas reflexões.”

 

CRIANÇAS E NÓS

 

Emmanuel

 

Muitos setores das ciências psicológicas asseveram que é indispensável preservar a criança contra a mínima coação, a fim de que venha se desenvolver sem traumas que lhe prejudicariam o futuro. Isso, no entanto, não significa que deva crescer sem orientação.

Independência desregrada gera violência, tanto quanto violência gera independência desregrada.

Releguemos determinada obra arquitetônica ao descontrole e teremos para breve a caricatura do edifício que nos propúnhamos construir.

Abandonemos a sementeira a si própria e a colheita se nos fará desencanto.

Exigimos a instituição de um mundo melhor.

Solicitamos a concretização da felicidade comum.

Sonhamos com o levantamento da paz de todos.

Esperamos o reino da fraternidade.

Como atingir, porém, semelhantes conquistas sem a criança no esquema do trabalho a realizar?

Não mergulhará teus filhos nas ondas revoltas da ira quando a dificuldade sobrevenha, e sim não te omitirás no socorro preciso, sem deixá-lo à feição de barco desarvorado ao sabor do vento. Não erguerás contra ele a palavra condenatória nos dias de desacerto, a insuflar-lhe, talvez, ódio e rebeldia nos recessos da alma, e sim procurarás sustentá-lo com a frase compreensiva e afetuosa que desejarias ter recebido em outro tempo, nas horas da infância, quando te identificavas nas sombras da indecisão.

Sabes conduzir a criança ao concurso da escola, à assistência do pediatra, ao auxílio do costureiro ou ao refazimento espiritual nos espetáculos recreativos. Por isto mesmo não lhe sonegues apoio ao sentimento para que o sentimento se lhe faça correto.

Concordamos todos em que a criança necessita de amor para crescer patenteando mente clara e o corpo sadio, entretanto, é impossível efetuar o trabalho do amor - realmente amor - sem bases na educação.

 

 

EDUCAÇÃO MODERNA

Irmão Saulo

 

Uns condenam a educação moderna, saudosos dos tempos em que as crianças obedeciam aos pais pelo olhar e tremiam diante do mestre. Outros aprovam a nova educação sem a conhecer e fazem do seu princípio de liberdade uma forma de abandono. Não há liberdade irrestrita, pois a liberdade só pode existir dentro das condições necessárias. Um homem solto no espaço, livre até mesmo da gravitação, não pode fazer coisa alguma e perecerá na desolação. Para que ele tenha liberdade é preciso que esteja condicionado pelo meio físico, pisando a terra e aspirando o ar, condicionado pelo corpo e pelo meio familiar e social, e assim por diante.

A educação antiga era uma forma de domesticação. As crianças eram tratadas como animais. A educação moderna, a partir de Rousseau, é uma forma de compreensão. O seu princípio básico não é a liberdade, mas a compreensão da criança como um ser em desenvolvimento. O seu objetivo não é o abandono da criança a si mesma e sim o cultivo paciente da criança, para que possa crescer sadia no corpo e no espírito. Os maus juízos sobre a nova educação provêm do seu desconhecimento pelos pais e pelos mestres, muitos dos quais não possuem aptidão para educar.

Para os órfãos, o trecho citado de 0 Evangelho Segundo o Espiritismo prescreve-nos ajudá-los, livrá-los da fome e do frio, orientar suas almas para que não se percam no vicio. Esse o programa da nova educação. Seria um contra-senso convertermos os nossos filhos em órfãos, entregues a si mesmos, ao invés de vigiá-los, descobrir-lhes os maus pendores, corrigir-lhes as arestas morais e orientá-los para o futuro.

Os depositários de bens materiais cuidam deles para que não se deteriorem. O lavrador cuida das suas plantações para que produzam. Os pais, depositários de almas, têm responsabilidade muito maior e mais grave que a daqueles. Precisam cuidar de seus filhos e ajudá-los para que sejam úteis no futuro.

