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quarta-feira, 21 de abril de 2021

TIRADENTES DIALOGA COM IRMÃO X SOBRE A INCONFIDÊNCIA MINEIRA.




(...)"antes de tudo, devo afirmar que não fui um herói e sim um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da minha terra. Quanto à Inconfidência de Minas, não foi propriamente um movimento nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência da pátria. Hoje posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época, reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da realidade prática(...) Fomos os títeres de alguns portugueses liberais, que, na colônia, desejavam adaptar-se ao novo período histórico do planeta, aproveitando-se dos nossos primeiros surtos de nacionalismo. Não possuíamos um índice forte de brasilidade que nos assegurasse a vitória, e a verdade só me foi intuitivamente revelada quando as autoridades do Rio mandaram prender-me na rua dos Latoeiros.”(...)A nação ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. A ausência de um interesse comum em favor do País, dá causa não mais à derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar, sem saberem dirigir a si próprios.”




Tirandentes:

Dos infelizes protagonistas da Inconfidência Mineira,  no dia 21 de abril de todos os anos, aqueles que podem excursionar pela Terra volvem às ruínas de Ouro Preto,  a fim de se reunirem entre as velhas paredes da casa humilde do sítio da Cachoeira, trazendo a sua homenagem de amor à personalidade do Tiradentes.

Nessas assembleias espirituais, que os encarnados poderiam considerar como reuniões de sombras, os preitos de amor são mais expressivos e mais sinceros, livres de todos os enganos da História e das hipocrisias convencionais.

Ainda agora, compareci a essa festividade de corações, integrando a caravana de alguns brasileiros desencarnados, que para lá se dirigiu, associando-se às comemorações do protomártir da emancipação do País.

Nunca tive muito contato com as coisas de Minas Gerais, mas a antiga Vila Rica [atualmente Ouro Preto],  atualmente elevada à condição de Monumento Nacional, pelas suas relíquias prestigiosas, sempre me impressionou pela sua beleza sugestiva e legendária. Nas suas ruas tortuosas, percebe-se a mesma fisionomia do Brasil dos vice-reis. Uma coroa de lendas suaves paira sobre as suas ladeiras e sobre os seus edifícios seculares, embriagando o espírito do forasteiro com melodias longínquas e perfumes distantes. Na terra empedrada, ainda existem sinais de passos dos antigos conquistadores do ouro dos seus rios e das suas minas e, nas igrejas, ainda se ouvem soluços de escravos, misturados com gritos de sonhos mortos, do seu valoroso heroísmo. A velha Vila Rica, com a névoa fria dos seus horizontes, parece viver agora com as suas saudades de cada dia e com as suas recordações de cada noite.

Sem me alongar nos lances descritivos acerca dos seus tesouros do passado, objeto da observação de jornalistas e escritores de todos os tempos, devo dizer que, na noite de hoje, a casa antiga dos Inconfidentes tem estado cheia das sombras dos mortos. Aí fui encontrar, não segundo o corpo, mas segundo o Espírito, as personalidades de Domingos Vidal Barbosa, Freire de Andrada, Mariano Leal, Joaquim da Maia, Cláudio Manuel, Inácio Alvarenga, Doroteia de Seixas, Beatriz Francisca Brandão, Toledo Pisa, Luís de Vasconcelos e muitos outros nomes, que participaram dos acontecimentos relativos à malograda conspiração. Mas, de todas as figuras veneráveis ao alcance dos meus olhos, a que me sugeria as grandes afirmações da pátria era, sem dúvida, a do antigo alferes Joaquim José da Silva Xavier, pela sua nobre e serena beleza. Do seu olhar claro e doce, irradiava-se toda uma onda de estranhas revelações, e não foi sem timidez que me acerquei da sua personalidade, provocando a sua palavra.

Falando-lhe a respeito do movimento de emancipação política, do qual havia sido o herói extraordinário, declinei minha qualidade de seu ex-compatriota, filho do Maranhão, que também combatera, no passado, contra o domínio dos estrangeiros.