 

Do livro “Na Era do Espírito”. Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos

 
Fonte:http://www.robertomacedo.com/autoajuda/chicoxavier/Chico_Xavier/NA%20ERA%20DOS%20ESPIRITOS/era_027.htm

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A MISSÃO DO CRISTO



Francisco Cândido Xavier

Em nossa reunião pública os estudos foram orientados pelo item 4 do capítulo I de O Evangelho Segundo o Espiritismo, sobre a missão do Cristo. A mensageira espiritual Maria Dolores trouxe-nos o poema Confidência de Natal. Muitos de nossos companheiros, que nos auxiliavam nas tarefas, solicitaram que a página poética de nossa irmã fosse enviada para a sua cobertura doutrinária, a fim de obtermos mais ampla complementação para os nossos estudos sobre o tema.
Faço isso com satisfação, agradecendo-lhe desde já a atenção que puder dispensar ao nosso pedido.
 
CONFIDÊNCIA  DE  NATAL

Maria Dolores

Senhor Jesus!
Vi o homem moderno
Em teu Natal,
Recordando viajor a deter-se em caminho
Junto de construção descomunal.
– Agradeço, Senhor, dizia ele,
O rio de progresso em que me inundo
De alegria esfuziante,
As maravilhas que enviaste ao mundo
Pelos canais do cérebro triunfante.
Agradeço à Ciência de alto nível,
Cintilação do Gênio a servir-me de rastros,
Que me conduz ao colo de outros astros
no foguete de força quase incrível.
Agradeço o avião, o carro, o asfalto,
O mundo todo em casa a circuito instantâneo,
O átomo cativo, as usinas de urânio,
O soro, a anestesia, o antígeno, o cobalto,
As máquinas de espécie diferente,
Desde o computador à enceradeira,
Que estendem reconforto a Terra inteira,
Impulsionando os povos para a frente.
Agradeço o auto-estudo a que me elevas,
Para que me conheça sem alarme,
A fim de imunizar-me
Contra o assalto das trevas.
Entretanto, Senhor, ao procurar-Te em prece
Que o sentimento forma e a palavra não diz,
Minha vida te busca e te deseja.
Guarda e inspira minh’alma, enfim, para que eu seja
Plenamente feliz!
Nisso, o homem calou-se em pranto mudo.
E entendi, afinal,
Que embora a inteligência brilhe em tudo
E em quase tudo se engrandeça, embora,
Eis que sem ti, Senhor,
O coração da Terra sofre e chora
Entre a fome de paz e a carência de amor.
        
 
O  CRISTO  MODERNO

Irmão Saulo

A modernidade da Cristo não está na figura de gravata e chapéu que tentaram sobrepor à sua imagem clássica. Está na interpretação nova do Cristo que surge das pesquisas históricas e da revelação espiritual que rompe o túmulo da letra. Sepultado na letra que mata, durante dois milênios, o Cristo ressuscita para o terceiro milênio no espírito que vivifica, segundo a expressão paulina. É a nova ressurreição no terceiro dia, cada dia correspondendo a um milênio.
O Cristo ressuscitado substitui o Cristo morto da tragédia grega da Paixão. Não mais o vemos pregado na cruz ou enterrado junto ao Calvário. O homem moderno sente o Cristo ao seu lado. Se todos ressuscitamos e continuamos atuantes na vida, por que motivo o Cristo, Nosso Senhor, continuaria morto? Essa tese é do apóstolo Paulo em sua I Epístola aos Coríntios, mas só agora se impõe à consciência do mundo. Porque só agora o mundo está preparado para compreendê-la. Os mitos do passado se dissolvem à luz da razão esclarecida e a fé se renova ante as conquistas da Ciência, até agora acusada de inimiga da Fé.
Graças a isso Maria Dolores pôde ver, neste Natal, o homem moderno, junto à sua construção descomunal, dialogar solitário com o Cristo moderno que é o seu contemporâneo de todas as encarnações e reencarnações, no passado, no presente e no futuro. A figura clássica do Cristo sobrevive intacta ao longo da História, porque não é a figura de um homem do passado, mas o ideal humano que todos buscamos, o arquétipo divino que nasce do mito para a realidade vivencial de todos os tempos.
O pranto mudo em que o homem se cala, nasce da fonte oculta das suas desilusões. De que valem as conquistas da Ciência e as construções descomunais, se a inteligência vitoriosa continua faminta de paz e amor? O reconhecimento dessa realidade áspera lembra o instante em que a vara de Moisés fez brotar a água do coração da rocha. Este é o Natal do reencontro. No fundo de si mesmo o homem moderno vê nascer o novo Cristo que, no entanto, é o companheiro de sempre a oferecer-lhe as diretrizes de paz e amor.
 
Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.
 
 

NO MOMENTO DE JULGAR


                                               
Emmanuel

No momento de julgar alguém, como poderás julgar esse alguém, de todo, se não conheces tudo?
Terá sucedido um crime, estarrecendo a multidão.
Suponhamos que um homem desequilibrado haja posto uma bomba em certa casa, no intuito de destruir-lhe os moradores. Entretanto, por trás dele estão aqueles que fabricaram o engenho mortífero; os que o conservaram para utilização em momento oportuno; os outros que lhe identificaram o perigo, aprovando-lhe a existência; e aqueles outros ainda que, indiferentes,lhe acompanharam o fogo no estopim, se a mínima disposição de apagá-lo.
De que maneira medirias o remorso do espírito de um homem assassinado, na hipótese desse mesmo assassinado haver provocado o seu contendor até que o antagonista lhe furtasse o corpo, num instante de insanidade? E como observarias o pesar do semelhante, à vezes, ilhado no fundo de uma penitenciária, na posição de um vivo-morto, quando o imaginado morto permanece vivo? E com que metro verificarias o sofrimento de um e outro?
Com que pancadas ou palavras agressivas conseguirias punir, durante algumas horas, a criatura menos feliz que já carrega em si o tormento da culpa, à feição de suplício que lhe atenaza o coração, noite e dia?
Ante a queda moral de alguém, é mais razoável entrarmos para logo no assunto, na condição de partícipes dela, antes que nos alcemos à indébita função de censores.
Não precisaríamos tanto de justiça, se não praticássemos a injustiça e nem tanto de medicina se não tivéssemos doença.
Necessitaríamos, porventura, na Terra, de tantas e tão multiplicadas lições, em torno do bem, se o mal não nos armasse riscos, quase que em todas as direções do Planeta?
E onde estão aqueles que estejam usufruindo a glória da instalação segura no bem, sem o prejuízo de algum mal, ou aqueles outros que atravessam os espinheiros do mal, sem a vantagem de algum bem?
No momento de julgar, peçamos a Inspiração da Providência Divina para os magistrados que as circunstâncias vestiram com a toga, a fim de que acertem, nas suas decisões,em louvor do equilíbrio geral, porquanto é tão delicado o encargo de juiz chamado a interferir no corpo da ordem social, quão difícil é a tarefa do cirurgião convocado para interferir no corpo físico.
E quanto a nós outros, os que não somos trazidos a sentenças de lei, já que não nos achamos compromissados para isso, usemos a sobriedade e a compaixão em todos os nossos processos de vivência pessoal no cotidiano, conscientes, quanto devemos estar, de que os justos são as âncoras dos injustos e de que os bons constituem a esperança para todos aqueles que a maldade ensandece.
No momento de julgar, ainda que te coloquem no último banco, entre os últimos réus, e mesmo que se te negue o direito de defender a própria consciência edificada e tranqüila, a ninguém condenes, nem mesmo àqueles que, porventura, te condenem.
Usa sempre a misericórdia e acertarás.
Digitado por: Ismael Soares de Almeida