— “Meu amigo — declarou com bondade —, antes de tudo, devo afirmar que não fui um herói e sim um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da minha terra. Quanto à Inconfidência de Minas, não foi propriamente um movimento nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência da pátria. Hoje posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época, reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da realidade prática mas, estávamos embriagados pelas ideias generosas que nos chegavam da Europa, através da educação universitária. E, sobretudo, o exemplo dos Estados Americanos do Norte, que afirmaram os princípios imortais do direito do homem, muito antes do verbo inflamado de Mirabeau, era uma luz incendiando a nossa imaginação. O Congresso de Filadélfia, que reconheceu todas as doutrinas democráticas, em 1776, afigurou-se-nos uma garantia da concretização dos nossos sonhos. Por intermédio de José Joaquim da Maia procuramos sondar o pensamento de Jefferson, em Paris, a nosso respeito; mas, infelizmente, não percebíamos que a luta, como ainda hoje se verifica no mundo, era de princípios.  O fenômeno que se operava no terreno político e social era o desprezo do absolutismo e da tradição, para que o racionalismo dirigisse a vida dos homens. Fomos os títeres de alguns portugueses liberais, que, na colônia, desejavam adaptar-se ao novo período histórico do planeta, aproveitando-se dos nossos primeiros surtos de nacionalismo. Não possuíamos um índice forte de brasilidade que nos assegurasse a vitória, e a verdade só me foi intuitivamente revelada quando as autoridades do Rio mandaram prender-me na rua dos Latoeiros.”

— E nada tendes a dizer sobre a defecção de alguns dos vossos companheiros? — perguntei.

— “Hoje, de modo algum desejaria avivar minhas amargas lembranças… Aliás não foi apenas Silvério quem nos denunciou perante o Visconde de Barbacena; muitos outros fizeram o mesmo, chegando um deles a se disfarçar como um fantasma, dentro das noites de Vila Rica, avisando quanto à resolução do governo da província antes que ela fosse tomada publicamente, com o fim de salvaguardar as posições sociais de amigos do Visconde que haviam simpatizado com a nossa causa. Graças a Deus, todavia, até hoje, sinto-me ditoso por ter subido sozinho os vinte degraus do patíbulo.”

— E sobre esses fatos dolorosos, não tendes alguma impressão nova a nos transmitir?

E os lábios do Herói da Inconfidência, como se receassem dizer toda a verdade, murmuraram estas frases soltas:

“Sim… a Sala do Oratório e o vozerio dos companheiros desesperados com a sentença de morte… a Praça da Lampadosa, minha veneração pelo Crucifixo do Redentor e o remorso do carrasco… a procissão da Irmandade da Misericórdia, os cavaleiros, até o derradeiro impulso da corda fatal, arrastando-me para o abismo da morte…”

E concluiu:

“Não tenho coisa alguma a acrescentar às descrições históricas, senão minha profunda repugnância pela hipocrisia das convenções sociais de todos os tempos.”

— É verdade, acrescentei, reza a História que, no instante da vossa morte, um religioso falou sobre o tema do Eclesiastes — “Não atraiçoes o teu rei, nem mesmo por pensamentos.”

E terminando a minha observação com uma pergunta, arrisquei:

— Quanto ao Brasil atual, qual a vossa opinião a respeito?

“Apenas a de que ainda não foi atingido o alvo dos nossos sonhos. A nação ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. 
A ausência de um interesse comum em favor do País, dá causa não mais à derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar, sem saberem dirigir a si próprios.”

Antes que se fizesse silêncio entre nós, tornei ainda:

— Com relação aos ossos dos inconfidentes, vindos agora da África para o antigo teatro da luta, hoje transformado em Panteão Nacional,  são de fato autênticos esqueletos dos apóstolos da liberdade?