O TÚNEL MEDIÚNICO

Irmão Saulo

 Na hora em que a descoberta da antimatéria pela Física levanta a hipótese dos universos duplos, cientificamente elaborada, a imagem do túnel mediúnico reveste-se de maior expressão. Essa imagem é também uma elaboração científica, e por sinal do eminente físico inglês Sir Oliver Lodge que sustentou o seguinte: Vivemos num mundo só, num verdadeiro Universo, mas que deve ser compreendido como Universo, dividido em duas partes. De um lado fica a planície dos Homens e do outro o planalto dos Espíritos. Dividindo as duas regiões ergue-se a montanha desconhecida.
A curiosidade humana é imensa e desde todos os tempos os homens vêm cavando e perfurando a base da montanha no anseio de ver o que existe do outro lado.Pouco a pouco um túnel foi sendo aberto. E de súbito os homens começaram a ouvir pancadas surdas que vinham ao seu encontro. São os moradores do planalto que, impelidos pela mesma curiosidade, perfuram também o seu túnel. Dia a dia as pancadas se tornam mais audíveis de lado a lado. As duas equipes se aproximam e chegamos no momento em que a abertura do túnel se torna iminente.
Essa imagem encontra o referendo atual da hipótese físico-astronômica dos Universo duplos. Isaac Azimov, em seu livro “O Universo”, considerando que as partículas de antimatéria produzidas em laboratório explodem ao encontrar-se com partículas correspondentes de matéria,numa explosão dupla, em que as duas se desintegram, propõe a existência de um elemento intermediário que ao mesmo tempo separa e liga os dois universos. Esses elementos corresponde à teoria do fluido universal no Espiritismo, tendo as mesmas características genéticas, dinâmicas e funcionais desse fluido.
Por outro lado, essas características são as mesmas do perispírito, elemento procedente do fluido universal e que serve de ligação entre o espírito e o corpo,na constituição psicossomática do homem. E é graças a esse elemento intermediário que ocorrem os fenômenos mediúnicos, permitindo a comunicação dos Espíritos através de pessoas especialmente sensíveis,como no caso de Francisco Cândido Xavier. O túnel mediúnico se abre, assim, pelo duplo esforço dos médiuns e dos espíritos,no anseio recíproco de vencerem a morte e a separação, para atingirem a era cósmica da comunicação transespaciais e transtemporal.
Nesse irrefreável e surdo processo, que se desenvolve nas profundezas do próprio homem,à revelia da sua cultura sensorial e portanto exterior, os Espíritos se mostram mais interessados no desenvolvimento moral da Humanidade Terrena. Isso porque a evolução intelectual do homem já o capacita para a integração na Humanidade Cósmica, que povoa os Universos duplos pelo Infinito. Essa a razão por que Chico Xavier, no seu trabalho psicográfico de mais de 40 anos, tendo publicado até agora 116 livros, além de milhares de mensagens incursionando várias vezes pelo campo das Ciências - recebe maior quantidade de comunicações de natureza filosófica e moral.


Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores diversos

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Álcool e Obsessão



A obsessão mundial pelo álcool, no plano humano, corresponde a um quadro apavorante de vampirismo no plano espiritual. A medicina atual ainda reluta - e infelizmente nos seus setores mais ligados ao assunto, que são os da psicoterapia – em aceitar a tese espírita da obsessão. Mas as pesquisas parapsicológicas já revelaram, nos maiores centros culturais do mundo, a realidade da obsessão. De Rhine, Wickland, Pratt, nos Estados Unidos, a Soal, Carington, Price, na Inglaterra, até a outros para-psicólogos materialistas, a descoberta do vampirismo se processou em cadeia. Todos os parapsicólogos verdadeiros, de renome científico e não marcados pela obsessão do sectarismo religioso, proclamam hoje a realidade das influências mentais entre as criaturas humanas, e entre estas e as “mentes desencarnadas”.

Jean Ehrenwald, psicanalista, chegou a publicar importante livro intitulado: Novas Dimensões da Análise Profunda, corroborando as experiências de Karl Wick-land em Trinta Anos Entre os Mortos. Koogan, na Europa de hoje, acompanhado por vários pesquisadores, efetuou experiências de controle remoto da conduta humana pela telepatia, obtendo resultados satisfatórios. Tudo isso nada vale para os que se obstinam na negação pura e simples, como faziam os cientistas e os médicos do tempo de Pasteur em relação ao mundo bacteriano.

As quadras de Cornélio Pires sobre a obsessão alcoólica não são apenas uma brincadeira poética. Elas nos mostram - num panorama visto do lado oculto da vida -a própria mecânica desse processo obsessivo. Espíritos inimigos, (que ofendemos gravemente em existências anteriores), excitam-nos o desejo inocente de “tomar um trago”. Aceitamos a “idéia maluca” e espíritos vampirescos são atraídos pelas emanações alcoólicas do nosso corpo. Daí por diante, como aconteceu a Juca de João Dório, “enveredamos na garrafa” e vamos" parar no sanatório. Os espíritos vampirescos são viciados que morreram no vício e continuam no mundo espiritual inferior, aqui mesmo na Terra, buscando ansiosamente os seus “tragos”. Satisfazem-se com as emanações alcoólicas de suas vítimas e continuam a sugá-las como vampiros psíquicos.

Nas instituições espíritas bem dirigidas esse processo é bastante conhecido, e são muitos os infelizes que se salvam após um tratamento sério. Nos hospitais espíritas as curas são numerosas. Veja-se a obra do Dr. Inácio Ferreira: Novos Rumos à Medicina, relatando as curas realizadas no Hospital Espírita de Uberaba. Não é só a obsessão alcoólica que está em jogo nos processos obsessivos. Os desvios sexuais oferecem um contingente talvez maior e mais trágico do que o do álcool, porque mais difícil de ser tratado.

Tem razão o poeta caipira ao advertir que “álcool, para ajudar, é cousa de medicina”. Só nas aplicações médicas o álcool pode ser usado como remédio. Mas temos de acrescentar, infelizmente, que os médicos de olhos fechados para a realidade espiritual não estão em condições de atender aos casos de alcoolismo. Os grupos espíritas e as associações alcoólicas obtêm resultados mais positivos, quando em tratamentos bem dirigidos.

Irmão Saulo pseudônimo de J.Herculano Pires

sábado, 8 de junho de 2013

TAREFEIROS DA DOUTRINA(...)"“Guiar-se pela misericórdia e não pela crítica” está se referindo à crítica negativa que nasce do orgulho e não à crítica positiva que brota espontânea e necessária do julgamento imparcial e fraterno, objetivando corrigir e portanto ajudar. ...

TAREFEIROS  DA  DOUTRINA
Francisco Cândido Xavier
        
Em nossa reunião eram, muitas as considerações em torno dos companheiras encarregados da divulgação do Espiritismo. As opiniões eram as mais diversas, quando as tarefas foram iniciadas.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu o item 5 do capítulo XX, sobre os tarefeiros da nossa Doutrina de amor e luz. E o nosso caro Emmanuel, como sempre sucede, comentou o apontamento em estudo na página Legendas do Obreiro da Verdade.
 
LEGENDAS DO OBREIRO DA VERDADE
 
Emmanuel
 
Compreender que as necessidades e as esperanças dos outros são fundamentalmente iguais às nossas.
Auxiliar sem exigir que o beneficiado nos tome as idéias.
Reconhecer que a Divina Providencia possui estradas inúmeras para socorrer as criaturas e iluminá-las.
Aprender a tolerar com paciência as pequenas humilhações, a fim de prestar os grandes testemunhos de sacrifício pessoal que a Causa da Verdade lhe reclamará possivelmente algum dia.
Esquecer-se pela obra que realiza.
Guiar-se pela misericórdia e não pela critica.
Abençoar sem reprovar.
Construir ou reconstruir, sem ofender ou condenar.
Trabalhar sempre sem o propósito de ser ou parecer o maior ou o melhor ante os demais.
Cultivar ilimitadamente a cooperação e a caridade. Coibir-se de irritação e de azedume.
Agir sem criar problemas.
Observar que sem a disciplina individual no campo do bem, a prática do bem se faz impossível.
Respeitar a personalidade dos companheiros.
Encontrar ocasião para atender à benção da prece.
Deter-se nas qualidades nobres e olvidar as prováveis deficiências do próximo.
Valorizar o esforço alheio. Nunca perder tempo.
Apagar inimizades ou discórdias através da desculpa fraterna e do serviço constante que devemos uns aos outros.
Criar oportunidades de trabalho para si, ajudando aos outros no sentido de descobrirem as oportunidades de trabalho que lhe digam respeito à capacidade e às possibilidades de realização, conservando em tudo a certeza inalterável de que toda pessoa é importante na edificação do Reino de Deus.
 