— “Nesse particular, respondeu Tiradentes com uma ponta de ironia, não devo manifestar os meus pensamentos. Os ossos encontrados tanto podem ser de Gonzaga, como podem pertencer, igualmente, ao mais miserável dos negros de Angola. O orgulho humano e as vaidades patrióticas têm também os seus limites… Aliás, o que se faz necessário é a compreensão dos sentimentos que nos moveram a personalidade, impelindo-nos para o sacrifício e para a morte…”

Mas, não pôde terminar. Arrebatado numa aluvião de abraços amigos e carinhosos, retirou-se o grande patriota que o Brasil hoje festeja glorificando o seu heroísmo e a sua doce humildade.

Aos meus ouvidos emocionados ecoavam as notas derradeiras da música evocativa e dos fragmentos de orações que rodeavam o monumento do Herói, afigurando-se-me que Vila Rica ressurgira, com os seus coches dourados e os seus fidalgos, num dos dias gloriosos do Triunfo Eucarístico mas, aos poucos, suas luzes se amorteceram no silêncio da noite, e a velha cidade dos conspiradores entrou a dormir, no tapete glorioso de suas recordações, o sono tranquilo dos seus sonhos mortos.


(.Irmão X)

21 de abril de 1937.

  

Livro: Crônicas de Além Túmulo- Psicografado por Chico Xavier

terça-feira, 20 de abril de 2021

ISMAEL E A CONVOCAÇÃO DOS INCOFIDENTES PARA REGENERAÇÃO : EXPIAÇÃO E MISSÃO

 


[...] Todos aqui estais cientes da grande revolução que se processa no campo das ideias, insuflando o amor novo às letras,  à música e à arte, para renovação dos povos[...] Lembrai-vos, no entanto, que devemos fazê-lo sem ódios, de vez que o Brasil é um lugar onde a cruz do Senhor recende de Amor Universal. Tendes que influir na abolição dos escravos, e já tem denegrido demais a consciência brasileira [...]podeis, com o cérebro iluminado e o coração cheio de paz, embora em débito, alicerçar no Brasil os novos ideais de Fraternidade ,Igualdade e Liberdade.





   O ALISTAMENTO DOS INCONFIDENTES



[...]E, ante a  vacilação de quase todos,  Ismael, fitando  nos demoradamente prosseguiu:


- Amados! Muitos de vós  já atendestes a esta convocação, renascendo na época dura da retração do ouro  nas Minas Gerais. Todos aqui estais cientes da grande revolução que se processa no campo das ideias, insuflando o amor novo às letras,  à música e à arte, para renovação dos povos. Ninguém vos induzirá a esta tarefa ,  que não é coisa de um dia ,  e nem sereis constrangidos a renascer longe dos grupos afins e nas circunstâncias que mereceis. Estes  espíritos encarnados que aqui se encontram  serão aqueles que virão a receber vos por filhos e netos. Relembrai  agora as próprias dívidas e equacionai e as vossas muitas esperanças.Sois todos equilibrados e intelectualmente bem-dotados, capazes ,portanto, de insuflar na província as ideias que tanto tendes defendido: a de emancipar  o Brasil de Portugal, por exemplo. Lembrai-vos, no entanto, que devemos fazê-lo sem ódios, de vez que o Brasil é um lugar onde a cruz do Senhor recende de Amor Universal. Tendes que influir na abolição dos escravos, e já tem denegrido demais a consciência brasileira e alicerçar um futuro onde as fábricas dirimam a miséria do Povo! Estais demais preparados para esta luta, já que a própria tarefa de socorro a quantos sofrem na terra agora, já vos preparou para uma visão mais real das necessidades da hora presente.


  Cada um de vós tendes sido outrora tiranos e déspotas e sabeis o quanto à tirania é móvel de perturbação e treva. Se outrora empunhastes o poder para a destruição e a morte, escravização e o extermínio pela ambição das riquezas, agora sabeis que a riqueza maior vem das conquistas do amor e dedicação, e podeis, com o cérebro iluminado e o coração cheio de paz, embora em débito, alicerçar no Brasil os novos ideais de Fraternidade ,Igualdade e Liberdade.