TODOS SÃO IMPORTANTES
 
Irmão Saulo 
 
Somos iguais perante a seara, porque somos todos iguais perante o Senhor da Seara. Deus não faz acepção de pessoas, nem de posições e muito menos de instituições. O item 5 do capítulo XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo estabelece esta condição essencial: “Felizes os que tiverem trabalhado o campo do Senhor com desinteresse e movidos apenas pela caridade”. Emmanuel conclui a sua mensagem lembrando “que toda pessoa é importante na edificação do Reino de Deus”.
Querer que não haja discordâncias entre os que trabalham na divulgação e na sustentação da Doutrina seria acalentar quimeras. Cada consciência humana, como ensina Hubert, é um ponto na correnteza da duração. Cada um de nós está colocado num ângulo determinado do eterno fluir da realidade. Cada qual, portanto, tem a sua maneira própria de ver as coisas.
O Espiritismo nos ensina que nos completamos uns aos outros pelas nossas diferenças. Mas se diferimos nos acessórios, concordamos sempre no essencial. Por isso mesmo a caridade – que é o amor em ação – deve eliminar as arestas do nosso personalismo, ensinando-nos que todos somos importantes na busca e na conquista da verdade.
Claro que não devemos concordar com tudo e tudo aprovar em silêncio, pois a tolerância de acomodação equivale a cumplicidade com o erro. A crítica maldosa e orgulhosa, que condena tudo o que é feito pelos outros, é a negação da caridade. Mas ai de nós se suprimirmos a crítica do meio espírita! Porque é ela, quando sensata e sincera, a prática da vigilância que Jesus ensinou e Paulo exemplificou. Como utilizar o “crivo da razão”, de que nos fala Kardec, se abdicarmos do direito de pensar que mais do que um direito é um supremo dever do espírito?
Quando Emmanuel diz: “Guiar-se pela misericórdia e não pela crítica” está se referindo à crítica negativa que nasce do orgulho e não à crítica positiva que brota espontânea e necessária do julgamento imparcial e fraterno, objetivando corrigir e portanto ajudar. O lema “Valorizar o esforço alheio” não implica a valorização dos erros e dos enganos do próximo, mas o reconhecimento dos esforços feitos por todos a favor da causa comum. Todos precisamos de misericórdia, mas a misericórdia, como Deus nos mostra em sua lei de ação e reação, não é a aprovação de erros e ilusões – e sim a correção e o esclarecimento.
Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires - Espíritos diversos


Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires - Espíritos diversos
 

 

NOS CASOS DE ADOÇÃO (...)"Os filhos que voltam ao lar por vias indiretas são espíritos em prova e, portanto, em fase de correção moral. Precisam conhecer a sua verdadeira situação para que a medida corretiva atinja a sua eficiência. E se quisermos burlar a lei só poderemos acarretar-lhes maiores sofrimentos."...

NOS  CASOS  DE  ADOÇÃO
Francisco Cândido Xavier
        
Nossa reunião pública foi precedida de muitos comentários, por parte de vários amigos que nos visitavam a instituição, procedentes de cidades diversas. Parecia-nos, porém, que estavam com encontro marcado para estudar a questão dos filhos adotivos.
As perguntas e opiniões eram de variado aspecto. “Devemos dar conhecimento aos filhos adotivos da condição em que se encontram conosco?”
– indagavam alguns casais.
As respostas variavam. Muitos companheiros se manifestavam a favor da realidade clara, enquanto outros se expressavam de maneira contrária, acreditando que a verdade devia permanecer sempre velada para eles, de modo a que não fossem chocados negativamente.
Atingido o horário para a reunião e iniciadas as nossas tarefas, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu para estudo o item 8 do capítulo XIV, em conexão com o assunto em debate.
Filhos Adotivos foi a mensagem que nosso benfeitor Emmanuel nos trouxe no encerramento dos trabalhos.
 