  Eis que  outros espíritos foram enviados à Europa, a qual infelizmente, está por demais  envolta  e lutas fratricidas e pela qual tememos  não venham estas ideias renovadas sem lutas cruentas. Na América do Norte um contingente já se encontra preparado para renascer, iluminando o próprio Brasil com suas conquistas da criatura humana. Agora é imperativo que também vos decidais  e nós prepararemos o quadro das necessidades de cada um , inserindo-o num grupo afim  para renascimento em expiação e missão neste aprendizado que nos prova e engrandece .


Não  desconheceis  as injunções  dolorosas da hora presente, nem as dificuldades vultosas de um reencarne em condições   tais ,  mas rogaremos a Jesus nos multiplique as forças .


Não sereis contrangidos ,no entanto, ao reencarne , e tereis ainda tempo bastante para analisar as possibilidades de cada um e os possíveis problemas particulares e peculiares de cada situação e de cada espírito.


( Palavras de Ismael, Protetor do Brasil)


Fonte: Confidências de um Inconfidente.17º Edição Médium: Marilusa Moreira Vasconcelos Ditado pelo Espírito: Tomás Antônio Gonzaga. Trecho retirado do capítulo : Alistamento dos Incofidentes pag. 22-23


segunda-feira, 19 de abril de 2021

FELIPE DOS SANTOS : UM TESTEMUNHO PARA OS INCONFIDENTES -"O sofrimento maior é o de fracassar na própria destinação!"

 

Contexto:

No plano espiritual , Ismael, convocava ,para um alistamento , Espíritos que pudesem levar ,no campo das ideias, uma nova proposta , para evolução . Essas ideias deveriam constar os ideais de Fraternidade de Igualdade e Liberdade. Neste ínterim , Ismael , após sua exposição, trouxe um testemundo, um depoimento , uma mensagem de *Felipe dos Santos , que acabara de desencarnar , redimido perante sua consciência, de forma cruel, por implantar estas novas idéias , visando encorajar esses Espíritos para uma missão nobre a desempenhar no Brasil, em Minas Gerais.
*Felipe dos Santos teve seu desencarne no ano de 1720 , condenado pelo conde de Assumar , na chamada Revolta de Vila Rica!




( Ismael) Não vos devo negar um alertamento. hoje recebemos em nosso plano um irmão que testemunhou, até a morte violenta, pelas novas ideias que vos chamamos a defender. Felipe dos Santos tem seus despojos espalhados como sementes mas seu espírito eterno já se refaz e vos envio um recado.


( Tomás Antônio Gonzaga) No mesmo instante, envolto em luz verde radiosa viva a figura do Mártir, cuja sentença tanto me revoltar, materializou se diante de nós e falou: 


 ( Felipe dos Santos ) Amados irmãos da Pátria do Cruzeiro, Jesus seja abençoado por por me aceitar como um soldado infiel que só doou sua vida, por mais não ter para o engrandecimento desta Terra tão querida.Eu, que me banhei nas suas cachoeiras, que corri selvagem entre os potros e  escravos, que foi livre e amei , e fui amado, estou feliz e agradecido pela oportunidade de voltar vitorioso, deixando o sangue do corpo botar na terra abençoada, como preito de saudade e esperança.O espírito eterno! O sofrimento maior é o de fracassar na própria destinação! O amor pelo Brasil me insuflou as veias da carne ,mas se o corpo tombou - este mesmo amor são as asas benditas da minha redenção e também dos erros do meu passado. Ajudar-vos-ei se Jesus me permitir,  tanto quanto me ajudaste hoje com vossas preces, na hora decisiva. Que a paz do Senhor abençoe  nossos espíritos tão fracos! 



Trecho retirado do livro:
Confidências de um Incofidente - 17ª edição - pg.23
Autora : Marilusa Moreira Vasconcelos
ditado pelo Espírito : Tomás Antônio Gonzaga.