FILHOS ADOTIVOS
 
Emmanuel
 
Filhos existem no mundo que reclamam compreensão mais profunda para que a existência se lhes torne psicologicamente menos difícil.
Reportamo-nos aos filhos adotivos que abordam o lar pelas vias da provação, sem deixarem de ser criaturas que amamos enternecidamente.
Coloquemos-nos na situação deles para mais claro entendimento do assunto.
Muitos de nós, nas estâncias do pretérito, teremos pisoteado os corações afetuosos que nos acolheram em casa, seja escravizando-os aos nossos caprichos ou apunhalando-lhes a alma a golpes de ingratidão. Desacreditando-lhes os esforços e dilapidando-lhes as energias, quase sempre lhes impusemos aflição por reconforto, a exigir-lhes sacrifícios até que lhes ofertamos a morte em sofrimento pelo berço que nos deram em flores de esperança.
Um dia, no entanto, desembarcados no Mais Além, percebemos a extensão de nossos erros e, de consciência desperta, lastimamos as próprias faltas.
Corre o tempo e, quando aqueles mesmos espíritos queridos que nos serviram de pais retornam à Terra em alegre comunhão afetiva, ansiamos retomar-lhes o calor da ternura mas, nesse passo da experiência, os princípios da reencarnação, em muitas circunstâncias, tão somente nos permitem desfrutar-lhes a convivência na posição de filhos alheios, a fim de aprendermos a entesourar o amor verdadeiro nos alicerces da humildade.
Reflitamos nisso. E se tens na Terra filhos por adoção, habitua-te a dialogar com eles, tão cedo quando possível, para que se desenvolvam no plano físico sob o conhecimento da verdade. Auxilia-os a reconhecer desde cedo, que são agora seus filhos do coração, buscando reajustamento afetivo no lar, a fim de que não sejam traumatizados na idade adulta por revelações à base de violência, em que freqüentemente se lhes acordam no ser as labaredas da afeição possessiva de outras épocas, em forma de ciúme e revolta, inveja e desesperação.
Efetivamente, amas aos filhos adotivos com a mesma abnegação com que te empenhas a construir a felicidade dos rebentos do próprio sangue. Entretanto, não lhes ocultes a realidade da própria situação para que não te oponhas à Lei de Causa e Efeito que os trouxe de novo ao teu convívio, a fim de olvidarem os desequilíbrios passionais que lhes marcaram a conduta em outro tempo.
Para isso, recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus.
 
A ILUSÃO DO SANGUE
 
Irmão Saulo 
 
Não é o sangue que nos irmana, mas o espírito. Os laços consangüíneos são ilusórios e efêmeros. Kardec explica no item 8 do capítulo XIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “O corpo procede do corpo, mas o espírito não procede do espírito, pois já existia antes da formação do corpo. O pai não gera o espírito do filho. Fornece-lhe apenas o envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, para fazê-la progredir”. Filhos de outros pais, procedentes de outro sangue, podem ser muito mais ligados aos pais adotivos que os filhos consangüíneos.
Essa é uma das razões por que os pais adotivos geralmente não querem revelar a verdade aos filhos que adotaram. O amor paterno e materno ressurge ante o filho que volta ao seu convívio. Mas Emmanuel revela um dos aspectos da lei da reencarnação que exige atenção e respeito. Os filhos que voltam ao lar por vias indiretas são espíritos em prova e, portanto, em fase de correção moral. Precisam conhecer a sua verdadeira situação para que a medida corretiva atinja a sua eficiência. E se quisermos burlar a lei só poderemos acarretar-lhes maiores sofrimentos.
São muitos os dramas e muitas as tragédias ocasionadas pela imprudência dos pais que mentiram piedosamente aos filhos adotivos. Quando a verdade os surpreende, o choque emocional pode transtorná-los, fazendo-os perder a oportunidade de aprendizado que muitas vezes solicitaram com ardor na vida espiritual. Esta é uma razão nova que o Espiritismo apresenta aos pais adotivos, quase sempre apegados apenas às razões mundanas.
Aprendendo desde cedo a se acomodar à situação de prova em que se encontra, o filho adotivo resigna-se a ela e aproveita a lição de reajustamento afetivo. Amanhã voltará de novo como filho legítimo, mas já em condições de compreender os deveres da filiação. A vida aplica sempre com precisão os seus meios corretivos, mas nós nem sempre a ajudamos, esquecidos de que os desígnios de Deus têm razões profundas que nos escapam à compreensão. Se Deus nos envia um filho por via indireta, devemos recebê-la como veio e não como desejaríamos que viesse.


Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires - Espíritos diversos
 

 

RECEIO E DESÂNIMO

RECEIO  E  DESÂNIMO
Francisco Cândido Xavier
        
As tarefas da noite foram precedidas por muitas alegações de receio e desânimo, frente às lutas da vida na atualidade, por parte de dezenas de amigos que nos visitavam. Muitos episódios tristes, muitos casos de¿ provação.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu o item 19 do capítulo XXIV para estudo. E o nosso amigo espiritual, Emmanuel, complementando as lições da noite, escreveu por nosso intermédio a página Vencerás.
Nota – O item citado do capítulo XXIV é um breve comentário de Kardec ao ensino de Jesus: “Se alguém quiser seguir-me, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz e siga--me”. O comentário acentua o sentido espiritual desse trecho evangélico, lembrando que enfrentamos na Terra as vicissitudes necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual.
 
VENCERÁS
 
Emmanuel
 
Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia a dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida íntima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar. Age auxiliando.
Serve sem apego. E assim vencerás.
 
 
A TÉCNICA DA VITÓRIA
 
Irmão Saulo 
 
Todos sabemos que a vida é uma luta. Não estamos na Terra para sofrer nem para gozar, mas para vencer. Lutamos contra o meio ambiente, contra os desajustes da estrutura social, contra doenças e incompreensões, contra a maldade humana e a agressividade dos elementos, contra as influências espirituais negativas, mas principalmente contra as nossas próprias deficiências, contra as nossas ambições e o nosso egoísmo. O desânimo nos assalta quando nos consideramos injustiçados, esquecidos por Deus, submetidos a penas que não afligem os outros. É o momento em que o nosso egoísmo se manifesta na revolta do orgulho.
O exemplo de Jesus devia lembrar-nos a técnica da vitória. Ele tomou a sua cruz sem nada dever e na hora suprema do sacrifício injusto orou ao Pai em favor dos seus algozes. Alguns dentre nós, mesmo os mais aparentemente evoluídos, poderiam considerar-se mais dignos da atenção de Deus do que Jesus? Ele não nos mandou tomar a nossa cruz e avançar sozinhos, mas segui-la. Porque à frente de todos nós seguiu Ele ao peso da cruz que não merecia. Sua missão era transformar o mundo, salvar os homens da maldade, libertá-los do egoísmo que os fazia arrogantes e impiedosos. Sua técnica não foi a da revolta mas a da resignação e da fé.
Não há dúvida de que a fé pode vacilar no coração do homem que suporta pesadas provas, mormente quando essa fé é apenas emocional e não racional. Mas os que já aprenderam que a vida tem um sentido, tem uma finalidade, e que as provas da vida correspondem às necessidades evolutivas de cada um – devem possuir uma fé mais vigorosa. No meio do torvelinho lembremo-nos de que as forças desencadeadas tendem obrigatoriamente a restabelecer-se no equilíbrio natural. Tudo na vida humana é passageiro, nada permanece para sempre. Por que nos desesperamos quando sopra a ventania, se sabemos que ela passará inevitavelmente?
Emmanuel nos lembra ainda o poder do amor, o maior de todos os poderes, que podemos usar em nossa defesa. A confiança em Deus – pois Deus é amor, como ensinou o apóstolo João – e o conhecimento da lei do amor devem socorrer-nos nas horas de aflição. Usando esses recursos da técnica da vitória, nada temos a temer. Os que se entregam e sucumbem são desertares.

Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires - Espíritos diversos